A cena é comum: pacientes internados em hospitais deixando seus pratos quase intocados. Há muitos fatores que concorrem para essa situação, como o mal-estar do doente, ou a comida que não tem gosto, mas o que um amplo estudo realizado nos Estados Unidos mostrou é que se alimentar mal durante a internação traz riscos para a vida da pessoa. Se um adulto mais jovem já sente o impacto em sua recuperação, o que dizer dos idosos? A importância de uma boa nutrição no ambiente hospitalar é subestimada, de acordo com o levantamento publicado no “Journal of Parenteral and Enteral Nutrition”.
A robustez da pesquisa não deixa margem de dúvida: foram checadas informações relativas a dez mil pacientes de 245 hospitais norte-americanos. A maioria come no máximo metade do que está no prato e esse déficit nutricional coloca um em cada três adultos em situação de risco. Quem deixa o alimento intocado tem seis vezes mais chances de morte e, entre esses que se recusavam a comer, apenas 11% recebiam algum tipo de suplemento.
A nutricionista Gail Gewirtz, fundadora e presidente da Nutrition Day, organização sem fins lucrativos, afirma que o problema, apesar de largamente disseminado, parece “invisível” nos hospitais: “sintomas como perda não intencional de peso e diminuição de energia muitas vezes são atribuídos ao diagnóstico inicial do paciente, mas podem estar relacionados a uma nutrição deficiente”.
Justamente porque é comum que os pacientes não tenham apetite durante o período de internação, é fundamental criar um ambiente favorável que os motive. No caso de limitação de mobilidade – ainda mais frequente entre idosos – o ideal é que alguém esteja presente para preparar os utensílios e até alimentar a pessoa. Também é importante checar a possibilidade de um plano B, como alternativas nutricionais ou algum tipo de suplemento. O assunto não pode ser subdimensionado e deve ser discutido com o médico e a equipe de nutrição, porque embute riscos de agravamento do quadro e redução nas chances de recuperação.
A poluição relacionada ao tráfego é um grande problema nos centros urbanos, e uma grande parcela da população fica vulnerável aos seus efeitos à saúde. Um artigo publicado no Cadernos de Saúde Pública identificou potencial associação entre as internações hospitalares por câncer do aparelho respiratório com a densidade de tráfego veicular no município São Paulo. A pertinência do tema decorre neste Dia Mundial de Combate ao Câncer.
De acordo com a pesquisa na qual se baseou o artigo Influência da densidade de tráfego veicular na internação por câncer do aparelho respiratório no Município de São Paulo, Brasil, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (International Agency for Research on Cancer - IARC), que está vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), concluiu que a exposição à poluição do ar e ao material particulado presentes no ambiente externo é carcinogênica para humanos, reclassificando-a do Grupo 2 para o Grupo 1.
Para os autores do artigo, Adeylson Guimarães Ribeiro, Oswaldo Santos Baquero, Samuel Luna de Almeida, Clarice Umbelino de Freitas, Maria Regina Alves Cardoso e Adelaide Cassia Nardocci, da Universidade de São Paulo, é evidente que o risco relativo da poluição do ar para a ocorrência do câncer de pulmão é muito menor quando comparado com o risco entre os fumantes ativos, contudo, a poluição do ar afeta toda a população.
Segundo o artigo, alguns trabalhos têm mostrado o impacto da poluição atmosférica para a saúde da população no município de São Paulo, Brasil, mas há carência de estudos nacionais e internacionais que busquem investigar a associação entre a poluição do ar e o câncer do aparelho respiratório, utilizando dados de internação hospitalar.
Neste estudo ecológico relatado no artigo do Cadernos de Saúde Pública foram considerados os dados de internações hospitalares por câncer do aparelho respiratório oriundos dos sistemas público (Autorização de Internação Hospitalar - AIH) e particular (Comunicação de Internação Hospitalar - CIH), obtidos junto à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Compreende os anos de 2004 a 2006, em razão de ser o único período em que se teve acesso aos dados do sistema privado. Foi utilizada no estudo somente a primeira internação de cada indivíduo residente com idade acima de 20 anos, codificada conforme a 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10): C32 - neoplasia maligna da laringe, C33 - neoplasia maligna da traqueia, C34 - neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões.
Para efeito de informação do espaço de pesquisa, o município de São Paulo ocupa uma área de 1.521,110km2 e tem uma população estimada em torno de 12 milhões de habitantes, sendo sua densidade demográfica em 2010 de 7.398,26 habitantes/km2. É a capital do Estado de São Paulo, considerado o principal polo industrial nacional, e apresentou um Produto Interno Bruto (PIB) per capita em 2014 em torno de 52 mil Reais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2017. Conta com uma frota de cerca de 8,4 milhões de veículos que circulam diariamente nos seus 18 mil quilômetros de vias, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo de 2017. A distribuição das vias e do volume de tráfego é variada, apresentando grande adensamento de ambos na região central da cidade, além de extensos corredores e rodovias que cruzam a área urbana do município.
Sobre o Dia Mundial do Câncer
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Dia Mundial do Câncer foi criado em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), e acontece todo ano, em 4 de fevereiro. Trata-se de campanha de utilidade pública a qual visa tentar evitar milhões de mortes a cada ano por meio do aumento da consciência e educação sobre doença, além da pressão sobre governos e indivíduos em todo o mundo para que se mobilizem pelo controle do câncer.
O Inca informa 11 dicas para prevenir o câncer:
Não fume
Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, principalmente os de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. Parar de fumar e de poluir o ambiente é fundamental para a prevenção do câncer.
Alimentação saudável protege contra o câncer
Uma ingestão rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, pode prevenir o câncer.
Mantenha o peso corporal adequado
Estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver câncer. Por isso, é importante controlar o peso por meio de uma boa alimentação e realizar atividade física. Cerca de um terço de todos os casos de câncer podem ser evitados com esta atitude.
Pratique atividades físicas
Caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim ou buscar modalidades como a corrida de rua, ginástica, musculação, entre outras. Experimente, ache aquela modalidade que você goste!
Amamente
O aleitamento materno é a primeira ação de alimentação saudável. A amamentação até os dois anos ou mais, sendo exclusiva até os seis meses de vida da criança, protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil. Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo do câncer do colo do útero a cada três anos
As alterações das células do colo do útero são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica deste exame.
Vacine contra o HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos
A vacinação contra o HPV, disponível no SUS, e o exame preventivo (Papanicolaou) se complementam como ações de prevenção do câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas, quando chegarem aos 25 anos, deverão fazer um exame preventivo a cada três anos, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV.
Vacine contra a hepatite B
O câncer de fígado está relacionado à infecção pelo vírus causador da hepatite B e a vacina é um importante meio de prevenção deste câncer. O Ministério da Saúde disponibiliza nos postos de saúde do País a vacina contra esse vírus para pessoas de todas as idades.
Evite a ingestão de bebidas alcoólicas
Seu consumo, em qualquer quantidade, contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
Evite comer carne processada
Carnes processadas como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e blanquet de peru podem aumentar a chance de desenvolver câncer. Os conservantes (como os nitritos e nitratos) podem provocar o surgimento de câncer de intestino (cólon e reto) e o sal provocar o de estômago.
Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h
Use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios. Se for inevitável, use chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
A advogada Leide Jane tem 47 anos e descobriu em janeiro de 2017 que tinha câncer de colo de útero. Ela fez o tratamento no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), que incluiu quimioterapia, radioterapia e braquiterapia até setembro de 2017. “De lá para cá, tenho feito acompanhamento de três em três meses”, disse Leide Jane à Agência Brasil.
O câncer levou a advogada a mudar alguns hábitos. “Passei a buscar a prática de esportes, passei a não levar desaforo para casa. Meu temperamento mudou um pouquinho, porque antigamente eu guardava muita coisa e hoje eu não estou disposta mais. Busco estar próxima de pessoas alegres; de pessoas problemáticas eu me afasto.”
Leide estará presente no Inca hoje (4), Dia Mundial de Combate ao Câncer, quando o instituto vai divulgar estudo inédito sobre os sobreviventes do câncer e suas necessidades especiais. O estudo revela que, como as taxas de sobrevida da doença são cada vez maiores, milhares de pessoas têm sobrevivido ao câncer em todo o mundo. Muitas, entretanto, ficam com sequelas, inclusive emocionais. O estudo do Inca pretende mostrar como lidar com essas pessoas, como elas reagem e adotam hábitos mais saudáveis.
Leide Jane disse que está se sentindo mais forte. O câncer, para ela, “foi um aprendizado em muitos aspectos”.
Diagnóstico útil
A campanha global Eu Sou e Eu Vou, organizada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC), marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer colocando cada indivíduo, instituição, empresa, governo ou comunidade como potencial vetor de transformação e redução do impacto do câncer. Anualmente, cerca de 9,6 milhões de pessoas em todo o mundo morrem em decorrência do câncer. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) estima que, até 2030, o câncer deve ser a principal causa de morte no mundo. Esses números poderiam ser menores se a doença fosse detectada mais cedo, de modo a permitir um tratamento mais eficaz e assertivo, afirma a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).
Membro da UICC e em comemoração ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, a Femama convida os brasileiros a se mobilizarem pela aprovação do Projeto de Lei (PLC) 143/2018, ou PLC dos 30 Dias, que pode contribuir com o aumento de diagnósticos em estágios mais iniciais da doença. O projeto foi aprovado pela Câmara Federal em dezembro do ano passado e tramita no Senado.
A presidente voluntária da Femama, Maira Caleffi, reforça que ações em datas como o Dia Mundial de Combate ao Câncer são fundamentais para que a população e o governo deem mais atenção a projetos com potencial de transformação, como a PEC dos 30 Dias. “À medida que o acesso à informação, ao diagnóstico e ao tratamento melhora, a chance de sobrevida também cresce; por isso, devemos continuar a fortalecer a luta por uma legislação que permita acesso a diagnóstico ágil do câncer e salve vidas”, afirma.
O projeto estabelece que os exames necessários para a descoberta do câncer ou a confirmação em biópsia devem ser feitas em 30 dias no Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje não há um prazo definido para a confirmação da doença, o que pode fazer com que o câncer evolua, impedindo que os doentes possam se tratar de forma mais rápida.
Mobilização
As 74 ONGs que integram a rede Femama no Brasil foram mobilizadas para entregar documentos aos senadores de seus estados, com explicações sobre a importância do projeto e para que apoiem a medida na Casa.
Dados da Sociedade Americana do Câncer (ACS) revelam que nos Estados Unidos as chances de sobrevida após cinco anos de uma paciente com câncer de colo de útero, por exemplo, que teve diagnóstico nos estágios iniciais, é de 93%, contra 15% nos casos em que o diagnóstico é feito em estágios mais avançados.
A entidade brasileira defende ainda que o tratamento de pacientes com câncer em estágios iniciais é muito mais barato. Segundo a Femama, no caso do câncer de mama, o investimento feito em uma paciente na rede pública de saúde brasileira era de R$ 49.488, em 2016, quando o diagnóstico era feito no primeiro estágio da doença. Quando diagnosticado no terceiro estágio, esse custo evoluía para R$ 93.241.
A partir dos 6 meses de idade, os bebês já possuem habilidades necessárias para ingerir alimentos sólidos que, junto da amamentação, complementam de forma saudável a alimentação do pequeno.
Neste momento de transição é interessante introduzir opções saudáveis e ricas em nutrientes e vitaminas, como as frutas, por exemplo. Em seu perfil no Instagram, a nutricionista Andreia Friques afirma que, de modo geral, todas as frutas podem ser oferecidas aos bebês, mas alguns cuidados devem ser tomados.
Bebês podem comer uvas? De acordo com a profissional, a uva é um exemplo de fruta que merece um cuidado simples: nunca deve ser oferecida inteira ao bebê. A uva, assim como a jabuticaba e outras com formato circular, apenas devem ser dadas ao bebê quando ele tiver maior coordenação entre mastigação e deglutição. Além disso, a fruta deve ser oferecida ao pequeno sem sementes e cortadas na longitudinal.
Ainda segundo a nutricionista, o ideal é dar preferência a frutas da estação e, quando possível, na versão orgânica. É importante ainda diversificar e oferecer sempre frutas diferentes para que a criança seja estimulada a experimentar novos sabores a cada dia.