A Secretaria de Estado da Saúde alerta para possível aumento de casos de arboviroses em todo o Piauí. Segundo dados da 6º semana epidemiológica divulgados pela Sala Estadual de Controle de Arboviroses, houve uma redução de 83,1% no número de notificações de Chikungunya em relação ao mesmo período do ano passado, porém ao comparar com boletins anteriores desse ano, a redução vem diminuindo o que é motivo de alerta à população.
Como explica o supervisor de arboviroses, Antônio Manoel, “no período de chuvas, no primeiro semestre, sempre há aumento de casos de arboviroses, isso acontece pela maior proliferação do Aedes aegypti por conta da água parada”.
O número de casos notificados de dengue reduziu 66,5%, também menos que outras semanas epidemiológicas desse ano. Nessa semana houve o primeiro caso de zika vírus notificado do ano, identificado em Teresina.
A salmonelose, infecção pela bactéria da salmonella, pode ocorrer pela ingestão de alimentos contaminados, pelo contato com água contaminada e pelo contato com fezes.
Segundo o infectologista Paulo Olzon, chefe da disciplina de clínica médica da Unifesp (Universidade Feseral de São Paulo), a contaminação dos alimentos pode ser dada pela falta de higiene, seja do local de cultivo de alimentos e de frangos, ovos que tenham sido botados por galinhas contaminadas ou do manuseio e armazenamento.
Entre os sintomas que a infecção pode causar estão os vômitos, diarreia e febre. Em casos mais graves, a infecção pode provocar uma infecção generalizafa e até causar a morte, mas, segundo o infectologista, essas ocasiões são raras.
Há ainda a possibilidade de infecção pela bactéria da salmonella typhi, que causa a febre tifóide. Nesses casos, além dos sintomas comuns da salmonella, por ser uma contaminação mais grave, pode provocar a perfuração intestinal.
Olzon explica que os vômitos provocados pela contaminação são uma maneira do próprio corpo de tentar se defender e expulsar a bactéria e suas toxinas. Para tratar a infecção, são usados antibióticos durante uma semana.
Na contaminação por salmonella typhi, o tratamento ocorre durante duas semanas. Em casos mais graves, quando a diarreia é intensa, pode ser necessária a internação do paciente para que seja feita a hidratação endovenosa.
O infectologista afirma que a contaminação pode ser evitada pelo consumo de alimentos de boa procedência, boa higienização e cuidados no manuseio. "Se a pessoa manuseia um frango contaminado, mesmo que cozinhe bem o frango para matar a bactéria, se cvolocar a mão na boca, pode levar a bactéria para a boca e causar infecção", afirma.
O especialista recomenda também que, além de cozinhar bem o frango, que seja utilizada uma luva ao manuseá-lo.
Embora ainda haja a possibilidade de contaminação, vista a retirada de 465 toneladas de frango pelo risco de salmonella, Olzon afirma que hoje em dia não é mais tão comum, visto que hoje há um maior cuidado com higienização e armazenamento.
Com pelo menos 36 casos de febre amarela confirmados em humanos no período entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano, o Brasil poderia estar vivendo uma terceira onda de surto da doença. O alerta foi divulgado esta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O país registra ainda, segundo a entidade, oito mortes confirmadas por febre amarela no mesmo período.
Os casos se concentram em 11 municípios de dois estados. Em São Paulo, foram confirmadas infecções em Eldorado (16 casos), Jacupiranga (1), Iporanga (7), Cananeia (3), Cajati (2), Pariquera-Açu (1), Sete Barras (1), Vargem (1) e Serra Negra (1). No Paraná, dois casos foram confirmados em Antonina e Adrianópolis. O local de infecção de um último caso confirmado ainda está sob investigação. Ainda de acordo com a OMS, entre os casos confirmados em humanos, 89% deles foram identificados em homens com média de idade de 43 anos e pelo menos 64% dos infectados são trabalhadores rurais.
“Embora seja muito cedo para determinar se este ano apresentará os altos números de casos em humanos observados ao longo dos dois últimos grandes picos sazonais [o primeiro entre 2016 e 2017 e o segundo entre 2017 e 2018], há indicações de que a transmissão do vírus continua a se espalhar em direção ao sul e em áreas com baixa imunidade populacional”, destacou a entidade, por meio de comunicado.
Números
Dados da OMS apontam que, na primeira onda de febre amarela, entre 2016 e 2017, foram confirmados 778 casos em humanos e 262 mortes. Já na segunda onda, entre 2017 e 2018, foram contabilizados 1.376 casos em humanos e 483 mortes. O período classificado como sazonal para o aparecimento ou aumento de casos da doença no Brasil geralmente ocorre entre dezembro e maio. Vacina
A orientação da entidade, enviada a todos os estados-membros no último dia 25, é que os esforços para vacinação em áreas consideradas de risco sejam mantidos e que viajantes sejam orientados e imunizados pelo menos dez dias antes de visitar o local onde a dose é recomendada. “A OMS recomenda a vacinação de viajantes internacionais com idade acima de 9 meses e que estiverem se dirigindo ao Brasil”, destacou a nota.
A dose é indicada para todas as pessoas que visitam os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Tocantins, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.
A empresa brasileira de alimentos BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou hoje (13) o recolhimento de aproximadamente 164,7 toneladas de carne de frango in natura destinadas ao mercado doméstico, e de outras 299,6 toneladas do produto que seriam vendidas para outros países. Em comunicado ao mercado, a companhia informa que a carne pode estar contaminada pela bactéria Salmonella enteritidis.
Já estão sendo recolhidos do mercado nacional coxas e sobrecoxas sem osso, meio peito sem osso e sem pele (em embalagens de 15kgs), filezinhos de frango (embalagem de 1kg), filé de peito (embalagem de 2kg) e coração (embalagem de 1kg).
Os lotes possivelmente contaminados foram produzidos nos dias 30 de outubro de 2018 e entre 5 e 12 de novembro de 2018, na unidade de Dourados (MS), e receberam o carimbo de inspeção do Serviço de Inspeção Federal (S.I.F. 18 ), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o que pode ser verificado na embalagem dos produtos.
Por precaução, a BRF optou por recolher todos os lotes. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram informadas do ocorrido e da decisão da empresa. De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, “foi correto o procedimento adotado pela empresa na identificação do problema, no recolhimento voluntário do produto e na comunicação ao ministério e à Anvisa”.
O Ministério da Agricultura informou, em nota, que o Serviço de Inspeção Federal (SIF) está acompanhando o recolhimento, assim como a destinação correta do produto em estoque e o que retornará à indústria.
A empresa já iniciou o inventário e recolhimento dos produtos que se encontram em rota ou junto aos clientes no mercado interno e externo. Além disso, destacou um grupo de especialistas para investigar as origens do problema a fim de adotar medidas para que a contaminação não volte a ocorrer.
A produção da fábrica de Dourados está mantida, mas, de acordo com a BRF, “sob um processo rigoroso de manutenção e liberação dos produtos”. O objetivo é assegurar que a ocorrência foi pontual e não se repetirá.
A BRF garante que a Salmonella enteritidis não resiste ao tratamento com calor, sendo eliminadas quando os alimentos são cozidos, fritos ou assados – o que, lembra a empresa, é a regra no consumo de produtos de frango in natura. Caso os alimentos não sejam devidamente preparados, a bactéria pode causar infecção gastrointestinal. Os sintomas mais comuns são: dores abdominais, diarreia, febre e vômito.