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Mulheres têm duas vezes mais chance de desenvolver câncer de pulmão, de acordo com o oncologista Marcelo Cruz, colaborador do Oncoguia.

fumar

O dado será um temas debatidos no 2º Fórum Temático Oncoguia sobre Câncer de Pulmão realizado nesta terça-feira (27) em São Paulo.
Ele explica que, apesar da incidência desse tipo de tumor ser menor do que o câncer de mama em mulheres, é o que mais mata e está crescendo entre elas.

"A mulher que fuma tem maior risco de desenvolver câncer de pulmão do que o homem que fuma. Ainda não se sabe precisamente a causa, mas elas são mais suscetíveis à doença", afirma.

O câncer de pulmão é o mais frequente e letal do mundo e o que mais mata no Brasil. No país, 8 em cada 10 pessoas com câncer de pulmão apresenta diagnóstico avançado, sendo apenas 10% passíveis à cura, de acordo com o oncologista. Como é silencioso, geralmente quando é descoberto está em estágio avançado.

“Tumores de órgãos muito internos, para os quais não existe método de rastreamento como pulmões, ovários e pâncreas, acabam sendo os mais letais”, explica.
Segundo ele, além da falta de detecção precoce, o câncer de pulmão é agressivo.“É a própria biologia desse tipo de câncer. As células se multiplicam e se espalham mais rápido quando comparadas a outros tipos de tumor”, afirma.

O oncologista ressalta que o raio X não é capaz de detectar o câncer de pulmão em estágio inicial. O método de rastreamento mais eficaz é a tomografia de tórax com baixa dose de radiação.

“Esse exame de rastreamento é indicado apenas para o grupo de risco, que são homens e mulheres acima dos 50 anos fumantes ou ex-fumantes, uma vez ao ano. A baixa dose de radiação é importante para evitar o risco da radiação da tomografia, já que o exame será realizado anualmente”, explica.

O principal fator de risco do câncer de pulmão ainda é o cigarro. Cerca de 90% das pessoas que desenvolvem esse tipo de tumor fumam ou já fumaram na vida, de acordo com o médico. “O risco da doença ainda existe mesmo após 10 anos de a pessoa ter parado de fumar”, afirma.

Segundo ele, tem chamado a atenção o crescimento do câncer de pulmão em não-fumantes. Na década de 1990, 90% dos casos do tumor eram de fumantes. Atualmente, 20% são de pessoas que nunca fumaram. “Tratam-se de fumantes passivos, de pessoas que vivem em lugares com muito poluentes, como na China, ou que estão expostas naturalmente ao radônio, o que é mais raro”, diz.

O oncologista destaca que tem havido também uma maior incidência desse tipo de câncer em pessoas entre 30 e 40 anos que nunca fumaram. “Diferentemente do câncer de mama, por exemplo, em que há um gene como o BRCA que determina a doença, o câncer de pulmão não é hereditário. Ele é causado por um conjunto de genes que não conseguem consertar os estragos celulares causados pelo tabaco”, afirma.

Saiba mais: Por que não fumantes estão sofrendo cada vez mais com o câncer de pulmão

Quando os sintomas aparecerem – geralmente em estágio mais avançado da doença – são tosse seca, escarro com sangue, emagrecimento, falta de ar e dor nos ossos. Ao ser detectado precocemente, é geralmente tratado com remoção cirúrgica do tumor e quimioterapia. As metástases ocorrem nos ossos, fígado e cérebro.

O médico afirma que o tratamento para o câncer de pulmão foi um dos que mais avançaram nos últimos anos. “O câncer de pulmão foi o protótipo para a imunoterapia, grande divisor de águas no tratamento do câncer que consiste em estimular as células de defesa para o próprio organismo combater o câncer. Além disso, o sistema imunológico cria uma memória e continua combatendo o câncer mesmo após o fim do tratamento. A imunoterapia aumentou em 50% a chance de vida da pessoa com câncer de pulmão", diz.

Segundo ele, como o uso da imunoterapia ainda é recente no Brasil – foi aprovado em 2016 – ainda não há uma repercussão significativa nas taxas de cura da doença.

Outro avanço no combate da doença é a biópsia líquida. Ainda em desenvolvimento, trata-se de um método de diagnóstico que analisa o DNA do tumor que circula no sangue. "Esse exame será importante para detectar o tumor precocemente e também para definir a terapia-alvo", afirma.

“Para prevenir o câncer de pulmão, é fundamental saber que existe o rastreamento para o grupo de risco e parar de fumar, já que o cigarro aumenta a chance não só do câncer de pulmão, mas de diversos tipos de tumor. Já no caso de diagnóstico, a medicina de precisão é crucial para saber qual o subtipo do câncer de pulmão para se tratar a doença da melhor forma possível”, completa.

 

R7

Foto: Pixabay

Um estudo feito pela University Medical Center em Leiden, na Holanda, demonstrou que a dose fracionada da vacina da febre amarela oferece uma proteção a longo prazo: 10 anos. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (26) na revista científica "Annals of Internal Medicine".

A febre amarela é causada por um vírus, que é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes em sua versão silvestre presente no Brasil. O país teve 1.311 casos na doença em 2018. Em dezembro, começa a fase de maior risco para a infecção. A vacina contra a doença é recomendada para todos os estados desde março deste ano.


Com o aumento do número de casos, o Ministério da Saúde do Brasil passou a disponibilizar as doses fracionadas, com 0,1 ml cada. Uma vacina padrão tem 0,5 ml. Ou seja: a versão reduzida da vacina consegue proteger cinco pessoas com mesma quantidade de uma dose única. A diferença está na durabilidade do efeito.

A dose padrão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), precisa ser aplicada apenas uma vez e é eficaz durante toda a vida, sem precisar de reforço. Os cientistas não apresentaram um consenso, no entanto, com relação à duração da fracionada.

Por isso, os pesquisadores holandeses acompanharam um grupo de pacientes que receberam as doses fracionadas por 10 anos. Eles encontraram um resultado de 97% de imunização nessas pessoas. Segundo os autores, esse é o primeiro estudo que documenta a proteção a longo prazo (mais de uma década) dessa versão da vacina.


O Ministério da Saúde usou a aplicação de doses fracionadas contra a doença em 2018 em alguns estados do Brasil. Por enquanto, não há previsão de que isso seja repetido no próximo ano. Estudo feito pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz) já havia comprovado que esse tipo de vacina é eficaz por, pelo menos, 8 anos. A pesquisa analisou 319 militares vacinados contra a febre amarela em 2009 e verificou a presença de anticorpos contra a doença em 85,3% dos participantes em 2017.

 

G1

Uma enzima encontrada em um camarão luminoso está ajudando pesquisadores a testar drogas que bloqueiam a transmissão da malária.

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um parasita transgênico e introduziram em seu DNA a sequência genética responsável pela produção da nanoluciferase, uma proteína fabricada comercialmente pela empresa americana de biotecnologia Promega a partir da substância extraída do crustáceo.

No laboratório, o micro-organismo transgênico é colocado em contato com a droga que se quer testar. Se ela for ineficiente, ou seja, incapaz de impedir a transmissão da doença, a nano luciferase emite luz.

Inicialmente, foram testadas 400 substâncias, das quais nove se mostraram eficientes contra o parasita causador da malária. Elas funcionariam como uma espécie de "cura" do mosquito. Quer dizer, eliminariam a capacidade do inseto de transmitir a doença.

O ciclo de vida do parasita da malária
Para entender o funcionamento do teste é preciso saber um pouco sobre o ciclo de vida do Plasmodium, o protozoário que causa a malária.

Segundo o pesquisador Daniel Youssef Bargieri, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), responsável pela equipe que criou o micro-organismo transgênico, a malária é causada em humanos por pelo menos cinco espécies do Plasmodium - mas são conhecidas cerca de cem, que infectam outros primatas, aves, répteis e vários mamíferos.

"No nosso laboratório, usamos como modelo de estudo o Plasmodium berghei, que infecta camundongos, não pessoas", conta.

De acordo com Bargieri, o ciclo de vida do micro-organismo é complexo. "Ele se multiplica no sangue, dentro de hemácias. É essa proliferação que causa a doença que conhecemos como malária", explica.

Durante o processo, contudo, parte dos parasitas no sangue pode se transformar em gametócitos, uma fase sexuada (ou seja, com machos e fêmeas) em que o protozoário deixa de se multiplicar.

Nessa fase, caso o indivíduo contaminado seja picado por um mosquito do gênero Anopheles, que é o agente transmissor do Plasmodium, o protozoário reinicia o ciclo, infectanto outro hospedeiro.

 

Drogas mais eficazes para impedir a transmissão da doença
Hoje existem medicamentos que tratam a malária em humanos de maneira bastante eficaz. Em poucos dias, o paciente é curado. Essas drogas agem contra as formas do parasita que se multiplicam no sangue (aquelas que causam a doença).

"O tratamento não é muito eficaz, no entanto, contra os gametócitos", diz Bargieri.

"Ou seja, a pessoa é curada, mas continua carregando as formas do micro-organismo que são transmitidas para o mosquito. Isso significa que, mesmo depois do tratamento, ela pode ser fonte de transmissão."

Por isso, o pesquisador e seu grupo decidiram criar um modelo para testar drogas que sejam capazes de impedir que isso ocorra.

"Para isso, criamos o parasita transgênico que produz a nanoluciferase apenas quando há a formação de um zigoto", explica o pesquisador.

Assim, ele emite luz quando os gametócitos se transformam em gametas e esses fertilizam para formar um zigoto - o que significa que a substância testada não é eficiente contra a transmissão.

Ele conta que o experimento foi feito em poços bem pequenos de placas de laboratório - cada uma delas tem 96, mas existem outras com 384 e 1.536 poços. Em cada um deles é colocada uma droga diferente.

"Depois, nós colocamos os gametócitos nos poços, em condições em que eles acham que estão no mosquito, isto é, em um meio de cultura que imita as condições encontradas pelo parasita no organismo do inseto", explica Bargieri.

"Ocorre, portanto, a fertilização e, depois de seis horas, conseguimos medir quanto de luz cada pocinho emite. Se houver emissão, é porque ocorreu a fertilização. Caso contrário, é porque ela não aconteceu. Com esse micro-organismo transgênico, podemos testar milhares de drogas ao mesmo tempo, procurando aquelas que impedem a emissão de luz, ou seja, as que evitam a fertilização."


Resistência do parasita leva à busca por novas drogas
Embora existam vários remédios eficientes para o tratamento da malária, sempre há uma corrida em busca de novos, pois, com o tempo, o parasita desenvolve resistência a eles.

"Além disso, as drogas disponíveis atualmente são pouco eficazes contra as formas do micro-organismo que são transmitidas ao mosquito vetor. Há o interesse em se desenvolver medicamentos ou vacinas que possam bloquear a transmissão."

De quatro das nove drogas promissoras não se conhecia a capacidade de evitar a transmissão da malária. Além das 400 iniciais, o grupo da USP já testou outras 9 mil.

"Agora, estamos avaliando os resultados e definindo as mais promissoras, para que sejam testadas em outros modelos com parasitas que infectam humanos", informa Bargieri.

"Esses testes são realizados inicialmente oferecendo sangue infectado aos mosquitos", explica.

"Caso as substâncias que encontramos sejam eficazes no bloqueio da infecção do inseto (bloqueio da transmissão), a etapa seguinte seria testar clinicamente."

Além disso, o experimento também serviu para validar o método de triagem das substâncias.

Aquelas que se mostrarem com potencial contra a transmissão, entrarão em um grupo de drogas estudadas como potencialmente antimaláricas e que agem em diferentes estágios do desenvolvimento do parasita.

A ideia é que aquelas que bloqueiam a transmissão sejam administradas em combinação com os medicamentos atuais, de modo que a pessoa volte para casa curada e sem transmitir a doença.

 

BBC

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (26) que o Brasil assinou um acordo para a redução de 144 mil toneladas de açúcar de alimentos industrializados no país até 2022. São 68 empresas envolvidas no acordo e 1147 produtos precisam reduzir açúcares.

O país será um dos primeiros países do mundo a fazer um acordo do tipo com a indústria de alimentos e bebidas. Segundo o ministério, o acordo segue o mesmo modelo do feito para redução do Sódio, que diminuiu mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos.

Segundo dados mostrados no evento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere um consumo de açúcar de até 50g por dia, ou seja, 10% das calorias consumidas diariamente seria o ideal. O brasileiro consome 50% a mais que a meta da OMS: 80 gramas por dia, sendo que 36% são os açúcares já presentes nos alimentos industrializados.

A indústria terá algumas metas de redução, especialmente as que adicionam açúcar mais que a média. São 48% acima da média preconizada pela OMS. Por exemplo, a meta é uma redução de 62% dos açúcares presentes nos biscoitos.

O Ministério da Saúde divulgará tabelas específicas de redução de açúcares para cada seguimento alimentício.
Durante coletiva de imprensa, Gilberto Occhi, Ministro da Saúde, falou sobre o acordo: "Este acordo tem um prazo de validade, em uma busca permanente dos melhores indicadores, mas acredito que valerá sempre. Este é um grande segundo evento, o primeiro foi feito há alguns anos com a redução do sódio e temos tido muito sucesso com esta redução. Ela é gradual, como é com o açúcar e como será com teores de gordura. Avançaremos também com a questão da rotulagem dos alimentos processado para que o cidadão possa fazer sua escolha com um pouco mais de informação e consciência".

Sobre a meta de reduzir em até 144 mil toneladas, Occhi declarou: "É um número significativo na busca da conscientização da nossa população. Para que tenhamos menos problemas de doenças que podem ser evitadas na nossa sociedade, como a diabetes e a hipertensão".

Redução sem substituição
O Ministério da Saúde e a Anvisa, durante os debates para a formulação do acordo, assinalaram a importância de que não haja uma substituição do açúcar por adoçantes ou gordura nos alimentos. O acordo brasileiro prevê que a indústria siga esta regra.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será a responsável por monitorar a redução e fará a fiscalização a cada dois anos. A primeira análise será realizada no final de 2020.

Para estabelecer as metas previstas no acordo, o Ministério da Saúde analisou critérios que envolvem desde o consumo e distribuição dos teores de açúcar dos alimentos até a necessidade de redução dos níveis máximos do alimento.

"Estamos começando um processo de redução, é gradativo nos próximos 4 anos. Não será dividido linearmente. Dentro daquilo que a OMS recomenda sempre que o cidadão tenha uma informação. Gradativamente, com o nível da redução de açúcar destes alimentos, eles vão se tornando mais saudáveis", disse Occhi.
O Ministério da Saúde também alerta que fora os açúcares do alimentos industrializados, a população também adiciona açúcar aos alimentos consumidos e que a redução ao consumo do açúcar também passa por uma mudança de hábitos.

A indústria não antecipa impactos negativos na arrecadação, já que o acordo prevê tempo para transição e, segundo os representantes da indústrias presentes, "atende também uma demanda da população".

Fazem parte do acordo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), a Associação Brasileira das Indústrias d Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI) e a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).

 

G1