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Não há alarde, mas um fato: dos três gols sofridos pela seleção brasileira em três jogos da primeira fase, dois saíram de bola aérea. Classificado em primeiro lugar, com duas vitórias e um empate, a seleção brasileira enfrenta o Egito, no sábado, às 7h, no estádio de Saitama, pelas quartas de final.

O número de gols sofridos em bola aérea seria irrelevante se não representasse ameaça ao controle de jogos do time de Jardine. Isto porque foram poucas chances criadas contra o Brasil - em bolas no gol de Santos, cinco tentativas da Alemanha, três de Costa do Marfim e apenas uma da Arábia Saudita - justamente a que entrou, na cabeçada de Almiri. Mas há um perigo no ar que já incomodou antes e apareceu no último amistoso antes de Tóquio. O Emirados Árabes marcou de cabeça entre Nino e Diego Carlos na goleada do Brasil por 5 a 2. Contra os alemães e sauditas, o sistema defensivo não encaixou nem a marcação do cruzamento - no caso dos alemães, pois a Arábia marcou em jogada de bola parada (que, por sinal, não existiu em lance de Guilherme Arana) - nem o combate na área.

Jardine comanda time que cria muitas jogadas - é a segunda seleção que mais finalizou (44 vezes, de acordo com levantamento do site oficial das olimpíadas) e quem mais acertou o alvo (24 vezes), que valoriza a posse de bola - até contra Costa do Marfim, com um a menos desde os 13 minutos da primeira etapa - e que busca roubar a bola ainda no campo de ataque. No que tem sucesso muitas vezes, especialmente com Matheus Cunha, Richarlison - o quarto jogador que mais cometeu faltas no torneio masculino de Tóquio - e Antony.

Diante da Arábia Saudita, com Matheus Henrique no lugar de Douglas Luiz, o ajuste veio durante a partida, depois de início incômodo do lateral Saud pelas costas de Guilherme Arana. O lateral-esquerdo do Galo, aliás, é ótima opção de ataque em profundidade e tem chute sempre perigoso, mas requer cuidados defensivos.

As estatísticas apontam seleção brasileira que troca quase 500 passes, em média, por jogo e finaliza bastante - 21 (12 no gol), 8 (4) e 15 (8), respectivamente contra Alemanha, Costa do Marfim e Arábia Saudita. Nesta partida de quarta-feira, poderia ter vida mais tranquila se Antony marcasse em boa jogada de Matheus Cunha na primeira etapa. O camisa 9 também perdeu chance incrível, sem goleiro, no rebote de chegada de Matheus Henrique. Cada um colocou uma bola na trave.

Bruno Guimarães absoluto Antes de começar os Jogos, Jardine lembrou que muitas vezes acontece do time que inicia a primeira fase se modificar com o passar dos jogos. Pela segunda vez na competição, Reinier entrou muito bem no time. Por sinal, já havia acontecido - para recordar - naquele amistoso contra os Emirados Árabes, quando ele marca e empata a partida. Trata-se de jogador com arranque, de infiltração e que busca tabelas o tempo todo na direção do gol.

Sobram opções na frente para Jardine, que só pode levar sete para o banco. Antony colocou bola na trave e saiu no intervalo. Paulinho foi muito bem na estreia, mas ficou fora nessa quarta. Malcom entrou pela terceira vez e mostrou que pode ser mais agressivo em alguns momentos. Ainda há Martinelli para jogar pelos lados. Bruno Guimarães tem sido ponto de equilíbrio do time de Jardine. Muito bem no combate direto, inteligente na distribuição e na variação de jogadas, ora tenta lançamento longo para deslocamentos de Richarlison e Cunha, ora busca pelo meio Claudinho e pela esquerda com Arana. Sai do pé direito - e da cabeça, no toque para Richarlison desempatar - dele os melhores momentos brasileiros em Tóquio.

O meia-atacante do Bragantino, aliás, encontra as dificuldades naturais de uma região do campo sempre espremida de jogo - entre as duas últimas linhas defensivas do adversário. Mas não deveria sair do time. É um jogador de articulação mais próximo da área.

Contra o Egito, o Brasil deve ter novo desafio de procurar espaço em defesas fechadas, mas vai precisar cuidar melhor do sistema defensivo. Campeões africanos sub-23 em 2019, os egípcios venceram os brasileiros por 2 a 1, de virada, em amistoso de novembro do ano passado com um gol de cabeça - cruzamento pela esquerda - e outro em contra-golpe.

GE