A polícia realiza na manhã desta quinta-feira, 9, a destruição de 86 armas de fogo que foram apreendidas em operações ou entregues pela população através da campanha de desarmamento. Uma dessas armas revelou ter sido fabricada a mais de 106 anos e poderá ser encaminhada para um museu.
A arma considerada rara, de acordo com o delegado João Paulo de Lima, foi utilizada em um atentado em 28 de junho de 1914, contra o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império de Áustria Hungria. "A arma foi encontrada pela polícia, em um local ermo, portanto não temos como definir a posse".
Segundo o delegado, a destruição será feita em mais de uma etapa. Ele ressaltou que quem quiser doar suas armas deve se encaminhar a um dos postos de recebimento, como a própria gerência de armas e munições da Polícia Civil ou o quartel da PM. Os doadores serão indenizados pelo ato.
As entidades que representam os policiais militares do Piauí organizam para os próximos dias uma manifestação em defesa da anistia dos mais de 150 policiais denunciados pela Auditoria Militar e que respondem a Inquérito Policial Militar (IPM) por indisciplina e insubordinação. O ato também será um manifesto de apoio à PM da Bahia, que está em greve há uma semana, num movimento que tem chamado a atenção do país pelo impacto causado na segurança daquele estado e pela reação do governo federal, que mandou o Exército para o estado.
Organizado pelas associações de Oficiais, de Cabos e Soldados e Subtenentes e Sargentos, o movimento da PM-PI deve acontecer na quarta-feira da próxima semana. O movimento no Piauí ocorre na sequência da paralisação da PM da Bahia. Os líderes do movimento baiano repassaram orientações para os policiais militares paralisarem as atividades em outros estados. Já houve manifestação atendendo a esta orientação em seis estados: Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Alagoas, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
No Piauí, houve um movimento em agosto passado em prol de melhores salários, tíquete alimentação e mudanças nas escalas de serviço. O movimento acabou depois de um acordo mediado pelo Tribunal de Justiça do Piauí. O presidente da Associação de Cabos e Soldados, soldado Jarbas Cavalcante, confirmou a manifestação em Teresina, com a intervenção do Exército na Bahia e prisão de militares. "Nós apoiamos o movimento deles e vamos nos manifestar contra a prisão dos militares aqui no Piauí, pedindo a anistia. Isso está parecendo o tempo da ditadura, colocar o Exército armado contra a PM. Isso leva a um grande risco", comentou.
Segundo Jarbas Cavalcante, a manifestação vai ser feita pelos militares que estiverem de folga, porque a manifestação por melhorias na PM/PI já foi feita. Ele confirmou que houve melhorias no soldo, com um aumento parcelado no auxilio alimentação, que passou de R$ 120,00 para R$ 145,00, e na escala de trabalho, passando de 24 horas trabalhadas por 48 horas de folga para 24 trabalhadas por 72 horas de folga. Ele comentou que conseguiram ainda a anistia administrativa para quem participou da paralisação, mas, mesmo assim, alguns militares estão respondendo IPM ajuizado pela Auditoria Militar.
O companheiro de Ana Graziela de Oliveira Montes, 19 anos, morta na noite do último sábado, 4, apresentou-se ontem, 8, à 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo). Arismar Brito Rodriguez, 31 anos, confessou que estrangulou a mulher por ciúme. O corpo da vítima só foi encontrado na segunda-feira, 6.
Em depoimento ao delegado chefe Ricardo Yamamoto, Arismar detalhou o motivo do crime. Segundo ele, há quatro meses descobriu que Ana Graziela o traía com uma mulher de 20 anos. Ao flagrá-la, resolveu perdoá-la mas impôs condições. Alegando-se doente de ciúme, Arismar obrigou a mulher a usar apenas roupas íntimas grandes. Exigiu ainda, que toda vez que ela saísse, filmasse o horário do relógio e o local em que estava e o enviasse.
No dia do crime, Arismar conta que desconfiou da mulher. O acusado resolveu vigiá-la na saída do trabalho, um supermercado em Águas Claras. Segundo o depoimento do acusado, no fim do expediente, às 16:00h, ela ligou para o marido avisando que iria se atrasar. Às 18:30h passou uma mensagem comunicando mais um atraso. Arismar ficou vigiando a saída do supermercado e impaciente, às 20:00h entrou no local e lhe informaram que ela havia saído às 15:30h. Arismar ligou para ela várias vezes e não obteve resposta.
Às 21:00h, Ana Graziela ligou para o marido informando que estava na frente de casa. Ainda de acordo com informações do homem, quando Arismar chegou até o local, o casal discutiu e a mulher confessou que estava com a suposta amante. O homem afirmou em depoimento que perdeu o controle e começou a enforcá-la. O suspeito colocou um pano em sua boca para que os vizinhos não ouvissem e quando viu que ela estava desacordada, pegou roupas da filha, que estava na casa dos sogros e saiu.
Após o crime, ele chegou na casa da sogra e disse que o casal iria passar o fim de semana em Pirenopólis, mas foi dormir na casa da irmã. Na manhã do dia seguinte, pegou um ônibus para Palmeiras, no Piauí, e chegou na cidade às 2h20 da última segunda-feira (6/2). Ao acordar, Arismar contou que estava arrependido e ligou para o sogro, avisando que sua filha estava morta.
Arismar está preso na 29ª DP e aguarda julgamento. Segundo Yamamoto, ele responderá por homicídio triplamente qualificado e poderá pegar de 12 a 30 anos de prisão.
A Secretaria Estadual de Justiça apresentou, na manhã desta quarta-feira (8), o resultado das vistorias realizadas entre o mês de dezembro de 2011 e janeiro deste ano, na Casa de Custódia, Penitenciária Irmão Guido, ambas em Teresina, Penitenciária de Vereda Grande, em Floriano, e na Penitenciária Mista Fontes Ibiapina, em Parnaíba.
Ao todo, foram 89 aparelhos celulares apreendidos nas quatro unidades penais. Além dos celulares, na Casa de Custódia foram encontrados 2 carregadores solares, uma grande quantidade de maconha, crack e comprimidos rupinol. Na Penitenciária Irmão Guido, foi apreendido com o detento Ferdinand José de Oliveira 74 pedras de crack e também foram apreendidos quatro celulares completos.
Na Penitenciaria de Vereda Grande, em Floriano, foram encontrados 20 celulares. Na Penitenciária Mista Fontes Ibiapina, em Parnaíba, foram apreendidos 12 celulares. Durante as vistorias muita arma branca (facas, punhais e canivetes), barras de ferros, cocaína, crack e maconha foram retirados dos presídios. Também no ano de 2011, 42 celulares foram apreendidos em Parnaíba, 117 porções de crack e maconha, 36 ferros pontiagudos, três facas de mesa e dois punhais.
Segundo o secretário Henrique Rebelo, esses materiais são resultados das constantes revistas realizadas nas unidades penais de todo o Estado. “Essas medidas são realizadas constantemente na capital e no interior e foram estas medidas tomadas em nossa gestão que vem diminuindo bastante a entrada de objetos que sejam prejudiciais a ordem do sistema prisional”, afirmou.
Henrique Rebelo explicou também que a população carcerária deve se adequar às normas do sistema penitenciário. “Não somos nós que vamos nos adequar às vontades da população carcerária, mas, são eles que devem se adequar às nossas medidas. A sociedade civil deseja e exige que tenhamos essa postura”, garantiu o secretário.