Um novo estudo sugere que o jejum intermitente pode retardar e até reverter sinais da doença de Alzheimer. Os pesquisadores descobriram que restringir a alimentação a uma janela de 10 horas por dia pode melhorar a função cognitiva e reduzir o acúmulo da proteína amiloide, um dos principais indicadores da doença.
O impacto do jejum intermitente no Alzheimer O estudo, realizado em camundongos geneticamente modificados para desenvolver Alzheimer, mostrou que os animais submetidos ao jejum intermitente apresentaram melhora na memória, padrões de sono mais regulares e redução da deposição de placas amiloides no cérebro.
Além disso, o jejum promoveu a fragmentação e eliminação de placas preexistentes, indicando um efeito potencialmente rejuvenescedor para o cérebro.
Os autores do estudo destacaram que cerca de 80% das pessoas com Alzheimer sofrem com distúrbios do ritmo circadiano, incluindo dificuldades para dormir e piora cognitiva durante a noite. O estudo reforça a hipótese de que a desregulação circadiana pode ser uma das principais causas da doença, e não apenas uma consequência dela.
O que é o ritmo circadiano e como ele influencia a saúde? O ritmo circadiano é o relógio biológico interno do corpo, responsável por regular o sono, a temperatura corporal, o metabolismo e a liberação de hormônios ao longo de 24 horas. Pacientes com Alzheimer frequentemente apresentam distúrbios nesse ciclo, levando a problemas de sono e confusão noturna.
O jejum intermitente, especialmente o jejum de ritmo circadiano, ajuda a alinhar a ingestão alimentar ao ciclo natural claro-escuro do dia, promovendo uma melhor regulação do relógio biológico e potencialmente reduzindo os impactos da doença no cérebro.
Detalhes do estudo No estudo publicado no Journal Cell Metabolism, os camundongos submetidos a um regime de alimentação com restrição de tempo demonstraram:
Melhor desempenho em testes cognitivos; Melhora na qualidade do sono; Redução do acúmulo de proteínas amiloides; Alterações em dezenas de genes associados ao Alzheimer; Regulação do ritmo circadiano. Esses achados indicam que o jejum intermitente pode ser uma abordagem simples e acessível para reduzir os riscos de Alzheimer e potencialmente reverter seus sintomas.
Benefícios adicionais do jejum intermitente Além dos impactos positivos na função cerebral, o jejum intermitente está associado a uma série de benefícios para a saúde, incluindo:
Redução da pressão arterial; Diminuição dos níveis de insulina e glicose em jejum; Melhoria na saúde metabólica, beneficiando pacientes com diabetes; Regulação do sistema digestivo e equilíbrio hormonal.
O início do ano letivo marca o retorno às salas de aula e reforça a importância de cuidar da saúde ocular dos alunos.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema de visão.
Entre os mais comuns estão miopia, hipermetropia e astigmatismo. Essas condições podem afetar diretamente o desempenho escolar, já que grande parte do aprendizado depende da visão.
Muitas crianças não percebem que enxergam mal, pois nunca tiveram outra referência.
Por isso, é essencial que pais e educadores fiquem atentos a sinais como aproximação excessiva de livros e telas, dores de cabeça frequentes e dificuldade para enxergar o quadro na escola.
Para entender melhor essa questão, conversamos com o oftalmologista Marco Antônio Félix Filho, que explicou os principais sinais de alerta e reforçou a importância do acompanhamento oftalmológico desde os primeiros anos de vida.
Problemas de visão podem afetar o desempenho escolar Segundo o especialista, muitas crianças enfrentam dificuldades na escola sem que os pais ou professores percebam que a causa pode estar nos olhos.
“Se a criança não enxerga bem, ela não consegue acompanhar as aulas da mesma forma que os colegas. Isso pode levar a uma queda no rendimento, falta de interesse e até mesmo desmotivação“, explica o oftalmologista Marco Antônio Félix Filho.
Os problemas de visão podem ser confundidos com transtornos de aprendizado, como déficit de atenção.
“Uma criança que tem dificuldade para copiar o conteúdo do quadro ou que se distrai com facilidade pode, na verdade, estar apenas com um erro de refração que precisa ser corrigido“, alerta o médico.
Outro ponto importante é que crianças com dificuldades visuais podem evitar atividades que exigem esforço ocular, como ler, desenhar ou até mesmo brincar ao ar livre.
“Muitas vezes, a criança não reclama porque acha que todo mundo enxerga da mesma maneira que ela. Por isso, os pais precisam observar o comportamento dos filhos e buscar ajuda especializada se notarem algo diferente“, reforça.
Estrabismo e ambliopia: sinais que não podem ser ignorados Além dos erros refrativos mais comuns, como miopia e hipermetropia, o oftalmologista Marco Antônio Félix Filho destaca que alguns problemas visuais são mais evidentes e exigem atenção imediata.
Sempre soubemos que a inatividade física pode pesar na balança e no coração, mas e se ela também afetasse diretamente o cérebro? Um estudo inovador das universidades do Sul da Califórnia e do Arizona lança luz sobre essa relação inesperada, revelando que longos períodos de sedentarismo podem ser um convite silencioso à demência.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam mais de 100.000 pessoas acima dos 60 anos ao longo de seis anos. Metade desse grupo, cerca de 50.000 indivíduos, não tinha diagnóstico de demência no início do estudo. Os participantes usaram sensores de pulso 24 horas por dia durante uma semana, fornecendo dados detalhados sobre seus padrões de movimento — ou a falta deles.
Mas como diferenciar um descanso merecido de um estilo de vida prejudicial? A resposta veio da tecnologia: os dispositivos conseguiram separar períodos essenciais de repouso, como o sono, de momentos excessivos de inatividade, como passar horas seguidas sentado. Combinando esses dados com inteligência computacional, os cientistas obtiveram uma visão precisa sobre o impacto do comportamento sedentário.
O perigo invisível do tempo parado Ao longo dos seis anos de pesquisa, os estudiosos analisaram registros hospitalares e dados de óbitos para identificar novos casos de demência — e encontraram 414. O dado mais alarmante? O risco da doença dispara a partir de 10 horas diárias de sedentarismo, independentemente de como esse tempo foi distribuído.
“O que nos surpreendeu foi perceber que abaixo desse limite, o risco não aumenta significativamente, mas, ao ultrapassá-lo, ele cresce rapidamente”, explicou o professor Gene Alexander, autor do estudo.
Isso significa que não é apenas a postura estática que importa, mas o total acumulado de horas de inatividade. A boa notícia? Pequenas mudanças na rotina podem fazer uma grande diferença. Então, que tal levantar agora e dar alguns passos? Seu cérebro pode agradecer no futuro.
Outras dicas de Saúde na Catraca Livre A busca por melhorar a memória e as funções cognitivas sem recorrer a medicamentos tem levado muitos a explorar alternativas naturais. Pesquisas recentes indicam que incorporar exercícios moderados à rotina diária pode ser uma das formas mais eficazes de potencializar a memória e a agilidade mental. Por isso, confira algumas técnicas para melhorar a memória com exercícios simples e naturais.
Você sabia que as bactérias intestinais podem impactar sua saúde desde a infância até a velhice? Um estudo recente revelou que o microbioma intestinal – conjunto de microrganismos que vivem no nosso intestino – pode influenciar o metabolismo e o risco de desenvolver doenças como obesidade e diabetes tipo 2.
A pesquisa, publicada na revista The Lancet Regional Health – Europe, analisou a relação entre o microbioma intestinal e a saúde metabólica em diferentes fases da vida.
Os resultados indicam que a diversidade dessas bactérias intestinais está ligada a indicadores de saúde como percentual de gordura corporal, níveis de colesterol e risco de doenças cardiovasculares.
Apesar de as descobertas serem promissoras, ainda há desafios para transformar esse conhecimento em recomendações práticas.
Entenda o que esse estudo descobriu e o que isso significa para sua saúde.
O que é o microbioma intestinal e as bactérias intestinais Nosso intestino abriga trilhões de microrganismos, incluindo bactérias intestinais, vírus e fungos.
Esse conjunto forma o chamado microbioma intestinal, que desempenha funções essenciais no nosso corpo, como:
Auxiliar na digestão de alimentos e na absorção de nutrientes; Produzir vitaminas importantes, como a vitamina K e algumas do complexo B; Fortalecer o sistema imunológico, ajudando a proteger contra infecções; Regular o metabolismo, influenciando no peso corporal e nos níveis de açúcar no sangue. Quando há um equilíbrio entre as bactérias boas e ruins no intestino, o organismo funciona melhor.
No entanto, fatores como alimentação pobre em fibras, estresse e uso excessivo de antibióticos podem prejudicar esse equilíbrio e aumentar o risco de doenças.
Agora que você já sabe o que são as bactérias intestinais, vamos entender como elas foram analisadas neste estudo e o que os cientistas descobriram.
O que o estudo analisou? Os pesquisadores analisaram dados de três grupos de pessoas de diferentes idades, todas moradoras da Holanda:
Crianças de cerca de 9 anos (Generation R Study – GenR); Adultos mais velhos, com média de 62 anos (Rotterdam Study – RS); Um grupo de adultos de 45 anos, usado como validação (Lifelines-DEEP Study – LLD). Os participantes forneceram amostras de fezes para análise do DNA das bactérias intestinais.
Além disso, os pesquisadores coletaram dados sobre dieta, atividade física, exames de sangue (como glicose e colesterol) e medidas corporais (como percentual de gordura e circunferência da cintura).
O objetivo era verificar se havia um padrão no microbioma que estivesse ligado à saúde metabólica e quais fatores influenciavam essa relação.
Os dois tipos de microbioma intestinal Ao analisar os dados, os cientistas identificaram dois grupos principais de microbioma intestinal:
Cluster H (saudável) – Caracterizado por uma maior diversidade de bactérias intestinais, incluindo grupos benéficos como Christensenellaceae e Prevotella. Cluster U (não saudável) – Apresentava menor diversidade microbiana e maior presença de bactérias como Streptococcus e Fusicatenibacter, que podem estar associadas a processos inflamatórios. Os resultados mostraram que indivíduos do Cluster U (não saudável) apresentavam maior risco de problemas metabólicos.
O que isso significa na prática? Crianças no grupo Cluster U tinham maior percentual de gordura corporal, níveis elevados de triglicerídeos e sinais de inflamação no organismo.
Adultos mais velhos do Cluster U tinham maior risco de resistência à insulina, obesidade abdominal e pressão alta.
Na coorte de validação, adultos do Cluster U também apresentaram maior prevalência de obesidade e menor nível de colesterol HDL (o “bom” colesterol).
Ou seja, a composição das bactérias intestinais está diretamente relacionada a indicadores de saúde e pode ter um impacto cumulativo ao longo da vida.
Microbioma intestinal e risco de doenças cardíacas Uma descoberta interessante foi a relação entre o microbioma e o risco de doenças cardiovasculares.
No grupo dos adultos mais velhos, aqueles com microbioma do tipo Cluster U, não saudável, tinham um risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas nos próximos cinco anos.
No entanto, quando os pesquisadores analisaram o acompanhamento a longo prazo (6,5 anos), essa diferença não foi estatisticamente significativa.
Isso significa que, embora haja uma tendência de associação entre o microbioma e o risco cardíaco, mais estudos são necessários para confirmar essa relação.
O que pode influenciar a saúde do microbioma intestinal? Os pesquisadores também analisaram fatores que poderiam influenciar a composição das bactérias intestinais. Alguns dos principais foram:
Nível socioeconômico: Crianças cujas mães tinham menor nível de escolaridade eram mais propensas a ter um microbioma menos saudável. O mesmo ocorreu em adultos com menor nível educacional. Tabagismo: O estudo identificou o tabagismo como um dos fatores que influenciam a composição do microbioma intestinal, mas mais pesquisas são necessárias para entender essa relação com maior precisão. Uso de medicamentos: Certos remédios, como inibidores de bomba de prótons (usados para refluxo), também influenciaram a composição microbiana. Esses achados reforçam que o microbioma não é determinado apenas pela genética, mas também pelo ambiente e hábitos de vida.
Como melhorar a saúde do microbioma intestinal? Embora o estudo não tenha testado intervenções diretas, já se sabe que alguns hábitos podem favorecer um microbioma mais saudável.
Veja algumas dicas para cuidar das suas bactérias intestinais:
Tenha uma alimentação rica em fibras: Consuma frutas, verduras, legumes e grãos integrais. Esses alimentos servem de alimento para as bactérias benéficas. Inclua alimentos fermentados na dieta: Iogurte natural, kefir, kombucha e chucrute contêm probióticos, que ajudam a equilibrar o microbioma. Evite o consumo excessivo de ultraprocessados: Alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas e aditivos químicos podem prejudicar o equilíbrio das bactérias intestinais. Pratique atividades físicas regularmente: Exercícios ajudam a regular o metabolismo e também influenciam positivamente o microbioma. Evite o uso indiscriminado de antibióticos: Esses medicamentos podem eliminar não apenas bactérias ruins, mas também as benéficas, alterando o equilíbrio intestinal. Limitações do estudo e próximos passos Embora esse estudo traga informações valiosas sobre o papel das bactérias intestinais na saúde metabólica, há algumas limitações a serem consideradas:
O estudo usou um método de análise que não identifica todas as espécies bacterianas com precisão. Isso significa que ainda há lacunas na compreensão dos microrganismos específicos envolvidos.
A relação entre microbioma e risco cardiovascular não foi conclusiva. Mais pesquisas são necessárias para confirmar essa conexão.
Os participantes eram predominantemente holandeses. Isso pode limitar a aplicação dos resultados para outras populações com dietas e estilos de vida diferentes.
Os dados alimentares foram coletados anos antes da análise do microbioma. Como a alimentação influencia diretamente a composição bacteriana, essa diferença de tempo pode ter impactado os resultados.
Mesmo com essas limitações, os achados reforçam a importância do microbioma na saúde e sugerem que intervenções precoces podem ajudar a prevenir problemas metabólicos no futuro.