O Brasil está entre os países mais sedentários do mundo. Um estudo publicado na revista The Lancet aponta que 47% dos brasileiros são sedentários. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para sair do sedentarismo a gente precisa dar 10 mil passos por dia. Esses passos podem estar tanto dentro de uma atividade ou exercício físico.
Quem é sedentário precisa encontrar uma atividade que provoque estímulos positivos. E por que não a caminhada? Caminhar é a forma mais simples e democrática de sair do sedentarismo e iniciar um exercício físico regular. Se mexer traz muitos benefícios:
Libera endorfina, que causa sensação de bem-estar O indivíduo ganha mais consciência na alimentação, porque a endorfina ajuda a controlar as compulsões. Melhora o sono Ajuda no controle e prevenção de diabetes, hipertensão, depressão. Cuide do seu coração! 150 minutos de exercício físico moderado por semana previne e trata problemas de saúde. São 30 minutos de caminhada por dia, cinco vezes na semana. Atividade física x exercício físico: qual a diferença? A atividade física é qualquer movimento que você faz que tenha algum gasto energético. É tudo o que realizamos no dia a dia quando não estamos descansados: subir escada, levantar para pegar água, andar para pegar um ônibus, lavar a louça, etc). Ela não é programada, simplesmente acontece pela necessidade natural do ser humano.
Já o exercício físico é toda atividade que você faz regularmente. Você se prepara, planeja a atividade (academia três vezes por semana, aula de dança uma vez por semana, caminhada no parque duas vezes por semana, etc). Ela é repetida e deve ser feita com a ajuda de um profissional de saúde.
Pesquisadores da Universidade de York identificaram genes em um parasita que podem ajudar os médicos a prever os resultados do tratamento medicamentoso para pacientes com leishmaniose visceral no Brasil.
Os resultados podem levar a um novo teste prognóstico que pode prever quais pacientes responderão bem ao tratamento medicamentoso e quais pacientes necessitam de soluções alternativas.
A leishmaniose é uma doença parasitária transmitida aos seres humanos pela picada do mosquito fêmea infectado. Com 50 mil a 90 mil novos casos em todo o mundo a cada ano, causa febre, perda de peso substancial, inchaço do baço e do fígado e anemia e pode ser fatal se não for tratada.
A equipe, em colaboração com a Universidade Federal de Glasgow, a Universidade Federal do Piauí e a Universidade Estadual de Montes Claros, constatou que a ausência de quatro genes particulares no parasita Leishmania infantum no Brasil o torna menos suscetível a um medicamento oral chamado miltefosina.
O parasita chegou pela primeira vez ao país vindo da Europa em 1600 e sofreu mutações e adaptações ao longo do tempo, tornando difícil prever quando responderá ao tratamento medicamentoso. Durante um ensaio clínico anterior feito com a medicação oral, 40% dos pacientes tiveram recaídas dentro de seis meses.
A presença dos genes no parasita na Índia, no entanto, significa que após um mês de tratamento, a doença pode ser curada com um menor risco de recaída.
Juliana Brambilla Carnielli, pesquisadora do Departamento de Biologia da Universidade de York, disse: "A miltefosina é o único tratamento oral disponível para a leishmaniose, mas devido à sua baixa eficácia no tratamento da leishmaniose visceral no Brasil, esta droga não é licenciada no país. Isso significa que os pacientes brasileiros dependem de medicações intravenosas, que requerem instalações médicas para seu uso".
"Por isso, é importante investigarmos o que estava tornando a droga oral menos eficaz no Brasil do que na Índia, onde ela tem sido amplamente utilizada", explicou em nota.
O estudo Pesquisadores investigaram os marcadores moleculares do parasita Leishmania para entender o que pode estar contribuindo para sua resistência natural à miltefosina.
A ausência dos genes correlaciona-se com a resistência ao remédio, o que significa que os pacientes brasileiros se beneficiariam de um exame de sangue capaz de detectar se estão portando o parasita resistente a medicamentos. Este exame de sangue está sendo desenvolvido pela equipe de pesquisa.
Jeremy Mottram, professor de Biologia de Patógenos no Centro de Imunologia e Infecção da Universidade de York, disse: "Este trabalho contribui para muitos estudos que estão sendo conduzidos em todo o mundo nesta doença negligenciada".
"A Índia, o Brasil, a África Oriental e algumas partes da Europa são afetados por esta doença em vários graus, por isso precisamos saber mais sobre como o parasita vive em seres humanos e como o parasita reage a várias drogas", continuou.
"Uma abordagem de medicina personalizada será a chave para fazer a grande diferença nos resultados dos pacientes, já que nossa pesquisa está nos dizendo que o parasita não reagirá da mesma maneira em todos os casos a um tratamento de tamanho único"- Jeffrey Mottram, pesquisador da Universidade de York Em 2016, quando o Ministério da Saúde divulgou dados sobre a doença, 3.200 pacientes apresentaram a doença no Brasil e 265 pacientes morreram.
A próxima etapa do estudo seria um novo ensaio clínico em pacientes no Brasil que apresentassem um exame de sangue positivo para verificar se a realização de testes prognósticos precocemente na progressão da doença e a adaptação de medicamentos poderiam reduzir o número de pacientes com recaídas.
O que é Leishmaniose Visceral A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações.
Se não tratada, pode levar a morte em 90% dos casos.
Transmissão Segundo o Ministério da Saúde, no ambiente urbano, os cães são a principal fonte de infecção para o vetor.
A transmissão acontece quando fêmeas dos mosquitos conhecidos como mosquito-palha picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi.
Tratamento O tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde. Os medicamentos utilizados atualmente no Brasil não eliminam por completo o parasita nas pessoas e nos cães. No entanto, o homem não tem importância como reservatório da doença.
Já nos cães, o tratamento resolve os sintomas clínicos, mas os animais continuam como fonte de infecção. Por isso, a eutanásia é recomendada de forma integrada com os tratamentos recomendados pelo Ministério da Saúde.
Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), em parceria com o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), do Hospital de Câncer de Barretos, e a Universidade do Minho, de Portugal, criaram um biossensor capaz de diagnosticar precocemente o câncer de pâncreas, considerado um tipo de tumor raro no Brasil, porém altamente letal por ter sintomas que demoram para aparecer e quando dão sinais indicam que a doença já está em estágio avançado, tornando o tratamento mais difícil.
Segundo informações da Fapesp, que apoia o projeto, os cientistas construíram um dispositivo de baixo custo que consegue de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas com alta sensibilidade e seletividade. “Conseguimos fazer um biossensor de baixo custo que demonstrou ser capaz de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas em amostras reais de sangue e de células tumorais em uma faixa de relevância clínica”, disse um dos criadores do marcador e professor do IFSC-USP, Osvaldo Novais de Oliveira Junior.
De acordo com a Fapesp, o dispositivo é formado por duas lâminas em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro), compostas por ácidos e anticorpos que reconhecem o antígeno CA19-9, proteínas existentes nas células cancerígenas. “O antígeno CA19-9 não é completamente específico para detecção de câncer de pâncreas. Pacientes com pancreatite (inflamação do pâncreas) também podem apresentar alteração na produção dessa proteína”, explicou Oliveira Junior.
Atualmente a detecção do CA19-9 é feita por meio do teste Elisa, que é um exame de sangue de alto custo e sensibilidade limitada, sendo difícil para detectar câncer de pâncreas em estágio inicial. “Produzimos o imunosensor com arquitetura mais simples possível para imobilizar anticorpos da proteína CA19-9. Para conseguir obter alta sensibilidade ao antígeno, a arquitetura de imunossensores que foi desenvolvida antes era mais complicada, utilizava mais materiais e tinha mais etapas de construção”, explicou Oliveira Junior.
Segundo o pesquisador, os resultados dos testes mostram que já é possível utilizar o imunossupresor na prática, mas há dois desafios: o de produzir os dispositivos em larga escala com os mesmos resultados e as análises de dados gerados pelos testes para estabelecer os padrões de detecção.
“Essas análises poderão ser feitas por meio de técnicas de computação, que permitem visualizar os dados em gráficos, e de seleção de atributos, que possibilitam escolher parte de um sinal gerado pelos testes para fazer distinções de padrões. Esse trabalho exigirá pesquisas com a participação de cientistas da computação”, disse.
Adolescentes que bebem e fumam já têm danos perceptíveis em suas artérias aos 17 anos de idade, concluiu um estudo.
Testes conduzidos por pesquisadores da Universidade College London e da Universidade de Bristol, ambas no Reino Unido, mostraram que há um enrijecimento das artérias por conta desses hábitos quando ainda se é bem jovem.
Este efeito está ligado a um aumento do risco de problemas cardíacos e em vasos sanguíneos, como AVC e infarto, em idade mais avançada.
Publicada no períodico científico European Heart Journal, a pesquisa também detectou, contudo, que as artérias dos adolescentes voltaram ao normal quando eles pararam de fumar e beber.
Fumar e beber levam a problemas arteriais precoces Os cientistas estudaram dados coletados entre 2004 e 2008 de 1.266 pacientes que participaram do Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC), que reuniu informações de saúde de 14,5 mil famílias de Bristol, na Inglaterra
Os participantes detalharam seus hábitos em relação ao tabaco e à bebida aos 13, 15 e 17 anos, e exames foram realizados para verificar se havia ocorrido algum enrijecimento arterial.
Foi informado, por exemplo, quantos cigarros já se havia fumado na vida e a idade em que se começou a beber álcool, além da frequência e intensidade com que faziam isso.
Entre aqueles que haviam fumado mais de cem cigarros até o momento dos testes ou que consumiam mais de dez doses de álcool nos dias em que bebiam havia uma maior incidência de enrijecimento das artérias do que entre participantes que tinham fumado menos de 20 cigarros durante a vida ou tomavam menos de duas doses nos dias em que consumiam álcool.
"Beber e fumar na adolescência, mesmo em níveis inferiores àqueles informados em estudos com adultos, está associado a enrijecimento arterial e à progressão da arterioesclerose", diz o autor principal do estudo, John Deanfield, do Instituto de Ciência Cardiovascular da Universidade College London.
"No entanto, também descobrimos que, se adolescentes param de fumar ou beber durante a adolescência, suas artérias retornam ao normal, indicando que há a chance de preservar a saúde arterial ainda quando se é jovem."
Marietta Charakida, que participou da pesquisa, explica que o dano aos vasos sanguíneos por conta destes hábitos "se dá ainda em um momento precoce da vida". "Quando se faz as duas coisas juntas, os prejuízos são ainda maiores", diz Charakida.
"Ainda que estudos mostrem que adolescentes vêm fumando menos nos últimos anos, nossos resultados indicam que aproximadamente um a cada cinco fuma aos 17 anos. Em famílias em que os pais são fumantes, há maior probabilidade de adolescentes fumarem."
Fumo em queda e bebida em alta entre adolescentes no Brasil No Brasil, estima-se que 18,5% dos adolescentes brasileiros entre 12 e 17 anos, ou 1,8 milhão de jovens, já experimentaram cigarro, de acordo com um estudo divulgado em 2016.
A pesquisa Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, feita pelo Ministério da Saúde e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com outras 33 instituições de ensino superior, consultou 75 mil adolescentes de 1.251 escolas públicas e privadas em 124 municípios do país, por meio de questionários e exames.
Em 2009, um outro estudo, a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, apontou que 24% dos adolescentes tinham fumado pelo menos uma vez, o que indica que o número de fumantes neste grupo pode estar em queda. No entanto, o público-alvo desta pesquisa tinha entre 13 e 15 anos.
Ao mesmo tempo, o consumo de bebida alcóolica vem aumentando entre adolescentes, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, divulgada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O trabalho mostrou que 55,5% dos 2,6 milhões de estudantes que estavam no último ano do ensino fundamental já haviam bebido alguma vez na vida, um crescimento em relação ao levantamento de 2012, quando 50,3% estudantes disseram já ter feito isso. E 21,4% dos participantes do estudo mais recente tiveram algum episódio de embriaguez na vida.
Breno Caiafa, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ), diz que a queda no número de fumantes jovens é fruto de um trabalho intenso de conscientização sobre os malefícios do tabaco nos últimos anos, mas avalia que o mesmo esforço não tem sido feito com o álcool.
"Isso merece um cuidado maior do governo. Hoje, as campanhas dizem 'se beber, não dirija', mas não falam para não beber. As empresas de bebidas vão continuar a fazer propaganda livremente se não forem pressionadas, como ocorreu com o fumo", afirma Caiafa.
"Estudos mostram que beber moderamente até pode fazer bem, mas o álcool não deixa de ser uma droga e, se consumido em excesso, gera alterações hepáticas e ganho de peso, enrijece as artérias e aumenta as chances de um AVC. Se tem esses efeitos, precisa ser controlado. O álcool talvez esteja sendo subestimado."
'Sinal encorajador' Caiafa avalia que o estudo britânico traz novidades ao mostrar o impacto do álcool e da bebida ainda na juventude. "Já sabíamos dos efeitos negativos a médio e longo prazo, mas não a tão curto prazo", diz.
Ele explica que esses hábitos danificam a parede das artérias, gerando uma lesão à camada interna dos vasos, o que leva à formação de placas, provocando um enrijecimento e estreitamento arterial e, como consequência, há um aumento da pressão sanguínea.
"O estudo mostrou que essa inflamação diminui quando a pessoa para de fumar e beber e que o organismo se recupera, mas é preciso cuidado, porque, se a obstrução estiver em estágio avançado, dificilmente vai regredir."
Metin Avkiran, diretor médico associado da British Heart Foundation, organização que financiou parte da pesquisa, diz que o fato dos danos poderem ser revertidos é um "sinal encorajador".
"Parar de fumar é a melhor decisão que você pode tomar para proteger seu coração. E, se você bebe, não o faça de forma excessiva e siga as recomendações (das agências de saúde)", afirma.
"Nunca é tarde demais para fazer mudanças que podem acabar salvando sua vida."