sistemaimunologicoTodos os dias o nosso corpo fica exposto a vírus, bactéria, fungos e outros microrganismos espalhados pelo ar que podem atacar nosso organismo. É graças ao sistema imunológico que não adoecemos com tanta frequência, que escapamos de infecções e doenças graves mesmo estando em ambientes desafiadores. Um conjunto que funciona como um vigilante: atento a todos os microrganismos com os quais entramos em contato durante o dia.

É possível fortalecer o sistema imunológico?
Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, hábitos saudáveis dão melhores condições ao sistema imunológico para trabalhar bem - e isso se traduz em mais dias na vida com o corpo em pleno funcionamento.

"Se você for uma pessoa saudável e for infectado por um vírus ou bactéria, suas chances de ter efeitos mais amenos e não morrer da infecção são maiores que uma pessoa com alguma doença associada", disse Ballalai.

Um bom exemplo é o novo coronavírus: segundo dados do governo da China, a maioria das vítimas de coronavírus tinha problemas de saúde anteriores, como cirrose hepática, hipertensão, diabetes e doença de Parkinson.

A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, Karina Bortoluci, explica algo que é difícil perceber no nosso atribulado dia a dia: "A prova de que o sistema imunológico está trabalhando o tempo todo é que estamos em contato com agentes infecciosos a todo momento, mas não adoecemos sempre".

Mas se o inverso acontece, isso pode ser um aviso. 'Se adoecemos com frequência, é um sinal de que o sistema imunológico não está funcionando bem', afirma Bortoluci.


A imunologista reforça as condições para que o sistema imunológico faça com competência a função de barrar visitantes indesejáveis no seu corpo: “Recomendamos uma rotina saudável como um todo: ter uma alimentação saudável, praticar exercícios regularmente, cuidar da mente e ter menos estresse interfere positivamente no sistema imunológico”.

Uma pesquisa publicada em janeiro no periódico médico britânico "BMJ" mostrou que hábitos saudáveis podem atrasar em até 10 anos o câncer e as doenças do coração.

Quanto aquelas recomendações caseiras, como tomar vitamina C, não tomar sorvete no frio ou não se molhar na chuva, Bortoluci afirma que "não há comprovação científica."
Mas não existe milagre
Existem maneiras de fortalecermos o sistema imunológico, mas é um mito achar que é possível fortalecer esse complexo mecanismo de defesa somente com hábitos.

"É claro que todos devemos ter hábitos saudáveis, mas eles não nos livram de doenças infecciosas. Nem mesmo atletas supersaudáveis estão livres de serem infectados por vírus, por exemplo", afirma Isabella Ballalai.

Por isso, a única maneira de fortalecer o sistema imunológico a ponto de ficarmos imune a certas doenças graves, como febre amarela, é por meio da vacinação. "As vacinas produzem anticorpos e nos imunizam de certas doenças."


Como funciona o sistema imunológico
O sistema imunológico é um mecanismo complexo formado por inúmeras células e moléculas que agem na defesa e no equilíbrio do nosso organismo. "Ele é capaz de discriminar nossas células saudáveis das células danificadas, assim com identificar um patógeno que tenta nos atacar", diz Karina Bortoluci.

As células danificadas são células que perderam sua função. "O tumor é uma célula do nosso corpo, mas que perdeu o seu funcionamento normal e passou a se comportar de jeito estranho. Por exemplo: a membrana que envolve aquela célula se rompeu e ela passou a jogar para fora tudo o que estava envolto pela membrana".


Já os patógenos são agentes externos capazes de afetar a nossa saúde e nos causar infecções, como fungos, vírus e bactérias.

"O sistema imunológico consegue enxergar o que está nos atacando ou o que está fora do funcionamento normal. Localizado o problema, ele vai agir de inúmeras maneiras: uma célula vai capturar esse microrganismo, outra irá fagocitar (comer), também terá a que vai degradar, enquanto que outras produzirão anticorpos", descreve Bortoluci, explicando que anticorpos, por sua vez, são como "soldados" que, uma vez que nos defenderam de determinado vírus ou bactéria, para sempre se lembrarão de nos defender daquele elemento.


Além de fazer a defesa natural, o sistema imunológico também equilibra o funcionamento do nosso corpo, mantendo constante pressão arterial, batimentos cardíacos e temperatura corporal. "Se temos uma febre, por exemplo, é o nosso sistema imunológico tentando combater uma infecção."

O que acontece com o sistema imunológico quando envelhecemos
"Ele também envelhece", diz a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia. "Conforme envelhecemos, nosso sistema imunológico produz menos células de defesa."

É por isso que idosos costumam adoecer com maior frequência, assim como uma gripe ou qualquer outra infecção se torna mais agressiva em idosos do que em jovens.

 G1

Foto: divulgação

 

hanseniaseA hanseníase é uma doença de pele causada pela bactéria Mycobacterium leprae que, quando contraída, pode ficar em um longo período de incubação, ou seja, sem apresentar sintomas, por até 7 anos.

Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 1999 e 2018, o Brasil teve 768.215 novos casos da doença. Isso equivale, em média, a 38 mil casos por ano.

Segundo o dermatologista Egon Daxbacher, diretor da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e especialista no assunto, o Brasil responde por 90% dos casos de hanseníase nas Américas e é o segundo país com maior número de casos do mundo — perde para Índia, que teve, apenas em 2017, 126.164 novos casos.
Apesar do grande número de casos, a hanseníase é de difícil transmissão — 90% da população possui uma defesa natural do organismo contra essa bactéria. A transmissão é respiratória e é necessário contato próximo e diário com uma pessoa infectada sintomática.

Daxbacher explica que uma vez infectada a bactéria se aloja nos nervos periféricos do corpo. O sistema imunológico, na tentativa de combater a bactéria ativa, causa uma inflamação nos nervos, fazendo com que eles percam a função.

Isso causa manchas na pele e perda de sensibilidade e motora das regiões periféricas do corpo: mãos, pés, braços e pernas.

Em alguns casos, quando a doença não é tratada na fase inicial, pode deixar sequelas e deformidades, como perda permanente da sensibilidade, perda de funções musculares, dedos em garra e falta de sensibilidade nos olhos.

“O grande problema da perda de sensibilidade é que a pessoa não consegue se proteger. Quando encostamos em algo quente, nós rapidamente tiramos e o dano é mínimo. O paciente com hanseníase não percebe que está se queimando.”
Para a coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da SBD, Sandra Durães, trata-se de uma doença que afeta, principalmente, regiões com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Segundo Daxbacher, isso ocorre pois, em regiões com mais pobreza existe menos acesso à saúde e, consequentemente, menos diagnóstico e tratamento. “Depois que o tratamento começa, a pessoa já não transmite a doença.”

Além disso, ele enfatiza que locais com aglomeração de pessoas, como presídios ou casas pequenas em que muitas pessoas moram juntas, facilitam a transmissão da doença.

Diagnóstico precoce
Segundo os especialistas, a melhor maneira de combater a hanseníase é o diagnóstico precoce da doença. “Para conseguir isso, precisamos fazer disseminação de informação e busca ativa.”

 

A prática de busca ativa é quando o serviço de saúde examina pessoas próximas ao paciente diagnosticado ou comunidades com muitos casos sem que a pessoa procure o serviço médico.

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Daxbacher afirma ainda que as pessoas diagnosticadas começam o tratamento e que as que não apresentam a doença são vacinadas com BCG, que fornece de 30% a 70% de proteção, e são orientadas a procurar o serviço de saúde caso apresentem os primeiros sintomas.

“O grande problema é que as pessoas não procuram o médico, devido ao estigma ou então por que são sintomas que não incomodam muito.”

Sergio Palma, presidente da SBD, afirma que a entidade tem colaborado com a capacitação de médicos de outras especialidades e generalistas, o que contribui para o fortalecimento da rede de detecção dessa doença.

O dermatologista explica que o tratamento dos casos brandos demora seis meses e consiste em dois antibióticos orais.

Já quando a doença está mais avançada, o tratamento é feito com três antibióticos orais e pode demorar um ano. Nestes casos, a chance de sequela motora e sensitiva é maior.

Estigma
Os especialistas afirmam que ainda hoje existe muito preconceito em relação à hanseníase. Antes, conhecida como lepra, a doença era considerada uma praga e o tratamento era feito com isolamento compulsório.

“O principal motivo é a falta de conhecimento. As pessoas guardam na cabeça a época bíblica em que as pessoas diagnosticadas andavam com um sino para avisar que tinham a doença e ninguém se aproximar.”
O médico explica que a transmissão é difícil e que os profissionais de saúde não precisam de equipamento nenhum ao atender um paciente diagnosticado.

Segundo Daxbacher, o tratamento com isolamento compulsório, em que as pessoas eram enviadas para colônias e proibidas de sair, vigorou oficialmente no Brasil até 1968, mas continuou acontecendo até meados da década de 1980.

 

R7

Foto: Frank Néry/Secom/Governo de Rondônia

coronA China registrou uma diminuição no número de novos casos confirmados de coronavírus pelo segundo dia consecutivo. Na sexta-feira (7), a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o país teve 3.151 novos casos de 2019-nCoV e pediu cautela ao não excluir a possibilidade de novos picos de contágio no país asiático.

Na quinta-feira (6), o relatório da OMS registrou 3.697 novos diagnósticos de coronavírus na China, a data seguiu o pico mais recente de novas confirmações, publicado no levantamento de quarta-feira (5), com 3.892 novos casos.

"Nos dois últimos dias, tivemos menos novos casos na China", disse o diretor-geral da OMS, Thedros Adhanom Ghebreyesus. "Devemos ter cautela, porque ainda podemos voltar a ter picos. Mas é uma boa notícia, a de que, pela segunda vez, há menos confirmações de casos."

No dia anterior, o diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, já havia sinalizado uma tendência para a diminuição dos registros de novos casos de coronavírus no país asiático.

Até o momento a China já registrou mais de 31 mil casos de novo coronavírus no país. Segundo o último levantamento do governo chinês, subiu para 637 o número de mortos pela doença e ao menos 1.540 pessoas já se recuperaram do vírus.

Tratamento contra 2019-nCoV
Não há ainda um tratamento indicado para as complicações provocadas pelo novo coronavírus. A chefe da unidade de doenças emergentes da OMS, Maria Van Kerkhove, disse que a China está testando drogas específicas para combater este vírus e a organização espera ter os resultados dos testes em um mês.

A Comissão Nacional de Saúde da China recomendou o uso de medicamentos tradicionais chineses em combinação com remédios alopáticos, como os anti-retrovirais usados para tratar o HIV, entre eles o Lopinavir e Ritonavir.

Já o departamento nacional de saúde sugeriu a "pílula bovina do Palácio Pacífico" – feita com cálculos biliares de gado, chifre de búfalo, jasmim e pérola – para amenizar os sintomas graves do coronavírus, como chiado e dificuldade respiratória. As informações são do jornal norte-americano The New York Times.


Plano milionário
Na terça-feira (4), a OMS estimou que os custos para combater a epidemia de novo coronavírus chegam a mais de US$ 675 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões). O valor solicitado pela direção do órgão é destinado para as operações internacionais de combate à doença e para o fortalecimento dos sistemas regionais de saúde.

Os valores apresentados pela agência da ONU cobrem um período de três meses, entre fevereiro e abril de 2020. A OMS busca doações de países e entidades para cobrir os gastos da ação. Segundo o organismo, até sexta foram arrecadados US$ 110 milhões (cerca de R$ 472 milhões).

"US$ 675 milhões é muito dinheiro, mas é muito menor do que a conta que teremos que pagar se não investirmos agora nesta preparação", disse na quarta o diretor-geral da OMS.

Ghebreyesus disse também que o mundo está enfrentando uma escassez de trajes, máscaras, luvas e outros formas de proteção para se prevenir contra o surto do novo coronavírus e assegurou que a organização enviará equipamentos para nações mais vulneráveis.

 

G1

Foto: Soe Zeya Tun/Reuters

 

 

memoriaAs perdas de memória ocasionais são normais, mas também causam preocupação em muitas pessoas, especialmente se têm idades avançadas. No entanto, na maioria dos casos não há razão para se angustiar, já que se tratam de situações completamente manejáveis ou tratáveis.

Muitos de nós já nos perguntamos o que é normal e o que não é em termos de perdas de memória. Não é fácil estabelecê-lo, já que às vezes esquecemos as coisas frequentemente e não necessariamente se deve a um problema como o Mal de Alzheimer, mas sim a um excesso de estresse ou a outros fatores passageiros.

Em outras ocasiões, esses esquecimentos nos indicam o começo de um deterioramento cognitivo que pode ou não preceder a doença de Alzheimer. Por isso, para tirar as dúvidas, o melhor é se informar sobre o tema e consultar o médico. Veja a questão mais detalhadamente a seguir.

Perdas de memória pela idade
A partir dos 20 anos todos começamos a perder células cerebrais e esta perda aumenta com a idade. Além disso, nosso organismo paulatinamente reduz a formação de diversas substâncias químicas que são necessárias para que os neurônios funcionem adequadamente.

Todas essas mudanças fazem com que o cérebro mude a maneira de armazenar informação na memória. À medida que envelhecemos são mais comuns os esquecimentos e também se reduz a capacidade de aprender coisas novas. Isso não é sinal de nenhum problema sério de saúde.

Essas mudanças de memória estão relacionadas com assuntos pontuais, geralmente de pouca importância. Esquecemos onde estão os óculos ou quais são os compromissos da manhã. No entanto, a característica desses esquecimentos é que ocorrem em pessoas idosas e não afetam a capacidade de trabalhar, de levar uma vida social e de viver de forma independente.


Perdas de memória reversíveis
Algumas vezes as perdas de memória se relacionam com problemas de saúde mais sérios, mas que são tratáveis e reversíveis. Existem fatores que geram uma dificuldade frequente para lembrar, mas não supõem um processo de perda definitiva da memória. Entre esses fatores estão, por exemplo:

Doenças cerebrais, como um tumor ou infecção.
Problema de tireoide.
Lesões ou traumatismos na cabeça.
Febre alta ou desidratação.
Consumo de álcool ou sequelas do alcoolismo.
Reação a um medicamento.
Deficiência de vitamina B12.
Desnutrição.
Em todos estes casos, o indicado é procurar um médico para que este determine os passos a serem seguidos. Por outro lado, também é frequente que as perdas de memória estejam relacionadas com um estado emocional de estresse, luto, ansiedade ou outros problemas emocionais. Nesse caso, um psicólogo ajuda significativamente.

Perdas de memória irreversíveis
A dificuldade para lembrar também pode ser um sinal de deterioramento cognitivo leve, doença de Alzheimer, assim como outra demência relacionada. As pessoas com deterioramento cognitivo leve do tipo amnésico têm mais problemas de memória que o normal, mas não tão severos como para impedi-los de levar uma vida independente.

Ademais, suspeita-se desse tipo de deterioramento quando deixam de lembrar eventos importantes com frequência, bem como há dificuldade para encontrar as palavras adequadas na hora de se expressar. Somente o médico pode diagnosticar o problema.
Nos casos mais graves, as perdas de memória se devem à doença de Alzheimer ou à demência vascular. Os sintomas desses tipos de demência incluem, por exemplo:

Dificuldade generalizada para lembrar as coisas.
Perguntar a mesma coisa várias vezes, ou contar a mesma história repetidamente.
Perder-se em lugares que são familiares, ou em condições normais que seriam lembradas facilmente.
Desorientação em tempo-espaço.
Problemas para manejar o dinheiro.
Aumento da ansiedade ou agressividade.
Conheça a: Diferença entre demência senil e Alzheimer

Outros dados a serem considerados

Qualquer pessoa que se sinta preocupada com o funcionamento de sua memória deve procurar um médico, para que este determine as possíveis causas e, se for o caso, diagnostique precocemente o problema de saúde subjacente. Além disso, esse diagnóstico precoce costuma melhorar significativamente qualquer prognóstico.

Ademais, os exercícios de memória e os novos aprendizados, por mais que custem ou tomem tempo, são a melhor maneira de prevenir as perdas de memória. O exercício físico regular é uma medida muito aconselhada para preservar a saúde do cérebro.

No momento, não há cura para a doença de Alzheimer, mas sim existem tratamentos para pausar o avanço do problema. Várias pesquisas em curso fazem supor que a cura para este mal possa estar disponível nos próximos 10 anos.

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