A Universidade Federal do Paiuí (UFPI), por meio da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), informa que está aberto o cadastro de atividades complementares no SIGAA para cursos de Educação a Distância - EAD, seguindo o calendário:
25/12 a 15/01- cadastro por alunos; 25/12 a 21/01- validação pelos coordenadores.
“Minha profissão? Pode colocar escritora”, diz Maria de Lourdes Prata, olhando para o neto para confirmar se o ofício que começou a exercer por prazer servia para responder à pergunta feita pela reportagem. O estudante de 22 anos Renato Garcia confirmou, e Maria de Lourdes cravou: “é escritora”. Conhecida como Lola Prata, ela é, aos 79 anos, a grande vencedora do 1º Prêmio Literário da Pessoa Idosa, do Ministério dos Direitos Humanos, com a crônica Maré Baixa.
O prêmio recebeu ao todo, 346 inscrições, das quais 272 atendiam aos requisitos solicitados. Entre elas, foram selecionadas pelo juri 25 crônicas, cinco por região do país, que foram publicadas em um livro. Os três primeiros lugares receberam respectivamente R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil. O tema deste ano foi Memórias do Lugar onde eu vivo.
Lola inspirou-se na história da tia, Nair Prata, que já com a idade avançada, teve que deixar a própria casa no litoral para viver em São Paulo porque a família estava preocupada e decidiu que ela deveria ter companhia. “Submissa e confiante, abaixo a cabeça e obedeço. Na minha geração, as mulheres sempre obedecem: primeiro ao marido, e agora, na viuvez, aos filhos”, Lola descreve na crônica. O texto fala da dor do abandono do mar e do medo de não ser lembrada após a partida e fala sobre os desejos da tia não terem sido atendidos.
Para ela, ganhar o prêmio é uma grande realização. “Tudo ganha uma extensão maior e uma profundidade maior porque estou com quase 80 anos e ainda estou recebendo prêmios. Isso aumenta a autoestima e vejo que não estou invisível. Porque com a terceira e quarta idades a gente nem é notada”, diz e acrescenta: “É uma vaidade, mas é uma vaidade tão boa”.
Entre paz e alegria A premiação ocorreu na última sexta-feira (21), em Brasília. Estiveram presentes participantes de todo o país. A artista plástica Dolores Castellões, 67 anos, que ficou entre os 25 selecionados para a publicação, teve o voo de Belo Horizonte a Brasília cancelado e teve que vir de ônibus com o marido. “Nosso voo era 11h30. A companhia aérea disponibilizou um ônibus para os passageiros. Falei com o meu marido, vamos encarar? Eu fiz uma cirurgia recentemente, mas mesmo assim queria estar presente. Chegamos no hotel 2h da manhã. Deu tudo certo”.
Dolores é autora da crônica Entre paz e alegria. Ela explica que nasceu em Juiz de Fora (MG) e mora em Pinhal (MG). “Eu tenho pouco tempo de cidade, moro lá há 12 anos, então decidi não falar das memórias da cidade. As memórias estão em mim, sou eu. Eu não falei da construção da memória de um lugar, falei da construção da memória de qualquer pessoa”, diz.
Acompanhada pelo marido, o eletrotécnico aposentado Flávio Castro, 71 anos, ela assegura: “Agora eu estou entre a alegria e a paz. Custei para chegar ai”.
Empoderamento “O prêmio visa o empoderamento das pessoas, visa o protagonismo da pessoa idosa e é um estímulo à produção literária, mantendo sempre a atividade mental cognitiva funcionando. É o nosso objetivo, promover o envelhecimento ativo e saudável da nossa população”, diz o Secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Rogério Luiz Barbosa.
Na abertura do evento, Barbosa ressaltou a importância da se saber ler e escrever e lembrou que o índice de analfabetismo entre a população idosa é quase o triplo do índice geral da população. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7% da população é analfabeta, o que corresponde a 11,5 milhões de pessoas. Entre aqueles com 60 anos ou mais de idade, essa taxa chega a 19,3%.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou na internet os dados detalhados do desempenho das escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2005 a 2015. Segundo o Inep, esta é a primeira vez que são divulgados os microdados do Enem por Escola.
Foram disponibilizadas a média total e as médias separadas de cada uma das provas objetivas do Enem e da prova de redação, além de dados da escola, como o nível socioeconômico, taxa de rendimento, porte do estabelecimento e adequação da formação dos professores.
Os microdados estão no formato “.csv” e precisam dos programas SAS e SPSS para serem lidos. O Inep disponibilizou um dicionário da base de dados e notas técnicas de cada edição do Enem por Escola. O dicionário está disponibilizado em formato “.ods” e as notas em formato “.doc”, para atender à política de dados abertos.
A primeira divulgação do Enem por Escola foi em 2005, oito anos após a criação do exame. De acordo com o Inep, as médias passaram a ser calculadas para auxiliar professores, diretores e demais gestores educacionais na identificação de deficiências e boas práticas.
A última edição do Enem por Escola foi em 2015. Em setembro de 2017, o Inep anunciou o encerramento. A justificativa foi que os dados estavam sendo usados por escolas e pela mídia para indicar qualidade do ensino, algo que não eram capazes de medir.
Na casa da professora Adriane Ratão, de 42 anos, as crianças nunca ficam sentadas no sofá jogando videogame ou assistindo a vídeos no celular. Lá, os trigêmeos de 7 anos são incentivados a lidar com brinquedos mais simples, nunca com os eletrônicos. Como o meio digital cada vez mais ganha espaço e tempo na infância, as famílias têm evitado o contato dos filhos com esses aparelhos e dado preferência para os brinquedos tradicionais.
Uma pesquisa da Euromonitor International, empresa de pesquisa de mercado, mostra que, desde 2016, tem sido crescente a procura por brinquedos educativos e pedagógicos - que estimulam o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional da criança. Segundo o estudo da consultoria, as vendas dos brinquedos classificados como STEM Toys (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), ou seja, brinquedos educativos voltados a Ciências e Matemática, apresentaram crescimento de 7% em 2017.
Para os responsáveis pela pesquisa e especialistas da área, o aumento na procura por esse tipo de brinquedo mostra pais que estão buscando estimular os filhos a passar menos tempo nos celulares ou videogames. Adriane explica que quis manter as crianças longe do meio digital para que possam de fato brincar. "Se não for agora, quando vão ter a oportunidade? Não quero ver meus filhos sentados com um celular na mão, isso eles vão fazer quando forem mais velhos."
Para ela, os pais têm de dar o exemplo. Adriane diz evitar usar o celular na frente das crianças ou deixar a televisão ligada em casa. Ela também diz ser importante que os pais brinquem com os filhos. Entre os brinquedos favoritos de Joaquim, Lívia e Mariana estão carrinhos, bonecas e jogos como o de memória e o de quebra-cabeça. "Mas eles sempre querem que a gente brinque junto e isso é ótimo. Se estivessem mexendo no celular, não iriam querer a companhia dos pais."
O psicanalista Pedro Luiz Santi, professor da ESPM e especialista em comportamento do consumo, também observa a demanda de alguns pais. "Dar brinquedos caros é muitas vezes uma tentativa de reparar a culpa de trabalhar demais, de deixar a criança muito tempo na escola. Temos uma geração de pais que, quando eram filhos, receberam essa reparação. Agora, eles querem fazer diferente."
A farmacêutica Milena Ikauno, de 38 anos, também não deixa a filha Beatriz, de 7, usar celular e computador para o lazer. Para ela, a decisão de evitar os eletrônicos nessa idade exige uma postura de toda a família. "Se eu não a deixo usar o celular, não posso deixar de dar atenção para ela e ficar usando o meu aparelho", diz. E incentivar os brinquedos comuns é às vezes mais trabalhoso e até mesmo custoso: Beatriz adora bonecas e fazer trabalhos, como dobraduras e desenhos. "Ela sempre pede para que eu reponha os materiais que usa."
Levantamento da Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) aponta que, em 2017, 19% dos brinquedos vendidos eram bonecas e 15,5%, carrinhos. Os eletrônicos eram apenas 4% do total comercializado. "Não podemos esquecer que as próprias crianças demandam o presencial, o contato com o físico. Elas precisam por a mão no brinquedo, morder, sentir o cheiro. O digital não traz essa experiência", diz Santi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.