Pesquisadores brasileiros da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) conseguiram, pela primeira vez, detectar a presença do coronavírus em retinas. O estudo pode contribuir para compreender melhor a dinâmica do vírus e as sequelas em pacientes infectados.
O estudo analisou retinas de pacientes que morreram em decorrência da covid-19 e compararam com fotos dos olhos desses pacientes quando vivos para analisar as diferenças e formas de aferir a presença do vírus a partir da retina.
Segundo o professor da UFRJ e um dos coordenadores do estudo Rubens Belfort Jr, a retina é um biomarcador importante, pois faz parte do sistema nervoso, mas é mais acessível, permitindo identificar a presença do vírus em determinados locais do corpo, como nesse sistema. Além de identificar a presença do vírus e de reservatórios dele nos corpos dos pacientes, o professor explica que os resultados do estudo podem auxiliar no processo de entendimento e enfrentamento das sequelas de pessoas que contraíram a covid-19.
“A pesquisa pode ajudar a entender a existência das sequelas e como combater às sequelas, como aquelas relacionadas alterações neurológicas que alguns pacientes com covid-19 desenvolvem”, disse Rubens Belfort.
As informações obtidas pela pesquisa podem contribuir para a compreensão das causas das sequelas. “Será que desenvolve porque é alteração imunológico ou tem relação com o vírus que ficou?”, indaga, exemplificando que tipo de questões carecem de melhores explicações.
Combinar a vacina contra covid-19 da AstraZeneca com uma segunda dose do imunizante da Pfizer-BioNTech, ou da Moderna proporciona uma "boa proteção", disse o SSI (Instituto Estatal de Soro da Dinamarca) nesta segunda-feira (2).
Um número crescente de países está cogitando mudar para vacinas contra covid-19 diferentes para administrar as segundas doses, uma medida particularmente necessária na Dinamarca desde que as autoridades de saúde suspenderam as inoculações com a vacina da AstraZeneca em abril por causa dos temores de efeitos colaterais raros.
Mais de 144 mil dinamarqueses, a maioria profissionais da linha de frente do setor de saúde e idosos, receberam uma primeira dose da AstraZeneca, mas foram vacinados subsequentemente com vacinas ou da Pfizer-BioNTech, ou da Moderna. "O estudo mostra que, 14 dias após um programa combinado de vacinação, o risco de infecção de SARS-CoV-2 é reduzido em 88% na comparação com indivíduos não-vacinados", disse o SSI.
Isto é uma "eficácia alta", acrescentou o SSI, comparável à taxa de eficácia de 90% de duas doses da vacina Pfizer-BioNTech, confirmou outro estudo dinamarquês.
O estudo, publicado na semana passada, cobriu um período de mais de cinco meses entre fevereiro e junho deste ano, durante o qual a variante Alfa do coronavírus foi predominante.
Ele não conseguiu concluir se a mesma proteção se aplica à variante Delta, que hoje é a mais disseminada na Dinamarca.
A variante Delta da coronavírus parece causar doenças mais graves e é tão contagiosa quanto a catapora, de acordo com um relatório dos Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês) publicado pela mídia americana.
O jornal Washington Post publicou este documento interno do CDC segundo o qual as pessoas que completaram a vacinação para covid-19 podem transmitir a variante Delta tanto quanto as não vacinadas. "As pessoas precisam entender que não estamos dando um alarme falso", disse a diretora do CDC, Rochelle Walensky, à CNN.
Ela acrescentou que "este é um dos vírus mais contagiosos conhecidos" e é "comparável" ao "sarampo ou catapora".
Espera-se que o CDC divulgue hoje informações que apoiam sua decisão de modificar as recomendações que foram dadas para as pessoas que receberam a vacina contra a covid-19, como voltar com o uso de máscaras em locais fechados. "As pessoas precisam entender que não estamos dando um alarme falso", disse a diretora do CDC, Rochelle Walensky, à CNN.
Ela acrescentou que "este é um dos vírus mais contagiosos conhecidos" e é "comparável" ao "sarampo ou catapora".
Espera-se que o CDC divulgue hoje informações que apoiam sua decisão de modificar as recomendações que foram dadas para as pessoas que receberam a vacina contra a covid-19, como voltar com o uso de máscaras em locais fechados.
O documento do CDC mostra que o órgão reconhece que deve adequar suas mensagens à população, enfatizando que a vacinação é a melhor defesa "contra uma variante tão contagiosa que atua, quase, como se fosse um vírus novo e diferente", informa o Post.
O documento enfatiza ainda que a variante passa de uma pessoa para outra mais rapidamente do que o ebola, um resfriado comum, a gripe sazonal e o sarampo e é tão contagiosa quanto a catapora.
Esta semana houve uma média diária de 71 mil novos casos de covid-19 e dados das agências sanitárias indicam que as pessoas vacinadas transmitem o vírus, embora, aparentemente, em menor grau do que as pessoas não vacinadas.
Casos raros de síndrome de Guillain-Barré (SGB) após a vacinação contra covid-19 têm sido relatados em diversos países, inclusive no Brasil, alertou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em um comunicado divulgado nessa quarta-feira (28), a Anvisa informa que, até o momento, recebeu 27 notificações de casos suspeitos de SGB após a imunização com a vacina da AstraZeneca, além de três casos com a vacina da Janssen e outros quatro com a CoronaVac, totalizando 34 registros.
A Anvisa explica que a SGB é um distúrbio neurológico autoimune raro, no qual o sistema imunológico danifica as células nervosas. Os episódios pós-vacinação (eventos adversos) também são raros, mas já conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a da influenza (gripe).
De acordo com a agência, a maioria das pessoas se recupera totalmente do distúrbio. “O principal risco provocado pela síndrome é quando ocorre o acometimento dos músculos respiratórios. Nesse último caso, a SGB pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas adequadas”, alertou a agência.
“É importante destacar que a Anvisa mantém a recomendação pela continuidade da vacinação com todas as vacinas contra covid-19 aprovadas pela Agência, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios das vacinas superam os riscos”, ressaltou a agência.
Diante dos relatos de eventos adversos raros pós-vacinação, a agência solicitou que as empresas responsáveis pela regularização das vacinas AstraZeneca, Janssen e CoronaVac incluam nas bulas dos respectivos produtos informações sobre o possível risco de SGB.
Sinais e sintomas
Segundo a Anvisa, a maior parte dos pacientes percebe inicialmente a SGB pela sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços).
Outra característica, acrescenta a agência, percebida em pelo menos 50% dos casos, é a presença de dor neuropática (provocada por lesão no sistema nervoso) lombar ou nas pernas. Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço.
A Anvisa destaca que pessoas vacinadas devem procurar atendimento médico imediato se desenvolverem sinais e sintomas sugestivos de SGB, que incluem, ainda, visão dupla ou dificuldade em mover os olhos, dificuldade de engolir, falar ou mastigar. “Também devem ficar atentas a problemas de coordenação e instabilidade, dificuldade em caminhar, sensações de formigamento nas mãos e pés, fraqueza nos membros, tórax ou rosto, além de problemas com o controle da bexiga e função intestinal”, acrescentou a agência.
Notificação
A ocorrência de SGB pós-vacinação contra covid-19 deverá ser relatada à Anvisa. “É imprescindível o cuidado na identificação do tipo de vacina suspeita de provocar o evento adverso, como número de lote e fabricante”, ressaltou a agência.
Profissionais de saúde e cidadãos podem notificar eventos adversos pelo e-SUS Notifica e pelo formulário web do VigiMed.
A Anvisa lembra que se o caso for de queixa técnica ou de desvios de qualidade observados em vacinas, seringas, agulhas e outros produtos para saúde utilizados no processo de vacinação, as notificações devem ser feitas pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária.