Duas doses da vacina anticovid da Pfizer/BioNTech ou da Oxford/AstraZeneca são eficazes contra a variante Delta do coronavírus Sars-CoV-2, que é mais transmissível do que as demais, informou na quarta-feira (21) um estudo publicado pelo New England Journal of Medicine.
A análise teve a base em dados recolhidos pelo instituto de Saúde do Reino Unido no mundo real, que incluíam 20 mil casos da variante Delta. No caso da Cominarty, da Pfizer, as duas doses foram capazes de prevenir a covid-19 sintomática em 88% dos casos, um pouco menos do que o resultado contra a primeira cepa, a Alfa, que era de 93,7%. Já a Vaxzevria, da AZ, teve uma eficácia de 67% contra os 74,5% contra a Alfa. Em ambos os casos, porém, a eficácia após apenas a primeira dose despencou e ficou na casa dos 30%.
"Foram notadas algumas diferenças modestas na eficácia das vacinas contra a variante Delta em relação à Alfa após as duas doses. As diferenças são muito marcantes depois de receber apenas a primeira dose. Esses dados dão apoio para os esforços de maximizar a difusão da vacinação completa entre as população vulneráveis", dizem os autores do estudo.
Um estudo recente em Israel, que também tem a população com a imunização avançada, havia apontado uma queda de 30% na eficácia da Cominarty perante à variante Delta. Mas, os dados não foram revisados.
No entanto, as duas vacinas foram criadas para evitar casos graves e mortes pela covid-19 e, até o momento, a eficácia nesses casos continua altíssima. A variante Delta se espalhou pelo Reino Unido de maneira intensa, tornando-se predominante e provocando uma forte onda de novos casos.
Mesmo com 88% da população tendo recebido uma das doses disponíveis e 69,1% com o ciclo vacinal completo, a flexibilização extrema das regras sanitárias e a mutação Delta fazem com que os britânicos tenham uma média de 47,6 mil casos diários - em um nível semelhante ao início do ano.
Nessa terça-feira, 20, chegaram ao Piauí lotes dos imunizantes AstraZeneca e Coronavac, para ampliar a vacinação contra a covid-19. É a maior remessa que já chegou ao Piauí.
Também está prevista a chegada de vacinas da Pfizer, na tarde desta quarta-feira (21).
Foram enviadas pelo Ministério da Saúde, para que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) faça o repasse aos municípios, 88.250 doses das vacinas FioCruz/AstraZenca, 29.200 Butantan/CoronaVac.
“Com chegada das 17.550 doses do imunizante da Pfizer, previstas para esta tarde, fechará o maior lote de vacinas contra a Covid-19 já recebido pelo Piauí, totalizando 135 mil doses”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto.
As vacinas serão distribuídas aos municípios, pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), de acordo com a resolução da Comissão Intergestora Bipartite (CIB), onde ficou estabelecido que todos os imunizantes, que chegarem ao estado serão divididos da seguinte maneira: 50% para a população em geral de 18 a 59 anos, não contempladas nos demais grupos, 30% para grupos estabelecidos Plano Nacional de Imunização e também para 20% dos serviços essenciais escolhidos pelos conselhos municipais de saúde.
“Já estamos preparando nossas equipes para que assim que todas as vacinas estejam em nosso estado sejam enviadas o mais rápido possível aos municípios. Pedimos aos gestores municipais, que assim que as receberem, organizem os seus calendários e apliquem os imunizantes”, reforça o gestor.
A variante Delta (indiana) é a mais preponderante na Europa, enquanto a Alfa (britânica) é a segunda com maior prevalência, tendo já sido dominante entre fevereiro e maio deste ano.
São duas mutações do mesmo vírus que apresentam cara
Sintomas da variante Delta
Tim Spector, professor de epidemiologia genética do King’s College London, revelou que a variante delta causa sintomas diferentes dos das versões anteriores do vírus.
Especificamente, o grupo de sinais está mais associado a uma gripe comum. Com isso, causa mais expetoração e dor de garganta, mas menos tosse e perda de olfato, segundo o especialista.
“As pessoas podem pensar que estão apenas tendo uma gripe sazonal e continuar frequentando festas, onde podem infetar pessoas”, avisa Spector.
Com base nos dados recolhidos pela sua equipe, o responsável divulgou uma lista das manifestações mais comuns causadas pela variante Delta:
1. Dor de cabeça
2. Dor de garganta
3. Secreções nasais
4. Febre
5. Tosse
Ángela Domínguez, coordenadora do Grupo de Trabalho de Vacinação da Sociedade Espanhola de Epidemiologia, explica ao jornal Redacción Médica que as demais variantes (Alfa, Beta e Gama) não têm grandes diferenças nos seus quadros clínicos.
Sintomas das infeções por variantes Alfa, Beta e Gama
Os efeitos sobre o organismo são clássicos: febre alta, tosse e cansaço ou mal-estar geral.
Os sintomas mais comuns reportados pelos pacientes são os seguintes:
– Dor de garganta
– diarreia
– Conjuntivite
– Dor de cabeça
– Perda de olfato ou paladar
– Erupções cutâneas
Um estudo feito no Brasil no ano passado listou os sintomas mais comuns entre os brasileiros. O levantamento feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) envolveu 31.869 pessoas em todos os Estados. Entre os mais citados aparecem dor de cabeça, alterações de olfato e paladar, febre, tosse e dor no corpo. No entanto, o estudo não foi refeito este ano, de forma a considerar a prevalência da Gama, de Manaus.
cterísticas diferentes, bem como um quadro de sintomas distinto, que pode ajudar a perceber com qual das duas está infetado.
Secretário de Saúde, Florentino Neto, informou na manhã desta terça-feira, 20, que adolescentes acima de 12 anos que tenham comorbidades específicas vão se vacinar contra Covid-19 no Piauí. O mesmo também disse que os adolescentes vão tomar a vacina da Pfizer, a única que pode ser aplicada em menores de 18 anos no Brasil, por autorização da Anvisa.
A vacinação dos adolescentes de 12 a 18 anos entrará na cota de 30% das vacinas destinadas no Piauí às pessoas com comorbidades e que estão relacionadas no Plano Nacional de Imunização (PNI) como prioritárias para a imunização contra a Covid-19. É necessário apresentação do laudo médico no ato da vacinação.
A Sesapi deve divulgar nas próximas horas uma orientação aos municípios regulamentando a vacinação deste público no Piauí, bem como anunciando quais comorbidades vão ser contempladas com a imunização entre os adolescentes.
O secretário de Saúde considera que a vacinação dos adolescentes com 12 anos ou mais com comorbidades e deficiências permanentes é um passo à frente na imunização de toda população.
“Esse tema tem sido tratado pelo Governo do Estado há muito tempo. O governador Wellington Dias levantou a pauta da vacinação dos adolescentes no Fórum Nacional de Governadores. A vacinação dos adolescentes sempre foi uma grande preocupação para nós. As comorbidades e deficiências permanentes deixam as crianças mais expostas ao risco de contrair a doença e a vacina é a nossa esperança de protegê-las contra a Covid-19. Continuamos no enfretamento a doença com todo o rigor ”, disse o secretário.
Ainda na avaliação do secretário, a imunização dos adolescentes com comorbidades vai dar maior segurança às famílias para o retorno às aulas.
"Estamos voltando às aulas com professores vacinados e esse grupo com deficiência e comorbidade ficaria de fora. São crianças que necessitam da escola como meio educacional, convivência social e estimulação", afirmou Florentino Neto.
De acordo com o vacinômetro, plataforma do governo estadual que mostra o avanço da vacinação no estado, o Piauí já aplicou 1.195.712 (D1), sendo 413.844 (D2) e 37.362 (D2). Para acompanhar a evolução da vacinação basta acessar www.saude.pi.gov.br/vacinometro.
Veja as comorbidades
DIABETES MELLITUS – Qualquer indivíduo com diabetes
PNEUMOPATIAS CRÔNICAS GRAVES – Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticóides sistêmicos, internação prévia por crise asmática).
HIPERTENSÃO ARTERIAL RESISTENTE (HAR) – Quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de anti-hipertensivos, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou PA controlada.
HIPERTENSÃO ARTERIAL ESTÁGIOS 1 E 2 COM LESÃO EM ÓRGÃO-ALVO E/OU COMORBIDADE PA – sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade
HIPERTENSÃO ARTERIAL ESTÁGIO 3 – PA sistólica 180mmHg e/ou diastólica 110mmHg ? independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC) – IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C, ou D, independente de classe funcional de NEW York Heart Association
COR-PULMONALE E HIPERTENSÃO PULMONAR – Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária.
CARDIOPATIA HIPERTENSIVA – Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo).
VALVOPATIAS – Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras).
MIOCARDIOPATIAS E PERICARDIOPATIAS – Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática.
DOENÇAS DA AORTA, DOS GRANDES VASOS E FÍSTULAS ARTERIOVENOSAS – Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.
ARRITMIAS CARDÍACAS – Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras).
CARDIOPATIAS CONGÊNITA NO ADULTO – Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico.
PRÓTESES VALVARES E DISPOSITIVOS CARDÍACOS IMPLANTADOS – Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência).
DOENÇA CEREBROVASCULAR – Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular)doenças neurológicas crônicas que impactem na função respiratória, indivíduos com paralisia cerebral, esclerose múltipla, e condições similares; doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular; deficiência neurológica grave.
DOENÇA RENAL CRÔNICA – Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica.
IMUNOSSUPRIMIDOS – Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente >0mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticóide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imonossupressores ou com imonodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas.
HEMOGLOBINOPATIAS GRAVES – Doença falciforme e talassemia maior
OBESIDADE MÓRBIDA – Índice de massa corpórea (IMC) ? 40
SÍNDROME DE DOWN – Trissomia do cromossomo 21
CIRROSE HEPÁTICA – Cirrose hepática Child-Pugh A, B ou C