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Um estudo internacional publicado no The New England Journal of Medicine no último dia 5 trouxe esperanças renovadas a pacientes que sofrem de DRT (depressão resistente ao tratamento). A pesquisa revelou que uma terapia combinada que envolve o spray nasal de escetamina demonstrou resultados notavelmente superiores em comparação com os tratamentos convencionais.

spray

A depressão é uma condição mental debilitante, e muitos pacientes não respondem aos tratamentos convencionais, como os antidepressivos ISRS (inibidores seletivos de recaptação de serotonina) e ISRSN (inibidores de recaptação de serotonina-norepinefrina). Um grupo de pacientes recebeu a combinação de ISRS/ISRSN e o spray nasal de escetamina, enquanto o grupo de comparação recebeu ISRS/ISRSN com quetiapina de liberação prolongada.

A descoberta mais notável foi que o spray nasal de escetamina foi superior na obtenção da remissão e na manutenção da ausência de recaída em pacientes com DRT, quando ambos os tratamentos foram usados em combinação com um ISRS/ISRSN contínuo.

O professor Andreas Reif, diretor do Departamento de Psiquiatria, Psicossomática e Psicoterapia do Hospital Universitário de Frankfurt e principal pesquisador do estudo, explicou que o tratamento adicional não precisa necessariamente ter efeito antidepressivo, mas pode aprimorar o efeito dos tratamentos existentes.

O spray nasal de escetamina, conhecido por seu efeito analgésico, demonstrou um efeito antidepressivo distinto, ao melhorar a plasticidade neuronal no cérebro, um fator frequentemente reduzido em pacientes com DRT.

Os resultados foram notáveis, com 27,1% dos pacientes no grupo do spray nasal de escetamina alcançando remissão (desaparecimento dos sintomas) na oitava semana, em comparação com apenas 17,6% no grupo de quetiapina de liberação prolongada.

Além disso, a taxa de recaída após seis meses também favoreceu os pacientes tratados com escetamina.

"Na taxa de recaída, também, que monitoramos após seis meses, os pacientes tratados com escetamina mantiveram a vantagem sobre aqueles tratados com quetiapina", comentou Reif.

Essa descoberta oferece esperança àqueles que sofrem de depressão resistente ao tratamento, uma condição que apresenta desafios significativos na área de saúde mental.

A escetamina, que já é conhecida por seu potencial antidepressivo, agora se destaca como uma opção promissora para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar esses resultados e entender completamente os benefícios dessa terapia combinada, os dados atuais fornecem um vislumbre promissor de um futuro mais brilhante àqueles que enfrentam a batalha contra a depressão resistente ao tratamento, segundo os autores.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a escetamina, no fim de 2020, "para transtorno depressivo maior em adultos que não tenham respondido adequadamente a pelo menos dois antidepressivos diferentes com dose e duração adequadas para tratar o atual episódio depressivo de moderado a grave (depressão resistente ao tratamento) em combinação com antidepressivos orais (tais como ISRS e ISRSN)".

O medicamento, todavia, é inacessível a uma grande parcela da população, já que cada frasco custa cerca de R$ 2.500.

Até um terço dos pacientes com depressão não encontra alívio com os medicamentos convencionais, o que os coloca em risco aumentado de comorbidades, de suicídio e internações hospitalares.

A depressão resistente ao tratamento é ainda mais desafiadora, uma vez que os pacientes não apresentam melhora significativa após várias semanas de terapia.

No entanto, esse novo estudo mostrou que adicionar o spray nasal de escetamina ao tratamento existente pode ser uma solução promissora.

O estudo, denominado Escape-TRD Ph 3b, comparou dois tipos de terapias combinadas.

R7

Foto: Freepik

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesapi), por meio da Diretoria de Saúde Mental, realiza nesta terça-feira, dia 10, programação alusiva ao Dia Mundial de Saúde Mental. O evento começa às 8h, no pátio da Sesapi, e será destinado aos servidores estaduais.

Na programação estão previstas práticas integrativas como dança circular, palestra, alongamento, zumba, auriculoterapia e exposição.

A palestra será ministrada pela Gerente de Prevenção ao Suicídio da Sesapi, Cláudia Aline, com o tema "O Cuidado com a Saúde Mental do Servidor".

“A saúde do servidor também é prioridade. Por conta disso, é preciso dar uma atenção especial porque todos ficamos muito sensibilizados durante a pandemia e estamos sofrendo com as sequelas desse período,” diz a Diretora de Saúde Mental, Saionara Barros.

Sesapi

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) divulgou, nesta segunda-feira (09), o Boletim Epidemiológico de Arboviroses referente a 40° semana epidemiológica do ano de 2023. De acordo com os dados do informe, o número de notificações de dengue, zika vírus e febre chikungunya apresentaram redução em relação ao mesmo período de 2022.

Os dados do boletim mostram que, em relação a dengue, o estado apresentou redução de 76,8% em relação ao mesmo período de 2022. Até o momento, em 2023, o Piauí registrou 7.280 notificações de dengue em 153 municípios, enquanto que em 2022, no mesmo período, foram registradas 31.397 notificações provenientes de 207 municípios.

No ano de 2023, as notificações de casos prováveis de dengue também apresentaram redução em relação a semana anterior desde a 17° semana epidemiológica do ano, totalizando 24 semanas seguidas com redução de notificações. Até o momento, 04 óbitos causados por dengue foram registrados no ano de 2023.

Em relação aos números de zika vírus, a redução das notificações quando comparado o mesmo período do ano de 2023 e 2022 é de 84,5%. São 24 notificações em 2023, em comparação a 155 registros de 2022. O comparativo em relação às semanas epidemiológicas do ano atual mostra que os dados informados aos sistemas de notificação apresentam redução desde a semana epidemiológica de número 22, totalizando 19 semanas seguidas com redução.

Sobre Febre Chikungunya, o informe mostra uma redução de 64,4% nas notificações durante o mesmo período de 2022 e 2023. Até o momento são 4.265 notificações cadastradas no sistema em 2023, ao passo que no mesmo período de 2022 foram 10.655 registros. Em 2023 as notificações de casos prováveis de chikungunya apresentam redução desde a semana epidemiológica de número 26.

Depois de sofrer com muitas dores e até receber diagnóstico incorreto, a jornalista Mariana Felipe de Oliveira, de 29 anos, finalmente descobriu, no início deste ano, a doença que a afligia: espondilite anquilosante. De nome estranho, a doença é um tipo de reumatismo que causa inflamação principalmente na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas (localizadas na região das nádegas).

reumaticas

“Eu não tive limitações graves porque eu descobri muito no início. Quando eu comecei a sentir as dores eu fui ao ortopedista, que não me deu o diagnóstico correto. Depois, por outro médico, eu descobri que poderia ser uma doença autoimune por conta de uma inflamação na sacroilíaca, que é uma articulação perto do cóccix. Ele me explicou que essa inflamação era muito característica de um tipo de doença autoimune que é a espondilite anquilosante. E aí sim, eu procurei uma reumatologista, fiz os exames e fui diagnosticada”, disse à Agência Brasil, durante a realização do Encontro Nacional de Pacientes Reumáticos, que ocorreu dentro do Congresso Brasileiro de Reumatologia. Neste ano, o Congresso acontece em Goiânia (GO).

Como sintoma de sua doença, Mariana sente uma dor muito forte na lombar, que costuma piorar quando ela está em repouso. “Se eu estiver em movimento, praticamente não sinto nada, mas quando eu estou em repouso a dor fica mais forte”, contou ela.

A doença de Mariana é apenas uma dos mais de 100 tipos existentes de doenças reumáticas, que atingem mais de 15 milhões de brasileiros, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia. As doenças reumáticas acometem o aparelho locomotor, ou seja, ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos. Algumas dessas doenças também podem comprometer outras partes do corpo humano como rins, coração e pulmão. “Doenças reumáticas são doenças autoimunes, aquelas patologias em que o próprio organismo se incompatibiliza ou não reconhece suas próprias células”, explicou Marco Antônio Araújo da Rocha Loures, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Normalmente o anticorpo é para você combater vírus, bactérias e fungos. Mas se você tem essa briga [com o próprio organismo], você tem um processo inflamatório. Qualquer que seja o órgão, independente dessa reação, ele tem uma lesão maior ou menor de intensidade, conforme essa resposta”.

Entre as doenças reumáticas mais comuns estão a osteoartrite [mais conhecida como artrose], fibromialgia, osteoporose, gota, tendinite, bursite e artrite reumatoide. Segundo o médico Rafael Navarrete, presidente do Congresso Brasileiro de Reumatologia, a doença reumática mais frequente é a artrose. “Também está chegando numa incidência muito elevada a fibromialgia e algumas doenças inflamatórias, como a lombalgia, que é a segunda causa para se procurar médicos no mundo, só perdendo para a cefaleia”.

Segundo a médica reumatologista Camila Guimarães, presidente da Sociedade Goiana de Reumatologia, o diagnóstico da maioria das doenças reumatológicas é feito de maneira clínica. “A gente precisa de um bom exame físico para que a doença seja diagnosticada. É claro que a gente conta com exames laboratoriais, exames radiográficos mas são exames complementares. Não existe um exame que isoladamente faça o diagnóstico das doenças reumatológicas”.

No geral, as pessoas costumam pensar que as doenças reumáticas só ocorrem em idosos, mas Mariana é um exemplo de que elas podem atingir também pessoas mais jovens.

“É importante salientar que as doenças reumáticas não acometem somente pessoas idosas, mas de qualquer faixa etária”, destacou Navarrete. Importância do diagnóstico precoce Segundo o reumatologista Nilzio Antonio da Silva, as pessoas costumam procurar o médico reumatologista só quando sentem dores. “Na maioria das vezes, a pessoa recorre ao reumatologista com dor no aparelho locomotor, ou seja, dor na articulação, dor muscular ou dor na coluna”, disse. Mas há outros sintomas característicos de doenças reumáticas, como alterações na pele ou inflamação ocular.

Há também doenças reumáticas que podem progredir de forma silenciosa, como a osteoporose. E, se há demora no diagnóstico, o tratamento para a doença pode ficar prejudicado. Por isso, é importante que se busque um médico o quanto antes. “Quanto antes a gente diagnostica, antes a gente intervém e muda a evolução da doença. Por isso, tendo algum sintoma do músculo esquelético, é importante procurar um reumatologista”, disse o reumatologista José Eduardo Martinez, que integra a Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Mariana, por exemplo, conseguiu obter um diagnóstico rápido sobre a sua doença, o que permitiu tratamento num estágio inicial. “Eu não tive limitações físicas, embora muitas pessoas tenham. Como o diagnóstico demora muito, entre 8 e 10 anos - e essa é uma doença progressiva - muitas pessoas quando descobrem já estão com estágio avançado. Mas como eu descobri no início ainda, eu não tive nenhuma limitação física, mas eu tenho limitações de estresse de lidar com a dor crônica, já que tudo que eu faço durante o dia, estou sentindo dor. O cérebro está trabalhando ali e, além de te ajudar no que você está fazendo, ele está também o tempo inteiro te lembrando que você tem essa dor. Então é um estresse muito grande”.

“Tenho horário para comer, para ir na terapia, para ir na fisioterapia e isso acaba prejudicando a gente um pouco nos relacionamentos. Eu também não posso mais usar os sapatos que usava antes. Eu preciso usar um sapato mais confortável. Não posso mais ficar muito tempo sentada, mas eu trabalho sentada o dia inteiro. Então são essas algumas limitações que foram colocadas no meu dia a dia que acabam me prejudicando um pouco, mas eu tenho consciência de que, por ter sido diagnosticada cedo, não desenvolvi outras limitações que poderiam me prejudicar [ainda mais]”, acrescentou Mariana.

De acordo com Ivanio Alves Pereira, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia, os tratamentos para as doenças reumáticas disponíveis hoje podem aumentar muito a qualidade de vida do paciente.

“A gente vive hoje um momento em que alguns tratamentos inteligentes bloqueiam o que está ocorrendo de forma anormal. E aí apareceram uma série de oportunidades como medicamentos biológicos que tem vários alvos da doença. Então, doenças que até há pouco tempo geravam deformidades irreversíveis ou incapacidade definitiva como artrite reumatoide ou artrite de outras causas como psoríase e lúpus, hoje você tem uma série de novos tratamentos, disse acrescentando que "os pacientes com doenças reumáticas tem a oportunidade de não só ter diagnóstico precoce, mas de ter acesso a tratamentos hoje que são muito efetivos e que mudaram a qualidade de vida, aumentaram a longevidade e a sobrevida desse paciente.”

E, no geral, esses tratamentos estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). “O tratamento da minha doença, assim como de muitas outras doenças reumáticas, tem pelo SUS. Esse é um avanço dos últimos 20 anos”, disse a paciente Mariana.

Sua dificuldade de tratamento, no entanto, se refere aos tratamentos complementares como fisioterapia, RPG e acompanhamento nutricional. “São terapias que não estão disponíveis para todo mundo, não são acessíveis para todo mundo, infelizmente. E são muito necessárias para o controle da dor e para o controle do stress e para a saúde mental. Não consegui nem pelo plano de saúde”.

Agência Brasil

Foto: Freepik