O medicamento da farmacêutica Roche poderá ser administrado para tratar adultos e pacientes pediátricos, e estão recebendo corticosteroides sistêmicos e requerem oxigênio suplementar e ventilação mecânica.
O Actemra já vem sendo dado há meses para pacientes com quadro severo da covid-19, por meio de uso compassivo, destinado a doentes que não têm outras opções de tratamento.
De acordo com a FDA, estudos mostraram que o Actemra ajudou a reduzir o risco de morte e acelerar a recuperação. Porém, o órgão de saúde norte-americano ressalta que o remédio não deve ser usado por pacientes ambulatoriais ou como um tratamento fixo para a covid-19.
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveram dois novos métodos para identificar casos de covid-19, com potencial para acelerar a testagem em massa no país. Os dois testes utilizam a saliva para detectar o vírus e têm alta sensibilidade, a exemplo do teste padrão ouro RT-PCR; e ainda com a vantagem de custar ao menos um terço do preço do RT-PCR, que atualmente custa entre R$ 300 e R$ 450.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Ronaldo Censi Faria, o primeiro teste desenvolvido por eles utiliza um dispositivo com o mesmo princípio de funcionamento do medidor de glicose. O resultado sai rapidamente e é confiável e pode ser encaminhado pelo celular. "Vai dar o resultado aí em torno de 30 a 60 minutos. No entanto, vai dar um resultado que tem a mesma confiabilidade do RT-PCR, então ele difere dos testes rápidos. E a um custo muito baixo", disse o pesquisador
Além disso, Ronaldo Censi também falou que por meio desse método, há possibilidade de se detectar outras doenças ou condições como Alzheimer, Leichmaniose, câncer e hanseníase.
Em outro teste desenvolvido por ele, os pesquisadores utilizam uma plataforma já amplamente conhecida pelos laboratórios, chamada Elisa, que faz a leitura de enzimas, e que permite a análise de 96 amostras de saliva a cada meia hora. "Depois de meia hora, você pode avaliar um novo conjunto de amostras. (...) A cada meia hora vc está avaliando 96 amostras. Então, em um dia você vai poder fazer milhares de testes", conta Censi.
Ainda de acordo com os pesquisadores, por utilizar uma tecnologia já conhecida por laboratórios, esse tipo de teste poderia ser rapidamente adotado por empresas interessadas e resolver dois gargalos da testagem em massa no país: o custo dos testes e o tempo de diagnóstico.
Casos raros de miocardite em adolescentes e jovens adultos provavelmente estão ligados a inoculações com as vacinas contra covid-19 da Pfizer/BioNTech e da Moderna, disse um grupo de médicos que aconselha o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Estados Unidos) em uma apresentação divulgada nesta quarta-feira (23).
O Grupo de Trabalho Técnico de Segurança de Vacinas contra covid-19 (VaST) disse em seu relatório que o risco de miocardite ou pericardite após a inoculação com vacinas baseadas em RNA mensageiro em adolescentes e jovens adultos é notavelmente mais alta após a segunda dose e em homens.
Em outro relatório, o CDC disse que os pacientes com miocardite pós-vacinação geralmente se recuperam e ficam bem.
O Comitê de Aconselhamento de Práticas de Imunização (Acip) se reuniria nesta quarta-feira para avaliar a possibilidade de ligação entre o problema cardíaco e as vacinas de RNA mensageiro. O VaST é um subgrupo do Acip.
O CDC investiga casos de miocardite, sobretudo em homens jovens, há vários meses. No início deste mês, o Ministério da Saúde de Israel disse que viu uma ligação possível entre tais casos e a vacina contra covid-19 da Pfizer.
Também no início deste mês, o CDC disse que ainda está avaliando o risco do problema e não confirmou uma relação causal entre as vacinas e a moléstia cardíaca.
Mas a agência disse que um número de homens jovens maior do que o esperado teve miocardite após a segunda dose de vacinas de RNA mensageiro, e que mais da metade dos casos relatados ocorreram em pessoas de 12 a 24 anos.
A Diretoria Colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rejeitou, por unanimidade, nesta terça-feira (22) um pedido de uso emergencial do antiviral oral favipiravir — registrado com nome comercial de Avifavir — para tratamento da covid-19 em ambientes hospitalares.
A solicitação para introduzir o medicamento, fabricado pela empresa russa Chromis, havia sido feita pelo Instituto Vital Brazil, em abril deste ano. Na avaliação do corpo técnico do órgão regulador, o desenvolvedor não conseguiu comprovar de maneira satisfatória questões que envolvem a eficácia e segurança do medicamento.
"As limitações, incertezas e riscos superam os benefícios obtidos neste programa de desenvolvimento clínico do Avifavir. São necessárias mais evidências obtidas de novos estudos clínicos com validade interna adequada para subsidiar validade externa de uso do medicamento em formas moderadas e graves da doença", diz parte do parecer da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos.
A relatora do processo na Anvisa, a diretora Meiruze Freitas, salientou que o mesmo princípio ativo (favipiravir) já está aprovado desde 2014 no Japão para o tratamento de influenza resistente, porém "até o momento, não há registro aprovado do favipiravir para o tratamento da covid-19 em autoridades que tenham similaridade de medidas com o Brasil".
A gerente-geral substituta de Medicamentos e Produtos Biológicos, Patrícia Kott Tomazett, destacou o fato de a empresa russa não ter realizado testes comparativos duplo-cego, randomizados e controlados por placebo, um padrão internacional para estabelecer a eficácia de um remédio.
Ela também destacou que os estudos foram feitos somente na Rússia, não sendo possível afirmar se a droga funcionaria contra as variantes do coronavírus circulantes no Brasil.
"Esse fato gera um comprometimento da validade externa do estudo e da capacidade de generalizar os resultados obtidos."
Os eventos adversos de gravidade moderada foram mais frequentes em pacientes que usaram o favipiravir do que nos que receberam tratamento com outros fármacos, segundo os dados analisados pela Anvisa, o que também pesou na decisão.
A relatora do processo, por fim, afirmou em seu voto que o Avifavir "não atende às expectativas desta agência quanto aos requisitos mínimos de segurança e eficácia no contexto do uso emergencial".
Todavia, ela ponderou que diante de novas evidências, a Anvisa poderá rever sua decisão.