A Secretaria de Saúde de Floriano e o Hospital Tibério Nunes firmaram na quinta-feira, 06, parceria de cooperação para ampliar o atendimento às síndromes gripais (Covid-19, Influenza e H3N2) através do Centro de Referência Gripal de Floriano (antiga FUNASA).
O objetivo da colaboração é dar retaguarda ao Hospital Tibério Nunes que tem recebido um grande fluxo de pacientes nas últimas semanas.
Segundo James Rodrigues, Secretário de Saúde de Floriano, a orientação partiu do prefeito Joel Rodrigues que propôs uma nova reorganização do fluxo de atendimento do Centro Gripal de Floriano. Veja a entrevista:
A explosão de novos casos de Covid-19 — provocados pela variante Ômicron do coronavírus – e de gripe – pelo H3N2 cepa Darwin — em boa parte do Brasil vem acompanhada do aumento da circulação de outros vírus respiratórios.
O professor e médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu, explica que depois do SARS-CoV-2 e do influenza, os agentes etiológicos que mais têm aparecido nos painéis virais de indivíduos com síndrome gripal são o adenovírus e o rinovírus (que possui mais de cem subtipos), causadores de resfriado comum. "Já fazia um tempo que esses vírus não circulavam e agora estão muito mais transmissíveis em um ambiente de pessoas que não tiveram contato com eles, que não têm imunidade contra o vírus da influenza ou de resfriado. Quando você fica muito tempo sem contato — isso acaba acontecendo — fica mais suscetível. E a variante Ômicron tem a questão que a gente sabe de maior transmissibilidade."
O médico Estevão Urbano, da Sociedade Mineira de Infectologia, acrescenta que "é possível que durante o período de isolamento as pessoas não se expuseram aos vírus de resfriado".
"A imunidade natural é pequena. Não tem um número certo de tempo. [Dura] meses, no máximo, um ano." "Já fazia um tempo que esses vírus não circulavam e agora estão muito mais transmissíveis em um ambiente de pessoas que não tiveram contato com eles, que não têm imunidade contra o vírus da influenza ou de resfriado. Quando você fica muito tempo sem contato — isso acaba acontecendo — fica mais suscetível. E a variante Ômicron tem a questão que a gente sabe de maior transmissibilidade."
O médico Estevão Urbano, da Sociedade Mineira de Infectologia, acrescenta que "é possível que durante o período de isolamento as pessoas não se expuseram aos vírus de resfriado".
"A imunidade natural é pequena. Não tem um número certo de tempo. [Dura] meses, no máximo, um ano." írus diferentes, sintomas iguais
O momento atual de pico de síndrome gripal vivido em São Paulo, por exemplo, é atípico porque envolve esses vários vírus, cujos sintomas podem ser exatamente os mesmos.
"É impossível você diferenciar um paciente com influenza de um paciente com Covid por variante Ômicron ou com resfriado comum. Isso no caso dos primeiros dias de sintomas. Mas se você pega um paciente com Covid que não foi vacinado, é lógico que ele vai ter uma chance maior de evolução para síndrome respiratória aguda grave, o que não acontece com pacientes com resfriado comum — por adenovírus ou rinovírus — e é menos comum acontecer em pacientes com influenza", sublinha Barbosa.
A variante Ômicron do coronavírus tem se caracterizado por apresentar casos leves de Covid-19 entre pessoas com a imunização completa e dose de reforço.
Por essa razão, os sintomas podem facilmente ser confundidos com um resfriado, em que o paciente apresenta garganta irritada e tosse seca, mas sem um comprometimento pulmonar na maioria dos casos.
Outros sinais incluem febre, cansaço, dores no corpo e de cabeça, dor e irritação nos olhos, coriza e nariz entupido.
Sendo impossível identificar qual é o vírus causador da síndrome gripal, o ideal é que os serviços de saúde façam teste de Covid-19, e também de influenza. Na rede privada existe a possibilidade da realização do painel viral, que identifica mais de 20 agentes causadores desse tipo de quadro.
"Os casos geralmente são leves, autolimitados, benignos, mas deveriam ser avaliados para que se pudesse fazer um diagnóstico diferencial", alerta o professor da Unesp.
Em pacientes com risco de evoluir para quadros graves de gripe, por exemplo, um exame que detecte a presença do vírus influenza pode ser utilizado pelo médico para iniciar o tratamento com o antiviral oseltamivir.
Se o resultado for positivo para Covid, pode ser necessário o monitoramento do nível de oxigênio no sangue, já que o vírus pode avançar para os pulmões, especialmente em pacientes mais debilitados.
Na última semana, começaram a ser relatados casos de pacientes com infecção simultânea por dois vírus respiratórios, principalmente coronavírus e influenza, o que se chamou de flurona.
Barbosa ressalta que isso não representa necessariamente um quadro mais grave. "Vai acontecer uma síndrome gripal mais ou menos comum."
Prevenção
Da mesma forma que se previne a transmissão da Covid-19, evita-se também a infecção pelos outros vírus respiratórios que estão circulando neste momento.
O uso de máscara se faz fundamental neste contexto, assim como o distanciamento entre as pessoas. A higienização das mãos e das superfícies também minimiza o risco de ser infectado.
O governo pode reduzir de 10 para cinco dias o prazo de quarentena de casos positivos assintomáticos, contaminados pela variante Ômicron do novo coronavírus. A informação foi dada na manhã desta sexta-feira (7) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em entrevista na chegada ao Ministério.
Segundo Queiroga, ainda hoje ele vai se reunir com os chefes da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid) e da Secretaria de Vigilância Sanitária para tratar desse assunto. Eles também analisarão a possibilidade de permitir que servidores da área de saúde que tiveram diagnóstico positivo para a variante, mas que também não apresentem sintomas, possam fazer parte da linha de frente no atendimento aos pacientes com covid-19. “Se eu não me engano, o CDC [Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos] já deu essa recomendação [reduzir o isolamento dos pacientes assintomáticos com Ômicron]. O governo francês está, inclusive, autorizando profissionais de saúde que estão positivos a atender na linha de frente, por conta do número de casos. Então, isso está sendo analisado”, adiantou.
Aos jornalistas, Queiroga ressaltou que há relatos na comunidade científica sobre a segurança de se adotar a redução da quarentena e a colocação de servidores assintomáticos no atendimento direto aos pacientes com covid-19. “Possivelmente [o Brasil vai seguir essas medidas], porque isso está sendo adotado em outros países e tem assento em evidências científicas. E aí é possível que nós adotemos a mesma conduta. Isso naturalmente que está em estudo na área técnica, na Secretaria de Vigilância em Saúde, na Secovid. Hoje eu tenho uma reunião com os secretários justamente para tratar sobre esses temas”, acrescentou. Testagem
O ministro da Saúde disse ainda que a pasta pretende aumentar a testagem da população. “É necessário fazer a testagem para identificar o aumento no número de casos e fazer o isolamento das pessoas que estão positivas, não é só testar por testar”, avaliou Queiroga. Ômicron
Queiroga estimou que em até 30 dias o governo terá informações mais claras sobre os perigos relacionados à variante Ômicron. “Vamos esperar mais três ou quatro semanas para se ter uma ideia mais definitiva com relação ao potencial de letalidade”, disse o ministro. Região Norte
Na visão do ministro, o combate ao crescimento de covid-19 e influenza devem priorizar a região Norte. “O que nos preocupa mais é a região Norte porque as coberturas vacinais são cronicamente mais baixas, e porque o sistema de saúde é mais frágil”, justificou. Carnaval
Queiroga comentou o cancelamento do carnaval de rua em várias cidades pelo Brasil. Ele ressaltou que “o Ministério nunca estimulou” a realização de grandes eventos ao longo da pandemia. Estados e municípios
Marcelo Queiroga cobrou uma melhor gestão de estados e municípios para ações de combate à pandemia e disse que os entes também devem empregar parte dos orçamentos no controle do crescimento dos casos de covid-19 no país, assim como para o aumento da disseminação do influenza. “O SUS é tripartite, e estados e municípios também devem alocar parte dos seus orçamentos para enfrentamento da pandemia de covid-19. Não é só o tempo inteiro cobrar do Ministério da Saúde e lá na ponta adotar medidas de acordo com a sua ideia”, criticou. Vazamento
Sobre o vazamento de dados de médicos pró-vacina que participaram da audiência pública sobre vacinação de crianças, organizada pelo Ministério na última terça-feira (4), o ministro afirmou que o vazamento não é de responsabilidade da pasta.
Ele insistiu que questionamentos devem ser feitos à deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que teria compartilhado os dados dos médicos, como números de telefone celular, e-mail e CPF. “Eu não estava na audiência pública. Você tem que questionar a deputada Bia Kicis. A audiência pública não aconteceu no ministério, então não saiu de dentro ministério. A audiência aconteceu na Opas”, disse Queiroga acrescentando que é ministro da Saúde, e não “fiscal de dados do ministério".
Pelo Twitter, a deputada ironizou as críticas sobre o vazamento. "Tanto interesse em saber quem vai se responsabilizar por um suposto vazamento de dados de um documento de médicos e nenhum interesse em saber quem vai se responsabilizar por eventuais danos por efeitos colaterais das vacinas em nossas crianças", disse.
A variante Ômicron do coronavírus, que é mais infecciosa, parece provocar formas menos graves da doença do que a Delta, mas não deve ser classificada como "leve", disse o chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quinta-feira (06).
Durante uma coletiva de imprensa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também repetiu seu apelo por uma maior equidade global na distribuição e acesso às vacinas contra o coronavírus.
Ele alertou que, com base na taxa atual de distribuição de vacinas, 109 países não cumprirão a meta da OMS de que 70% da população mundial seja totalmente vacinada até julho. Esse objetivo é visto como uma ajuda fundamental para encerrar a fase aguda da pandemia.
A variante Ômicron já predomina entre os novos casos de Covid-19 no Brasil, segundo o site Our World in Data, plataforma de dados ligada à Universidade de Oxford. O levantamento diz respeito a dezembro de 2021, quando os casos da nova cepa saltaram de 0,16% no começo do mês para 58,33% no dia 27.
O Brasil tem registrado um aumento de novos casos da doença desde a semana do Natal, início das confraternizações de fim de ano, quando a média móvel saltou de 3.415 no dia 20 de dezembro para 12.467 na última quarta-feira (5), segundo o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde). Já a média móvel de óbitos segue abaixo de 100.
Na terça-feira (4), os Estados Unidos quebraram o recorde mundial de novos casos diários ao registrar 1 milhão em 24h. O país vive uma nova onda causada pela variante Ômicron e, apesar da alta no número de infecções, as mortes tiveram queda de 10% na última semana.