A vitória por 2 a 0 sobre o Cerro Porteño no primeiro jogo das oitavas de final da Copa Libertadores não impressionou Luiz Felipe Scolari. Ao contrário, a vantagem gerou uma certa preocupação no treinador do Palmeiras. Nesta quinta-feira, no estádio Allianz Parque, em São Paulo, as duas equipes se enfrentam novamente. Desta vez, o clube brasileiro pode perder por até um gol de diferença para se classificar.
"Tem que ter calma. Meu torcedor que não se deixe empolgar pela imprensa. A imprensa que é empolgada por 2 a 0, meu time não. Calma, pé no chão, não ganhamos nada ainda. O Cerro jogou com novo treinador no Campeonato Paraguaio e ganhou de 4 a 2. Aconteceram mudanças na equipe", alertou.
A preocupação com um revés se estendeu para as comemorações do clube. Nesta terça-feira, o Palmeiras promove uma festa para celebrar os 104 anos de existência, comemorados neste domingo. Felipão vetou a presença dos jogadores no evento.
"Temos de ter muito cuidado. É o pensamento do meu grupo. Tanto que na terça-feira será a festa no Palmeiras, o pessoal do clube solicitou que alguns jogadores fossem e já avisei que ninguém vai. Temos de nos preocupar com o jogo. Festa é quando terminar o jogo. Precisamos ter cabeça no lugar", concluiu Felipão.
Quinze minutos de bom futebol, uma sucessão de erros, e mais um tropeço de um time que insiste em atrapalhar a si mesmo. O Flamengo que entrou em campo no Independência na tarde de domingo tanto fez, tanto "insistiu", que conseguiu ser castigado com o empate por 2 a 2 que o impediu de assumir a vice-liderança e permitiu que o São Paulo abrisse quatro pontos no topo do Brasileirão.
Não foram poucos os erros individuais e coletivos do Rubro-Negro no Horto. Marcação baixa e falta de criatividade no primeiro tempo; preciosismo nas finalizações, substituições contestáveis e desatenção no segundo. E, apesar de tudo isso, bastaram 15 minutos para que a vitória estivesse nas mãos. Daí, o erro crucial: a falta precipitada que resultou na expulsão de Cuéllar, aos 19 da etapa final:
- Fez uma escolha errada naquele momento. Não precisava. A bola estava indo na diagonal. Poderia ter deixado o adversário passar e pegar o atalho para confrontá-lo mais na frente - resumiu o ídolo Júnior, comentarista da TV Globo.
O cartão vermelho (terceiro do colombiano no Brasileirão) desencadeou uma série de tomadas de decisões que permitiu que o América-MG retomasse as rédeas da partida até contar com a sorte da cobrança de falta de Marquinhos tocar na trave e sobrar para Gerson Magrão escorar para o gol vazio. Sorte e justiça para um time que, apesar das limitações, foi muito mais regular durante os 90 minutos.
O Flamengo voltou a mostrar no Independência a inconstância que virou marca no tão falado mês de agosto. A troca de passes envolvente da partida contra o Vitória deu lugar a um time de marcação baixa, até certo ponto preguiçoso, que dava muitos espaços para o Coelho no campo de ataque.
Estatísticas: América-MG x Flamengo
Posse de bola: 48% x 52%
Finalizações: 12 x 12
Chances reais: 6 x 6
Passes errados: 25 x 23
Passes certos: 330 x 339
Faltas cometidas: 10 x 9
Nos dez primeiros minutos, o goleiro João Ricardo sequer foi testado e passou a maior parte do tempo como na foto abaixo, fora da área, observando sua equipe trocar passes. Quando se aventurou ao ataque, o Flamengo não precisou inventar muito para abrir o placar. As jogadas invariavelmente caíam para o lado esquerdo, e foi dali que surgiu o primeiro gol.
Renê cruzou na cabeça de Everton Ribeiro, que mergulhou para fazer um 1 a 0 até certo ponto injusto. Refém de bolas alçadas na área, o Flamengo não repetia a intensidade da etapa inicial do meio de semana e não só não tinha a bola como permitia que o América-MG trocasse passes com liberdade. Não demorou muito para pagar a conta.
Logo no primeiro minuto, Diego serviu Everton, que tocou para Vitinho, que tabelou com Paquetá até ser desarmado dentro da área. O Flamengo acordava.
Muito recuado, Diego chegou a dar opção a Diego Alves na saída de bola e demonstrava fôlego para ligar defesa e ataque. Disparado o melhor rubro-negro em campo, Everton Ribeiro não se privava das jogadas individuais pela direita e foi premiado com linda assistência para Paquetá, aos 15: 2 a 1.
O espaçado Flamengo do primeiro tempo viu na aproximação a solução para dominar a partida. Se aproximou tanto, que deu campo na defesa. Foi quando Cuéllar não soube enxergar o "atalho" dito por Júnior, segurou Robinho e foi expulso.
Maurício Barbieri começou a fechar o time. Trocou Dourado por Piris da Motta, Vitinho por Arão, e o América se mandou ao ataque. Everton Ribeiro e Paquetá ainda criaram boas chances, mas o camisa 11 pecou pelo preciosismo na hora de finalizar (como já tinha acontecido diante de Sport e Vitória, veja vídeo abaixo). Foi quando entrou em cena o "filosofo" Muricy Ramalho: "A bola pune".
Seja pelo recuo excessivo no primeiro tempo, pela expulsão infantil de Cuéllar, pelas cavadinhas repetitivas de Paquetá ou pelas substituições que não deram certo de Barbieri, o Flamengo não mereceu vencer no Horto. Que sirva de lição.
Se há o clichê de que pontos corridos é campeonato de regularidade, o Flamengo rodada sim, rodada não, deixa claro o motivo que o tirou da liderança. Faltando 17 jogos, é preciso aprender a matar os adversários. E no Independência só 15 minutinhos pareciam ser suficientes. Pareciam.
No sufoco, o São Paulo conseguiu manter a liderança do Campeonato Brasileiro. Com uma vitória sofrida diante do Ceará por 1 a 0, na manhã deste domingo, com gol de Bruno Peres aos 32 minutos do segundo tempo, o time chegou aos 45 pontos e será o ponteiro da tabela, independentemente dos outros resultados da rodada. O São Paulo teve muitas dificuldades diante do time cearense, que mostrou grande atuação defensiva e colocou o líder em risco em alguns lances. Dono da segunda maior média de público do Campeonato Brasileiro com 33 mil torcedores por jogo (o líder é o Flamengo com 52 mil), o São Paulo levou 57 mil pagantes ao Morumbi, número inferior ao recorde de pouco mais de 59 mil do jogo entre Fluminense e Flamengo, em junho, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. SÃO PAULO PRESSIONA NO COMEÇO
O São Paulo começou em ritmo intenso, decidido a abrir o placar nos primeiros minutos. Conseguiu uma sequência de boas chances nos primeiros minutos. O time adiantou a marcação, para tentar recuperar a bola na saída de bola, e fez o jogo se desenvolver no campo do rival. O saldo negativo dessa blitz foi um cartão amarelo em Everton, que usou a mão para finalizar cruzamento de Rojas. Por isso, ele está fora do jogo diante do Fluminense, na próxima rodada.
Embora o Ceará mostrasse marcação efetiva na entrada da área, o São Paulo conseguiu furar o bloqueio pelos lados do campo, principalmente pela direita, com o eficiente Joao Rojas. Com isso, conseguiu nova sequência de boas chances aconteceu aos 13 minutos, com duas grandes defesas do goleiro Éverson em seguida. As melhores chances do primeiro tempo, no entanto, pararam por aí. CEARÁ MELHORA APÓS PRESSÃO
Acostumado à estratégia de roubar pontos dos grandes fora de casa (na última rodada empatou com o Vasco no Rio), o Ceará suportou a pressão e conseguiu respirar na metade do primeiro tempo. Aproveitando a queda do ritmo são-paulino, o time visitante até arriscou alguns ataques e deixou a torcida da casa apreensiva no Morumbi.
O São Paulo cruzou 11 vezes na área no primeiro, mas Diego Souza era o único especialista na finalização. O técnico Diego Aguirre decidiu apostar na variação de jogadas e colocou o meia Shaylon no lugar do volante Luan. O time tinha agora apenas Jucilei como marcador no meio.
FOI DIFÍCIL, MAS SÃO PAULO MARCA
A dificuldade para achar o gol deixou o São Paulo nervoso e apressado. E o time começou a dar espaços. Após grande jogada, Leandro conseguiu a melhor chance do Ceará no jogo. Ele construiu toda a jogada, mas chutou em cima de Sidão salvou aos 18 minutos. Grande defesa.
O time cearense conseguiu montar um sistema defensivo bastante eficiente, bloqueando os cruzamentos e até as triangulações na entrada da área. O time visitante, no entanto, não conseguiu parar Reinaldo. O lateral invadiu a área e tocou para Diego Souza que, lúcido e eficiente, achou Bruno Peres. Com um chute cruzado, ele fez seu gol com a camisa do São Paulo. Foi um gol com jeito de desabafo e alívio para 57 mil torcedores. PRÓXIMOS JOGOS
O São Paulo volta a campo no próximo domingo, às 16 horas, novamente no Morumbi, onde encara o Fluminense. No mesmo dia, às 11 horas, o Ceará visita o Flamengo no estádio Maracanã.
Após vitória suada contra a Chapecoense por 3 a 1 pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro neste domingo, o Vasco confirmou a contratação do técnico Alberto Valentim. O técnico chega para o lugar de Jorginho, que não teve sucesso em sua segunda passagem pelo clube. O anúncio oficial ocorreu em entrevista coletiva após o jogo, mas a finalização ainda depende da assinatura da rescisão de Valentim com seu último clube, o egípicio Pyramids.
"Estou aqui para agradecer muito ao trabalho do Valdir, que sempre que solicitado deu conta do recado. Como tinha prometido hoje (domingo), nós iríamos anunciar o novo técnico. A partir de amanhã (segunda-feira) passa a ser o (Alberto) Valentim, que está viajando para o Brasil e se apresenta amanhã", disse o presidente Alexandre Campello, em entrevista coletiva após o jogo em São Januário.
A CARREIRA
O ex-lateral Alberto Valentim (começou no Guarani de Campinas) chega ao Cruz-maltino após passagem de sucesso pelo futebol carioca em 2018, quando comandou o Botafogo. Após ser auxiliar técnico no Atlético-PR e Palmeiras, Valentim teve sua primeira oportunidade como treinador profissional no Red Bull Brasil, em São Paulo. Depois comandou o Palmeiras em 2017, antes de ir para o Botafogo.
A saída do treinador do clube Alvinegro resultou em ida do técnico para o Pyramids, do Egito, time que atuam atletas brasileiros como os atacantes Keno e Ribamar, além do meia Rodriguinho, ex-Corinthians. O treinador ficou apenas três jogos a frente do time egípcio e foi demitido após atritos com o dono Turki Al-Sheikh, que pediu a para barrar Ribamar, o que não foi atendido pelo treinador.
BIGODE FOI BEM
Após a demissão de Jorginho, o Vasco ficou três rodadas do Brasileirão sem técnico fixo e foi comandado pelo interino Valdir Bigode, que finaliza sua passagem como treinador de forma invicta.
Foram três jogos, com dois empates, por 1 a 1 com o Ceará (em casa) e por 0 a 0 com o Atlético-MG(fora de casa), e uma vitória, por 3 a 1 sobre a Chapecoense (em casa).
Apesar de não ter perdido sob o comando de Valdir Bigode, o Vasco já estava há cinco rodadas sem vencer no Campeonato Brasileiro. O triunfo sobre a Chapecoense leva o clube carioca aos 24 pontos, assumindo a 13ª colocação na tabela.