O Instituto Butantan estregou segunda-feira (14) mais 1 milhão de doses da vacina CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). O carregamento integra um novo lote de mais 5 milhões de unidades a serem liberadas ao longo deste mês. “Nesse caminhão que está aqui, nós estamos já com a carga de 1 milhão de doses da vacina do Butantan que será entregue, nesta manhã, ao Ministério da Saúde. É a vacina no braço dos brasileiros! E na próxima quarta-feira teremos uma nova remessa sendo entregue”, falou João Doria.
Com a entrega de hoje, o Butantan chega à marca de 49 milhões de doses fornecidas ao Ministério da Saúde desde 17 de janeiro, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Na última sexta-feira (11) foram liberadas 800 mil doses. O novo lote de 5 milhões de doses está sendo produzido a partir dos 3 mil litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) recebidos no último dia 5 de maio. Desse total já houve a liberação de 1,8 milhão de vacinas desde sexta.
O envase da matéria-prima foi iniciado no dia 27 e terminou na madrugada do dia 30. Parte das doses já envasadas encontra-se em outras etapas do processo produtivo, como inspeção de controle de qualidade.
As doses entregues hoje já contemplam o segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, de 54 milhões de vacinas. O primeiro, de 46 milhões, foi cumprido em 12/05. Um novo lote de 6 mil litros de IFA para a produção de mais 10 milhões de doses deverá chegar a São Paulo até o final deste mês.
Discreto, silencioso, de difícil detecção precoce e com sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças. Assim é o câncer de ovário, a segunda neoplasia que mais acomete o sistema reprodutor feminino, atrás apenas do câncer de colo do útero.
O câncer, ou neoplasia, é caracterizado pelo crescimento desordenado de células que invadem tecidos ou órgãos próximos ou mesmo distantes, formando tumores. No caso do ovário, 95% dos casos têm origem nas células epiteliais, que são as que revestem o órgão. Os outros 5% podem ocorrer nas células germinativas, aquelas que formam os óvulos, ou nas células estromais, as que produzem os hormônios femininos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que em 2020 foram registrados 6.650 novos casos de câncer de ovário no país, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres. Os dados de 2019 indicam 4.123 mortes decorrentes da doença naquele ano.
Os fatores de risco para o câncer de ovário incluem o avanço da idade, a infertilidade, a primeira menstruação precoce, antes dos 12 anos, e a menopausa tardia, após os 52 anos. Também devem ser considerados o histórico familiar de neoplasias de ovário, colorretal e de mama, excesso de peso corporal e os fatores genéticos de mutações em genes como BRCA1 e BRCA2.
Por outro lado, o risco de câncer de ovário é reduzido nas mulheres que tomam contraceptivos orais e nas que tiveram vários filhos. Não há prevenção para a doença, mas é recomendado às mulheres que tenham fatores de risco manter o peso corporal saudável e consultar o médico com regularidade, sendo ainda mais importante a partir dos 50 anos.
O exame preventivo ginecológico, chamado de papanicolaou, não detecta o câncer de ovário, pois ele é específico para o câncer do colo do útero. A detecção precoce do câncer de ovário é feita por meio de investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, que devem ser feitos nas mulheres com sinais e sintomas sugestivos ou nas que integram os grupos com maior chance de desenvolver a doença.
Geralmente não ocorre o diagnóstico precoce do câncer de ovário, já que ele não apresenta sintomas iniciais específicos. Quando o tumor cresce, ele pode causar pressão e provocar dor ou inchaço abdominal, na pelve, nas costas ou nas pernas. Nas fases mais avançadas da doença, também pode causar náusea, indigestão, perda de apetite e de peso, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.
O tratamento é feito com cirurgia ou quimioterapia, de acordo com o tipo histológico do tumor, ou seja, qual tipo de célula foi afetada. Também influenciam no tratamento adotado a extensão da doença, a idade e as condições clínicas da paciente, bem como se o tumor é inicial ou recorrente.
Combater os sintomas do Parkinson com um dispositivo de injeção contínua semelhante às bombas de insulina dos diabéticos: em alguns pacientes em estágio avançado, este tratamento dá resultados encorajadores a longo prazo, de acordo com um estudo francês.
"A qualidade de vida é estabilizada, e as flutuações motoras (alternância de melhora/reaparecimento dos sintomas) até melhoraram depois de dois anos" para os pacientes em questão, declarou à AFP o neurologista Emmanuel Flamand-Roze, um dos autores do estudo publicado nesta sexta-feira (11) na revista NPJ Parkinson's Disease.
Ele reforça, porém, que isso não diz respeito a todos os pacientes com Parkinson.
"Quando a doença progride, há duas situações. Em uma, seus sinais (tremores, rigidez, lentidão...) não respondem mais ao tratamento" com comprimidos, diz.
"Na outra situação, os tratamentos permanecem eficazes, mas com variações significativas durante o dia: as pessoas tomam seus comprimidos, melhoram, depois pioram quando o efeito passa, e assim por diante. É para esses pacientes que os tratamentos contínuos são uma boa opção", explica o especialista.
Para isso, os pesquisadores testaram um dispositivo chamado bomba de apomorfina, usado 24 horas por dia, ou durante o dia - no bolso, no cinto, ao redor do pescoço, etc. -, e que injeta automaticamente o tratamento.
"É comparável a uma bomba de insulina para diabetes", afirma o professor Flamand-Roze.
"No diabetes, o açúcar é muito alto, e fazemos com que abaixe e, no Parkinson, a dopamina (uma molécula presente no cérebro) é muito baixa, e então fornecemos um complemento equivalente continuamente", completou.
"Quando você toma um comprimido, ele faz um pico no cérebro, depois cai. É isso que causa as flutuações. Com o tratamento contínuo, você fica muito mais próximo do que acontece naturalmente", continua.
"O interesse do estudo é mostrar que certo número de pacientes pode se beneficiar desse tratamento, que continua subutilizado", garante o neurologista, que atende no hospital parisiense de Pitié-Salpêtrière (AP-HP).
Segundo ele, apenas um em cada dois pacientes faz esse tratamento, entre aqueles cuja condição poderia justificá-lo (após dez anos de evolução da doença). Embora seja difícil de quantificar, ele estima que represente no máximo 5% do total de pacientes.
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa, a segunda atrás do Alzheimer em termos de frequência. À medida que progride, o risco de dependência aumenta, devido a complicações motoras e cognitivas que podem levar à demência.
As autoridades de saúde estimam que, em 2030, 260.000 pessoas serão tratadas para Parkinson na França, contra 166.000, em 2015.
Para este estudo, os pesquisadores acompanharam a evolução ao longo de dois anos de 110 pacientes em estágio avançado, tratados com bomba de apomorfina.
O estudo conclui que o tratamento é particularmente benéfico para pacientes já afetados por flutuações motoras antes de seu início.
"É um ótimo resultado para uma doença degenerativa, pois, ao longo de dois anos em estágio avançado, esperamos um agravamento", comemora o professor Flamand-Roze, que, no entanto, quer enviar "uma mensagem matizada".
"Não é um tratamento que cura sinais que não tratávamos antes, mas que pode evitar oscilações quando outro tratamento já está funcionando", enfatiza.
Além disso, insiste, "não retarda a progressão da doença, apenas trata os sintomas".
Por fim, entre os pacientes acompanhados, um terço interrompeu o tratamento, "seja porque têm efeitos colaterais, ou porque não funciona bem, ou porque acham o dispositivo muito restritivo".
"É um tratamento útil, mas não é uma panaceia", conclui o neurologista, que já trabalhou com laboratórios que fabricam o aparelho, sem que estes tenham intervido no estudo.
Segundo ele, dois outros estudos estão em andamento na França sobre esse tratamento: um, para ver se melhora o sono dos pacientes; e outro, para saber se deve ser oferecido mais cedo, sem esperar por um estágio avançado.