A noite desta quarta-feira fez a sexta vítima no Campeonato Brasileiro. Hora depois da derrota para o Flamengo, por 5 a 3, em Salvador, a diretoria do Bahia anunciou a demissão do técnico Roger Machado.
"O Esporte Clube Bahia comunica que Roger Machado não é mais o treinador do Esquadrão. A diretoria agradece os serviços prestados e deseja boa sorte no seguimento da sua carreira", dizia parte do comunicado oficial do clube.
Roger Machado, de 45 anos, chegou ao Bahia em abril do ano passado e foi bicampeão baiano. Em 74 jogos sob seu comando, o clube teve 30 vitórias, 22 empates e 22 derrotas, com um aproveitamento de 50%.
ESTAVA AMEAÇADO A situação do treinador estava complicada desde o início de agosto, quando o Bahia perdeu a final da Copa do Nordeste para o Ceará. Torcedores protestaram em frente ao CT pedindo a saída de Roger Machado.
Até que a diretoria tricolor não defina o substituto, o auxiliar-técnico Claudio Prates vai comandar interinamente o time, que volta a campo no domingo, contra o líder Internacional, no Beira-Rio, pela oitava rodada do Brasileirão.
Na décima colocação, o Bahia tem oito pontos em seis jogos. A partida da primeira rodada, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, foi adiada e marcada para o dia 30 de setembro.
TROCAS Antes do Bahia, cinco times haviam trocado de técnicos neste Brasileirão: Coritiba (saiu Eduardo Barroca e chegou Jorginho), Sport (saiu Daniel Paulista e chegou Jair Ventura), Red Bull Bragantino (saiu Felipe Conceição e chegou Maurício Barbieri), Goiás (saiu Ney Franco e chegou Thiago Larghi) e Athletico-PR (saiu Dorival Júnior e ainda não chegou ninguém).
Quando Vanderlei Luxemburgo foi contratado, ele teve uma conversa séria com Mauricio Galiotte.
O presidente o queria de volta, mas avisou que precisava se conter, evitar polêmicas desnecessárias.
Ele se conteve, até ontem.
Não bastasse o decepcionante futebol do Palmeiras no Brasileiro, Luxemburgo resolveu mostrar que ainda pensa como quando começou a trabalhar como técnico.
Em 1980.
Aos 25 minutos do segundo tempo do empate contra o Internacional, após substituir Matías Viña por Diogo Barbosa, ele não se conteve.
Ao perceber o lateral uruguaio irritado, inconformado com a substituição, o ego do treinador veio à tona. Ele não pôde fazer o que se espera de um comandante de grupo, um treinador moderno. Fez questão de virar as costas para o jogo e impor sua autoridade ao atleta.
"O técnico sou eu. Quem manda aqui sou eu." Falou diante dos reservas, companheiros de Viña. O uruguaio é a maior aposta em valorização do atual elenco. Foi comprado para ser vendido à Europa. Desmoralizá-lo não é trabalhar a favor do Palmeiras.
Não custava nada dar um bronca no lateral no vestiário. Longe das câmeras, da transmissão. Mas Luxemburgo não se conteve. Pensou nele. Não no clima ruim que estava criando.
Depois, diante da repercussão negativa de sua atitude, Luxemburgo teve de se explicar.
Tem que esclarecer essa coisa, porque ele fala um idioma, eu falo outro. Ele saiu obviamente chateado, mas o treinador sou eu, eu fui falar com ele, que faz parte. Ele disse que estava bem para jogar, mas eu falei que o treinador sou, eu que tomo a decisão. Eu não briguei com o Viña – disse.
"Eu não falei alguma coisa a mais do que isso que eu falei. Eu falei que o treinador sou eu, eu tomo a decisão, e ele ficou chateado. E é normal um jogador sair chateado, não vejo nenhum problema.
"Mas a decisão cabe a mim, não cabe a ele, porque eu sou o treinador da equipe.
"Se eles (jornalistas) falaram alguma coisa diferente, é só pegar a minha fala, fazer minha leitura labial e ver que eu falei que: "Eu sou o treinador e quem manda sou eu". Em momento algum eu ofendi ele de outra maneira."
Aos 68 anos, Luxemburgo não percebeu.
O futebol mudou. Um treinador não desmoraliza um de seus jogadores e nada acontece. Os atletas estão muito poderosos. E unidos. Principalmente quando um deles é injustiçado. O treinador palmeirense criou outro problema para ele mesmo.
O primeiro é o frustrante futebol do seu time. E ontem humilhou Vinã. Perder o elenco é muito fácil. O lateral uruguaio é muito querido no elenco. Luxemburgo não está mais nos anos 80, 90. le precisa entender que a relação entre jogador e técnico mudou. Se quiser sobreviver como treinador...
Desde seu primeiro jogo, em julho de 1914, contra o time inglês Exeter City, até os dias atuais, a Seleção brasileira jamais se apresentou em um estádio sem público. Isso, porém, está perto de se concretizar. A partida marcada para 9 de outubro, contra a Bolívia, pelas eliminatórias do Mundial de 2022, será disputada na Arena Corinthians, a princípio sem a presença da torcida, em razão da pandemia da covid-19.
Isso pelo menos é o que está valendo até agora, de acordo com decisão vigente das autoridades de São Paulo, sem perspectiva de mudança a curto prazo.
No amistoso de 106 anos atrás, em que o Brasil derrotou a equipe da Terceira Divisão inglesa por 2 a 0, o público lotou o Estádio das Laranjeiras, no Rio. Muitos assistiram ao jogo de pé. A partir de então, o fato se repetiu centenas de vezes, tanto em território nacional quanto no exterior.
O auge dessa relação da torcida com a Seleção se deu na final do Mundial de 1950, no Maracanã, quando provavelmente mais de 200 mil pessoas assistiram à derrota da equipe para os uruguaios por 2 a 1. Não se tem o número exato de quem esteve presente naquela partida. O que se sabe é que houve total descontrole do acesso do público ao estádio, com muita gente entrando sem ingresso.
Oficialmente, porém, o jogo Brasil 1 x 0 Paraguai, em agosto de 1969, marcou o recorde de pagantes no futebol mundial: 183.341. Essa gente toda se espremeu nas arquibancadas do Maracanã para ver o gol de Pelé e a confirmação da vaga da Seleção na Copa de 1970, no México.
O Cruzeiro foi comunicado nesta quarta-feira, 2 de setembro, que será punido novamente pela FIFA e não poderá registrar jogadores no seu elenco. A punição é pelo não pagamento de 1 milhão de euros(R$ 6,3 milhões) ao Zorya, da Ucrânia, pela compra do atacante Willian Bigode, que está no Palmeiras.
O novo revés na entidade máxima do futebol gera estranheza, pois no dia 28 de maio, o presidente do clube celeste, Sérgio Santos Rodrigues, anunciou um acordo com os ucranianos pelo débito.
Para reverter a situação, o Cruzeiro irá à FIFA para demonstrar que houve sim um acordo selado entre brasileiros e ucranianos.
Em nota oficial, o time celeste confirmou que houve sim a comunicação da FIFA e que também foi confirmada que teve contato oficial com o Zorya sobre o acordo nos canais oficiais dos dois clubes com ciência da FIFA.
Foi a segunda punição da Raposa na entidade em 2020. Além de não poder registrar jogadores, o clube mineiro já havia perdido seis pontos na Série B por não pagar 850 mil euros (aproximadamente R$ 5,3 milhões) ao Al Wahda, dos Emirados Árabes, referente ao empréstimo do volante Denílson, em 2016. O clube tem até outubro para quitar a dívida.
Desde que assumiu o Cruzeiro, em 1º de junho, a gestão de Sérgio Santos Rodrigues pagou cerca de R$ 30 milhões de dívidas em ações na FIFA. Foram quitados as seguintes pendências: 95% do valor devido ao Zorya-UCR pelo atacante Willian Bigode; 95% do débito total de Rafael Sóbis com o Tigres-MEX; o mecanismo de solidariedade da entidade ao Unión Florida-ARG pelo negócio do argentino Ramon Abila e a dívida da contratação de Pedro Rocha junto ao Spartak Moscou, da Rússia.
Ainda restam R$ 40 milhões e dívidas, como a com o Independiente del Valle-EQU pela contratação do zagueiro Luis Caicedo, que será paga de forma parcelada os R$ 10,6 milhões pendentes.
Confira a nota oficial da Raposa
O Cruzeiro Esporte Clube confirma que recebeu um contato da Fifa sinalizando que o FC Zorya contesta acordo firmado entre os clubes, anunciado oficialmente no mês passado, envolvendo a dívida de 1.159.786,31 euros, vencida em 20 de agosto de 2020.
Diante da contestação do FC Zorya, a Fifa aplicou a sanção de transfer ban (impossibilidade de registro de novos jogadores), o que é lamentado e contestado pelo Cruzeiro Esporte Clube, já que o acordo celebrado entre as partes, se fez mediante canais oficiais previstos pela Fifa para tanto.
Na véspera da data de vencimento da dívida, o FC Zorya notificou o Cruzeiro, por meio de seu e-mail oficial, cadastrado no Fifa/TMS, informando que realizou uma cessão do crédito específico ao Alik Football Management, da Estônia. Desta forma, o Cruzeiro negociou o parcelamento do débito diretamente com o Alik, mas, para se resguardar, exigiu que o FC Zorya fizesse parte do acordo como terceiro interessado, e informou que faria o pagamento somente após sua homologação pela Fifa.
No trâmite, além do selo de autenticação e assinatura do representante do FC Zorya em todos os documentos, nos quais o mesmo atesta, num primeiro momento, a cessão do crédito para o Alik, e, num segundo momento, o termo de formalização do acordo, é importante destacar que a comunicação entre os todos os envolvidos sempre se deu por meio dos canais oficiais estabelecidos pelo sistema Fifa/TMS, que é extremamente rigoroso com o acesso, cadastramento e processos dos seus e-mails.
Sendo assim, diante da manifestação do FC Zorya, a contestação do Cruzeiro se baseia em duas variáveis: ou o sistema da Fifa apresentou algum tipo de falha, o que é pouco provável, ou o clube ucraniano está contradizendo os documentos que seu próprio representante validou e assinou, documentos estes disponíveis em anexo à esta nota.
Por esta razão, na noite de ontem, 1º de setembro de 2020, o Cruzeiro enviou manifestação formal à Fifa, esclarecendo o ocorrido e exigindo a reconsideração da pena por ora imposta. O Clube reitera que em todos os momentos e processos agiu com absoluta clareza, boa fé e dentro da legalidade, confiando que a comunicação feita por meio dos canais oficiais da Fifa, com todos os envolvidos em cópia, inclusive o advogado do FC Zorya, são válidas.