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Estudo conduzido na USP (Universidade de São Paulo) mostrou que uma molécula sintética denominada Pep19 age sobre o sistema endocanabinoide, que tem importante função no controle do metabolismo, na regulação do apetite, na lipólise (quebra da gordura) e na liberação de energia.

Divulgado recentemente no International Journal of Molecular Sciences, o trabalho contou com apoio da FAPESP e a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de Málaga (Espanha), Centro Biomédico de Pesquisa de Diabetes e Doenças Metabólicas Associadas (Espanha) e da empresa Proteimax BioTechnology (Israel). Não é de hoje que os cientistas estão trabalhando em formas de influenciar o funcionamento do sistema endocanabinoide para ajudar as pessoas a perder peso. Em 2008, um fármaco chamado rimonabanto chegou a ser usado com esse objetivo, mas sua venda acabou suspensa no Brasil devido a efeitos colaterais graves, como ansiedade e depressão, em alguns casos com tendência suicida.

De lá para cá, estudos têm sido feitos para descobrir formas mais seguras de transformar o sistema endocanabinoide em um aliado de quem precisa baixar o ponteiro da balança. E o Pep19 – diminutivo de peptídeo DIIADDEPLT – é uma das grandes apostas nessa seara, pois já apresentou bons resultados em testes com animais sem interferir no sistema nervoso central, o que provocaria efeitos colaterais similares aos do rimonabanto.

Desempenho promissor

No estudo recentemente divulgado, os pesquisadores criaram uma versão sintética de um peptídeo naturalmente encontrado em células humanas. O Pep19 é quimicamente idêntico ao peptídeo natural, mas pode ser usado em concentrações mais efetivas para o fim desejado.

A molécula foi então testada em 50 camundongos, que foram divididos em dois grupos. Um deles foi alimentado com dieta normal durante 30 dias. O outro recebeu alimentação rica em calorias. Metade dos animais de cada grupo recebeu uma solução salina e a outra metade uma solução salina com Pep19 diluído.

Os resultados do experimento foram bem animadores. Os roedores que receberam a dieta mais calórica acompanhada do Pep19 tiveram o ganho de peso atenuado e diminuição na resistência à insulina – fenômeno que pode levar a problemas como diabetes do tipo 2 e hipertensão, entre outros.

Além disso, a molécula reduziu a inflamação no fígado, o acúmulo e a distribuição de gordura no órgão e a atividade da alanina aminotransferase, substância que indica lesões hepáticas.

Outro benefício notado pelos pesquisadores foi que o peptídeo sintético transformou parte da gordura branca (que serve de reserva energética para o organismo) em marrom, o que é muito positivo já que esta tem função termogênica, ou seja, queima calorias para gerar energia e calor, estimulando o processo de emagrecimento.

“Esse processo tem relação com a ativação de um tipo de proteína desacopladora da cadeia respiratória, conhecida pela sigla UCP1. A gordura branca normalmente não produz essa substância, ao contrário da marrom”, conta Emer Suavinho Ferro, professor do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e responsável pelo Laboratório de Farmacologia dos Peptídeos Intracelulares da instituição, que participou da análise.

“E pudemos ter certeza dessa relação quando fizemos a análise visual da gordura dos animais e vimos que parte dela estava com um tom bege e, assim, tivemos a indicação de que o Pep19 induzia a ativação da UCP1”, explica.

Segundo Ferro, nos animais, os ganhos oferecidos pelo uso do Pep19 não foram acompanhados de efeitos colaterais como no caso do rimonabanto. “Sua ação é periférica e não acontece diretamente sobre o sistema nervoso central”, explica.

O grupo pretende agora fazer novos trabalhos, inclusive em humanos, para tentar transformar essa molécula em uma opção viável a quem precisa emagrecer.

Agência Fapesp

 

Pessoas vacinadas com infecções leves pelo coronavírus também podem apresentar Covid-19 longa com problemas no coração, cérebro ou pulmões, entre outras partes do corpo, de acordo com um estudo publicado na quarta-feira (24) na revista Nature Medicine.

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A pesquisa, realizada por cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis (EUA) e do Sistema de Saúde de St. Louis, alerta que, apesar da existência de vacinas, é preciso ter mais ferramentas contra o vírus.

O estudo, feito com dados de mais de 13 milhões de casos, concluiu que ser vacinado contra o vírus Sars-CoV-2 reduz em 34% o risco de morte e em 15% o risco de desenvolver Covid longa.

Também mostrou que as vacinas são eficazes na prevenção de algumas das manifestações mais preocupantes da Covid longa (distúrbios pulmonares e de coagulação do sangue), que diminuíram 49% e 56%, respectivamente, entre os vacinados.

No entanto, embora as vacinas continuem sendo de vital importância na luta contra a Covid, “elas fornecem apenas proteção modesta contra a Covid longa”, explica Ziyad Al-Aly, primeiro autor do estudo e epidemiologista clínico da Universidade de Washington.

Portanto, "agora que sabemos que a Covid pode ter consequências persistentes na saúde, mesmo entre os vacinados, devemos avançar para o desenvolvimento de estratégias de mitigação que possam ser implementadas a longo prazo, porque não parece que a Covid vá desaparecer em breve", complementa Al-Aly.

Tais estratégias podem incluir vacinas nasais – mais eficazes e potentes que as atuais – ou outros tipos de vacinas ou medicamentos que visem minimizar os riscos de Covid longa.

“Pegar Covid-19, mesmo entre pessoas vacinadas, parece quase inevitável hoje”, alerta Al-Aly, que aponta que entre 8% e 12% das pessoas vacinadas podem desenvolver Covid longa.

No futuro, a doença "provavelmente deixará um grande número de pessoas com condições crônicas e potencialmente incapacitantes que não são tratadas, afetando não apenas sua saúde, mas também sua capacidade de trabalho, sua expectativa de vida, produtividade e bem-estar social", avança o investigador.

Desde o início da pandemia, mais de 524 milhões de pessoas em todo o mundo foram infectadas pelo vírus; deles, mais de 6 milhões morreram, mais de um milhão só nos Estados Unidos.

O estudo, de 13 milhões de afetados, principalmente homens brancos mais velhos, não incluiu dados relacionados à variante Ômicron que começou a se espalhar rapidamente no final de 2021.

Os pacientes foram classificados como totalmente vacinados se tivessem recebido duas doses das vacinas Moderna ou Pfizer-BioNTech ou uma dose da vacina Johnson & Johnson/Janssen, pois as doses de reforço ainda não haviam sido dadas no momento da pesquisa.

Entre outras descobertas, o estudo confirmou que além de complicações no coração, cérebro e pulmões, a Covid persistente também causa distúrbios nos rins, na coagulação sanguínea, na saúde mental, no metabolismo e nos sistemas gastrointestinal e musculoesquelético.

Além disso, a análise de 3.667 pacientes vacinados e hospitalizados com quadros mais graves de Covid mostrou que eles tinham um risco 2,5 vezes maior de morrer do que pessoas hospitalizadas com gripe.

Eles também tiveram um risco aumentado de 27% de Covid longa nos primeiros 30 dias após o diagnóstico em comparação com 14.337 pessoas que foram hospitalizadas com gripe sazonal.

Os pesquisadores também compararam os resultados de saúde de longo prazo com um grupo de controle pré-pandemia de mais de 5,75 milhões de pessoas (e que nunca tiveram Covid porque ainda não existia) e descobriram que aqueles que tiveram Covid enfrentaram riscos significativamente mais altos de morte e doenças cardíacas, pulmonares, neurológicas e renais.

“A constelação de descobertas mostra que a carga de morte e doença experimentada por pessoas com infecções avançadas de Covid-19 não é trivial”, concluiu o autor.

Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde liderados pela secretária Caroline Reis, se reuniram com a secretária de Meio Ambiente, Haila Oka, para tratar sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), um documento de caráter técnico que tem como objetivo orientar qual o gerenciamento e destinação correta dos resíduos resultantes dos serviços em saúde.

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São considerados resíduos da saúde, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os restos gerados em estabelecimentos de saúde, centros de pesquisa e laboratórios. Dentre eles, há inúmeros materiais infectantes que podem colocar a saúde e a vida das pessoas em perigo, casa não haja a destinação correta. 

A destinação dos resíduos produzidos nos serviços de saúde deve sempre seguir  a legislação vigente. Por isso, ter um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é documento indispensável a todos que atuam na área.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), em 2018, 4.518 municípios brasileiros — de um total de 5.570 — declararam à Anvisa que coletaram e trataram mais de 256 mil toneladas de resíduos de atendimentos de saúde. Porém, as outras 1.052 cidades não declararam a forma como foram destinados os seus, o que contraria as normas vigentes e apresenta riscos à saúde pública, ao meio ambiente e aos trabalhadores da área.

A forma encontrada para disciplinar a destinação correta dos resíduos de saúde foi a criação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, que estabelece as regras para o manuseio, acondicionamento, transporte e destinação final, resguardando a saúde pública.

O que é o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde?

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é um documento de caráter técnico que tem como objetivo orientar o gerenciamento e destinação correta dos resíduos resultantes dos serviços e atendimentos em saúde. Cada estabelecimento da área tem a obrigação de elaborar o seu plano.

Um grupo de trabalho no Ministério da Saúde vai acompanhar a evolução do surto de varíola do macaco e definir protocolos para identificar possíveis casos que surjam no Brasil, anunciou a pasta nesta segunda-feira (23) .

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O objetivo inicial é "elaborar um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e a definição do diagnóstico clínico e laboratorial para a doença". O ministério também afirma ter enviado aos estados um Comunicado de Risco sobre a varíola do macaco, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até agora.

A mobilização da pasta ocorre no momento em que 19 países já confirmaram ao menos um caso da doença. A maioria dos pacientes está na Europa, epicentro do surto.

No continente americano, Estados Unidos e Canadá já confirmaram casos de pacientes com varíola do macaco. A Argentina tem um caso suspeito.

Em entrevista recente ao R7, a virologista Camila Malta, pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e do Instituto de Medicina Tropical, afirmou que é muito provável, diante do atual cenário, que o Brasil registre algum caso da doença.

“Não há como prever nada, mas não tem por que ela não chegar ao Brasil. Não dá para saber por qual país da América do Sul ela vai entrar, mas sabemos que tem uma grande conectividade por São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. É possível que venha dos países com casos por essa rota. Mas é só uma suposição."

Monitoramento em tempo real feito pela iniciativa Global.health, composta de pesquisadores de universidades como Oxford e Harvard, apontava na manhã desta terça-feira (24) 174 casos confirmados da doença e outros 93 suspeitos.

A Inglaterra lidera a lista, com 56 diagnósticos, seguida da Espanha (41) e de Portugal (37).

O primeiro paciente com varíola do macaco na Alemanha é um brasileiro de 26 anos que na semana passada apresentou febre e dificuldade para engolir. Ele foi testado em uma clínica de Munique e está isolado no local.

O jovem havia passado por Portugal e Espanha antes de desembarcar em território alemão.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) acompanha de perto esse surto, o maior fora da África desde que o vírus da varíola do macaco infectou humanos pela primeira vez, em 1970.

A doença é endêmica em alguns países da África, mas os casos europeus não têm conexão aparente com indivíduos que viajaram para o continente.

Esse também não é um vírus de fácil transmissão entre humanos, o que tem levado pesquisadores a buscar entender o que há por trás dessa explosão de casos.

Ainda assim, autoridades sanitárias dizem que o risco de uma nova pandemia é baixo.

R7

Foto: CHRISTINE UYANIK/REUTERS