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Resíduos de plástico com tamanho inferior a 5 mm, chamados de microplásticos, tornam-se cada vez mais uma preocupação para a comunidade científica, principalmente por causa de seu risco potencial à saúde humana.

microplastico

Essas partículas são ingeridas por nós diariamente, seja por meio de alimentos, seja pela água, seja até pelo ar.

Um estudo publicado em junho deste ano na revista científica Physics of Fluids, da Associação Americana de Física, revelou que respiramos cerca de 16,2 bits de microplástico a cada hora, o que equivale a um cartão de crédito durante uma semana inteira.

Embora as pesquisas sobre os efeitos dos microplásticos na saúde ainda estejam em seus estágios iniciais, estudos preliminares advertem que eles podem causar danos oxidativos, danos ao DNA e alterações na atividade genética, que são riscos conhecidos de câncer e problemas reprodutivos.

Os riscos

A ciência já sabe que produtos químicos tóxicos usados na fabricação de plásticos, como o BPA (bisfenol A) e os ftalatos, são desreguladores endócrinos e podem afetar a saúde humana, causando alterações no desenvolvimento e no funcionamento dos órgãos que respondem aos sinais hormonais, além de provocar mudanças na síntese e no metabolismo hormonal.

Esses produtos são classificados como desreguladores endócrinos (EDCs, na sigla em inglês).

Estudos recentes associaram os EDCs a várias doenças e condições, como cânceres hormonais (mama, próstata, testículos), problemas reprodutivos (malformações genitais, infertilidade), distúrbios metabólicos (diabetes, obesidade), asma e condições de neurodesenvolvimento (distúrbios de aprendizagem e transtorno do espectro autista), de acordo com um artigo publicado no International Journal of Enviromental Research and Public Health, em 2020.

As preocupações da comunidade científica envolvem também a saúde daqueles que nem sequer sabem o que estão ingerindo: os bebês. Os bebês têm concentrações mais altas de um tipo específico de microplástico em suas fezes em comparação com os adultos, indicando potencial maior exposição por meio de produtos como mamadeiras, mordedores e brinquedos, revelou um estudo publicado em setembro de 2021, na revista Environmental Science & Technology Letters, da Associação Americana de Química.

Os microplásticos podem atravessar as membranas celulares e entrar na circulação, levando potencialmente a efeitos na saúde, como morte celular, inflamação e distúrbios metabólicos. Resistência a antibióticos

O problema dos microplásticos envolve tudo o que consumimos no dia a dia. Em 2021, cientistas da Escola de Engenharia George R. Brown, da Universidade Rice, nos EUA, fizeram uma descoberta alarmante sobre o poliestireno.

O poliestireno expandido, conhecido popularmente como isopor, é amplamente utilizado em embalagens para proteger e isolar produtos frágeis durante o transporte e armazenamento. Também é usado na fabricação de copos descartáveis, pratos, bandejas e recipientes para alimentos, devido à sua leveza, baixo custo e capacidade de isolamento térmico.

"O recipiente de isopor que contém seu cheeseburger para viagem pode contribuir para a crescente resistência da população aos antibióticos", diz o comunicado divulgado pela universidade.

O estudo, publicado no Journal of Hazardous Materials, explica como o envelhecimento dos microplásticos no meio ambiente cria uma situação favorável para o desenvolvimento de GRAs (genes resistentes a antibióticos).

À medida que os plásticos se degradam, eles liberam substâncias químicas que rompem as membranas microbianas, proporcionando uma oportunidade para a invasão dos GRAs.

Eles constataram durante o estudo que os microplásticos envelhecidos pela radiação ultravioleta do sol têm altas áreas de superfície que aprisionam micróbios e servem como locais de agregação para bactérias, acelerando a transferência de genes de resistência.

Os achados dos pesquisadores da Universidade Rice são corroborados por outro estudo, realizado por cientistas internacionais e publicado na Nature Ecology & Evolution, em março deste ano, que encontrou evidências de que os microplásticos no trato digestivo das aves marinhas alteraram a microbiota do intestino — aumentando a presença de patógenos e micróbios resistentes a antibióticos, enquanto diminuíam as bactérias benéficas encontradas nos intestinos.

“Nossas descobertas refletem as circunstâncias dos animais na natureza. Uma vez que os humanos também absorvem microplásticos do meio ambiente e pelos alimentos, este estudo deve servir de alerta para nós”, afirmam os autores. Muitos dos trabalhos científicos em andamento usam a extrapolação (de animais para humanos) para chegar a conclusões sobre os riscos. Sendo assim, os estudiosos entendem que é necessário levar em conta os efeitos prejudiciais dos microplásticos para a saúde humana.

“O microbioma intestinal engloba todos os micróbios do trato gastrointestinal, que ajudam a controlar a digestão dos alimentos, o sistema imunológico, o sistema nervoso central e outros processos corporais. É um indicador-chave de saúde e bem-estar", salienta Julia Baak, coautora do estudo e doutoranda no Departamento de Ciências dos Recursos Naturais da Universidade McGill, no Canadá. Microplásticos e células de defesa

Num trabalho publicado na Science Advances, em dezembro de 2020, um grupo de pesquisadores fez novas descobertas na maneira como os microplásticos encontrados no ambiente podem ser engolidos por animais ou humanos e se mover do estômago para outras partes do corpo.

Segundo o artigo, as células do sistema imunológico, chamadas macrófagas, engolem mais frequentemente os microplásticos que foram expostos ao ambiente em comparação com os microplásticos "puros".

Os autores também notaram que as partículas de plástico tinham uma camada de moléculas biológicas em sua superfície, o que sugere que a exposição ao ambiente facilita sua captura pelas células.

Essas descobertas revelam que as células que engolem os microplásticos são um importante meio pelo qual eles entram nos tecidos do organismo, podendo causar efeitos prejudiciais à saúde.

Mais pesquisas científicas são necessárias para compreender os reais perigos dos microplásticos para a saúde e como minimizar os riscos.

Cientistas reforçam que a conscientização e ações individuais e coletivas são fundamentais para reduzir o consumo de plástico e encontrar soluções sustentáveis para enfrentar esse desafio global.

R7

Foto: Freepik

A gestão Antonio de Lú, de São Francisco do Piauí, entregou na semana passada, na sexta-feira, 14, um equipamento que é de grande importância na área da saúde. Se trata de um equipamento que vai ajudar a salvar vidas e, conforme o Bebeto, secretário de Saúde, o mesmo está direcionado a ajudar a combater problemas respiratórios.

saude

"Hoje realizamos a entrega de um moderno concentrador de oxigênio para o Hospital de pequeno porte. Ele ajudará bastante no tratamento e vida de pacientes que possuem Doenças Pulmonar Obstrutivas Crônicas", externou o secretário Bebeto, da Saúde.

O gestor Bebeto, da pasta, aparece messe imagens com algumas das profissionais em saúde do município.  Conforme informações, a Saúde é uma das pastas da gestão municipal que tem tido muita atenção do prefeito Antonio de Lú.

De redação - Imagem -Instagram

A nova maternidade Dona Evangelina Rosa, que será inaugurada no dia 28 de julho, contará com mais de 20 especialidades médicas e 293 leitos para garantir a melhor assistência a gestantes e recém-nascidos de alto risco do Piauí. As pacientes que forem reguladas para a unidade terão acesso aos serviços de obstetrícia, pediatria, neonatologia, gastropediatria, neuropediatria, neurologia, neurocirurgia, cardiologia, psiquiatria, endocrinologia, hematologia, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, terapia intensiva, oftalmologia, anestesiologia, citologia, genética, ginecologia, radiologia e ultrassonografia.

Além dos serviços listados acima, quando inaugurada completamente, a unidade também ofertará assistência nas áreas de enfermagem obstétrica e neonatal, psicologia, fisioterapia, nutrição, serviço social, terapia ocupacional, fonoaudiologia, biomedicina, farmácia, engenharia clínica e odontologia.

Dirceu Campelo, superintendente da rede de média e alta complexidade da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), destaca a importância de a nova maternidade ofertar uma vasta gama de especialidades.

“Essa será a maior maternidade pública do país, e será referência para todo o estado no âmbito de uma maternidade de alta complexidade. Queremos que nossa população tenha acesso aos melhores serviços e assistência a saúde que estejam disponíveis, além de garantir um atendimento mais humanizado, que atenda as demandas que cheguem até ela”, fala o superintendente.

A nova maternidade Dona Evangelina Rosa iniciará seu funcionamento no dia 28 de Julho, com a abertura dos serviços do setor ambulatorial, além da área administrativa. As demais áreas de serviços serão transferidas gradativamente para o novo prédio, com pleno funcionamento em outubro.

Sesapi

O diagnóstico do TEA (transtorno do espectro autista) é ainda um grande desafio pelo grau de complexidade envolvido, por exigir profissionais altamente especializados. O TEA é uma condição de neurodesenvolvimento cujos sintomas associados variam consideravelmente. A incidência, segundo o último relatório do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), dos Estados Unidos, é de um caso a cada 36 pessoas, e não há um marcador bioquímico que permita determiná-lo com precisão. Propor uma metodologia quantitativa para diagnóstico foi a sugestão dada por pesquisadores em artigo publicado na revista Scientific Reports. O trabalho se baseou em dados de imagens cerebrais de 500 pessoas, sendo 242 pertencentes ao espectro.

A ideia foi obter o diagnóstico com auxílio de técnicas de aprendizado de máquina a partir dos dados de redes cerebrais. “Iniciamos o desenvolvimento de um método ao coletar essas imagens por exames de ressonância magnética ou eletroencefalograma”, conta Francisco Rodrigues, professor do ICMC-USP (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo), em São Carlos, e um dos autores apoiados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). “Comparando mapas de pessoas que apresentam ou não TEA, verificamos que seria possível fazer o diagnóstico usando essa metodologia.”

Os pesquisadores abasteceram um algoritmo, que é um método de aprendizagem de máquina, com esses “mapas”. A partir dos exemplos aprendidos, o sistema pôde determinar quais alterações cerebrais estavam associadas ao espectro. A acurácia dos testes foi superior a 95%.

Muitos trabalhos recentes propõem métodos para o diagnóstico de TEA com base em aprendizado de máquina. No entanto, concentram-se em apenas uma métrica estatística, sem levar em consideração a organização da rede cerebral, que é o diferencial deste estudo, destacam os autores. O mapa do cérebro, também chamado de rede cortical, mostra como as regiões do órgão estão conectadas. Essas redes começaram a ser estudadas há cerca de 20 anos e têm oferecido uma nova visão sobre neurociências. “Assim como uma rodovia com interrupções altera o tráfego em uma região, o cérebro com alterações leva a mudanças no comportamento”, explica Rodrigues.

Pelas imagens obtidas nos exames de ressonância é possível verificar mudanças em determinadas regiões do córtex, assim como o fato de que as redes cerebrais de pacientes mostram mais segregação, menos distribuição de informações e menos conectividade. Essas regiões estão envolvidas em processos cognitivos, emocionais, de aprendizagem e memória.

“Até há alguns anos, pouco se sabia sobre as alterações que levam ao surgimento de sintomas. Hoje sabe-se, por exemplo, que circuitos cerebrais alterados em pacientes com TEA podem estar relacionados a alguns comportamentos. No entanto, a maioria dos estudos anatômicos mostra que as alterações são pouco visíveis, o que nos indica a dificuldade de diagnosticar os casos mais leves. Portanto, nosso trabalho é um passo importante em direção a novas metodologias que permitam um melhor entendimento dessa neurodivergência”, explica o professor.

A metodologia ainda está em desenvolvimento e levará anos para ser implementada. No entanto, é um passo importante para determinar as diferenças no cérebro e poderá, no futuro, ser usada para auxiliar os especialistas, principalmente nos casos em que há dúvidas com relação ao diagnóstico do paciente.

Aplicações variadas

Rodrigues explica que o trabalho ainda é um pequeno passo para entender como o TEA está relacionado às alterações no cérebro, e que muitos estudos ainda são necessários para que essa metodologia de diagnóstico automático seja colocada em prática. O mapeamento do cérebro é um passo importante não apenas para a identificação de autismo, mas também de outras condições. Trabalhos anteriores mostram que esses mapas podem ser usados para a detecção de esquizofrenia também com grande precisão.

“Há uma década iniciamos o desenvolvimento de novos métodos para a identificação de doenças mentais e verificamos que a esquizofrenia é um transtorno cujo diagnóstico pode ser muito aprimorado com o uso dessa tecnologia, que usa redes do cérebro e inteligência artificial. Aplicamos também essa metodologia recentemente no caso de Alzheimer e verificamos que é possível um diagnóstico automático preciso”, cita Rodrigues, referindo-se a estudo publicado no Journal of Neural Engineering, em 2022.

Ainda há muitos desafios envolvidos, pois as bases de dados são pequenas, e sua coleta não é simples. Mas, como metodologia geral, pode ajudar no entendimento de diversas condições — e um dos objetivos do grupo de pesquisadores é ver a relação entre elas.

“Quão semelhante, em termos de alterações cerebrais, é a esquizofrenia e do Alzheimer? Se conseguirmos relacionar os transtornos, talvez possamos desenvolver novos medicamentos e tratamentos similares para diferentes condições, ou mesmo adaptar tratamentos de uma condição para outra. Ainda estamos longe desse resultado, mas o que está por vir é bastante promissor”, destaca o cientista.

Os pesquisadores esperam que, ao conhecer melhor como as alterações no circuito cerebral influenciam o comportamento, se torne possível tratar os pacientes de forma mais humana e eficiente, direcionando melhor as políticas públicas.

A complexidade do tema pode ser aferida pelo alto nível de interdisciplinaridade da pesquisa. O grupo foi constituído por físicos, estatísticos, médicos e neurocientistas de diferentes centros no Brasil, na França e na Alemanha. Foram considerados dados médicos coletados por neurologistas, algoritmos de inteligência artificial desenvolvidos por físicos e estatísticos, além de interpretação e análise das alterações cerebrais feitas por neurocientistas.

Agência Fapesp