O clínico-geral Américo Cuvello, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que, conforme o ano vai terminando, as pessoas começam a se queixar de um cansaço desproporcional à atividade física realizada, além de irritabilidade com problemas simples, indisposição e descontentamento generalizado. Segundo ele, todos esses sintomas fazem parte da síndrome da fadiga de fim de ano.
O médico explica que a síndrome da fadiga de fim de ano consiste na perda do equilíbrio entre o que é possível executar e o excesso de atividades. “Ou seja, tudo em excesso passa a ser prejudicial. E tentar não seguir esta lei milenar acarreta em ônus à saúde”, afirma.
Segundo Cuvello, esse conjunto de sintomas resulta do excesso de trabalho associado ao hábito de deixar tudo para última hora. “O exame médico, a revisão do carro, a renegociação da dívida, tudo tem que ser resolvido antes do final do ano. Além desta sobrecarga, há inúmeras confraternizações e compra de presentes o que torna dezembro o mês mais estressante do ano”, afirma.
As férias parecem ser a solução para combater essa fadiga, porém, o clínico-geral ressalta que programar as férias também pode ser desgastante para algumas pessoas, assim como realizar excesso de atividades durante esse período. “Resulta em sensação de cansaço mesmo estando em férias”. Segundo ele, a fadiga pode ser preocupante se, mesmo com o repouso, ela não é solucionada. Neste caso, pode estar associada a doenças.
O clínico-geral afirma que a fadiga é a consequência física de que o equilíbrio do corpo foi rompido. Para reduzir o impacto dessa alteração, nada melhor que uma boa noite de sono. “Uma boa noite de sono de oito horas é capaz de restabelecer as energias”, afirma.
Fadiga logo no início do dia após uma noite de sono pode ser indício de hipotireoidismo, que é a redução da função da glândula tireoide. Outras patologias que podem causar fadiga são depressão e apneia do sono. Já a anemia provoca cansaço, segundo o médico.
Deve-se evitar a automedicação, mesmo a ingestão de vitaminas, pois isso pode ser prejudicial à saúde, segundo Cuvello. Ele explica que o excesso de vitamina C, por exemplo, pode levar ao acúmulo de uma substância no organismo chamada oxalato, que é eliminada pelos rins, aumentando a possibilidade de pedra nos rins.
Existem substâncias que são estimulantes do cérebro e reduzem a sensação de fadiga como o extrato de guaraná, chá de alho e aspartato de arginina. No entanto, seu uso pode mascarar sintomas e resultar em outras complicações clínicas, de acordo com o médico. Pessoas com problemas no coração podem desenvolver arritmias após o uso desses estimulantes.
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