• prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg
  • WhatsApp_Image_2025-06-06_at_12.28.35_2.jpeg

Embora existam casos graves do novo coronavírus entre crianças, sabe-se que a doença afeta os pequenos em um percentual muito mais baixo - e com menor gravidade - do que as demais faixas etárias. De acordo com um relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) citado pelo site Elemental, nos Estados Unidos, onde 1,2% da população são crianças menores de um ano de idade, eles respondem por apenas 0,27% dos testes positivos.

Mas por que será que os bebês são mais resistentes à covid-19?
Essa pergunta tem motivado cientistas de todo o mundo a estudar o comportamento do vírus no organismo de crianças infectadas, já que a forma como os bebês reagem ao novo coronavírus pode ajudar a ciência a encontrar novos tratamentos para a doença em adultos.


Com esse intuito, médicos do Hospital Infantil Ann & Robert H. Lurie, de Chicago, nos EUA, avaliaram 18 crianças previamente saudáveis com menos de 90 dias de idade, que tiveram resultado positivo para a covid-19.

De acordo com o estudo, publicado na edição deste mês do The Journal of Pediatrics, nenhuma delas apresentou sintomas graves, nem precisou de oxigênio ou suporte respiratório. Congestão nasal foi observada em 28%, tosse em 44% e vômito ou diarreia em 22%. Apesar da pequena amostra, os dados podem trazer contribuições importantes para a pesquisa.


Os cientistas têm algumas teorias que podem ajudar a explicar por que o novo coronavírus é inofensivo para bebês saudáveis. Um deles tem a ver com o receptor que o SARS-CoV-2 usa para entrar nas células humanas. A expressão desse receptor, denominado ACE2, varia com a idade e está menos presente em bebês e crianças do que em adultos.

“Uma hipótese adicional proposta para a infecção leve em crianças pequenas é sua forte capacidade de montar respostas imunes primárias mediadas por células T”, diz o pediatra Petter Brodin, MD, PhD, pesquisador do departamento de saúde infantil e feminina do Instituto Karolinska Na Suécia. As células T, junto com os anticorpos, fazem parte do nosso sistema imunológico adaptativo, cuja função é atacar patógenos como o SARS-CoV-2. O fato de que os bebês têm um grande repertório de células T, que são capazes de reconhecer novos invasores e se desenvolver em células matadoras maduras, é provavelmente importante para explicar sua resposta eficaz ao vírus, diz Brodin ao Elemental.

Outra teoria é que crianças pequenas, incluindo bebês, podem ter uma exposição mais recente aos coronavírus do resfriado comum, que podem modular sua resposta imunológica à infecção por SAR-CoV-2.

 

revistacrescer

 

 

sprassycovidUm spray nasal desenvolvido para estimular o sistema imunológico contra resfriados e gripes mostrou em testes pré-clínicos que pode retardar a reprodução viral da covid-19, conforme revelou nesta segunda-feira (28) a empresa australiana de biotecnologia que investiga seu uso.

A Ena Respiratory, que desenvolve este produto denominado INNA-051, indicou em comunicado que os testes realizados com furões, coordenados pelo subdiretor de Saúde Pública da Inglaterra, Miles Carroll, revelaram uma eficácia de 96%.


A empresa australiana também indicou que o estudo, publicado hoje no site portal de pesquisas biomédicas bioRxiv, forneceu provas de que a molécula sintética INNA-051 pode ser utilizada como método de terapia antiviral preventiva, além de complementar os programas de vacinação.

O diretor administrativo da Ena Respiratory, Christophe Demaison, disse que as pessoas expostas ao novo coronavírus "têm grande probabilidade de eliminá-lo rapidamente com o tratamento, garantindo que a doença não se desenvolva para além dos sintomas moderados".

Além de beneficiar as pessoas mais vulneráveis, esse spray, que seria aplicado uma ou duas vezes por semana, também evitaria que pessoas infectadas transmitissem a doença para outras, acrescentou o executivo da empresa, esperando que os testes clínicos comecem em menos de quatro meses.

A Ena Respiratory informou que obteve cerca de 11,7 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 45,7 milhões) de investidores locais para continuar o trabalho, enquanto aguarda o progresso nos estudos de toxicidade e a concessão de licenças.

 

EFE

Foto: Flickr

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse à China que apoia e compreende que o país inicie a administração de vacinas contra coronavírus experimentais enquanto os testes clínicos ainda estão em andamento, disse uma autoridade de saúde chinesa nesta sexta-feira (25).

A China fez contato com a OMS no final de junho e lançou seu programa emergencial em julho, de acordo com Zheng Zhongwei, autoridade da Comissão Nacional de Saúde do país.


Centenas de milhares de trabalhadores essenciais e outros grupos limitados de pessoas que se considera correrem risco alto de infecção receberam a vacina, embora sua eficácia e segurança ainda não tenham sido plenamente estabelecidas, já que os testes clínicos de estágio avançado estão incompletos.

"No final de junho, o Conselho de Estado da China aprovou o plano de um programa de uso emergencial de vacina contra coronavírus", disse Zheng em uma coletiva de imprensa.

"Após a aprovação, em 29 de junho, fizemos contato com os representantes relevantes do escritório da OMS na China e obtivemos apoio e compreensão da OMS", disse.

O representante da OMS na China não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

A cientista-chefe da agência, Soumya Swaminathan, disse em Genebra neste mês que autoridades reguladoras nacionais podem aprovar o uso de produtos médicos em suas próprias jurisdições na situação atual de emergência, mas descreveu a medida como uma "solução temporária".

A solução de longo prazo está na conclusão dos testes de estágio avançado, disse a autoridade da OMS.

 

reuters

Dois estudos publicados pela revista Science na quinta-feira (24) indicam que 14% dos infectados pelo novo coronavírus que manifestam sintomas graves possuem deficiências imunológicas que podem ser causadas por fatores genéticos ou de origem autoimune.

De acordo com uma das pesquisas, liderada pela Universidade Rockefeller, de Nova York, e pelo Hospital Necker for Sick Children, de Paris, 10,2% de um total de 987 pacientes com pneumonia grave causada pela covid-19 apresentavam, no início da infecção, anticorpos que bloqueavam a ação das glicoproteínas conhecidas como interferons (IFNs) tipo I.

Os IFNs são produzidos pelas células humanas e têm função determinante na defesa do organismo, interferindo na replicação celular dos patógenos.

Isso significa que o próprio sistema imunológico do indivíduo impede uma resposta adequada contra o vírus e, além disso, poderia explicar a maior vulnerabilidade de homens e de pessoas com mais de 65 anos, o que justifica, em parte, que a resposta individual ao SARS-CoV-2 varie tanto de pessoa para outra.

Os pesquisadores identificaram que, em alguns casos, os anticorpos contra os interferons tipo I foram detectados em amostras de sangue coletadas antes de os pacientes serem contaminados pelo patógeno e, em outros, foram encontrados pela primeira vez nos estágios iniciais da covid-19.

Dos 101 pacientes que apresentaram esses anticorpos, 95 eram homens, o que sugere a presença de algum fator genético que, de certa forma, poderia favorecer o aparecimento desse fenômeno em indivíduos do sexo masculino.

Nesse sentido, a hipótese "favorita" dos cientistas é a de que as mulheres estariam mais protegidas contra este fator autoimune devido à recessividade do cromossomo X (XX), ao contrário dos homens (XY).

Uma evidência que deu força a esta teoria foi o caso de uma das mulheres que participou do estudo. Ela possui uma rara condição que silencia um dos cromossomos X e estava entre os pacientes em estado grave e com anticorpos contra os IFNs tipo I.

Por outro lado, cerca da metade dos pacientes que possuíam os anticorpos tinha mais de 65 anos, enquanto, entre os mais jovens, o índice foi de apenas 38%, o que pode indicar um aumento desse fator imunológico com a idade.

O estudo também investigou a presença desses anticorpos em um grupo de controle com pacientes assinomáticos ou com sintomas leves, e nenhum deles apresentou esses anticorpos. E apenas 0,33% das mais de 1.200 pessoais saudáveis analisadas testaram positivo.

A descoberta permitirá identificar quais pessoas infectadas pelo coronavírus Sars-CoV-2 têm maior probabilidade de desenvolver sintomas graves e facilitará a adaptação de tratamentos os portadores de anticorpos contra IFNs tipo I.

Mutações genéticas agravam infecção pelo novo coronavírus

A outra pesquisa publicada na quinta-feira (24) pela Science também encontrou falhas genéticas que resultaram em respostas inadequadas dos interferons nos infectados pelo novo coronavírus.

O estudo, que contou com a participação de hospitais espanhóis, sequenciou o DNA de 659 pacientes hospitalizados com pneumonias graves causadas pelo SARS-CoV-2, e também formou um grupo de controle com 534 infectados assintomáticos ou com sintomas leves.

Os pesquisadores procuraram diferenças entre os dois grupos analisando 13 genes conhecidos por impactarem produção e também da ação de interferons tipo I, quando apresentam falhas.

Segundo as análises, 3,5% dos doentes em estado grave apresentaram raras alterações em oito dos 13 genes apresentaram mutações. Além disso, nos pacientes que tinham amostras de sangue disponíveis, foi possível comprovar números extremamente baixos de interferons.

Enquanto isso, nenhum dos integrantes do grupo de controle apresentou alterações genéticas.

"Durante os últimos 15 anos, mutações nesses 13 genes já foram descritas em casos específicos e excepcionalmente graves de outras infecções virais, como influenza ou encefalite causada pelo vírus da herpes", explicou o integrante do grupo de pesquisa em imunologia do instituto de pesquisa Vall d'Hebron (VHIR), de Barcelona (Espanha), Roger Colobran.

"O que nos surpreendeu neste estudo é a alta frequência com que encontramos essas alterações em pacientes com covid-19 grave", acrescentou Colobran.

Por sua vez, a geneticista do Instituto de Pesquisa Biomédica Bellvitge (Idibell), Aurora Pujol, afirmou que "agora que sabemos uma das causas moleculares de alguns jovens terem desenvolvido formas graves da doença, será possível adaptar as opções terapêuticas, como o tratamento com interferons".

Segundo Pujol, a lista de mutações descoberta também podem ser relevante para o combate a outros vírus e tende a crescer à medida que mais estudos sejam conduzidos.

"Pacientes com covid-19 com maus prognósticos e que não apresentam nenhuma dessas alterações podem ter alguma patologia anterior não diagnosticada ou outras suscetibilidades genéticas que causam uma resposta imune incorreta", esclareceu a especialista.

 

R7