Pesquisadores identificaram 13 proteínas que podem estar associadas ao envelhecimento cerebral. E mais que isso: observaram que elas provocam mudanças cerebrais mais pronunciadas em três momentos-chave da vida: aos 57, 70 e 78 anos. Os resultados foram publicados na revista Nature Aging em 9 de dezembro.

O estudo é de um grupo de pesquisadores do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Zhengzhou, na China. Eles utilizaram ressonâncias magnéticas cerebrais de quase 11.000 indivíduos, com idades entre 45 e 82 anos, para estimar a “diferença de idade cerebral” — uma medida que avalia o descompasso entre a idade cerebral e a cronológica de cada participante.

Então, eles empregaram inteligência artificial para identificar características fisiológicas, como o volume e a área superficial do cérebro, revelando o grau de envelhecimento acelerado em cada caso.

A análise também incluiu a avaliação de cerca de 3.000 proteínas no sangue de quase 5.000 participantes. Como o sangue conecta o cérebro ao restante do corpo, alterações na concentração dessas proteínas no sangue podem refletir mudanças ocorrendo no cérebro.

Proteínas relacionadas ao envelhecimento do cérebro Os pesquisadores identificaram 13 proteínas cujas concentrações sanguíneas estavam intimamente relacionadas à idade biológica do cérebro. Proteínas associadas ao envelhecimento, como aquelas ligadas ao estresse celular e inflamação, aumentaram com o avanço da idade cerebral.

Por outro lado, proteínas que contribuem para a manutenção da função cerebral, como as que atuam na regeneração celular, mostraram redução com o envelhecimento.

Entre as proteínas analisadas, a brevican destacou-se por apresentar uma relação forte com a idade biológica cerebral. Essa proteína, cuja concentração diminuiu ao longo do tempo, mostrou uma correlação significativa com doenças como demência e derrames.

A brevican desempenha um papel importante na comunicação entre neurônios, apoiando estudos anteriores que sugerem sua utilidade como marcador para o diagnóstico de condições neurodegenerativas.

Os cientistas também observaram que as concentrações das 13 proteínas atingiram picos em idades específicas: 57, 70 e 78 anos. Essas variações podem indicar “ondas” de envelhecimento cerebral, oferecendo possíveis pontos de referência para desenvolver intervenções antienvelhecimento no futuro.

Catraca Livre

O Instituto Butantan concluiu nesta segunda-feira (16) a entrega de documentos para o registro da vacina contra a dengue, chamada de Butantan-DV, à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Caso seja aprovado, o imunizante será o primeiro do mundo em dose única. Ainda segundo o Instituto, a produção poderá fornecer cerca de 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde nos próximos três anos.

butantan

Até 7 de dezembro, o Brasil registrou 6 milhões de casos prováveis e 5.922 mortes pela doença. Além disso, outros 1.067 óbitos estão sendo investigados.

Os testes clínicos terminaram em junho deste ano, quando o último participante completou 5 anos de acompanhamento. Recentemente, informações sobre segurança e eficácia foram divulgadas na revista científica New England Journal of Medicine. Conforme os dados, o imunizante tem 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática.

Resultados da fase 3 do ensaio clínico, publicados na The Lancet Infectious Diseases, mostraram, ainda, uma proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, além de eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos.

O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, classificou o projeto como “um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista ao nível internacional”. “Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos. Vamos aguardar e respeitar todos os procedimentos da Anvisa, um órgão de altíssima competência. Mas estamos confiantes nos resultados que virão”, destacou.

As informações finais encaminhadas detalham o processo de fabricação das doses da vacina, isto é, demonstram como os testes de formulação e envase cumprem os requisitos da Anvisa. A agência regulatória exige a fabricação de três lotes consecutivos dos imunizante feitos de forma consistente e robusta e cumprindo todos os requisitos de qualidade.

Previsão de entrega Caso a Anvisa aprove o imunizante, o Butantan já conta com um possível cronograma de produção da vacina.

2025 — Um milhão de doses 2026 e 2027 - 100 milhões de doses A definição dos critérios de vacinação da população deverá ser feita pelo Ministério da Saúde, por meio do PNI (Programa Nacional de Imunização).

Próximos passos A partir de agora, a Anvisa vai avaliar a documentação e pode fazer questionamentos ao Butantan. Depois disso, com a possível aprovação por parte da Anvisa, o Instituto deverá enviar uma solicitação de autorização de preço à Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos.

Após essa avaliação, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde irá estudar a possível incorporação da vacina ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Essa análise técnica leva em consideração uma série de pontos, entre eles a redução de internações e de absenteísmo ao trabalho; benefícios e riscos no longo prazo para a população brasileira; além do potencial de inovação tecnológica que a incorporação introduzirá no sistema.

Casos Segundo dados do governo, a maioria dos casos foi registrada em pessoas de 20 a 29 anos. Os pacientes, em sua maioria, são mulheres. As unidades com os maiores coeficientes de incidência de casos prováveis são Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

R7

Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

Um estudo recente publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences concluiu que a privação de sono durante a infância pode aumentar o risco de a criança desenvolver autismo.

O estudo foi feito com camundongos adultos e em desenvolvimento e mostrou que camundongos jovens não têm a capacidade de se recuperar da perda de sono, impactando a formação de sinapses e o comportamento de longo prazo.

Mas por que a falta de sono tem consequências tão graves? O sono na verdade desempenha um papel fundamental desde o momento em que nascemos.

Como bebês, nossos cérebros ainda estão formando as extremidades dos neurônios, chamadas sinapses, que são importantes no aprendizado, atenção, memória de trabalho e memória de longo prazo.

O sono permite que esses neurônios se desenvolvam e se conectem uns com os outros, estabelecendo funções cerebrais para o resto da vida.

Se esse processo delicado, mas importante, fosse interrompido por vigília constante, isso poderia ter efeitos duradouros no cérebro e no comportamento.

Segundo os pesquisadores, os dados do estudo mostram que bebês e crianças são mais vulneráveis ​​aos efeitos negativos da interrupção do sono.

Ainda segundo eles, os dados mostraram que a perda de sono durante esse período pode interagir negativamente com o risco genético subjacente para Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Problemas de sono e autismo Problemas de sono são um importante indicador precoce de problemas de desenvolvimento cerebral e outros distúrbios do neurodesenvolvimento, como TEA e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

A interrupção do sono foi observada em mais 80% das pessoas com TEA, mas se a interrupção do sono é uma causa ou consequência do TEA ainda não está claro.

Por dentro do estudo No estudo com camundongos, os pesquisadores mostraram que quando os modelos dos animais adultos perdiam uma quantidade significativa de sono, eles compensavam isso aumentando o sono mais tarde durante suas horas ativas regulares.

Denominada “rebote do sono”, essa resposta permitiu que os adultos “compensassem” o sono perdido.

Os ratos mais jovens, por outro lado, não tiveram recuperação do sono completamente. Isso confirmou a hipótese dos pesquisadores de que os ratos mais jovens podem ser mais suscetíveis aos efeitos nocivos da privação do sono.

Os pesquisadores também notaram que a privação do sono em ratos jovens prejudicou completamente seu desempenho em uma tarefa de memória de aprendizagem, enquanto os adultos eram muito mais resilientes após a perda do sono.

Em seguida, o laboratório mudou sua atenção para os efeitos do sono e da privação do sono nas sinapses neuronais, que mediam a comunicação entre os neurônios e são o principal local para a formação e armazenamento da memória. Elas também são bem estudadas por seu papel fundamental em beneficiar a saúde do sono.

Pesquisadores realizaram uma série de análises moleculares para observar como a privação do sono afeta as sinapses.

Usando análise de proteína de ponta, eles conseguiram mapear a composição da proteína e as mudanças bioquímicas que afetam as sinapses.

A análise mostrou que a privação do sono em camundongos jovens, mas não em adultos, afetou fortemente a formação de sinapses, um aspecto fundamental do desenvolvimento cerebral.

Catraca Livre

O Brasil alcançou em 2023 a menor taxa de mortalidade por aids dos últimos dez anos, registrando 3,9 óbitos por 100 mil habitantes. Esse marco reflete avanços no controle da doença, mesmo diante de um aumento de 4,5% no número de casos de HIV em comparação a 2022. O aumento nos diagnósticos, que totalizaram 38 mil novos casos no ano passado, está diretamente ligado à ampliação da capacidade de detecção precoce.

mortalidadeaids

A região Norte liderou em taxa de detecção, com 26%, seguida pela região Sul, com 25%. Cidades como Boa Vista, Manaus e Porto Alegre destacaram-se com os maiores índices, apontando a necessidade de estratégias mais rápidas e eficazes nessas áreas.

A maioria dos casos foi registrada entre homens (cerca de 27 mil), especialmente na faixa etária de 25 a 29 anos, seguida pelo grupo de 30 a 34 anos. Esse perfil reforça a importância de ações preventivas e tratamentos direcionados a essas populações.

Acesso ao tratamento O Sistema Único de Saúde (SUS) distribuiu, em 2023, 4 milhões de testes rápidos DUO HIV/sífilis, que permitem identificar ambas as infecções com uma única gota de sangue. Essa tecnologia foi essencial para ampliar a cobertura de testes, especialmente no pré-natal, e facilitar o acesso ao tratamento antirretroviral.

Segundo o Ministério da Saúde, a detecção precoce teve impacto direto na redução da mortalidade e na qualidade de vida dos pacientes. A profilaxia pré-exposição (PrEP), oferecida gratuitamente pelo SUS, também registrou avanços significativos: o número de usuários chegou a 109 mil em 2023, comparado a 50,7 mil em 2022.

“Uma vez que, para iniciar a profilaxia, é necessário fazer o teste. Com isso, mais pessoas com infecção pelo HIV foram detectadas e incluídas imediatamente em terapia antirretroviral. O desafio agora é revincular as pessoas que interromperam o tratamento ou foram abandonadas, muitas delas no último governo, bem como disponibilizar o tratamento para todas as pessoas recém-diagnosticadas para que tenham melhor qualidade de vida,” afirmou o Ministério da Saúde em nota.

O Brasil alcançou 96% de diagnóstico entre as pessoas vivendo com HIV que desconheciam sua condição, avançando em direção à meta das Nações Unidas de eliminar a Aids como problema de saúde pública até 2030. A meta global prevê que 95% das pessoas com HIV sejam diagnosticadas, 95% delas estejam em tratamento antirretroviral, e 95% dos tratados tenham o vírus intransmissível.

Atualmente, os percentuais brasileiros são 96% diagnosticados, 82% em tratamento e 95% com HIV intransmissível.

Transmissão do HIV O HIV pode ser transmitido de diversas formas:

Durante relações sexuais sem o uso de preservativo; Pelo compartilhamento de seringas contaminadas; De mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação, caso não sejam adotadas as medidas preventivas adequadas. Formas de prevenção A prevenção combinada é a maneira mais eficaz de evitar a transmissão do HIV. Essa abordagem reúne diferentes estratégias que atendem a variadas necessidades e formas de exposição. Entre as principais opções oferecidas pelo SUS, estão:

Preservativos (camisinhas): disponíveis gratuitamente nas unidades de saúde; Profilaxia pré-exposição (PrEP): consiste no uso diário ou sob demanda de comprimidos. No caso sob demanda, a pessoa deve tomar a medicação até duas horas antes da relação sexual para estar protegida; Profilaxia pós-exposição (PEP): envolve o uso de medicamentos até 72 horas após uma situação de risco, como sexo sem proteção ou compartilhamento de seringas.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - Arquivo