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O Sistema Único de Saúde (SUS) completa, nesta sexta-feira (19), 35 anos de existência e, na avaliação do Ministério da Saúde, se consolida como o maior sistema público, gratuito e universal do mundo.

Em nota, a pasta destacou que o SUS surgiu como resultado de um movimento histórico na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e ganhou forma na Constituição de 1988, que definiu a saúde como direito de todos e dever do Estado.

“Antes do SUS, apenas trabalhadores formais vinculados à Previdência Social tinham atendimento garantido nos hospitais públicos. Na prática, apenas 30 milhões de pessoas eram beneficiadas”, lembrou o ministério.

“Para o restante da população, a alternativa era a caridade, serviços filantrópicos ou o pagamento direto. Hoje, toda a população tem direito aos atendimentos”, completou o ministério.

Dados do governo mostram que, atualmente, 76% da população brasileira, de um total de 213,4 milhões de pessoas, dependem diretamente do SUS. Os números indicam ainda 2,8 bilhões de atendimentos ao ano e 3,5 milhões de profissionais em atuação.

Saúde da família Para o ministério, uma das ações de destaque no SUS é a Estratégia Saúde da Família (eSF). Lançada em 1994 com foco na atenção primária, a estratégia conta com equipes presentes em todas as regiões do país.

As ações incluem promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento em unidades básicas de saúde (UBS) e em áreas remotas e fluviais, além de consultórios na rua e territórios indígenas.

Transplantes A pasta ressaltou ainda que o Brasil detém hoje a maior rede pública de transplantes do mundo. Em 2024, o país bateu recorde histórico no SUS, com 30 mil procedimentos realizados. O sistema fornece ainda medicamentos imunossupressores necessários para transplantados.

Vacinação O SUS conta também com o maior programa público de vacinação da América Latina, o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Atualmente, são disponibilizados 48 imunobiológicos, sendo 31 vacinas, 13 soros e quatro imunoglobulinas.

“As ações contribuíram para marcos como a erradicação da poliomielite, em 1994, até resultados mais recentes, como a recertificação de país livre de sarampo pela OPAS [Organização Panamericana da Saúde]," destacou o ministério.

O Brasil ainda foi pioneiro na oferta de vacina contra a dengue, ofertada atualmente para crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos.

Outros destaques Para a pasta, a trajetória do SUS é marcada também pela criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em 2003; do programa Brasil Sorridente, em 2004; do Farmácia Popular, em 2004, da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em 2004; da Rede Cegonha, atual Rede Alyne, em 2011; e do Programa Mais Médicos, em 2013, dentre outros.

“Desde 2023, o governo federal retomou a agenda voltada ao fortalecimento do complexo econômico-industrial da saúde com medidas para reduzir a dependência do Brasil. A expectativa é que, em até dez anos, 70% das necessidades do SUS em medicamentos, equipamentos e vacinas sejam produzidos no país”, completou o ministério.

Desafios A pasta avalia como um dos desafios históricos o tempo de espera para atendimento na rede pública. A expectativa do governo é que a questão seja sanada por meio do programa Agora Tem Especialistas, que tem como foco seis áreas estratégicas: oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

Outra estratégia apontada pelo ministério é a expansão da telessaúde, que pode reduzir em até 30% o tempo de espera por atendimento especializado no SUS e figura como um dos eixos do programa. Os dados mostram que, em 2024, foram registrados 2,5 milhões de atendimentos em telessaúde.

Ainda de acordo com a pasta, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saúde, o governo pretende entregar novas unidades básicas de saúde (UBS), salas de teleconsulta, unidades odontológicas móveis, policlínicas, maternidades, centros de atenção psicossocial (Caps) e ambulâncias.

“A meta é universalizar o serviço de emergência até o final de 2026 e ele, agora, está presente também em território indígena, com atendimento 24 horas e profissionais bilíngues”, concluiu o ministério.

Agência Brasil

Uma nova diretriz brasileira de manejo da pressão arterial passa a considerar a aferição 12 por 8 não mais como pressão normal, mas como indicador de pré-hipertensão. O documento foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Nefrologia e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão.

De acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, a reclassificação tem como objetivo identificar precocemente indivíduos em risco e incentivar intervenções mais proativas e não medicamentosas no intuito de prevenir a progressão do quadro de hipertensão dos pacientes.

A partir de agora, portanto, para que a aferição passe a ser considerada pressão normal, ela precisa ser inferior a 12 por 8. Valores iguais ou superiores a 14 por 9 permanecem sendo considerados quadros de hipertensão em estágios 1, 2 e 3, a depender da aferição feita pelo profissional de saúde em consultório.

Nas redes sociais, a Sociedade Brasileira de Cardiologia avaliou o documento como fundamental no sentido de orientar a prática clínica de cardiologistas em todo o país. “Atualização essencial para quem busca fazer medicina baseada em evidências e alinhada às recomendações mais recentes”, postou a entidade.

Agência Brasil

Em 2025, o Piauí atingiu a importante marca de mais de 100 mil doadores voluntários de medula óssea cadastrados pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi). Somente no 1º semestre deste ano, o Hemopi incluiu 1.058 novos doadores no registro nacional. O Estado conquista esse número de doadores no mesmo ano em que o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome) completa 30 anos.

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“Estamos muito felizes em anunciar essa conquista tão importante, um número expressivo, que significa esperança para quem está na fila de espera por um transplante. Até o momento, temos 103.174 doadores cadastrados e a missão diária de captar mais voluntários, seja na capital ou no interior”, explica a supervisora de captação de doadores do Hemopi, Susanne Rocha.

Uma dessas voluntárias é a professora Sara Pereira, que após 16 anos cadastrada, realizou a doação em agosto deste ano. “Eu me cadastrei em uma campanha externa promovida pelo Hemopi. Como não tinha peso para doar sangue, me perguntaram se eu tinha interesse em fazer o cadastro como doadora de medula óssea. A partir daí, sempre busquei manter os dados cadastrais atualizados, porque mantive a esperança de um dia ser compatível com algum paciente e ter a chance de doar. E consegui! Salvar alguém de forma direta é algo que não tem como explicar. Sou grata por ter vivido esse processo de doar minha medula óssea para salvar a vida de outra pessoa”, relata.

Já o Marco Antônio doou sua medula no mesmo ano em que se cadastrou no Redome. O cadastro foi realizado em abril de 2024, quando ele veio doar sangue no Hemopi. Em outubro, ele foi informado da compatibilidade e em dezembro efetivou a doação. “Fiz o procedimento em Curitiba, com tudo custeado pelo SUS. Lá eu descobri que seria para uma criança. Conheci vários pacientes que já tinham recebido a medula e estavam curados, tive contato com as famílias, foi muito emocionante. Foi uma doação tranquila. Espero que mais pessoas se cadastrem, porque é uma experiência gratificante que muda a nossa forma de ver a vida”.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, para a maioria dos pacientes, os doadores não aparentados do Redome são a única alternativa, pois entre irmãos, a chance de compatibilidade é de cerca de 25%. A probabilidade é ainda maior quando as duas partes envolvidas são do mesmo país. Aqueles pacientes que não têm um doador no Brasil podem buscar possibilidades em registros internacionais.

Nesses 30 anos, foram realizados 5.100 transplantes em pacientes brasileiros. Atualmente, 65 a 70% dos pacientes que realizam transplante de medula óssea não aparentado utilizam doações brasileiras, o que comprova os bons resultados do Redome, que é o terceiro maior registro de doadores do mundo, com mais de 6 milhões de voluntários cadastrados até o momento. “Por isso, a importância de ter um registro de doadores voluntários com características genéticas diversas e sempre em curva crescente. E quanto mais pessoas cadastradas, maiores são as chances de encontrar um doador compatível com um paciente na fila de espera”, explica a supervisora de captação de doadores do Hemopi, Susanne Rocha.

Em junho de 2021, o Ministério da Saúde alterou as regras para novos cadastros de doadores voluntários de medula óssea. A idade máxima para o cadastro ficou estabelecida em 35 anos, sendo que o doador permanece com o registro ativo até os 60 anos. A resolução também estabeleceu novas metas para os estados quanto ao número máximo de cadastros de novos doadores por ano. No caso do Piauí, o limite é 2.363/ano.

Apesar das mudanças, os critérios para ser um doador voluntário de medula óssea continuam os mesmos: ir ao hemocentro mais próximo (no Piauí, o cadastro pode ser feito nas unidades do Hemopi em Teresina, Parnaíba, Picos ou Floriano), realizar um cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e coletar uma amostra de sangue (5 ml) para exame de tipagem HLA.

É necessário:

Ter entre 18 e 35 anos de idade (o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade); Apresentar documento de identificação oficial com foto; Estar em bom estado geral de saúde; Não ter nenhuma doença impeditiva para o cadastro e a doação de medula óssea. A lista está disponível para consulta no endereço eletrônico: https://redome.inca.gov.br/doencas-impeditivas-do-cadastro-e-da-doacao . Para quem já é doador cadastrado no Redome, é importante manter os dados cadastrais atualizados, o que pode ser feito via aplicativo ou site.

Gov.PI

A vacinação contra a covid-19 também protege contra a covid longa e as doenças cardiovasculares relacionadas ao vírus, de acordo com novo consenso clínico publicado nesta quinta-feira (18), em inglês, na Revista Europeia de Cardiologia Preventiva.

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"A vacinação continua sendo a pedra angular da prevenção, reduzindo significativamente a gravidade da covid-19 aguda e diminuindo o risco de covid longa em mais de 40% em indivíduos vacinados com duas doses, em comparação com os não vacinados", diz o documento elaborado por cinco entidades médicas da área cardíaca europeias.

Além disso, os estudos analisados para a elaboração do consenso mostram que, se uma pessoa que nunca foi vacinada apresentar um quadro de covid longa, a imunização pode ajudar a reduzir os sintomas.

As entidades também recomendam que as doses de reforço sejam tomadas especialmente por pessoas que fazem parte dos grupos de alto risco, pois podem reduzir tanto o risco de covid longa quanto de complicações cardiovasculares relacionadas à infecção.

Complicações cardíacas O novo consenso reúne as principais orientações para prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos efeitos cardíacos das infecções de covid e da covid longa.

Assinam o texto a Associação Europeia de Cardiologia Preventiva, a Associação Europeia de Imagem Cardiovascular, a Associação de Enfermagem Cardiovascular e Profissões Afins, a Associação Europeia de Intervenções Cardiovasculares Percutâneas e a Associação de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia.

O documento destaca que as complicações cardíacas são comuns após a infecção pelo vírus e, na fase aguda, podem incluir:

miocardite; pericardite; infarto agudo do miocárdio; acidente vascular cerebral; trombose; embolia pulmonar. Pessoas que tiveram covid apresentam duas vezes mais risco de desenvolver algum problema cardiovascular, o que sobe para quatro vezes no caso daquelas que foram hospitalizadas. Esse risco aumentado pode perdurar por até três anos após a infecção.

Covid longa A comunidade científica estima que cerca de 100 milhões de pessoas em todo mundo estão atualmente vivendo com covid longa. Dessas, aproximadamente 5 milhões têm covid longa cardíaca, com sintomas como angina, falta de ar, arritmia, insuficiência cardíaca, fadiga e tontura.

As evidências científicas disponíveis até o momento mostram maior incidência de covid longa em pessoas com idade avançada, mulheres e pacientes com comorbidades pré-existentes, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, ansiedade ou depressão, hipertensão, diabetes e doença cardíaca isquêmica. Para os pesquisadores, essas pessoas devem ser monitoradas com ainda mais atenção, "possibilitando intervenções mais antecipadas", caso manifestem sintomas cardíacos.

"Como os sintomas cardiovasculares podem surgir semanas ou até anos após a infecção aguda, as estratégias de prevenção devem começar com a educação precoce do paciente. Isso inclui discussões sobre os possíveis sintomas associados a condições de progressão lenta e grave, como miocardite, insuficiência cardíaca e trombose, para que os pacientes possam reconhecer e relatar esses sintomas prontamente", destaca o documento.

Os pesquisadores também consideram essencial que essas pessoas sejam conscientizadas a agir sobre fatores de risco modificáveis, como hipertensão, níveis elevados de gorduras e açúcar no sangue, tabagismo, sedentarismo e má alimentação. No entanto, reforçam que "a vacinação permanece a única medida preventiva comprovada".

Vacinas são seguras O consenso clínico também esclarece que os casos de complicações de saúde após a vacina são raros, geralmente de curta duração e com percurso clínico favorável. Um dos estudos relacionados mostra, por exemplo, que, entre mais de 2,5 milhões de pessoas vacinadas, apenas 54 tiveram miocardite e quase todos foram casos leves ou moderados.

"Apesar do risco raro de eventos adversos, as vacinas contra a covid-19 reduzem significativamente a gravidade da doença aguda e da covid longa" conclui o documento.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, reforça que o risco de desenvolver miocardite como efeito adverso da vacina é muito menor que o da própria doença causar essa complicação.

"A covid-19 leva a miocardite com uma frequência maior e com uma gravidade também muito mais avançada", diz ele, que relembra quais pessoas ainda precisam se vacinar: "indivíduos acima de 60 anos devem receber duas doses todos os anos com intervalo de 6 meses entre elas, assim como os imuno-comprometidos de qualquer idade. Gestantes devem ser vacinadas em toda gestação. Indivíduos com doenças crônicas devem tomar uma dose anualmente."

Além disso, desde 2024, a vacina contra covid-19 faz parte do calendário básico de vacinação das crianças e a primeira dose deve ser tomada aos 6 meses de idade.

"O esquema completo vai garantir a preparação do sistema imunológico da criança para que ela, ao se expor ao vírus, já tenha construído uma resposta imune que a impeça de desenvolver formas graves da doença. Hoje, as maiores incidências de hospitalização por COVID-19 estão concentradas nos idosos e nas crianças menores de cinco anos", alerta Kfoury.

Agência Brasil

Foto: © Paulo Pinto/ Agência Brasil