Após um ano marcado por números históricos de infecções e mortes provocadas pela dengue, 2025 apresenta um cenário mais controlado.
Nos primeiros seis meses, o Brasil registrou 1.514.477 casos prováveis da doença — uma redução de quase 76% em relação ao mesmo período de 2024, quando o país somou 6.271.062 notificações.
Em ambos os anos, a tendência foi semelhante: aumento
gradual entre janeiro e março, com pico da doença neste último mês, seguido por queda progressiva. Os dados são do Ministério da Saúde.
Neste ano, o ápice ocorreu com 387.580 casos em março. Em 2024, esse número foi quase cinco vezes maior, chegando a 1.734.535 no mesmo mês. Somados, março e abril do ano passado superam todos os registros do primeiro semestre de 2025.
De acordo com o Ministério da Saúde, a queda expressiva está relacionada a estratégias de prevenção, controle do vetor, qualificação da assistência, campanhas de comunicação e adoção de novas tecnologias.
“A pasta tem reforçado a capacitação de profissionais, o apoio a estados e municípios, a ampliação da vacinação e a preparação da rede de atendimento”, informou a nota oficial.
Óbitos por dengue Desde o início de 2025, foram confirmadas 1.363 mortes por dengue, e outras 589 estão sob investigação. Diferentemente do ano anterior, a letalidade tem crescido nos últimos meses, mesmo com a redução dos casos. Abril contabilizou 252 mortes, maio teve 310 e junho, 350.
Em 2024, entre janeiro e dezembro, o país totalizou 6.297 óbitos confirmados, além de 378 em análise.
O maior número de mortes foi registrado em maio, com 1.344. Antes disso, os boletins indicaram 163 em janeiro, 227 em fevereiro, 601 em março e 1.082 em abril. Após o pico, houve declínio até setembro, mês com 191 vítimas, seguido de nova elevação a partir de outubro.
O ministério ressalta que os picos de infecção e de mortes não coincidem devido ao tempo necessário para a conclusão das investigações, que podem levar até 60 dias.
Na manhã desta segunda-feira, 30 de junho, o casal de empreendedores Emerson Reis e Lorena Moema celebrou a abertura oficial do Instituto Afeto, um novo espaço voltado à saúde e bem-estar, localizado em um ponto estratégico da Rua São João, no centro de Floriano-PI.
A cerimônia contou com um público seleto, incluindo diversos profissionais da área da saúde que agora integram a equipe do Instituto. A coordenadora do Instituto, Lorena Moema, deu início ao evento com uma fala emocionada, destacando a missão do espaço: oferecer atendimento humanizado e de excelência à população.
Em seguida, uma das profissionais do Instituto tomou a palavra para apresentar as demais integrantes da equipe multidisciplinar, reforçando o compromisso com a qualidade dos serviços prestados.
Sobre o Instituto Afeto
O nome já revela a proposta: um ambiente acolhedor, onde o cuidado vai além do tratamento clínico. O Instituto Afeto nasce com a proposta de ser um centro de referência em saúde integrativa, reunindo especialidades como psicologia, fisioterapia, nutrição, enfermagem, entre outras.
"Um novo capítulo cheio de cuidado e propósito. Hoje celebramos a realização de um sonho: o Instituto Afeto oficialmente inaugurado! Um espaço pensado com amor, para acolher, cuidar e transformar vidas. Gratidão a todos que estiveram presentes nesse momento tão especial. Juntos, damos início a uma história de afeto, dedicação e esperança. Sejam todos bem-vindos!". Uma publicação feita no Insta da empresa.
A infecção urinária, ou infecção do trato urinário (ITU), é causada, na maioria dos casos, pela bactéria Escherichia coli, que vive no intestino. Ela pode atingir a uretra, a bexiga ou até os rins, provocando dor, ardência e vontade frequente de urinar. Essa condição afeta especialmente as mulheres: mais de 50% delas terão ao menos um episódio na vida, dizem os especialistas.
Quais são os sintomas mais comuns? Os sintomas podem variar de acordo com a parte do trato urinário afetada. Os mais frequentes são:
Vontade constante de urinar; Ardência ou dor ao urinar; Urina turva, com odor forte ou com presença de sangue; Dor na parte inferior do abdômen; Febre (em casos mais graves ou quando atinge os rins); Algumas pessoas, especialmente idosos, podem não apresentar sintomas claros e manifestar apenas confusão mental ou mal-estar.
Quais são as principais causas da infecção urinária? Entre os fatores que favorecem o surgimento da infecção estão:
Má higiene íntima; Baixa ingestão de água; Atividade sexual; Uso de absorventes por longos períodos; Gravidez; Diabetes ou outras doenças crônicas; Internações hospitalares. Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico é feito com base nos sintomas e confirmado por exames de urina, como o EAS (elementos anormais e sedimento) e a urocultura.
Qual é o tratamento indicado? O tratamento da infecção urinária é feito com antibióticos prescritos por um médico. Em casos leves, é possível tratar com comprimidos. Em situações mais graves, como infecções nos rins (pielonefrite), pode ser necessário o uso de antibióticos injetáveis ou internação.
Beber água em quantidade adequada também ajuda na recuperação.
Como prevenir a infecção urinária? Algumas medidas simples podem ajudar a evitar novos episódios:
Beber bastante água ao longo do dia; Urinar após relações sexuais; Evitar segurar o xixi por muito tempo; Manter boa higiene íntima; Trocar absorventes com frequência durante o período menstrual.
Muitas vezes associado a idades mais avançadas, o câncer está sendo diagnosticado cada vez mais cedo. Um levantamento global mostrou que houve um aumento de 79% na quantidade de novos casos de câncer descobertos anualmente em pessoas com menos de 50 anos.
Tumores de mama, intestino, próstata, entre outros, estão surgindo precocemente. O risco parece crescer a cada geração, e essa tendência tem se manifestado de várias formas. Globalmente, destacaram-se os tumores de mama, tireoide e colo do útero, com os casos novos de câncer subindo 26% entre pessoas de 20 a 39 anos em 2022, em comparação a 2012.
Nos Estados Unidos, o notável aumento do câncer de intestino em jovens, nas últimas décadas, tornou esse tumor a principal causa de morte por câncer em homens com menos de 50 anos no país. Além destes, tumores menos comuns, como os de intestino delgado, vesícula e o sarcoma de Kaposi, vêm mostrando uma incidência crescente.
A realidade no Brasil não parece ser diferente. Estamos vendo, por exemplo, um aumento da proporção de câncer de mama entre mulheres com menos de 40 anos. Em uma avaliação feita no ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), essa proporção passou de 8% em 2009 para 22% em 2020. Esses dados se contrapõem à antiga ideia de que câncer é uma doença apenas de indivíduos mais velhos.
O câncer pode ser mais agressivo em jovens Precisamos, ainda, destacar um ponto crucial: em pessoas mais novas, o câncer tende a se manifestar de forma mais agressiva e ser descoberto em estágios mais avançados. Vejamos o caso do câncer de mama, por exemplo. Existem três subtipos principais: o luminal (aquele que tem receptores hormonais, mas não tem uma proteína chamada HER-2 em grande quantidade); o HER-2 positivo (que tem a proteína HER-2 em grande quantidade) e o triplo-negativo (sem receptores hormonais e sem HER-2 em grande quantidade).
Mulheres jovens têm maiores possibilidades de apresentar subtipos mais graves de câncer de mama, com maior risco de recorrência e disseminação para outros órgãos, como é o caso do triplo-negativo. Este é um dos subtipos mais desafiadores, sendo bem menos comum em mulheres mais velhas, nas quais o tumor luminal costuma prevalecer.
A maior agressividade e a tendência a diagnósticos mais tardios fazem com que o câncer de mama nessa faixa etária se apresente em estadiamentos mais avançados. Isso porque muitas jovens estão fora da idade recomendada para os exames de rotina (como a mamografia) e costumam subestimar os sintomas iniciais, pela baixa conscientização sobre o risco de câncer nessa idade. Sem contar que a maior densidade das mamas em mulheres mais novas pode dificultar a precisão dos exames.
Por essa razão, os programas de conscientização são fundamentais, assim como a revisão das estratégias de prevenção. Exemplo disso é a colonoscopia para câncer de intestino, agora indicada mais precocemente, a partir dos 45 anos (e não mais 50 anos). Ao mesmo tempo, iniciativas promissoras, como o uso de inteligência artificial para análise de mamografias, também buscam melhorar a detecção de tumores, especialmente em mamas mais densas.
Além desses aspectos, não podemos ignorar que os jovens com câncer enfrentam desafios físicos e emocionais únicos devido à doença e ao tratamento, com impactos significativos na qualidade de vida como um todo.
A queda de cabelo, as alterações de peso, cirurgias e eventuais cicatrizes podem ter um efeito profundo na autoimagem, nos relacionamentos, na saúde mental e também na sexualidade. Somado a isso, alguns tratamentos podem causar alterações nos níveis hormonais e até mesmo menopausa precoce e infertilidade permanente, com todas as consequências físicas e emocionais para uma população em plena idade fértil.
Igualmente, a jornada do diagnóstico, tratamento e recuperação afeta a vida diária e a convivência social, bem como as finanças, os estudos e a carreira profissional desses pacientes em idade ativa. Tudo isso deve ser levado em conta no tratamento e acompanhamento desses indivíduos.
Mudança de hábitos para prevenir Diante disso, o que podemos fazer para mudar esse cenário? Acima de tudo, precisamos melhorar o nosso estilo de vida. É verdade que os fatores genéticos são particularmente relevantes em pessoas jovens, porém eles não são os únicos culpados. Na realidade, mais de 80% dos tumores nessa população não têm origem hereditária. Por isso, os resultados dos testes genéticos devem sempre ser avaliados por um médico especialista. Só ele saberá informar o real impacto dos resultados desses testes no risco de câncer e o que precisa ser feito.
Assim, ainda que a genética tenha seu papel, são os hábitos de vida pouco saudáveis (cada vez mais comuns no mundo inteiro) os grandes responsáveis por essa tendência mundial. Estima-se que ao menos 30% de todos os casos de câncer poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida.
Até mesmo pacientes com mutações genéticas, que apresentam alto risco de desenvolver um câncer, podem ter este risco diminuído por mudanças de hábitos de vida. Estamos falando de uma alimentação desequilibrada, rica em açúcar, farinha refinada (pão, arroz branco), ultraprocessados e carne vermelha. Esse tipo de dieta aumenta o risco de câncer ao induzir uma inflamação crônica no organismo, o que cria um ambiente propício para o surgimento e a sobrevivência de células tumorais. Isso porque a inflamação persistente pode prejudicar a imunidade, causar danos ao DNA e liberar substâncias que estimulam o crescimento de células cancerígenas.
O tabagismo, o consumo de álcool, a obesidade e o sedentarismo também têm um impacto negativo. No caso da obesidade, ela não só induz uma inflamação crônica no corpo, como também gera um desequilíbrio hormonal que favorece o surgimento de tumores. Por outro lado, a prática regular de atividade física possui um efeito protetor, podendo diminuir em 10% a 40% o risco de câncer.
Por tudo isso, precisamos melhorar o quanto antes os nossos hábitos de vida para reduzirmos a possibilidade dessa doença no longo prazo. Quanto mais mudanças favoráveis adotarmos, mesmo na idade adulta , maior será o impacto na nossa saúde e na redução do risco de câncer.
O aumento do câncer em jovens é uma realidade que exige a nossa atenção. É importante reforçar que não somos impotentes diante dessa realidade. Assumir o controle da nossa saúde adotando hábitos saudáveis é uma ferramenta poderosa na luta e prevenção do câncer.
Desde 2011, A.C.Buzaid é Diretor Médico Geral do Centro Oncológico da BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo).
A oncologista Jessica Ribeiro Gomes é integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer.