A farmacêutica Merck e a Ridgeback Biotherapeutics anunciaram nesta quinta-feira (15) o avanço dos estudos de um antiviral oral destinado a pacientes com covid-19 que não tenham sido hospitalizados. As duas empresas têm planos de solicitar o uso emergencial da droga no segundo semestre deste ano nos Estados Unidos.
Em comunicado, a empresa afirmou que vai começar a recrutar os voluntários da última fase de testes do molnupiravir entre o fim de abril e o início de maio. Os dados finais dessa parte do estudo deve estar disponíveis entre setembro e outubro. Até agora, o molnupiravir se mostrou promissor no tratamento de casos ambulatoriais. A fase 3 (parte 2) vai avaliar uma dose de 800 mg do medicamento duas vezes ao dia.
Os resultados anteriores mostraram que pacientes diagnosticados com covid-19 que receberam o molnupiravir apresentaram menos chance de serem hospitalizados ou de morte, na comparação com aqueles que tomaram placebo.
O laboratório conduzia outro estudo em pessoas que já tinham sido internadas com covid-19, mas decidiu descontinuá-lo, alegando que os dados "indicam que é improvável que o molnupiravir demonstre um benefício clínico em pacientes hospitalizados, que geralmente apresentavam sintomas de maior duração antes do início do estudo".
Sendo assim, a indicação da droga, caso venha a ser aprovada, deve ser nos moldes de como ocorre hoje com o antiviral oseltamivir (Tamiflu), usado em pacientes com gripe.
A administração ocorre precocemente após o início dos sintomas ou confirmação por exame diagnóstico com objetivo de evitar o agravamento da doença.
O antiviral também apresentou resultados de segurança satisfatórios. "Não houve eventos adversos relacionados ao medicamento que levaram à descontinuação nos participantes que receberam molnupiravir", salienta o laboratório.
O Instituto Butantan confirmou, nesta quarta-feira (14), em publicação nas redes sociais, que deverá receber da China mais 3 mil litros do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), insumos equivalentes a 5 milhões de doses da vacina contra a covid-19, no dia próximo dia 19.
Com os imunizantes, a instituição acreditar ser possível concluir a entrega das 46 milhões de imunizantes contra o novo coronavírus referentes ao primeiro contrato com o Ministério da Saúde. O Butantan promete entretar, até o fim de agosto, 100 milhões de doses ao governo federal.
Confirmado: o Butantan vai receber da China, no dia 19/4, mais 3 mil litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), insumos equivalentes a 5 milhões de doses da vacina contra a Covid-19.
— Instituto Butantan (@butantanoficial) April 14, 2021 Atualmente, 3,2 milhões de vacinas encontram-se em processo de inspeção de controle de qualidade no complexo do instituto e devem ser entregues até o dia 19 de abril.
Cerca de 1,5 milhão de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra a covid-19 atrasada. O dado foi trazido nesta terça-feira (13) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante um café da manhã com jornalistas, em Brasília. Segundo ministro, a pasta vai divulgar uma lista, por estado, de pessoas que estão com a segunda dose atrasada.
A complementação do esquema vacinal, ressaltou, será feito com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Aos que estão com a segunda dose atrasada, o Ministério da Saúde, orienta que não deixem de ir a um posto de vacinação para completar a imunização.
Intervalos Desde que começou a vacinação da população contra a covid-19, duas vacinas são aplicadas no Brasil: a da farmacêutica CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e da farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz. No caso da CoronaVac, estudos apontam melhor eficiência quando a segunda dose é aplicada num intervalo de 21 a 28 dias. Já a vacina da AstraZeneca, deve ter a segunda dose aplicada em intervalo maior, três meses.
Medida Provisória Ainda no café da manhã com os jornalistas, ao dizer que o programa de vacinação é a prioridade número um do ministério, Queiroga adiantou que o governo deve publicar nos próximos dias uma medida provisória para criar uma secretaria específica para ações contra a covid-19. A atual coordenadora do Programa Nacional de Imunização, da pasta, Franciele Francinato deverá comandar a nova secretaria.
Transporte No encontro com os jornalistas, o ministro da Saúde cobrou disciplina e uso de máscaras pelos usuários de transporte público como forma de evitar ainda mais a disseminação do novo coronavírus. Queiroga adiantou que haverá uma campanha nacional para prevenir a contaminação, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, mas lembrou que cabe às prefeituras disciplinar regras para trens e ônibus. Segundo o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, uma portaria conjunta com o Ministério do Desenvolvimento Regional deverá ser apresentada na próxima quinta-feira (15).
Lockdown Sobre um possível lockdown nacional, o ministro da Saúde descartou a hipótese e disse que "uma medida homogênea para o país inteiro não vai funcionar". Ele acrescentou que tomará medidas "para evitar que o país chegue a cenários extremos".
Vacinas Sobre vacinas, Queiroga disse que falou ontem com o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, e a previsão é manter o calendário de vacinação. “Quando a Fiocruz e o Instituto Butantan receberem mais matéria-prima para fabricarem vacinas, a situação vai melhorar ", garantiu. O ministro lembrou que o governo brasileiro investiu R$ 150 milhões no consórcio Covax Facility para receber vacinas e admitiu que esperava mais doses. "Temos buscado com o diálogo. Estou procurando diminuir a temperatura da fogueira para avançar", disse.
Ao falar da aprovação de imunizantes e medicamentos que possam ajudar no tratamento do novo coronavírus, Queiroga avaliou que a Anvisa tem feito o trabalho dela “de maneira apropriada". O ministro garantiu que o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não vai faltar dinheiro para a saúde.
O Brasil, a Colômbia, o México e as Filipinas estão entre os 47 países que receberão até junho doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã Biontech através do consórcio global liderado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) Covax Facility, anunciou nesta segunda-feira (12/04) a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi).
Das 14,1 milhões de doses do imunizante da Pfizer-Biontech que serão distribuídas entre abril e junho, o Brasil deverá receber cerca de 842,4 mil, segundo o Ministério da Saúde. Além do país, Colômbia, México, Filipinas, África do Sul e Ucrânia foram classificados como países prioritários para o envio de remessas da Covax Facility neste período.
A iniciativa é um programa apoiado pelas Nações Unidas para compra e distribuição de vacinas contra a covid-19, visando um acesso mais igualitário aos imunizantes e priorizando países mais pobres. Em seis semanas, o consórcio global já distribuiu quase 38,4 milhões de doses de vacinas para 102 países. A Gavi informou ainda nesta segunda-feira que algumas entregas estão demorando mais do que o previsto devido ao atraso do envio de doses prometidas por laboratórios em março e abril.
O Brasil deverá receber cerca de 42 milhões de doses pelo consórcio global até o final deste ano. Até o momento, a Covax Facility já enviou 1 milhão de doses da vacina da AstraZeneca ao país.
De acordo com o diretor-executivo da Gavi, Seth Berkley, a Covax pretende entregar cerca de um terço de 1 bilhão de doses de vacinas até a metade deste ano e prevê ainda distribuir mais de 2 bilhões em 2021.
Aprovada pela Anvisa A vacina da Pfizer-Biontech já obteve o registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não está sendo utilizada no Brasil, pois o governo federal só chegou a acordo de compra com a empresa farmacêutica em março deste ano. Por meio deste, o país adquiriu mais de 100 milhões de doses.
O imunizante esteve no centro de uma briga pública entre a Pfizer e o Planalto. O laboratório comunicou que, no segundo semestre de 2020, fez várias propostas para o Ministério da Saúde, que previam a entrega de 70 milhões de doses, com início do envio de uma primeira carga em dezembro, mas a pasta não manifestou interesse. À época, o governo preferiu apostar todas as suas fichas na vacina da AstraZeneca, a ser produzida em solo brasileiro, ignorando opções de importação de doses prontas de outros laboratórios.
Em dezembro, as negociações voltaram a andar, e o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a afirmar que a imunização poderia começar ainda naquele mês caso a Pfizer adiantasse alguma entrega. À época, o ministério passara finalmente a correr atrás de vacinas diante da intenção do governador de São Paulo, João Doria, de iniciar a vacinação no estado em janeiro. Mas nessa altura a Pfizer havia informado que não poderia mais entregar doses antes da virada do ano. Ainda assim, o governo chegou a incluir uma oferta da empresa no seu vago plano de imunização.
No entanto, as negociações logo voltaram à estaca zero, diante da contrariedade de condições impostas pela empresa. O governo afirmou que a Pfizer insistia em uma cláusula de isenção de responsabilidade em relação a possíveis efeitos colaterais da vacina contra a covid-19. No final de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro chegou a reclamar publicamente da farmacêutica ao afirmar que não havia garantia de que a vacina não transformaria quem a tomasse em "um jacaré". Sem um contrato com o governo, a Pfizer anunciou em dezembro que não pretendia mais solicitar uma autorização de uso emergencial junto à Anvisa.
Em janeiro, a disputa voltou a esquentar quando o governo divulgou uma nota incendiária afirmando que a Pfizer estabelecera "cláusulas leoninas" em seus contratos, que a empresa só previa uma pequena entrega inicial de vacinas como "conquista de marketing" e que a chegada de poucas doses "causaria frustração em todos os brasileiros", sugerindo que era melhor não receber nada do que pouco. Por fim, o governo ainda insinuou que a Pfizer estava tentando sabotar a campanha de imunização no Brasil por ter supostamente ficado frustrada com o governo adquirindo doses da AstraZeneca e da Coronavac, promovida pelo governo de São Paulo.
Já a Pfizer afirmou que os contratos oferecidos ao governo brasileiro eram idênticos aos que foram submetidos em dezenas de países que já fazem uso do imunizante.
Mais de 31 milhões de doses aplicadas Até o momento, o Brasil já aplicou mais de 31 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, até esta segunda-feira (12/04), haviam sido administradas 31.239.336 doses. Do total, 23.847.792 pessoas receberam a primeira dose, o equivalente a 11,26 % da população brasileira, e 7.391.544 a segunda, cerca de 3,49%.
Cerca de oito em cada dez doses aplicadas no país são da Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Além dela, está sendo usado no Brasil o imunizante da AstraZeneca-Oxford, que no Brasil é produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).