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A sífilis é uma IST (infecção sexualmente transmissível) causada pela bactéria Treponema pallidum e para a qual não existe uma vacina disponível. Se não for tratada, ela se manifesta em três ocasiões — há períodos em que os sintomas desaparecem —, sendo a fase terciária a mais perigosa.

sifilis

"A sífilis se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato direto com uma ferida sifilítica, conhecida como cancro. Cancros podem ocorrer no pênis, vagina, ânus, reto, lábios ou boca. A sífilis pode se espalhar durante o sexo vaginal, anal ou oral. Pessoas grávidas com sífilis também podem transmitir a infecção ao seu bebê não nascido", descrevem os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos.

Sífilis primária A sífilis primária se manifesta por uma ferida única, no local por onde a bactéria entrou no organismo (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele), que surge entre dez e 90 dias após o contágio.

"Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de 'cancro duro'", diz o Ministério da Saúde. Também é uma lesão que normalmente não causa dor nem coceira, não arde nem tem pus. Mas um indicativo pode ser o surgimento de ínguas na virilha.

O problema maior nessa fase é que a lesão pode não ser percebida. Às vezes, ela desaparece sozinha após algumas semanas, mesmo sem tratamento.

"Cerca de metade das mulheres infectadas e de um terço dos homens infectados não sabem que sofrem de cancro, pois ele causa poucos sintomas. Os cancros no reto ou na boca, que geralmente ocorrem em homens, muitas vezes passam despercebidos", relata o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.

Sífilis secundária Entre seis semanas e seis meses após a cicatrização da ferida inicial, surgem os sintomas da sífilis secundária. Eles são genéricos e podem ser confundidos com outras doenças.

Nessa fase, as pessoas podem apresentar manchas vermelhas indolores e que não coçam por todo o corpo, mas principalmente na palma das mãos e na planta dos pés. Também é comum haver aumento de linfonodos, febre e cansaço.

"As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura", salienta o Ministério da Saúde.

Sífilis latente Após o estágio secundário, a doença pode permanecer latente por anos a décadas, com a bactéria ainda presente nos testes para sífilis.

Embora em geral não seja contagiosa durante esse período, ocasionalmente podem surgir ulcerações na pele ou em membranas mucosas, transmitindo a infecção.

O estágio latente é dividido em prematuro (até 12 meses após a infecção inicial) e tardio (mais de 12 meses após a infecção inicial).

Sífilis terciária O Manual MSD descreve que "a sífilis terciária se desenvolve em cerca de um terço das pessoas não tratadas anos a décadas depois da infecção inicial. Os sintomas variam entre leves e devastadores".

Nesse momento, pode haver três principais formas de manifestação.

A sífilis terciária benigna é um tipo que se desenvolve entre três e dez anos após a infecção. "Surgem protuberâncias macias e flexíveis na pele, chamadas granulomas, mais comumente no couro cabeludo, no rosto, na parte superior do tronco e nas pernas", explica o guia médico.

Essas lesões se desenvolvem no fígado ou ossos, mas podem afetar qualquer órgão. "Elas podem se desintegrar, formando uma ulceração aberta. Se não forem tratados, os granulomas destroem o tecido ao redor deles. Nos ossos, eles geralmente causam dor profunda, penetrante, que geralmente piora à noite. Os granulomas crescem lentamente, curam-se aos poucos e deixam cicatrizes", acrescenta a publicação.

A segunda forma é a sífilis cardiovascular, que ocorre quando o Treponema pallidum infecta vasos sanguíneos no entorno do coração. Ela surge entre 10 e 15 anos depois do contato com a bactéria.

Isso pode levar a fraquezas nas paredes da aorta, formando um aneurisma que pressiona estruturas no peito, resultando em dificuldade respiratória, tosse e rouquidão. A válvula aórtica pode vazar, e as artérias coronárias podem se estreitar, provocando dor no peito, insuficiência cardíaca e, potencialmente, a morte.

A terceira manifestação é a neurossífilis, que ocorre em cerca de 5% de todas as pessoas com sífilis não tratada.

Neurossífilis, sífilis ocular e otossífilis são complicações da sífilis que podem afetar o sistema nervoso, visual e auditivo, respectivamente.

A neurossífilis pode causar dor de cabeça intensa, problemas de movimento, fraqueza muscular, dormência e alterações mentais ou demência.

Já a sífilis ocular pode resultar em dor nos olhos, manchas flutuantes na visão, sensibilidade à luz e mudanças visuais.

A otossífilis pode causar perda auditiva, zumbido, dificuldades de equilíbrio e tontura.

O Manual MSD adverte que a "sífilis pode afetar os olhos ou ouvidos em qualquer estágio da doença".

Sífilis congênita Quando uma pessoa grávida tem sífilis, a infecção pode se espalhar para o feto, dizem os CDC. Gestantes devem fazer teste de sífilis na primeira consulta de pré-natal e algumas delas mais de uma vez durante o acompanhamento.

A sífilis não tratada em gestantes pode levar a riscos graves para o feto, incluindo natimortos ou morte logo após o nascimento, com até 40% de mortalidade infantil.

Bebês nascidos vivos com sífilis podem não mostrar sinais iniciais, mas sem tratamento podem desenvolver problemas graves em semanas, como atrasos no desenvolvimento, convulsões ou morte.

Diagnóstico e tratamento Como não existe vacina, a melhor forma de se prevenir da sífilis é utilizar preservativo nas relações sexuais. Para pessoas que tenham múltiplos parceiros, é fundamental a testagem periódica, a fim de evitar que a doença avance para outras fases.

O diagnóstico pode ser feito por um teste rápido (em postos de saúde) ou exames de sangue laboratoriais.

Em caso de teste positivo, o tratamento é feito com antibióticos — normalmente, injeções de Benzetacil. Quadros mais graves podem exigir internação para administração de remédios na veia.

Novos exames serão solicitados pelo médico para certificação de que a bactéria foi eliminada. Ainda assim, o indivíduo ficará com o exame positivo para sempre (cicatriz sorológica).

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Foto: REPRODUÇÃO/JERE MAMMINO/AMERICAN OSTEOPATHIC COLLEGE OF DERMATOLOGY

A agência reguladora de medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) aprovou, na segunda-feira (21), a primeira vacina destinada a gestantes para prevenir doenças respiratórias graves causadas pelo VSR (vírus sincicial respiratório) nos bebês.

O imunizante gera anticorpos ao recém-nascido até os seis meses de idade, fase em que há risco de morte em caso de infecção pelo VSR. Um estudo clínico avaliou a eficácia da vacina na prevenção de doenças respiratórias do trato respiratório inferior e de complicações respiratórias causadas pelo VSR em bebês nascidos de indivíduos vacinados durante a gravidez.

Entre cerca de 3.500 gestantes que receberam Abrysvo, nome comercial da vacina, em comparação com aproximadamente 3.500 gestantes que receberam placebo, o imunizante reduziu o risco de doença respiratória grave em 81,8% nos primeiros 90 dias após o nascimento e 69,4% nos primeiros 180 dias após o nascimento.

A vacina poderá ser usada por mulheres entre a 32ª e a 36ª semanas de gravidez. Ela é administrada em dose única de injeção intramuscular.

"O VSR é uma causa comum de doenças em crianças, e os lactentes estão entre os que correm maior risco de desenvolver doenças graves, que podem levar à hospitalização", afirmou o diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Produtos Biológicos da FDA, Peter Marks.

Segundo o médico, "esta aprovação oferece uma opção para os profissionais de saúde e grávidas protegerem os bebês dessa potencial doença ameaçadora à vida".

O vírus sincicial respiratório e o metapneumovírus humano são causas comuns de infecções respiratórias em bebês e crianças. Os sintomas incluem corrimento nasal, febre, tosse e sibilos, e em casos graves, pode haver desconforto respiratório.

Crianças com condições médicas subjacentes e bebês com menos de seis meses estão em maior risco.

R7

Além de constituírem fatores de risco independentes para o câncer de cabeça e pescoço, o tabagismo e o HPV (papilomavírus humano) podem provocar efeitos nas células que interagem entre si, aumentando ainda mais o risco da doença.

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A conclusão é de um estudo feito por cientistas das universidades de São Paulo (USP) e do Chile, cujos resultados foram publicados no International Journal of Molecular Sciences. ]Ao aumentar a compreensão sobre os mecanismos moleculares envolvidos nesse tipo de tumor, a descoberta abre caminho para a adoção de novas estratégias de prevenção, tratamento ou outra intervenção capaz de beneficiar os pacientes.

O câncer de cabeça e pescoço engloba tumores nas cavidades nasal e oral, faringe e laringe. Em 2020, afetou cerca de 830 mil pessoas em todo o mundo, causando a morte de mais de 50% delas. Segundo os dados mais recentes do Inca (Instituto Nacional de Câncer), foram quase 21 mil mortes no Brasil em 2019.

Embora a doença esteja historicamente ligada a consumo de álcool, fumo e má higiene bucal, o HPV surgiu nas últimas décadas como fator de risco relevante, afetando uma população mais jovem e de nível socioeconômico mais alto.

Hoje, trata-se de um dos tumores associados ao HPV que mais crescem no mundo.

“Em vez de continuar analisando tabagismo e HPV como fatores oncogênicos separados, passamos a focar na possível interação entre os dois”, explica Enrique Boccardo, professor do Departamento de Microbiologia do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo) e coautor do estudo.

“Afinal, tanto o cigarro quanto o papilomavírus humano estão associados ao aumento do estresse oxidativo e a danos no DNA relacionados ao câncer e, de acordo com estudos prévios, podem regular a enzima superóxido dismutase 2 [SOD2], que é um biomarcador de doenças iniciais associadas ao HPV e do desenvolvimento e progressão de tumores.”

Em testes in vitro, os cientistas brasileiros e chilenos analisaram células orais que expressavam as oncoproteínas HPV16 E6/E7 (a expressão foi induzida em laboratório para mimetizar a condição de células infectadas pelo papilomavírus) e foram expostas a um condensado da fumaça do cigarro.

Foi observado nessa condição um aumento considerável dos níveis de SOD2 e de danos ao DNA, reforçando o potencial nocivo da interação entre HPV e fumaça de cigarro em relação à condição-controle.

Ou seja, as células-controle (não expostas a oncoproteínas ou fumo) expressam menos SOD2 que células que expressam E6/E7 ou que células tratadas com fumaça de cigarro, enquanto células que expressam E6/E7 e foram tratadas com fumaça de cigarro expressam níveis maiores de SOD2 do que qualquer outro grupo analisado. Isso indica a “interação” entre a presença de genes de HPV e a fumaça de cigarro.

Uma segunda etapa do trabalho, apoiado pela FAPESP por meio de dois projetos (10/20002-0 e 19/26065-8), envolveu a análise de dados genômicos de 613 amostras que integram o repositório público The Cancer Genome Atlas.

Na plataforma, são catalogadas as mutações genéticas responsáveis pelo câncer a partir de sequenciamento de genoma e bioinformática. O grupo focou na análise de transcrições de SOD2 para confirmar os achados.

Ponto de partida “Apesar de serem realizados em um ambiente artificial, estudos in vitro são um ponto de partida para compreender o que acontece em modelos mais complexos e, no futuro, talvez nos permitam intervir de forma objetiva e trazer algum benefício”, afirma Boccardo.

“Atualmente, por exemplo, a vacinação contra o HPV só está disponível no SUS [Sistema Único de Saúde] para crianças entre 9 e 14 anos, porque estudos apontaram maior eficácia na prevenção de patologias genitais, mas acredito que seja possível considerar a extensão para um grupo maior de indivíduos a fim de evitar doenças em outras regiões anatômicas.”

O pesquisador destaca ainda que este trabalho realiza a translação dos resultados obtidos em laboratório para a análise clínica ao superar o calcanhar de Aquiles da pesquisa básica, que é o acesso a amostras humanas.

Isso se dá graças à evolução da tecnologia, que levou à criação de bases de dados de amostras humanas, como a utilizada na pesquisa. Esses bancos incluem estudos de análise de expressão de RNA e proteínas e permitem o acesso a informações de longos períodos de tempo.

“O próximo passo seria aumentar a complexidade do modelo utilizado, analisando a questão funcional em um contexto de expressão normal das proteínas virais, ou seja, em que o promotor do HPV regule de fato a expressão da E6/E7 [no caso do estudo a expressão das proteínas foi induzida em laboratório e não pela infecção]”, acredita Boccardo.

“Não podemos esquecer, por exemplo, que existem eventos como o processo inflamatório, que não conseguimos visualizar in vitro, mas que sabemos que, na prática, pode ter um papel muito importante no desfecho da doença.”

Agência Fapesp

Foto: Freepik

O número de casos de zika vírus no país subiu 20% de janeiro até o dia 8 de julho de 2023. As notificações passaram de 5.910 para 7.093, na comparação com mesmo período de 2022. A região Sudeste teve o maior aumento de casos, com percentual de 11,7%.

zika

O Ministério da Saúde informou "que os dados são preliminares e sujeitos a alterações e que a vigilância das arboviroses — o que inclui as infecções causadas pelo vírus zika – é de notificação compulsória, ou seja, todo caso suspeito e/ou confirmado deve ser obrigatoriamente notificado aos serviços de saúde”. No mês de abril, em meio ao aumento de casos de dengue, zika e chikungunya no Brasil, as arboviroses, o governo federal lançou uma campanha nacional de combate às doenças, transmitidas por um mesmo vetor, a picada do mosquito Aedes aegypti.

Na ocasião, o Ministério da Saúde acionou o COE (Centro de Operações de Emergências de Arboviroses) e foram realizadas ações de apoio nos 11 estados com maior número de casos e mortes por dengue e chikungunya. Outra ação foi investimento de R$ 84,3 milhões em compra de inseticida, larvicida, distribuição de kits de diagnóstico e capacitação de profissionais de saúde.

Em junho, o COE foi desativado após ter sido constatada queda no risco de transmissão das arboviroses em todos os estados.

O número de casos notificados de zika vírus caiu 87% entre abril e julho. "Essa queda se deve às ações empenhadas no controle do vetor, às ações promovidas pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde, além de mudanças climáticas que implicam na circulação viral da dengue e chikungunya. Diante disso, considerando o cenário atual, a partir da Semana Epidemiológica (SE) 19, o COE Arboviroses foi desativado. Ainda assim, o Ministério da Saúde vai continuar monitorando o comportamento das arboviroses no Brasil ao longo de todo o ano", informou a pasta na ocasião.

Agência Brasil

Paulo Whitaker/Reuters