elioferreiraPrezado Mestre, soube da notícia à noite, no mesmo dia do seu passamento. Não lhe falei do carinho, do respeito, da veneração que sempre tive pelo senhor. Julgo que não seria necessário confessar-lhe esse sentimento, embora sinta uma vontade incontrolável de declarar-me. A última vez que nos encontramos, foi no Teresina Shopping, aqui em Teresina, há três ou quatro anos, se não me engano. O senhor estava na companhia da estimada professora Rubenita e de outras pessoas conhecidas. Foi grande a emoção. Abracei-lhe fortemente. Beijei-lhe a testa.

Ah! Aquele encontro foi um dos mais emocionantes da minha vida. Uma sensação de filho pródigo tomou conta do meu coração, do meu corpo inteiro. Deveria tê-lo visitado mais vezes. Mas não o fiz. Foram infinitas as vontades que senti de ir à sua casa, ao Colégio Industrial São Francisco de Assis, em Floriano, para um reencontro, um abraço amigo. Há coisas que não se deixam para amanhã. O senhor sabe muito bem disso e sempre nos alertou acerca das obrigações e tarefas escolares. “Tempo é ouro, não percam tempo, meninos. Estudem”.Todos serão profissionais no futuro. O bom profissional não negligencia seus compromissos. O senhor nos encantava com as lições de vida, os relatos de experiência, os inventos de eletrônica, com sua perseverança e sonhos inabaláveis. Tenho um poema para o senhor, recriado das suas aulas de eletricidade e eletrônica. Nunca lhe mostrei. Escrevi-oem Brasília, em 1976:
Eu sou o elétron,
Que se despreendeu da eletrosfera,
E desgarrado,
E triste,
E perdido,
Precipitou-se,
No vácuo que existe,
Para o além das camadas eletromagnéticas.

Agora, Frei Antônio, um amigo me telefona e diz que o senhor partiu. Faltam-me as pernas. Mantenho-me em silêncio. O amigo me consola do outro lado da linha. A vida é assim mesmo... Um dia partimos. Na manhã seguinte, pego a BR, dirijo meu carro sozinho na freiantonio72012direção de Parnaíba, no sentido oposta a Floriano, onde jaz. Minha mulher e a minha filha me dizem que é perigoso dirigir sozinho na estrada. Mas não negligencio os meus compromissos. Dediquei ao senhor minha palestra sobre Literatura Afrodescendente: a narrativa escrita de escravos negros do Brasil, Estados Unidos e Cuba, no IV Fórum Internacional de Pedagogia em Paraíba. Enquanto dirijo, ouço música e penso o tempo todo, meus olhos ficam cheios d’água. Há tempos não me sentia assim. Prezado Mestre, o senhor deixou o seu país para trás, a sua terra natal, num certo lugar da Itália, pais, irmãos, parentes, amigos. Não sei se ainda lembra quando nos conhecemos. Eu era criança.

O senhor foi à oficina de ferreiro do meu pai, Aluízio Ferreira, para que fossem feitas as tesouras, as armações de ferro para a sustentação do teto do seu tão sonhado e querido Colégio Industrial, que estava em construção. Isso por volta dos últimos meses ou dias de 1968. No início do ano seguinte, iniciaram-se as aulas com duas turmas de quinta série, inaugurando-se uma nova história no cenário da educação de Floriano. Eu era menino, o puxador de fole para o ferreiro esquentar o ferro na forja da oficina. Este ferreiro era o meu pai, que falava do sonho de me fazer doutor. Ele também era o meu sábio contador de histórias. Frei Antônio, os seus olhos brilhavam, o senhor falava como quem fosse “um encantador de serpentes”, tal qual, hoje, digo – um griot africano narrando histórias e eventos de sua aldeia. Fui encantado pelas suas palavras ali mesmo na oficina. No ano seguinte, tornava-me aluno-fundador da sua escola.

Deve lembrar que, logo no primeiro ano, nós, alunos, fizemos o campinho de futebol. Fiz parte da banda musical, do coral, do jornal escolar. Aprendemos a fazer o nosso rádio com fone de ouvir. Éramos mais ou menos entre sessenta a setenta alunos e alunas, uma irmandade. Pobres de dinheiro e ricos de coragem, solidários. Depois, o Industrial cresceu, afirmou-se como ensino de qualidade incontestável, sobretudo, com a boa performance dos alunos egressos nos exames de vestibulares e como profissionais dentro das fronteiras ou além-fronteiras do Piauí. Prezado Mestre, foram quarenta e quatro anos, quase meio século de dedicação ao ensino e à vida da cidade de Floriano. São tantos professores, advogados, engenheiros, jornalistas, médicos/as, enfermeiros/as, mestres, doutores/as, poetas, escritores, profissionais, pessoas de bem que receberam essa dádiva, o legado da sua coragem, os seus ensinamentos e sabedoria.Por último, quero dizê-lo que a árvore que o senhor plantou é como o Baobá, perdurará séculos. Da semente daquele Baobá, germinaram muitos outros Baobás amigos.Frei Antônio, muito obrigado por tudo! Descanse em paz.
Teresina, 03 de julho de 2012.
 

Elio Ferreira
(Natural de Floriano/PI, Professor de Literatura na UESPI, Doutor em Letras pela UFPE).


Da redação
IMAGEM: Elio Ferreira - Portal de Floriano
IMAGEM: Frade - piauinoticias.com
 
 
 



A prefeita de São José do Peixe-PI, democrata Iracema Neves, decretou luto no município devido ao falecimento de um dos educadores. O falecimentoiracemaneves472012 ocorreu nessa terça-feira, 3. O professor Abderaman Sousa, deixa esposa e filhos. 


Veja o decreto
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

DECRETO Nº 005/2012                 DE 03 DE JULHO DE 2012.


Decreta luto oficial pelo falecimento do Professor ABDERAMAN SOUSA.


A PREFEITA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO PEIXE - PI, no uso de suas atribuições que lhe confere a Lei Orgânica do Município, em virtude do falecimento do Professor ABDERAMAN SOUSA, ocorrido hoje, 03 de julho. Considerando o importante papel desempenhado em defesa da nossa terra e da nossa gente principalmente na área da educação

DECRETA:

Art. 1º - Fica declarado luto oficial por 03 (três) dias, no âmbito do Município de São José do Peixe - PI, em sinal de pesar, pelo falecimento do Professor ABDERAMAN SOUSA.

Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua Publicação.

Gabinete da Prefeita Municipal de São José do Peixe - PI, aos três dias do mês de julho do ano de 2012.



Iracema Soares Neves Santos
Prefeita Municipal
 
 
 
Da redação


Por  cerca de uma hora um grande número de pessoas entre alunos, professores, líderes religiosos e populares estiveram reunidos na noite dessa terça-feira, 3, numa celebração que lembrou o sétimo dia de morte do Frade Franciscano, italiano frei Antonio Curcio.
 
freiantonio7dia

Frei Antonio faleceu a semana passada num hospital local, bairro Manguinha, onde estava em tratamento de saúde.  A missa teve a participação de frades que prestaram-lhes homenagens, além desses, pessoas ligadas a Igreja Católica e  integrantes de uma freiantoniiounidade de ensino  onde o religioso atuou por longos anos como educador.
 
 
 
Da redação
IMAGEM: piauinoticias.com

fanavipiDesde 2004, Teresina é sede de um dos mais consagrados festivais de violão do Nordeste. Além de reunir grandes nomes do violão nacional e internacional, o VIII Festival Nacional de Violão do Piauí (Fenavipi) possibilita à população o acesso a concertos, que muitas vezes ficam restritos a um público reduzido.


O festival terá início nessa quinta-feira, 05, e prossegue até o domingo, 08, no Teatro da Assembleia e na Oficina da Palavra. O evento é mais uma realização do Governo do Estado, na busca de promover a cultura entre a população piauiense, além de valorizar os talentos da terra.


Nesta edição, o festival tem como convidados profissionais de grande atuação no cenário violonístico, sendo eles: Alessandro Penezzi, Fabiano Borges, Jorge Caballero, Emanuel Nunes, Marcos Tardelli, Nahuel Romero, e Nonato Luiz. Segundo os coordenadores do evento, Josué Costa e Sérgio Matos, a proposta do evento é incentivar a participação dos melhores violonistas do país, melhorar o nível técnico dos músicos piauienses, bem como contribuir para a formação de plateia qualificada.


Marcus Tardelli é uma das atrações que já confirmaram presença no evento. Considerado um dos maiores expoentes da nova geração de músicos brasileiros, Tardelli é considerado um dos grandes nomes do violão mundial. O concertista é dotado de profunda sensibilidade musical, não se enquadrando em nenhuma escola de violão, pois sempre teve como alvo a música e não o instrumento. Por conta disso, criou e desenvolveu técnicas inovadoras em busca da expressão mais profunda e do caminho orquestral no violão, realizando arranjos e interpretações de rara personalidade.


O músico é natural de Petrópolis-RJ, graduou-se pela Escola Nacional de Música da UFRJ, em 1999, ampliou seus horizontes profissionais, como solista, em palcos de todo o Brasil. Em 2006, lançou Unha e Carne, seu primeiro CD solo, onde recria a obra do compositor Guinga. Este álbum foi citado pela crítica entre os cinco discos de violão mais importantes já lançados no Brasil e vencedor do Prêmio TIM 2007, como Artista Revelação da música brasileira.


Além de apresentações artísticas, também fará parte do evento o VIII Concurso Internacional de Interpretação Violonística, onde serão premiados, em dinheiro, os três primeiros colocados. Poderão participar deste concurso violonistas de qualquer idade, de ambos os sexos e de qualquer nacionalidade. As inscrições já estão encerradas. Para mais informações entrar em contato através do número 86 3223 4441.


*1º Colocado: R$ 5.000,00 - Prêmio Turíbio Santos, mais a participação, como convidado, no IX Fenavipi, em 2013

*2º Colocado: R$ 2.500,00 - Prêmio Raphael Rabello

*3º Colocado: R$ 1.500 - Prêmio Baden Powell


Programação

Dia 5 - quinta-feira

20:00h - Cerimônia de abertura do VIII Festival Nacional de Violão do Piauí - coordenadores, artistas convidados e homenageados, no Cine Teatro da Assembleia: entrada franca

20:30h - Recital com a Orquestra de Violões de Teresina, no Cine Teatro da Assembleia: entrada franca

21:15h - Recital com Jorge Caballero, no Cine Teatro da Assembleia: entrada franca


Dia 6 - Sexta-feira

Das 8:00h às 11:00h - Masterclass com Nahuel Homero, na Oficina da Palavra, para inscritos no evento

11:00h - 1ª Semifinal do VIII Concurso Nacional de Interpretação Violonística, na Oficina da Palavra: entrada franca

Das 14:00h às 17:00h - Masterclass com Jorge Caballero, na Oficina da Palavra, para inscritos no evento

17:30h - Recital com Emanuel Nunes, na Oficina da Palavra: entrada franca

20:00h - Recital com Alessandro Penezzi, no Cine Teatro da Assembleia: entrada franca


Dia 7- Sábado

Das 8:00h às 11:00h - Masterclass com Fabiano Borges, na Oficina da Palavra, para inscritos no evento

11:00h - 2ª Semifinal do VIII Concurso Nacional de Interpretação Violonística, na Oficina da Palavra: entrada franca

Das 14:00h às 17:00h - Masterclass com Alessandro Penezzi, na Oficina da Palavra, para inscritos no evento

17:30h - Recital com Nahuel Homero, na Oficina da Palavra: entrada franca


Dia 8 - Domingo

Das 8:00h às 11:00h - Masterclass com Emanuel Nunes, na Oficina da Palavra, para inscritos no evento

11:00h - Final do VIII Concurso Nacional de Interpretação Violonística, na Oficina da Palavra: entrada franca

Das 14:00h às 17:00h - Masterclass com Marcus Tardelli, na Oficina da Palavra, para inscritos no evento

17:30h - Recital com Fabiano Borges, na Oficina da Palavra: entrada franca

20:00h - Recital de Encerramento com Nonato Luiz e Adelson Viana, no Cine Teatro da Assembleia: entrada franca.




Governo do Estado