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doecronicaNão adianta minimizar a situação. Receber a notícia sobre ser portador ou portadora de uma doença crônica significa, em português claro, que essa é uma condição que veio para ficar. Estima-se que quase metade da população brasileira tenha uma doença crônica. Há quem seja diagnosticado cedo: por exemplo, a asma detectada na infância, que, devidamente controlada, vai permitir que a pessoa leve uma vida normal. No entanto, conforme a idade avança, a coisa muda de figura, e os três problemas mais frequentes para os idosos são hipertensão, artrite e diabetes.

Às vezes, o diagnóstico também demora: são exames de sangue e de imagem e até biopsias, aumentando o estresse. Posso falar de cadeira, porque fui diagnosticada com tireoidite de Hashimoto antes dos 50. Num primeiro momento, é difícil ter a dimensão das alterações que ocorrerão em sua vida. Na verdade, essa é uma zona de fog entre médico e paciente, na qual parece que um se perde do outro. Afinal, além da medicação para controlar a doença, o que mais deverá ser feito? Como lidar com os efeitos colaterais da medicação? Que impacto haverá nos campos pessoal e profissional? Qual será o plano de voo daqui para a frente?


No consultório, pouco se discute sobre a parte mental, embora a relação entre doenças crônicas e depressão seja uma realidade, como já foi demonstrado em estudo da Organização Mundial da Saúde. O relacionamento com amigos e parentes também pode mudar. Você poderá passar a ter restrições de dieta, ser proibido de beber álcool, e, dependendo da enfermidade, enfrentará limitações físicas. Há ainda a possibilidade de o trabalho ser impactado, planos serem adiados ou descartados – mesmo que o caso não seja grave, terá que trabalhar um novo conceito de “normalidade”, e isso envolve um luto, a perda de uma condição anterior na qual essa preocupação não existia. Há uma boa chance de que vá precisar de algum tipo de apoio psicológico, e não apenas de um cardiologista ou endocrinologista.

 

Você terá que se “educar” no sentido de se adaptar aos novos parâmetros de sua vida. O que inclui educar quem está ao seu redor. Não caia na armadilha de guardar para si o peso de administrar de uma doença crônica, nem a deixe restrita ao consultório médico. Ao agir assim, escondendo o que tem, aumenta o risco de descumprir as recomendações médicas e de surgirem complicações. Nos EUA, o Chronic Disease Self-Management Education é um programa cujo objetivo é educar o paciente de forma que ele aprenda a controlar a enfermidade, tanto que o lema do serviço é: “aprenda mais e sinta-se melhor”. O treinamento é de duas horas e meia por semana, durante seis semanas, e inclui sessões sobre como lidar com os sintomas e sentimentos negativos como frustração, cansaço e dor; exercícios apropriados para ter mais resistência; orientação sobre o uso correto dos medicamentos; comunicação eficiente com a família, os amigos e profissionais de saúde; controle do estresse e da depressão. A gente merecia algo assim.

 

G1

Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Senior_citizens#/media/File:Samedic2.jpg

endometrioseA endometriose dificulta, mas não impede a gravidez. Cerca de 50% das mulheres com endometriose poderão ter dificuldade para engravidar, dependendo da gravidade da doença, segundo o ginecologista obstetra Marcos Tcherniakovsky, chefe do setor de vídeo-endoscopia ginecológica e endometriose da Faculdade de Medicina do ABC.
A endometriose, definida como o crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, afeta 10% das mulheres no mundo. “Uma em cada 10 mulheres terão aletoriamente o problema”, afirma o médico.

Nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, também se comemora o Dia da Conscientização da Endometriose.

Gestação não piora quadro da doença

A causa da endometriose ainda é desconhecida. Endométrio é o tecido que reveste o útero, onde o embrião é implantado. Quando não ocorre a fecundação, parte desse tecido é eliminado por meio da menstruação. Por alguma razão, em algumas mulheres, essas células do endométrio migram no sentido oposto, caindo nos ovários ou na cavidade abdominal, aderindo a órgãos como intestino e bexiga.

“Acredita-se que a doença esteja relacionada à predisposição genética e ao sistema imune”, afirma.

Segundo Tcherniakovsky, acreditava-se que a gravidez contribuiria para a melhora da doença. No entanto, ele explica que, hoje, se sabe que a gestação apenas não piora o quadro. “A tendência é não piorar o quadro durante a gestação, pois, além de a mulher ficar esse período sem menstruar, o estrógeno, que estimula o endométrio, tem menos atuação, prevalecendo a progesterona, o hormônio da gravidez”, afirma.

A endometriose tem relação com os hormônios femininos, surgindo durante a fase reprodutiva e regredindo na menopausa.

A mulher com endometriose não terá uma gestação de risco, de acordo com o ginecologista. “Não tem nada a ver. Ela não vai ter mais enjoos nem nenhuma alteração relacionada à endometriose”, diz. “Após a gravidez, quando a menstruação retornar, ela deverá voltar a fazer o acompanhamento e tratamento do problema”, orienta.

Endometriose pode não ter sintomas

O tratamento é feito à base de hormônios, segundo o médico, geralmente com uso de anticoncepcional com o objetivo de suspender a menstruação.

“O grande problema é que, muitas vezes, a endometriose não produz sintomas e muitas mulheres não sabem que têm, então não fazem o tratamento”, explica.

Os sintomas, quando ocorrem, podem ser cólica menstrual intensa e até incapacitante, dor durante a relação sexual, doar ao evacuar e inchaço abdominal. A necessidade de cirurgia é avaliada pelo médico. "Depende do grau da inflamação e se está progredindo", diz.

A infertilidade relacionada à endometriose se dá quando a doença afeta a tuba uterina, causando lesões ou sua obstrução, impedindo que os óvulos cheguem ao útero. Os exames utilizados para diagnóstico são a ressonância magnética com preparo intestinal ou o ultrassom endovaginal com preparo intestinal. A fertilidade pode ser restabelecida com o tratamento apropriado.

 

R7

Foto: Pixabay

cancpeleUm diagnóstico inicial feito à distância que pode agilizar o tratamento do câncer de pele, que é responsável por quase 1/3 de todos os tumores malignos no país. Essa é a teledermatologia. Na tela do computador, fotos de todos os cantos do Brasil. Elas chegam por e-mail e aplicativos de celular.

“Começamos a perceber que muitos pacientes que chegavam no hospital tinham lesões de câncer de pele em estágios avançados. Lesões grandes que poderiam ser facilmente diagnosticadas com a ajuda da teledermatologia”, explica o médico Carlos Eduardo Goulart Silveira.

As imagens são enviadas por profissionais de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) de 650 cidades, que receberam treinamento no Hospital de Amor de Barretos, no interior de São Paulo. O profissional (enfermeira, médico) bate a foto da lesão e encaminha para o hospital. Os médicos analisam a lesão e, se for suspeita, encaminham uma data para o paciente ir até Barretos.

Desde que o projeto foi criado, o departamento recebeu mais de 20 mil imagens e 6.400 pacientes foram diagnosticados com câncer de pele. Os médicos perceberam que a avaliação pelas fotos aumentou as chances de encontrar a doença ainda no estágio inicial, quando o tratamento é mais simples e a chance de cura é maior.

“O principal objetivo é dar acesso ao paciente a um tratamento adequado, especializado. Diminuir custo de tratamento, tanto para o hospital quanto para o paciente. Evitar viagens desnecessárias e principalmente fazer um diagnóstico precoce e aumentar a sobrevida do paciente”, completa o médico.

Diagnóstico inicial de câncer de pele tem 100% de chance de cura.
O aposentado Jaime José Fernandes passou pela teledermatologia. A foto suspeita de um tumor no nariz chegou ao hospital de Barretos em outubro do ano passado. Na primeira consulta, foi diagnosticado o câncer. Há poucas semanas, ele passou pela cirurgia.

Câncer de pele
O câncer de pele é silencioso, não tem dor, não tem sintoma e pode ser descoberto num olhar. Por isso, ser o detetive do próprio corpo é muito importante e pode prevenir a doença. O autoexame deve ser feito a cada seis meses. Procure por pintas, casquinhas, feridas que não cicatrizam e lesões que sangram espontaneamente.

Mas vale lembrar que nem toda pinta é câncer. As sardas, por exemplo, nunca se transformarão em câncer. Mas é preciso ficar atento em pintas que não existiam até os 25 anos, pintas escuras, irregulares, que crescem e coçam.

 

G1

 

 

Ficar na cama até mais tarde no fim de semana para recuperar o sono perdido não traz benefícios extras, sugere estudo publicado na revista 'Current Biology'.

Os pesquisadores realizaram o estudo com 36 participantes, com idades entre 18 e 39 anos, que por duas semanas foram mantidos em um laboratório onde tiveram a ingestão de alimentos, a exposição à luz e o sono monitorados.

A ideia era analisar como a privação de sono e um repouso maior no fim de semana afetam a saúde e o metabolismo.

"No final, não vimos nenhum benefício em qualquer resultado metabólico nas pessoas que conseguiram dormir mais no fim de semana", disse o autor principal do estudo e professor assistente de pesquisa de fisiologia integrativa da Universidade do Colorado, em Boulder, Chris Depner.

Estudo do sono
Para a realização do experimento, os participantes foram divididos em grupos, sendo um deles com o sono limitado a 5 horas por noite, durante nove dias, incluindo os fins de semana.

No segundo grupo - chamado de "grupo de recuperação de fim de semana" - foram autorizadas até cinco horas de sono durante cinco dias, seguidos de um fim de semana em que pudessem dormir o quanto quisessem antes de retornar a dois dias de sono restrito.

Segundo os pesquisadores, os dois grupos aumentaram o consumo de lanches à noite, ganharam peso e mostraram sinais de deterioração da saúde metabólica, em comparação com o início do estudo.

Riscos de dormir pouco
A pesquisa mostrou que dormir muito pouco pode aumentar o risco de uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade e diabetes tipo 2, em parte impulsionada pela vontade de comer à noite e por diminuir a sensibilidade à insulina, ou a capacidade de o corpo de regular o açúcar no sangue.

Embora a amostra utilizada para chegar aos resultados pareça pequena, os especialistas disseram que o número de participantes é considerado grande para um estudo do tipo.
Os dois grupos com restrições ao sono ganharam pouco peso ao longo do estudo - foi pouco mais de 1kg - e se tornaram menos sensíveis à insulina.

Os pesquisadores também identificaram que no grupo em que era possível recuperar o sono perdido houve melhorias leves no final de semana, com lanches noturnos reduzidos, mas que esses benefícios desapareciam quando a semana de trabalho com sono restrito era retomada.

Em algumas medidas de saúde, o grupo de recuperação no final de semana teve resultados piores.

A sensibilidade à insulina diminuiu em até 13% no grupo com sono restrito, enquanto no grupo de recuperação no final de semana piorou entre 9% e 27%.

Um problema identificado foi que as pessoas que tiveram a oportunidade de recuperar o sono tiveram dificuldades para fazê-lo.

No final, o grupo de recuperação conseguiu apenas 66 minutos a mais de sono, em média, no final de semana.

Ideal é criar rotina
Especialistas não envolvidos na pesquisa disseram que embora os efeitos sobre a saúde mostrados no estudo sejam pequenos, seria possível que ao longo de meses e anos tal impacto pudesse aumentar.

Eles disseram que os resultados do estudo reforçaram recomendações existentes de que é importante dormir o suficiente durante a semana - para adultos, por exemplo, especialistas afirmam que isso seria entre 7 e 9 horas por dia - e, idealmente, manter um horário regular para deitar e levantar todos os dias.

Mas se você não consegue manter essa rotina, isso não significa que ficar mais tempo na cama quando for possível é necessariamente ruim.

O estudo focou em como a restrição do sono e um repouso maior no fim de semana afetam a saúde metabólica, em vez de, por exemplo, a saúde mental ou a capacidade cognitiva.

Malcolm von Schantz, professor de cronobiologia da Universidade de Surrey, acrescentou: "Ao mesmo tempo em que eu acho que devemos pedir a todos para tentarem ter horários regulares, eu não acho que devemos dizer às pessoas que não têm esse luxo que elas não devem dormir mais durante o fim de semana".

 

BBC