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Doença de Alzheimer, que afeta 4,7% da população mundial acima dos 60 anos, é um dos maiores fantasmas para quem envelhece, até porque não tem prevenção, nem cura. Estima-se que o risco de desenvolver a enfermidade dobre a cada dez anos depois dos 60. Há também o Alzheimer precoce, que se manifesta entre 30 e 60 anos, mas que atinge apenas 1% dos indivíduos. Nesse caso, é resultado de mutações genéticas e o fator hereditário é preponderante. Nos demais, o estilo de vida desempenha papel relevante, como este blog já mostrou na coluna de terça-feira sobre reserva cognitiva.

No entanto, não é só no caso do Alzheimer precoce que a genética tem peso especial. Vamos a um pouco de ciência para entender a questão: lá no cromossomo 19, existe um gene que codifica a apolipoproteína E (conhecida como APOE), envolvida no transporte de lipídeos, entre eles o colesterol. O gene da APOE pode se apresentar de formas distintas, dependendo da disposição dos chamados alelos, que são formas alternativas de um mesmo gene. Eles são três (E2, E3 e E4) e herdamos um par: um vem do pai e o outro da mãe. Para quem ainda se lembra das aulas de biologia sobre genes dominantes e recessivos, há seis versões possíveis: E2E2, E2E3, E2E4, E3E3, E3E4, E4E4. Mais de 75% das pessoas portam o alelo E3, sem influência para o desenvolvimento de demência. O alelo E2 traria até um fator de proteção, mas é raro. O problema é justamente quando o E4 está presente, aumentando a predisposição de desenvolver a Doença de Alzheimer tardia, isto é, depois dos 60 anos. Já está disponível no mercado um teste de identificação de genotipagem que custa em torno de R$ 600 e faz esse mapeamento.

O médico Rodrigo Buksman, clínico geral, geriatra e membro da International Society to Advance Alzheimer´s Research and Treatment, enfatiza: “trata-se de uma predisposição, ou seja, de um aumento de suscetibilidade, mas ele não é necessário nem suficiente para o desenvolvimento da doença”. É nesse ponto que os especialistas divergem: se a maioria da população não tem o gene APOE4, será que prescrever o exame não poderia apenas trazer ansiedade e estresse? Além disso, também não há garantia de que o grupo que tem o APOE3 ou o E2 esteja imune ao desenvolvimento da doença...

Por isso mesmo, o doutor Buksman alerta que o teste de identificação de genotipagem, para checar se existe essa predisposição, deve ser feito em condições bem específicas. “Vai depender de um conjunto de manifestações clínicas que configurem um quadro no qual o teste genético possa influenciar na conduta médica de forma útil. Diante de um resultado desfavorável, a pessoa terá condições de tomar decisões importantes sobre a própria vida, valendo-se de estratégias que possam postergar um eventual desfecho ruim. Eu me refiro a praticar exercícios físicos e adotar uma dieta alimentar saudável, porque o estilo de vida conta muito. É bastante frequente que o paciente só se sinta motivado a aderir a mudanças quando recebe um resultado como esse”, afirma.

Ainda não há medicamentos que revertam as principais mazelas decorrentes da doença, como falhas de memória ou dificuldade para executar tarefas simples, embora dezenas de drogas estejam em fases avançadas de testes. Por enquanto, a batalha dos médicos é para combater os sintomas. Mesmo os chamados medicamentos anticolinesterásicos atuam melhorando temporariamente a ação de neurotransmissores, sem recuperar a área afetada do cérebro. Sobre os aspectos psicológicos de saber, com anos de antecedência, que há um risco para doença sem que exista um medicamento para preveni-la, o geriatra cita artigo do “New England Journal of Medicine”, que acompanhou filhos de portadores de Alzheimer que realizaram o teste. Enquanto, obviamente, os que deram negativo sentiram-se aliviados, os que tiveram resultado positivo não apresentaram sinais significativos de ansiedade, tristeza e estresse.

 

G1

ovuloscongHá cinco anos, com o fim de um namoro longo, a chef de cozinha Luisa Veiga, decidiu congelar os óvulos. Na época ela tinha 33 anos e não sabia quanto tempo levaria para começar um novo relacionamento e engravidar. Também pesou o fato de ela ter tirado um ovário aos 14 anos.

Hoje, aos 38 anos e em um relacionamento de dois anos, ela ainda não sabe se vai precisar usar os óvulos congelados, mas se sente mais tranquila sabendo que existe esta possibilidade:

“Quando nós somos mais novas, ninguém explica que a capacidade reprodutiva cai com o passar dos anos, que o número de óvulos diminui, a gente não percebe como pode ser difícil engravidar e como é importante congelar os óvulos”.

A decisão de preservar os óvulos para uma futura fertilização é cada vez cada comum. O que surpreende é o motivo que leva as mulheres até uma clínica especializada: a dificuldade de começar um relacionamento duradouro.

Esta foi a conclusão de um estudo apresentado na 34º reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, que aconteceu em Barcelona entre os dias 1 e 4 de julho.

A pesquisa feita para entender os motivos que levam uma mulher a congelar óvulos, foi desenvolvida por uma equipe da Universidade de Yale, liderada pela antropóloga Marcia Inhorn. O estudo foi feito apenas com pacientes que alegaram motivações sociais para congelar os óvulos, e não de saúde.

Os pesquisadores entrevistaram 150 mulheres. O resultado mostra que 85% das entrevistadas estavam solteiras quando tomaram a decisão e 15% tinham um relacionamento com um parceiro que não se considerava pronto ou disposto a ter filhos.

Marcia explica que o estudo deixa claro que a falta de parceiros, e não a vida profissional, é a principal razão pela qual as mulheres estão congelando seus óvulos.

“Congelamento de óvulos não é sobre planejamento de carreira, pelo menos no presente momento. Esse foi o caminho menos comum para o congelamento de ovos entre as mulheres solteiras no estudo”, destaca a pesquisadora.

O especialista em embriologia e genética Philip Wolff, da Genics, clínica de reprodução humana de São Paulo, acompanhou as discussões do congresso e diz que o estudo pode refletir uma mudança de comportamento das mulheres e também dos médicos.

Ele explica que a capacidade reprodutiva diminui com o passar do tempo, especialmente depois dos 37 ou 38 anos. Para ele, uma mulher solteira por volta dos 30 anos que pretende engravidar deve pensar em congelar os óvulos para o futuro e os médicos devem orientar as pacientes para que elas saibam que existe essa possibilidade.

“Os óvulos envelhecem junto com a mulher e o congelamento pode aumentar as chances de uma gravidez futura”, explica.

O medico especialista em reprodução humana Ivan Penna, da clínica FertRio, que trabalha com fertilização humana no Rio de Janeiro, concorda que esse padrão de comportamento também é observado no Brasil.

“Eu congelo óvulos de três a cinco pacientes por mês, 90% delas dizem que tomaram esta decisão pela falta de um companheiro específico”, destaca Penna.

Ele explica que o congelamento é como um seguro, “porque o óvulo sempre vai ter a idade que ele tinha quando foi congelado. É uma cápsula do tempo”.

Outro estudo

Um outro estudo, desenvolvido no Reino Unido pela Universidade de Cambridge, também mostra uma mudança de comportamento entre as mulheres inglesas.

Depois de avaliar os procedimentos feitos na Clínica Feminina de Londres, a equipe liderada pela socióloga especialista em reprodução, Zeynep Gurtin, percebeu que a idade das mulheres que buscam o congelamento de óvulos está diminuindo. Entre 2012 e 2016 a média era de 37,5 anos. Em 2017, a idade média caiu para 36,7.

Além disso, o levantamento mostrou que 95% das mulheres que decidiram congelar óvulos por motivos sociais declararam ser solteiras.

“Embora muitas mulheres entre 30 e 40 anos ainda decidam congelar seus óvulos para manter a fertilidade restante, estamos vendo cada vez mais mulheres no início dos 30 anos pensando em congelar seus óvulos para o futuro, para quando encontrarem o parceiro ideal”, destaca a socióloga.

 

R7

Thinkstock

Assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo é uma emoção que pode se tornar perigosa para algumas pessoas. Uma partida muito disputada e difícil de ter um desfecho, por exemplo, costuma deixar muita gente com o nível de estresse elevado: um sinal amarelo para quem sofre do coração.

No primeiro jogo do mata-mata da Copa da Rússia, a seleção brasileira passou sem precisar ir aos pênaltis, o que foi positivo para o coração de milhares de torcedores. Mas a possibilidade ainda existe nesta sexta-feira (6), contra a Bélgica, e em outros dois jogos, caso continue vencendo.

"Jogos de Copa do Mundo estão associados ao aumento da ocorrência de IAM [infarto agudo do miocárdio] entre brasileiros, que varia entre 4% e 8%", diz um estudo USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, divulgado em 2014, com dados coletados entre 1998 e 2010.

Na Inglaterra, diversos torcedores relataram que seus relógios inteligentes registraram mais de 120 batimentos cardíacos por minuto durante a cobrança dos pênaltis contra a Colômbia, na terça-feira (3).

"Grandes emoções podem causar aumento da frequência cardíaca e pressão arterial e até em casos especiais desencadear um infarto ou um AVC [acidente vascular cerebral]", observa o presidente do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), professor doutor Roberto Kalil Filho.

No campo, o técnico colombiano, José Pékerman, de 69 anos, cobriu os olhos na hora dos pênaltis, demonstrando claro nervosismo. Diante das imagens, o presidente da Fundação Cardiológica Argentina, Jorge Eduardo Tartaglione, chegou a sugerir em entrevista ao jornal Clarín que fossem extintas as definições por pênaltis "pelo alto risco de infarto".

O coordenador do Centro de Treinamento da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), Sergio Timerman, acrescenta que o aumento dos batimentos cardíacos devido ao estresse emocional não é o mesmo de uma atividade física e, portanto, não deve ser prolongado. "Para quem tem uma obstrução [de artéria], isso pode causar um infarto e até morte súbita", observa.

O principal problema na opinião dele, é que milhões de brasileiros nem sequer sabem que têm problemas cardiovasculares. "É uma doença silenciosa", diz.

O cardiologista Francisco Helfenstein, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), explica que pessoas que já tenham sido diagnosticadas com problemas cardíacos devem evitar momentos cruciais da partida, caso se envolvam demais com o jogo.

"As recomendações universalmente são de que pacientes que tiveram um infarto recente, ou um AVC, pessoas que não têm a pressão sob controle ou que estejam com suspeita de problemas cardiovasculares e uma situação cardiológica ainda não esclarecida não assistam a uma partida mais disputada", diz.

Pesquisadores britânicos estudaram a incidência de infarto agudo do miocárdio durante a partida em que a Inglaterra perdeu nos pênaltis para a Argentina na Copa da França, em 1998.

 

R7

Levantamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostra que 86% dos medicamentos genéricos disponíveis para comercialização atendem a todas as exigências técnicas, como padrões de rotulagem e uniformidade da dose em todos os comprimidos. Os dados são do Programa de Verificação de Medicamentos (Proveme), criado em 2001 pela agência.

A agência não divulgou exatamente quais lotes foram reprovados no teste, mas diz que, de modo geral, os dados atestam a qualidade e a segurança dos produtos -- apesar das divergências encontradas em 14%. Lotes que não passam no teste, são suspensos, diz a agência.

"Os resultados de lotes que não passam nos testes definem diversas ações sanitárias, como a suspensão de venda e uso, alterações no registro, ações de inspeção, adoção de ações corretivas pelos fabricantes e instauração de processos administrativos sanitários" -- Anvisa.

A divulgação do estudo foi feita em face dos 18 anos do primeiro registro de um medicamento genérico no Brasil -- realizado em 2000. Os testes foram feitos em 284 lotes de medicamentos entre 2016 e 2017. A quantidade de lotes de genéricos selecionados para testes no período representou 61,4% do total comercializado (462).

A Anvisa diz que os testes avaliam aspectos físicos e químicos dos produtos. Nos testes, são analisados erros de rotulatem, a dosagem correta do princípio ativo, variação de peso e uniformidade da dose (que deve ser a mesma, por exemplo, em todos os comprimidos).

Outro ponto avaliado é a dissolução do medicamento no organismo. No teste, a agência avalia se o composto se dissolve no tempo adequado para obter o efeito esperado.

De acordo com a Anvisa, a seleção dos medicamentos avaliados é feita com base no volume das notificações de queixas técnicas e de desvio de qualidade. Também são priorizados os medicamentos usados no Sistema Único de Saúde e distribuídos na Farmácia popular.

Um medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato que o medicamento de referência, diz a agência.

Crescimento de 130% nos registros nos últimos três anos

A Anvisa diz que o número de registros de medicamentos genéricos cresceu 130% em três anos (foram 146 registros em 2014 para 336 registros em 2017).

No total, diz a agência, houve um total de 1.830 solicitações de registro deste tipo de produto, das quais 1.229 estavam de acordo com as exigências Anvisa. Outros 601 pedidos de registro foram recusados por não cumprirem os parâmetros sanitários para a produção.

"A entrada de genéricos no mercado brasileiro fez cair o preço de medicamentos e contribuiu para ampliar o acesso da população a produtos seguros e eficazes, o que exigiu o aprimoramento da regulação" -- Anvisa.

Segundo a Anvisa, o Brasil conta com 6300 medicamentos genéricos. Considerando o volume de produtos sintéticos comercializados no Brasil, há predominância de genéricos e similares (genéricos de marca), chegando a um percentual de 75,7% em 2016.

 

G1