Em um momento delicado na história do Corisabbá, o conselheiro fiscal Elisvaldo Silva rompe o silêncio para fazer um apelo firme por democracia, legalidade e reconexão com a torcida. Em entrevista recente, ele denunciou as irregularidades da atual gestão e apresentou propostas claras para retomar a legitimidade do clube, com foco em transparência, eleições estatutárias e participação efetiva dos torcedores.

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Segundo Elisvaldo, o clube atravessa uma crise de legitimidade, agravada pela ausência de prestação de contas desde 2019 — um descumprimento direto ao Estatuto, que exige a apresentação anual das finanças.

“É inadmissível que, após tantos anos, o Corisabbá continue sem prestar contas, sem respeitar os Sócios Proprietários e ainda convoque uma eleição nessas condições”, criticou.

Ele também destacou que, como membro do Conselho Fiscal, sempre defendeu medidas corretivas e propôs soluções concretas, como a criação de uma ferramenta para regularização do quadro de sócios, apresentada ainda em 2019, mas ignorada pela diretoria.

“A omissão foi deliberada. A atual gestão teve oportunidade de resolver, mas optou por não fazê-lo”, afirma.

Um novo caminho para o Corisabbá

Elisvaldo Silva acredita que o clube só poderá reencontrar o caminho do crescimento se reestabelecer sua base democrática. Entre suas principais propostas, destacam-se:

• Realização de eleições estatutárias com participação exclusiva dos Sócios Proprietários, seguindo as diretrizes do estatuto do clube;

• Implantação imediata do programa de Sócio Torcedor com direito a voto, aprovado em assembleia de fevereiro de 2024

• Transparência total na gestão, com prestação de contas acessível à torcida;

• Profissionalização do futebol, com foco em resultados e planejamento sustentável.

“O torcedor quer mais do que vitórias em campo. Quer ser ouvido, quer participar das decisões. A solução passa por devolver o clube à sua comunidade”, defendeu.

O impasse das eleições

A polêmica eleição marcada para esta quarta-feira está no centro das críticas. Sem a publicação de uma lista oficial de sócios com direito a voto e com as contas não apresentadas, a votação corre o risco de ser invalidada. Para Elisvaldo, a realização da eleição nestas condições fere diretamente os artigos do Estatuto que vinculam o pleito à regularidade fiscal e à participação dos sócios ativos.

“Não posso me candidatar em um processo que começa violando regras fundamentais. Quando houver condições legítimas, estarei pronto para disputar e contribuir com a reconstrução do Corisabbá”, garantiu.

A força do Sócio Torcedor

Uma das bandeiras mais fortes do projeto de Elisvaldo é a efetivação do Sócio Torcedor com direito a voto. A proposta, aprovada por unanimidade em assembleia extraordinária, nunca saiu do papel. Ele vê nessa iniciativa um caminho estratégico para gerar engajamento, ampliar receitas e democratizar a gestão do clube. “Trata-se de uma ferramenta moderna e essencial para trazer o torcedor de volta ao centro das decisões”, destaca.

Um compromisso com a mudança

Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual a torcida deve confiar em sua liderança, mesmo tendo participado do Conselho Fiscal nos últimos anos, Elisvaldo foi direto: “Porque fui um dos poucos que se posicionaram, que apresentaram soluções e cobraram mudanças. Minha candidatura representa a ruptura com o que aí está. É hora de virar a página.”

Mensagem final à torcida

“Minha missão é devolver o Corisabbá ao seu verdadeiro dono: a torcida. Vamos implementar o Sócio Torcedor com voto, respeitar o Estatuto e construir um clube forte, profissional e democrático. Só assim o Corisabbá voltará a ser motivo de orgulho para Floriano e para o Piauí.”

Ascom