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Segundo a coordenação editorial, a prorrogação se tornou necessária diante da redução no número de submissões registradas até o momento. O Prof. Dr. Mauro Roberto Biá, doutor em Medicina Tropical e Saúde Pública pela Universidade Federal de Goiás (bolsista CAPES) e professor de dedicação exclusiva do curso de Enfermagem da UESPI, explica que a baixa procura nesta edição contrasta com o histórico do periódico e pode estar relacionada ao período de férias e ao afastamento momentâneo de muitos estudantes e pesquisadores das atividades acadêmicas. Ele reforça que a revista possui um compromisso com sua periodicidade trimestral e que “garantir a regularidade é essencial para que a REPEN continue sendo reconhecida como um espaço sério, organizado e comprometido com a divulgação científica”. A extensão do prazo, portanto, vem como estratégia para assegurar o volume de publicações e manter a sequência editorial planejada para o ano.

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A temática da edição também passou por ajustes relevantes durante o processo editorial. Inicialmente, o tema seria voltado para Cuidado de Enfermagem e a Utilização de Inteligências Artificiais, proposta inovadora, mas que, na prática, encontrou pouca aderência entre os pesquisadores locais. O coordenador explica que “a baixa exploração dessa temática nas pesquisas desenvolvidas no Piauí fez com que a equipe editorial optasse por um tema mais consolidado, próximo da realidade profissional e formativa dos nossos alunos e professores”. Assim, a revista passa a adotar como eixo central “O Cuidado Centrado na Pessoa: A Ética da Responsabilidade e o Olhar Integral na Assistência”, tópico amplamente debatido na Enfermagem e que possibilita um leque mais diverso de abordagens investigativas.

Para o professor Mauro Biá, essa mudança não apenas amplia a participação, mas reforça a importância de se discutir a prática cotidiana da Enfermagem a partir de suas bases éticas, humanas e integradoras. Ele destaca que a edição busca unir “a atividade diária da equipe de enfermagem com os princípios éticos que norteiam a profissão”, estimulando produções que revelem reflexões sobre responsabilidade, integralidade, segurança e cuidado humanizado.

Essa construção temática se alinha diretamente à proposta de formação que orienta o projeto de extensão da REPEN. O estudante Victor Augusto Fontenelle, graduando de Enfermagem da UESPI, membro editorial da revista e fundador da Liga Acadêmica de Atenção às Doenças Pediátricas Raras, explica que o projeto proporciona uma experiência editorial intensa, formativa e, sobretudo, transformadora. Ele ressalta que integrar a equipe da REPEN permite aos extensionistas vivenciar aspectos raramente conhecidos por estudantes de graduação: a organização das submissões, o acompanhamento técnico do processo editorial, a verificação das normas e padrões científicos, a gestão dos prazos e a compreensão da importância ética e metodológica que envolve a publicação acadêmica.

Para Victor Augusto, esse contato direto com os bastidores de uma revista científica fortalece habilidades essenciais para a formação profissional e acadêmica. Ele pontua que os estudantes aprendem a lidar com responsabilidades variadas, a desenvolver rigor na escrita, a interpretar correções e avaliações, além de compreender a importância da ciência produzida localmente. Ele reforça, ainda, que a participação docente é decisiva nesse processo. Professores de diferentes campi da UESPI atuam como avaliadores e revisores, trazendo ao fluxo editorial a experiência, o olhar técnico e o compromisso com a qualidade metodológica e temática dos textos selecionados. Essa interação constante entre docentes e discentes fortalece a construção de uma cultura científica na universidade, gera novas oportunidades e incentiva a continuidade dos estudos.

Ele também adiantou que, em breve, será aberto um novo processo seletivo para estudantes extensionistas, desta vez em parceria com o Centro Acadêmico de Enfermagem Irmã Abrahíde Alvarenga (CAIAA). A ampliação da equipe editorial representa, segundo ele, mais uma forma de democratizar o acesso à pesquisa e às práticas editoriais dentro do curso de Enfermagem.

Ao comentar sobre as expectativas para esta edição, o estudante destaca que a temática proposta convida a comunidade acadêmica a refletir profundamente sobre ética e integralidade no cuidado. Ele afirma que vivemos um momento em que pensar ética “não se limita ao cumprimento de normas, mas envolve enxergar o indivíduo em sua totalidade, compreender vulnerabilidades, respeitar singularidades e promover práticas baseadas em dignidade e humanidade”. A coordenação editorial tem grande interesse em receber estudos que dialoguem com a realidade piauiense, valorizem a prática profissional e tragam contribuições para a formação e o fortalecimento da Enfermagem enquanto ciência e profissão.

Com o prazo estendido até 15 de dezembro de 2025, a REPEN reforça seu convite a pesquisadores, estudantes e profissionais da saúde para enviarem seus estudos. As submissões devem ser enviadas ao e-mail institucional: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Com a prorrogação do prazo e a abertura para novas submissões, a Revista Piauiense de Enfermagem reforça seu objetivo de ampliar a participação da comunidade científica e de incentivar a produção acadêmica dentro e fora da UESPI. A edição final de 2025 se consolida como um espaço de circulação de conhecimento, diálogo e valorização das pesquisas em Enfermagem. Para conhecer a revista, acessar edições anteriores e conferir as normas de submissão, basta entrar no site oficial: revistaenfermagem.uespi.br.

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A Universidade Estadual do Piauí, por meio da Pró-Reitoria de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários, PREX, torna público o resultado da interposição de recursos contra o Resultado Preliminar do Programa Bolsa Trabalho, nos Campi Dom José Vasquez Dias, Bom Jesus, Heróis do Jenipapo, Campo Maior, Dep. Jesualdo Cavalcanti, Corrente, Dra. Josefina Demes, Floriano, Possidônio Queiroz, Oeiras, Prof. Alexandre Alves de Oliveira, Parnaíba, Prof. Barros Araújo, Picos, Prof. Antônio Geovanne Alves de Sousa, Piripiri, Prof. Ariston Dias Lima, São Raimundo Nonato, Poeta Torquato Neto e Clóvis Moura, Teresina, e Cerrado de Alto Parnaíba, Uruçuí, conforme Edital UESPI PREX DAEC SAE nº 70/2025.

RESULTADO INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS BOLSA TRABALHO

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O projeto de extensão “Saúde como Resistência da População Quilombola Piauiense”, desenvolvido pelo Departamento de Bioquímica e Farmacologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Piauí (UFPI), foi criado a partir do reconhecimento de que a Atenção Primária à Saúde (APS), principal porta de entrada do SUS, deve fomentar políticas e ações intersetoriais que promovam equidade. Isso inclui acolher e articular demandas de grupos historicamente vulnerabilizados, como as comunidades quilombolas, que no Piauí ainda enfrentam baixa cobertura da APS, resultando em impactos diretos em sua qualidade de vida. A iniciativa já promoveu ações nos povoados Umburana, Fazenda do Meio, Boi Morto, Boa Vista do Braz e Moisés. Todos localizados no Quilombo Lagoas.

Coordenado pelo professor Osmar Cardoso, do Departamento de Bioquímica e Farmacologia, o projeto reúne dois docentes, dois discentes do mestrado em Saúde em Comunidade, um aluno de Enfermagem e nove estudantes de Medicina, que juntos estudam possibilidades de levar às comunidades quilombolas piauienses melhores condições de saúde, mostrando assim a importância da extensão dentro das instituições de ensino.

A iniciativa busca promover visibilidade às condições de saúde dessas comunidades, realizando ações de conscientização, rodas de conversa, capacitações e coleta de dados que ajudem a direcionar o olhar público, contribuindo para uma compreensão mais ampla de suas realidades.

Segundo o professor Osmar, o projeto pretende para além de produzir dados sobre as dificuldades enfrentadas por essa população, também promover a autonomia da comunidade quilombola piauiense. Para isso, a iniciativa devolve as informações para as próprias comunidades, onde os resultados preliminares são apresentados e discutidos com os moradores.

O professor reforça que, buscando ampliar ainda mais a visibilidade das desigualdades identificadas, o projeto também vai elaborar cadernos de saúde específicos sobre a população quilombola, onde reunirá mapas e análises que poderão ser utilizados pelo poder público para planejar ações de equidade, além de reorganizar a APS e implementar medidas direcionadas às necessidades reais desses territórios. “Com isso, o projeto transforma problemas historicamente invisíveis em evidências concretas capazes de orientar políticas públicas e fortalecer o cuidado”, explicou Osmar Cardoso.

Dessa forma, ao compartilhar as informações detalhadas sobre condições socioeconômicas, epidemiológicas e ambientais com os moradores, os pesquisadores esclarecem os dados, que deixam de ser apenas números e passam a fazer sentido no cotidiano das pessoas, permitindo que a própria comunidade reconheça seus problemas, identifique determinantes sociais de saúde e compreenda os fatores que dificultam ou facilitam o acesso aos serviços. “As ações de conscientização, como orientações sobre cuidados de saúde, prevenção de doenças e direitos no SUS podem ampliar ainda mais essa autonomia ao fornecer informações que empoderam a população a reivindicar melhorias, cobrar dos gestores e participar de decisões que dizem respeito ao seu território”, ressaltou o professor.

A estudante de Medicina Maria Clara, integrante do projeto, destaca o impacto da vivência no campo. Segundo ela, o projeto permitiu que adquirir o conhecimento da realidade de vida dessas comunidades para além do ambiente acadêmico. “Nesse projeto eu contribuo participando ativamente da coleta de dados, indo às comunidades, ouvindo os moradores e mapeando suas necessidades e as principais barreiras de acesso à saúde. Para mim, isso é fundamental não só do ponto de vista profissional, mas também social. A partir do projeto eu pude sair do ambiente acadêmico e conhecer a realidade de vida, social, econômica e cultural dessas pessoas. Através desse projeto eu estou aprendendo que um diagnóstico ou tratamento só é completo quando consideramos diversos contextos em que aquela população está inserida”, explicou a discente.

Por último, ela enfatizou ainda o compromisso transformador do projeto, que não só registra a realidade ou coleta dados, mas também fornece subsídios concretos para a formulação de políticas públicas mais eficazes e equitativas para a população quilombola.

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