• prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg

A pandemia do novo coronavírus impactou diretamente o diagnósticos de novos casos de câncer no Brasil, como também o tratamento de pacientes oncológicos, afirmam Alfredo Scaff, médico epidemiologista da Fundação do Câncer, e Paulo Hoff, oncologista e diretor geral do ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

Os especialistas foram entrevistados nesta sexta-feira (26) pelos jornalistas Celso Freitas e Luiz Fara Monteiro na Live JR, programa de entrevistas do Jornal da Record.

“Existe o impacto da pandemia nos hospitais, porque nós tínhamos os hospitais já lotados, e grande parte dessa estrutura agora serve aos pacientes de covid, o que gera a redução da disponibilidade de serviço para outras doenças”, explica Paulo Hoff.

Outro motivo é o medo do contágio pelo SARS-CoV-2 por parte dos pacientes, que deixam de procurar o sistema de saúde. “No início da pandemia os dados de rastreamento da doença despencaram, cerca de 30% dos casos que estavam surgindo não estavam sendo identificados, então esses novos casos de câncer serão diagnosticados posteriormente em um estágio mais avançado”, afirma o oncologista.

O especialista também chamou a atenção para a letalidade da covid-19 em pacientes oncológicos em estágio mais avançado da doença. “A mortalidade é maior. Um estudo que está para ser publicado mostra que a mortalidade é mais que o dobro em pessoas com câncer”.

Segundo Alfredo Scaff, houve uma redução de 84% na realização de mamografias em 2020, exame importante para o diagnóstico do câncer de mama. “Isso mostra que com certeza ao longo dos próximos anos teremos um represamento de diagnósticos, impactando o sistema de saúde. O Instituto do Câncer dos Estados Unidos tem um estudo que mostra que teremos um aumento da mortalidade por conta dessas questões”.

Outra questão apontada pelos especialistas foi o abandono ou o adiamento do tratamento por parte dos pacientes. “O risco de não fazer o tratamento sobrepuja o risco de pegar covid. Não sabemos quando a pandemia vai passar, então esperar para começar o tratamento reduz a expectativa de vida e as chances de cura desses pacientes”, explica Hoff.

Vacinas

Segundo Alfredo Scaff, as vacinas em aplicação no Brasil (CoronaVac e vacina de Oxford), são seguras e podem ser aplicadas em pacientes com câncer. “A vacina de vírus inativado já é usada em pacientes oncológicos e o resultado a gente já conhece, sabemos que os efeitos do vírus inativado nos pacientes são muito pequenos”, afirma.

"As vacinas de tecnologias novas, como as usadas na Europa e nos Estados Unidos, a gente ainda não conhece os efeitos sobre o paciente com câncer porque as pesquisas ainda não chegaram a estudar isso, mas acredito que os efeitos serão baixíssimos pelo que temos visto em outros países”, afirma.

Além disso, o epidemiologista explica que a nova tecnologia usada em imunizantes como os fabricados pela Moderna e Pfizer, que usam RNA mensageiro, também pode ser usada para o desenvolvimento de tratamentos contra o câncer. “É extremamente promissor”, avalia.

 

R7

pifzerUma única dose da vacina contra covid-19 da Pfizer e da BioNTech reduz o número de infecções assintomáticas e poderia diminuir consideravelmente o risco de transmissão do vírus, mostraram resultados de um estudo britânico nesta sexta-feira (26).

Pesquisadores analisaram resultados de milhares de exames de covid-19 realizados todas as semanas como parte de um monitoramento hospitalar de profissionais de saúde de Cambridge, no leste da Inglaterra.


"Nossas descobertas mostram uma redução dramática na taxa de exames de monitoramento positivos entre profissionais de saúde assintomáticos após uma única dose da vacina Pfizer-BioNTech", disse Nick Jones, especialista em doenças infecciosas do Hospital da Universidade de Cambridge que coliderou o estudo.

Depois de separar os resultados de exames de profissionais vacinados e não vacinados, a equipe de Jones descobriu que 0,80% dos exames de profissionais não vacinados deram positivo.

A taxa foi de 0,37% nos exames de profissionais de saúde menos de 12 dias após a vacinação – quando o efeito protetor da vacina ainda não está totalmente estabelecido – e de 0,20% nos exames de profissionais de saúde 12 dias ou mais após a vacinação.

O estudo e seus resultados ainda têm que passar por uma análise independente da comunidade científica, mas foram publicados na internet como documento pré-impressão nesta sexta-feira.

Isto leva a crer em uma redução de quatro vezes no risco de infecções assintomáticas de covid-19 entre profissionais de saúde que foram vacinados há mais de 12 dias, e 75% de proteção, disse Mike Weekes, especialista em doenças infecciosas do departamento de Medicina da Universidade de Cambridge que coliderou o estudo.

O nível de infecções assintomáticas também foi reduzido pela metade naqueles vacinados há menos de 12 dias, disse ele.

 

O Reino Unido está realizando inoculações com a vacina da Pfizer e uma da AstraZeneca desde o final de dezembro de 2020.

"Esta é uma ótima notícia: a vacina da Pfizer não só oferece proteção contra a doença do SARS-CoV-2, mas também ajuda a evitar infecções, diminuindo o potencial de o vírus ser passado para outros", disse Weekes. "Mas temos que nos lembrar que a vacina não dá proteção completa para todos."

 

Reuters

Foto: SARAH MEYSSONNIER/REUTERS

 

A Secretaria de Estado da Saúde(Sesapi) recebeu na tarde desta quinta-feira(25) do Ministério da Saúde mais doses da vacina para imunização contra a Covid-19. Desta vez, foram 15.400 doses da Coronavac. Os municípios vão receber estas doses para vacinar pessoas de 80 a 84 anos que estejam acamadas. Na quarta-feira(24), chegaram 25.500 doses da vacina Oxford/Astrazeneca, totalizando 40.900 doses para o Piauí.

O imunizante da Coronavac é destinado a atender 24% do grupo prioritário de 80 a 84 anos acamados. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, todo o esforço está sendo feito para que os municípios recebam as doses o quanto antes para começar a imunização do público desta faixa etária. “Começaremos mais uma etapa de vacinação. É mais um passo para sairmos dessa pandemia”, diz Florentino.


O Piauí já aplicou 85.054 doses de vacinas para a imunização contra a Covid-19. Foram 69.667 piauienses que receberam a primeira dose e 15.387 a segunda dose. 

 

Sesapi