A própolis pode ser a esperança para seis milhões de pessoas que sofrem de doença real crônica no Brasil. A doença ou insuficiência renal crônica é a perda lenta e gradual das funções renais. Quando não identificada e tradada, pode levar à paralisação dos rins.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo tiveram a ideia de estudar o uso da própolis no tratamento da doença, que provoca a inflamação dos rins. Inflamados, os rins não conseguem realizar uma das principais funções: eliminar as toxinas do sangue. Com a ajuda da indústria, se chegou ao tipo e a quantidade ideais de própolis para ser tomada pelos participantes do estudo.
Trinta e duas pessoas com perda de 30% a 60% da função renal foram divididas em dois grupos: um recebeu quatro comprimidos com própolis por dia. Outro grupo recebeu cápsulas de placebo, sem efeito ativo. Depois de 12 meses, o resultado foi bastante animador.
“Quem recebeu própolis acabou reduzindo a perda de proteína. Significa uma redução da inflamação renal e uma redução dessa perda de proteína, que é um indicador da progressão da doença renal crônica”, explica o nefrologista e pesquisador Marcelo Silveira.
O cineasta Agenor Alves, de 74 anos, participou do estudo. Em doze meses, a doença foi estabilizada e ele não teve perda da função renal. “Durmo e levanto na hora certa. Eu segui tudo o que o médico falou. Espero que eu consiga chegar até os 100 anos”.
Os pesquisadores ainda estão estudando a própolis.
Os benefícios da própolis e do mel para a saúde Ela é um excelente produto para regulação do sistema imunológico, um poderoso antioxidante, anti-inflamatório, antimicrobiano, cicatrizante, antiviral. O uso contínuo da própolis previne o envelhecimento das células, tecidos, melhora a resposta imunológica, exerce atividade frente a microrganismos patogênicos e não compromete a flora bacteriana positiva.
E o mel? Ele também é um excelente produto para a saúde. Fonte de energia, disposição, vitaminas, minerais e óleos essenciais que vem das flores que foram visitadas pelas plantas. Ele também auxilia em diversos processos metabólicos. Um excelente emoliente, laxante, umectante, acalma tosse, auxilia na melhora da qualidade do sono.
A pediatra e consultora do Bem Estar Ana Escobar falou sobre os benefícios da própolis e do mel. Veja o vídeo
Mel alivia a tosse? Ele tem uma substância que puxa água, deixando a mucosa da garganta hidratada. Isso alivia a irritação, diminui a tosse seca e reduz a inflamação. O mel deve ser dado para crianças acima de um ano, alerta a pediatra. Ele é indicado tanto para a tosse seca quanto para a tosse com secreção.
Mel com leite quente: resolve? Ele ajuda muito na tosse, mas o mel ainda é mais potente que o leite.
Índices muito baixos de LDL, o colesterol “ruim”, e de triglicérides, a principal gordura adquirida pela alimentação, estão associados a um aumento de risco de AVC hemorrágico em mulheres. Isso foi o que mostrou um estudo da Universidade Harvard publicado nesta quarta-feira (10) no periódico da American Academy of Neurology.
Mais de 27 mil mulheres foram acompanhadas durante 19 anos. Os pesquisadores controlaram dados de hipertensão, tabagismo, atividade física e índice de massa corporal. Ao longo desse período, 137 delas sofreram derrame hemorrágico – sangramento cerebral causado pelo rompimento de uma artéria.
Aquelas com níveis de LDL menores que 70 mg/dl apresentaram o dobro de risco de ter o problema do que as com leituras entre 100 mg/dl e 129 mg/dl – índices menores que 100 mg/dl são considerados normais, segundo o estudo.
Já mulheres com índice de triglicérides abaixo de 75 mg/dl também apresentaram o dobro de chance de um AVC hemorrágico em comparação àquelas com níveis acima de 156 mg/dl. Triglicérides abaixo de 150 mg/dl é considerado saudável. Não houve associação de AVC com o HDL, o colesterol “bom”, ou o colesterol total. Colesterol tem papel importante no corpo
Cerca de 70% do colesterol é fabricado pelo corpo. Ele tem um papel importante no organismo, pois forma a parede das células, é matéria-prima para hormônios sexuais, participa da formação da vitamina D, faz parte da capa dos neurônios e colabora na digestão.
O LDL, sigla de lipoproteínas de baixa densidade, o colesterol “ruim”, carrega o colesterol do fígado para o resto do corpo, mas costuma deixar parte dessa carga nos vasos sanguíneos, favorecendo a formação de placas. O HDL, lipoproteínas de alta densidade, o “bom”, por sua vez, faz o trabalho contrário, recolhendo a gordura acumulada nas artérias.
Já os triglicérides não são colesterol, mas, assim como o LDL e o HDL, são gordura. A diferença é que o colesterol é sintetizado pelo corpo - apenas 30% é adquirido por dieta - enquanto os triglicérides provêm da alimentação, além de serem uma forma de armazenamento energético do corpo.
A endometriose é uma doença que afeta aproximadamente 10% a 15% da população feminina em idade fértil no Brasil. Apesar disso, os agentes envolvidos no surgimento do problema ainda não foram totalmente explicados. Agora, um novo estudo publicado no periódico Scientific Reports parece ter encontrado uma provável causa para a doença.
Segundo os pesquisadores, o desequilíbrio das bactérias do útero, da vagina ou do intestino pode estar associado ao desenvolvimento da endometriose. A descoberta pode direcionar pesquisadores na busca por tratamentos mais eficientes e futuros métodos de prevenção contra a doença.
De acordo com especialistas, essa relação entre o desequilíbrio bacteriano e a endometriose pode ser explicada por meio do sistema imunológico. “Já é sabido que as mulheres portadoras da doença apresentam aumento na quantidade de células de defesa imunológica na cavidade abdominal.
Apesar do número aumentado, a qualidade dessas células – responsável por defender o sistema reprodutor – é mais baixa e, portanto, elas não atuam como deveriam, permitindo que certos problemas se manifestem no organismo”, explicou Maurício Simões Abrão, ginecologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Embora existam outros fatores capazes de provocar essa atuação falha do corpo, os pesquisadores descobriram que ela pode ser estimulada por determinadas bactérias encontradas nas regiões investigadas pelo novo estudo. Além disso, uma pesquisa brasileira publicada na revista Fertility and Sterility já havia mostrado que certas bactérias, como a Mycoplasma genitalium – que causam inflamação na uretra nos homens e nos órgãos reprodutivos nas mulheres -, também podem estar associadas ao desenvolvimento da endometriose ao facilitar a adesão de células endometriais.
“Essas bactérias auxiliam na implantação do endométrio em regiões em que não deveria estar, como trompas e ovário”, esclarece Abrão, que também é autor do estudo. Essa relação bacteriana foi reforçada através de outro estudo recente que demonstrou a possibilidade da claritromicina (antibiótico) como forma de tratar a doença. O estudo Participaram do novo estudo 28 mulheres, que foram divididas em dois grupos: aquelas que tinham a doença (todas com endometriose moderada a grave) e participantes sem indícios de endometriose (grupo de controle). Para investigar a microbiota, foram coletadas amostras cervicais, vaginais e fecais.
A análise, que encontrou 327 gêneros bacterianos diferentes, verificou que a composição da microbiota vaginal, cervical e intestinal foi parecida para todas as voluntárias. No entanto, as pequenas diferenças encontradas nas amostras apontaram para a possibilidade de que o desequilíbrio bacteriano – ou seja, a ausência de certas bactérias e a presença aumentada de outras – seja a causa da doença.
Apesar dos resultados, ainda é preciso determinar a relação causal. Isso significa que os pesquisadores terão que explicar se são as alterações na microbiota que ativam uma reação do sistema imunológico ou se é a mudança no sistema imunológico que interfere na composição da microbiota.
Vale lembrar que além das bactérias, podem existir outras possíveis explicações para o surgimento da doença, como a menstruação retrógrada, que ocorre quando o sangue menstrual volta para o útero ao invés de ser expelido pelo corpo. Ainda há a hipótese da predisposição genética. No entanto, especialistas afirmam que sozinhas, elas não explicam completamente o surgimento da endometriose em algumas mulheres.
Endometriose A endometriose é uma doença inflamatória causada por células do endométrio que deveriam ser expelidas na menstruação, mas começam a crescer em outras partes do corpo como trompas, ovários e vagina, além de órgãos não relacionados ao sistema reprodutório feminino, incluindo intestino grosso (reto e sigmoide), bexiga e apêndice. Uma das complicações da endometriose acontece quando a doença se instala nos ovários, o que provoca o surgimento de um cisto (endometrioma), que pode comprometer o futuro reprodutivo da mulher.
Os sintomas incluem dismenorreia (dores pélvicas e cólicas menstruais), dor pélvica, dispareunia (dor genital pouco antes, durante e após a relação sexual) e/ou infertilidade. No entanto, algumas mulheres não apresentam sintomas. A doença ainda prejudica o processo de gravidez, já que diminui a probabilidade de fecundação e implantação do óvulo fecundado dentro do útero, além de aumentar a probabilidade de aborto espontâneo.
Para especialistas, a principal dificuldade é o diagnóstico precoce. “A endometriose costuma ser diagnosticada por volta dos 30 anos, principalmente pela demora em reconhecer a condição. Esse atraso pode ter uma média de sete anos e ocorre tanto por causa da paciente, que não procura assistência médica quando os sintomas começam a se manifestar, quanto pelo médico que não faz o diagnóstico no tempo correto em relação à doença”, comentou Abrão.
O tratamento da endometriose pode ser clínico, através analgésicos, anti-inflamatórios e hormônios para ajudar no controle dos sintomas. A cirurgia também é uma opção, principalmente para casos mais avançados. Geralmente a doença regride espontaneamente com a menopausa devido à queda na produção dos hormônios femininos que alimentam o crescimento da doença.
A gravidez é um momento que deixa muitas mulheres ansiosas, com dúvidas e apreensivas. Entretanto, com os avanços da medicina e exames específicos, é possível saber de inúmeras informações detalhadas do bebê ainda durante a gestação, desde características físicas a propensões genéticas a determinadas doenças.
Segundo o obstetra e ginecologista Javier Miguelez, da equipe de Medicina Fetal do Grupo Fleury, os exames pré-natais têm como objetivo identificar e rastrear problemas que podem afetar o desenvolvimento da criança. "Dependendo do exame, podemos identificar um problema que necessite de medicamentos e já possa ser tratado dentro da barriga ou se precisará de cirurgia assim que nascer", afirma.
Exames do 1º trimestre de gestação
O obstetra afirma que a partir das oito semanas de gestação, por meio do exame de sangue, é possível descobrir o sexo do bebê, no qual os médicos procuram a presença do cromossomo Y, que define o sexo masculino. Esse exame não é oferecido pelo SUS e tem variação entre R$ 200 e R$ 300, dependendo do laboratório. Nessa mesma época, por meio do SUS, a mãe pode fazer o ultrassom para obter a mesma informação e saber de maneira precisa o tempo de gestação.
A partir da 10ª semana de gestação, por meio da coleta de sangue da mãe, pode ser feito o teste NIPT (Exame Pré-natal Não Invasivo) para identificar problemas no número de cromossomos. Neste exame, que tem o valor aproximado de R$ 1.950, é possível identificar o sexo do bebê e avaliar o desenvolvimento de doenças nos cromossomos que podem originar as síndromes de Down, Síndrome de Edwards, Síndrome de Patau, Síndrome de Klinefelter e Síndrome de Turner, com precisão de cerca de 99%.
Nesse mesmo período, também é possível fazer o NIPT ampliado, que soma o rastreio de números de cromossomos e mutações em que há pedaços de cromossomos que estejam faltando, identificando, por exemplo, a Síndrome DiGeorge, que estaria ligada a defeitos cardíacos. O valor aproximado deste exame é de R$ 2.600. Com a chegada das 12 semanas, que marcam o primeiro trimestre da gestação, Miguelez afirma que é possível fazer o primeiro ultrassom morfológico, que permite a identificação da maioria dos problemas graves, problemas que sejam incompatíveis com a vida — como a anencefalia — e problemas que necessitarão de interveção cirúrgica logo após o nascimento. Nesse ultrassom, o médico afirma que os pais já podem ver também os cinco dedinhos de cada mão do bebê. Os ultrassons podem ser feitos de maneira gratuita pelo SUS.
Por meio do ultrassom, é possível avaliar também os riscos de complicações na gravidez, como o desenvolvimento de pré-eclâmpsia (hipertensão durante a gravidez). O resultado é complementado com exames de sangue que medem a quantidade de hormônios no sangue da mãe, como a proteína A específica da gravidez (PAPP-A), o beta-hCG livre e o hormônio de crescimento placentário (PLGF), além da verificação da pressão arterial e do peso da mãe. Por meio dessa checagem, é possível entrar com medidas preventivas para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia. Caso a mãe resolva fazer o exame 4D, o médico alerta que a imagem pode causar certo estranhamento, pois o bebê ainda não possui todas as características de formação e ainda está magro.
Exames do 2º trimestre de gestação Entre as 20ª semanas e 22ª semanas, a mãe já pode realizar o segundo ultrassom morfológico, possibilitando ver maiores detalhes da formação do bebê, como os lábios. Neste exame é possível identificar detalhes da formação cardíaca, possibilitando a constatação de cerca de 80% de defeitos cardíacos, e também medir o comprimento do colo do útero, avaliando os riscos de ocorrência de um parto prematuro e de estratégias para evitá-lo.
Neste trimestre, a mãe também pode fazer o teste de fibronectina, que é recomendado em casos que a mulher sinta contrações, avaliando o risco de parto prematuro.
Exames do 3º trimestre de gestação
No terceiro trimestre, os médicos continuam a solicitar ultrassonografias, de maneira a acompanhar o crescimento do bebê. Por meio do ultrassom morfológico deste período, é possível ver detalhes da formação do cérebro e do coração.
Neste período, alguns médicos podem solicitar o exame de ecocardiografia fetal, de maneira a identificar defeitos cardíacos que a criança pode ter. Miguelez afirma que a identificação destes problemas é importante para determinar quais procedimentos devem ser adotados durante e após o parto, melhorando o prognóstico do bebê.
Para as mães que tenham curiosidade de ver o rostinho do bebê antes do nascimento, Miguelez recomenda o período entre 28 e 30 semanas para que seja feito o ultrassom 3D ou 4D. O ginecologista explica que a diferença entre esses ultrassons estaria apenas na qualidade da imagem, mas não seria discrepante. Com a chegada do final da gestação, alguns médicos podem solicitar um exame de cardiotocografia fetal, que permite avaliar o bem-estar do bebê dentro do útero e sua reserva de oxigênio, no caso de gestações que o parto esteja atrasado.
Segundo Miguelez, estes exames permitem que muitos problemas sejam identificados, mas não seria possível identificar tudo. "O foco destes exames é identificar problemas em que o diagnóstico precoce seja um diferencial no período neonatal", explica. Miguelez ainda afirma que ir tão afundo em alguns testes, como cor de olhos, podem não ser uma prática saudável, pois cria a idealização de um bebê.
O médico afirma que nem todos os testes já estão disponibilizados no SUS e a cobertura dos valores dos exames por parte dos convênios podem variar. A realização destes exames deve ser solicitada e encaminhada por um médico obstetra, que avaliará a necessidade dos testes e adotará a melhor intervenção que o bebê a gestante possam necessitar.