• IMG_2987.png
  • prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg

urfjAdoro entrevistar cientistas. Em seus laboratórios, longe dos holofotes, dedicam-se por anos a fio para descobrir a fórmula de uma vacina, a forma de combater um micro-organismo letal. Por isso tenho o maior prazer em divulgar esse tipo de trabalho e mostrar como são fundamentais para o país. É o caso de Rosane Silva, professora associada da UFRJ e chefe do Laboratório de Metabolismo Macromolecular Firmino Torres de Castro, que pertence à universidade. A equipe que coordena está numa fase avançada para a criação de um kit único para detectar vírus, bactérias e fungos.


O que é isso: atualmente, para se descobrir o que provoca uma infecção, os kits disponíveis no mercado são específicos para um único micro-organismo. “Esse kit terá inúmeras vantagens”, ela explica. “Em primeiro lugar, o mais importante é sua abrangência. Ele identifica a presença de diferentes patógenos ao mesmo tempo. Como é possível identificar que vírus ou bactérias estão presentes, ganha-se um tempo precioso. Também consegue detectar se esses patógenos já desenvolveram alguma resistência à medicação. Além disso, só é preciso coletar uma fração de sangue do paciente, o equivalente a um décimo do que normalmente é preciso”, completa.

Em determinados casos, é bastante complexo retirar amostras para uma análise, daí a relevância de o kit exigir uma quantidade mínima de material. Por exemplo, diz a professora, “em casos de infeções em próteses ortopédicas, ou quando é necessário fazer uma punção para coletar o líquor da espinha dorsal”. O produto que está sendo desenvolvido pela cientista vai atender a pacientes que estão em situação delicada e o médico terá os resultados em 24 a 72 horas, podendo iniciar a terapêutica o quanto antes – o que pode diminuir o tempo de internação e o risco das complicações de uma hospitalização por um longo período.


Por estar sendo desenvolvido numa universidade brasileira, o kit atende com precisão às nossas necessidades: a equipe levou em conta o espectro de patógenos mais comuns no país. A iniciativa não se resume à parte laboratorial: o tratamento da amostra e o resultado demandaram a criação de um método computacional. “Teremos um banco de dados disponível para a comunidade científica e médica”, complementa Rosane Silva. O projeto é financiado pela Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro) e também recebeu financiamento da Capes e do CNPq. Como ainda precisará passar por diversas validações e pela aprovação da Anvisa, a expectativa é de que esteja disponível em dois anos.

 

G1

gestaçaoUma surpresa, do nada. O Bem Estar mostrou que os casos de gravidez surpresa não são tão raros. Para falar sobre o assunto, conversamos com o ginecologista José Bento. Ele explicou que até o terceiro mês de gestação pode ser mais difícil perceber o crescimento da barriga porque o feto ainda é muito pequeno. Entretanto, após o terceiro ou quarto mês, a barriga começa a ter uma leve protuberância.

Aumento da vontade de fazer xixi, aumento da mama, aparecimento da linha na barriga, aumento de corrimento, sono e movimentação do bebê. Esses são alguns sinais da gestação que podem acabar passando despercebidos.

O ginecologista lembra que uma gravidez é diferente da outra. “Não quer dizer que a mulher, não tendo os sintomas, não quer dizer que ela não esteja bem. O fato dela não ter enjoo, não ter sono, não urinar demais, nada disso quer dizer que a gravidez não esteja correndo bem”.

José Bento explica que o pré-natal é muito importante. Por isso, se a mulher sentir qualquer desconforto abdominal, ela precisa procurar um especialista. “Ele [o pré-natal] protege tanto a saúde da mulher quanto do bebê”.

Alguns casos
O casal Lana Maria Wigand e Arthur Felipe Wogram, ambos de 27 anos, descobriu a gravidez 19 dias antes de o bebê nascer. Segundo eles, a gravidez foi totalmente inesperada, já que a Lana não teve nenhum sintoma de gestação. Além disso, ela estava com o ciclo menstrual regular e usava anticoncepcional.

No mês passado, uma brasileira – tripulante de um navio de cruzeiro – quase deu à luz em alto mar. No trajeto entre o porto de Santos (SP) e Barcelona, foi montada uma mega operação de resgate. Após os primeiros atendimentos, a mulher foi içada e retirada de helicóptero do navio. Agora está tudo bem com o bebê.

Em 2015, outro caso surpreendente aconteceu em Olinda. Uma mulher, que já tinha 12 filhos, deu à luz mais um, sem saber que estava grávida. Ela teve dores na barriga, pediu para ser levada ao pronto-socorro, e antes que o táxi chegasse, a bebê nasceu na rua.

E em 2005, a jogadora de basquete Silvia, que integrou a seleção brasileira, só se deu conta de que estava grávida no sétimo mês de gestação. O abdômen sarado ajudou a esconder a barriguinha de grávida.

Gravidez e menstruação
Não é possível menstruar grávida. A mulher pode ter um sangramento leve até o terceiro mês, no começo do ciclo menstrual, porque o embrião ainda é muito pequeno e o saco gestacional não cobre toda parede do útero. A descamação ocorre na parte do endométrio, onde o saco gestacional ainda não encostou. Porém, esse sangramento tem um fluxo bem menor e só dura até o terceiro mês. Após esse período, a mulher grávida não menstrua. O que pode acontecer são os escapes.

 

G1

endometriose"Quando tenho crises da endometriose, geralmente fico dois dias acamada. A dor é pulsante. Parece que tem uma mão torcendo dentro do útero. Depois da crise, a sensação que fica no corpo é de mais dor por ter sentido tanta dor ", conta a jornalista Juliana Andrade, 24.

Juliana afirma que percebeu que havia algo errado quando, além de dores fortes, sentia muitas náuseas e ficava incapacitada até mesmo de comer. Ela teve o diagnóstico da doença aos 17 anos, cerca de um ano após a primeira menstruação. Ainda deve fazer exames complementares para saber a extensão da lesão.

Nesta quarta-feira (8), é celebrado o Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose. De acordo com o ginecologista Rogério Felizi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, a endometriose é um problema que afeta cerca de 20% das mulheres em idade fértil, entre 15 e 40 anos.

De causa desconhecida, a doença faz com que o endométrio, tecido que reveste o útero durante o ciclo menstrual e, sem a fecundação do óvulo, descama da parede do órgão, sendo eliminado junto com a menstruação, se implante em órgãos abdominais, causando processos inflamatórios, dores, lesões e até mesmo infertilidade.


Nesta quarta-feira (8), é celebrado o Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose. De acordo com o ginecologista Rogério Felizi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, a endometriose é um problema que afeta cerca de 20% das mulheres em idade fértil, entre 15 e 40 anos.

 

De causa desconhecida, a doença faz com que o endométrio, tecido que reveste o útero durante o ciclo menstrual e, sem a fecundação do óvulo, descama da parede do órgão, sendo eliminado junto com a menstruação, se implante em órgãos abdominais, causando processos inflamatórios, dores, lesões e até mesmo infertilidade.
Felizi afirma que os órgãos mais acometidos são os ovários, tubas uterinas, intestino, bexiga e a parte posterior do útero.

Entre os principais sintomas estão cólicas fortes desde jovem, com a piora gradual. "Geralmente, as mulheres que têm endometriose apresentam tanta cólica que precisam recorrer ao pronto-socorro para tomar medicamento na veia por conta da dor", afirma Felizi. Além das cólicas, a paciente pode apresentar dores durante a relação sexual e distenção abdominal durante o ciclo menstrual.

No caso da jornalista, houve inchaço abdominal com endurecimento da barriga, diarreia, dores intensas, pernas inchadas, dor no corpo, náuseas, falta de apetite, fluxo instenso e fraqueza. "Isso afetou minha vida de maneira que eu perco muito tempo por conta da menstruação", afirma Juliana.
Felizi afirma que um dos principais problemas da endometriose é a demora no diagnóstico. "Muitas meninas passam anos tomando analgésicos achando que é normal sentir dor, sem suspeitar de que pode ser endometriose, e demoram para receber o diagnóstico", afirma.

O diagnóstico é feito por meio de dois exames de imagem — a ressonância magnética da pelve com preparo, para mapeamento de endometriose, e o ultrassom transvaginal, com preparo para mapeamento de endometriose. Porém, caso haja suspeita da doença, o tratamento já é iniciado.
O ginecologista afirma que os métodos de tratamento se dão pelo grau de comprometimento e pelas dores da endometriose. Para controle da dor, são utilizados medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.

Já o controle dos sintomas e a estabilização do problema podem ser feitos com anticoncepcionais orais ou com o DIU (dispositivo intrauterino) de progesterona. Com esse método, é possível reduzir a velocidade com a qual o problema evolui.

Ao receber o diagnóstico, Juliana fez tratamento com anticoncepcionais. Porém, devido ao histórico familiar de trombose, teve de parar e está buscando aconselhamento médico para o tratamento mais adequado para seu caso.


Em casos mais graves, nos quais os tratamentos clínico e medicamentoso não fazem efeito, pode ser necessária a realização de cirurgia para a retirada das lesões provocadas pela endometriose. "A cirurgia é feita da maneira mais conservadora possível, preservando os tecidos saudáveis para que a mulher ainda possa engravidar", afirma o ginecologista.

Casos gravíssimos, em que ocorrem sangramentos intensos, hemorragias e dores sem melhora, podem necessitar da remoção do útero ou das tubas uterinas.

Nesses casos, os médicos devem levar em consideração o desejo da mulher de engravidar. A retirada desses órgãos, geralmente, só é feita após a mulher já ter tido filho e apenas pode ser optado após outros métodos terem se mostrado ineficazes.

Para evitar a retirada de útero, além do uso do DIU de progesterona, o ginecologista afirma que pode ser utilizado um medicamento denominado "análogo do GnRH". Esse medicamento bloqueia a secreção de hormônios, provocando uma menopausa temporária na mulher. Porém, Felizi afirma que o tempo máximo de uso dessa medicação é de um ano, já que seu uso prolongado pode causar prejuízos aos ossos.

Felizi afirma que, nos últimos 20 anos, a endometriose se tornou um problema mais complexo. "Antes, as mulheres engravidavam mais e menstruavam menos, e hoje, elas demoram mais para engravidar, passando mais tempo menstruadas, tendo mais casos de endometriose", afirma.

Para lidar com as dores, Juliana faz compressas quentes na região inchada e dolorida e repouso e procurou maneiras naturais para aliviar a dor. "Eu mudei minha alimentação, então evito alimentos inflamatórios, como gordura e chocolate. Passei também a beber mais água e a praticar exercícios. Depois dessas mudanças, já percebi uma melhora na dor, mas estou à procura de um tratamento médico", afirma.

 

R7

Foto: Thinkstock

nistatinaTrinta milhões de pessoas no mundo usam medicamentos para baixar o colesterol ruim. Eles são chamados de estatinas e já estão há mais de 30 anos no mercado. Entretanto, um estudo do Instituto Nacional para a Saúde do Reino Unido, divulgado em abril deste ano, revelou que metade das pessoas que usam esses remédios não reduzem o colesterol ruim para o nível ideal.

“A causa às vezes pode estar no médico que prescreveu uma dose muito baixa, que muitas vezes não orientou o paciente de forma correta, mas muitas vezes [a causa] está no paciente”, explica o cardiologista do HU-USP Márcio Bittencourt.

Como o colesterol alto não traz sintomas, é mais difícil querer tomar o medicamento. “A pessoa não sente nada e ela não foi orientada de que o remédio faz e quais os benefícios”, completa Bittencourt.


O que são estatinas?
As estatinas são os principais remédios prescritos para baixar o colesterol. Em doses ajustadas, chegam a reduzir pela metade a presença da gordura na corrente sanguínea. Entretanto, o paciente precisa tomar o medicamento corretamente. “É muito importante tomar o remédio. Muitas pessoas deixam de tomar. Além da medicação, é preciso fazer dieta e atividade física. Ela é benéfica para baixar o colesterol”, alerta o cardiologista e consultor do Bem Estar Roberto Kalil.

O que as estatinas fazem é bloquear uma substância que o corpo usa para fazer colesterol. Os maiores benefícios são para as pessoas que já tiveram infartos e derrames. “Tomar estatina é uma boa indicação para prevenir novos eventos”, diz o médico da família Ademir Lopes Júnior.

Dores musculares são um dos efeitos colaterais mais conhecidos desses remédios, apesar das taxas serem baixas. “Se você tem uma dor muscular com o remédio, não pare, procure um profissional de saúde para uma orientação, para ver se é da medicação mesmo", indica Bittencourt.

Não importa o tipo de estatina, ela não é a única forma de prevenir um infarto. O médico da família lembra que precisamos cuidar da saúde. “Não adianta você tomar estatina para reduzir o colesterol e continuar, por exemplo, fumando ou não fazendo atividade física, não controlando diabetes. O importante é reduzir o risco como um todo”.

Função do colesterol
O colesterol é necessário para o funcionamento do organismo, porém o desequilíbrio dessa gordura pode trazer consequências ruins, especialmente se houver excesso de LDL, conhecido como o colesterol “ruim”.

Se não for controlado, o colesterol alto pode causar uma obstrução nas artérias e aumentar não só as chances de um infarto, mas também de um derrame. O problema é que, na maioria das vezes, essa obstrução não dá sintomas e o primeiro sinal que o paciente tem é um problema mais grave, como o próprio infarto.

Colesterol alto só resolve com remédio? Não. “O colesterol alto pode ser resolvido com exercício, dieta e também com remédio. Dependendo do nível de colesterol e se a pessoa tem doença cardíaca ou não, você pode começar com atividades e depois remédio”, diz Kalil.

 

G1