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Se você nasceu em 1980, vai completar 38 anos este ano, certo? Na verdade, depende. Do ponto de vista da saúde do seu corpo, pode ser que você seja bem mais velho ou mais jovem.

Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desenvolveram um exame de sangue capaz de determinar a expectativa de vida com base na idade fisiológica do corpo - ou seja, identificaram uma forma de quantificar a idade das pessoas pelo funcionamento do organismo, em vez de calcular pelos anos que se passaram desde o nascimento.

"Dois indivíduos podem ter 50 anos em termos cronológicos, mas um deles pode ter o mesmo risco de morrer de alguém de 55 anos, enquanto o outro tem o mesmo risco de morrer de alguém de 45 anos", explicam os pesquisadores Zuyun Liu, Pei-lun Kuo, Steve Horvath, Eileen Crimmins, Luigi Ferruci e Morgan Levine, no estudo publicado na revista científica Biorxiv.

Os pesquisadores levaram em conta nove "marcadores biológicos" ou "biomarcadores", como são chamados, no meio científico, indicadores para o funcionamento normal ou patológico do organismo. Esses marcadores podem incluir, por exemplo, o funcionamento de órgãos, genes e proteínas.

Para criar o teste, foram observados 42 aspectos de uma amostra de sangue, entre as quais número de células brancas, nível de glicose e de albumina. A metodologia foi aplicada em 11.432 pessoas, que foram acompanhadas durante 12 anos e meio. Durante esse período, 871 morreram.

A partir de exames de sangue e do acompanhamento para verificar quando morreriam ou desenvolveriam doenças, foi possível calcular a expectativa de vida e a taxa de mortalidade para cada grupo de "idade fisiológica".

A professora de Patologia da Universidade de Yale Morgan Levine, coautora do estudo, disse à BBC News Brasil que os resultados obtidos foram mais precisos que o de outros testes desenvolvidos até agora que levam em conta idade cronológica ou apenas um marcador biológico.


"A idade fisiológica alcançou quase 90% de precisão em estimar se uma pessoa viveria mais 10 anos ou não. Mas é importante destacar que esse cálculo é relacionado apenas a causas de morte relacionadas ao envelhecimento (surgimento de doenças crônicas, como diabetes e cardiopatias, por exemplo). Obviamente, não consideramos mortes acidentais, suicídio e homicídios", afirmou.


Risco de morte e expectativa de vida
A pesquisa mostra que o acréscimo de um "ano" na idade fisiológica, em relação à idade cronológica, já é capaz de aumentar a mortalidade em cerca de 9%, quando considerados todos os grupos de idade.

Ao analisar por faixa etária, o efeito é mais significativo em jovens adultos do que em idosos. O acréscimo de um ano de idade fisiológica para jovens adultos (20-39 anos) aumenta em 14% o risco de morte.

Entre os adultos de meia-idade (40-64 anos), o risco de mortalidade aumenta em 10%; e em idosos, em 8%.

Os cientistas também analisaram o impacto da idade fisiológica na expectativa de vida.

A expectativa das mulheres de 65 anos que foram classificadas como saudáveis - por terem idade fisiológica equivalente à cronológica - era de 87 anos. Já as mulheres da mesma idade classificadas como tendo idade fisiológica avançada apresentaram uma expectativa média de vida de 78 anos - quase dez anos menos.

No caso dos homens, os saudáveis tinham expectativa de vida de 84 anos enquanto os com idade fisiológica bem mais avançada que a idade cronológica só viveriam, em média, até os 76 anos.

"A idade fisiológica é um indicador melhor de expectativa de vida do que a idade cronológica. Atualmente, a expectativa média de vida de um homem de 65 anos nos Estados Unidos é de 84,3 anos. Mas, com essa nova metodologia, podemos calcular uma expectativa média de vida mais personalizada, baseada tanto na idade cronológica quanto na idade fisiológica", explica Morgan Levine.


Melhorar a saúde no envelhecimento


A pesquisadora destaca, porém, que isso não significa que é possível dizer a idade exata que a pessoa terá ao morrer. Até porque a finalidade dessa metodologia é possibilitar tratamentos preventivos a quem apresentar um descompasso entre a idade cronológica e a idade fisiológica.

A vantagem desse tipo de exame, segundo Levine, é que ele consegue identificar a idade fisiológica de pessoas jovens, que não enfrentam, no momento do teste, problemas de saúde.

"Os tratamentos mais eficientes para doenças crônicas devem ter início o mais cedo possível, de preferência quando a pessoa ainda é um jovem adulto. A nossa pesquisa oferece um método capaz de indicar a necessidade de tratamentos e a eficácia deles até em pessoa jovens que são clinicamente saudáveis", disse a pesquisadora Morgan Levine, à BBC News Brasil.

"Além disso, esse teste pode identificar pessoas em risco mesmo antes de desenvolverem doenças, o que pode facilitar a prevenção."

Mas será que planos de saúde não poderão tirar proveito disso?
Uma discussão recorrente sobre a disponibilidade de exames capazes de prever potenciais problemas de saúde é o uso que a indústria de planos de saúde pode fazer desse tipo de recurso. Ou seja, será que esse exame de sangue não pode acabar encarecendo o acesso ao sistema particular de saúde?

O temor é que as empresas usem o teste para cobrar mais caro de quem tem idade fisiológica mais "avançada". Perguntada sobre isso pela BBC News Brasil, Levine afirma que, como o exame não prevê a ocorrência específica de doenças, ele não deverá, na opinião dela, ser usado para precificar os planos.

"Eu não acredito que o exame será usado pela indústria de saúde, porque o teste não é específico a uma doença (não prevê o risco de a pessoa desenvolver uma doença ou outra especificamente). A obesidade, por exemplo, tem grandes consequências à saúde, mas não é usada para calcular a taxa do plano ou para negar um contrato", exemplifica.

A pesquisadora espera que aconteça o contrário - que usuários utilizem os exames para pedir descontos ao demonstrar que são mais "jovens" do que revela a data de nascimento nos documentos de identidade.

BBC

 

Pacientes obesos que não apresentam hipertensão, diabetes, colesterol alto e outras doenças metabólicas não estão com risco aumentado de morte, sugere estudo publicado na "Clinical Obesity" na quinta-feira (12). Pesquisadores analisaram dados de 54 mil pessoas de outros cinco estudos diferentes sobre o tema.

O estudo, no entanto, contraria achados prévios que sugeriram que a obesidade sozinha está independentemente associada com maior risco de morte: em 2010, o periódico "Circulation" associou maior IMC (Índice de Massa Corporal) a problemas cardiovasculares. E, em 2015, o "European Heart Journal" associou obesidade a risco aumentado de diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares.

O imbróglio entre a pesquisa atual e as anteriores está em considerar que obesos, mesmo os "saudáveis", vão desenvolver algum tipo de condição metabólica no futuro. Muitas pesquisas consideram que obesos necessariamente vão desenvolver essas condições e, por isso, eles estariam em risco aumentado de morte.

Já o estudo da "Clinical Obesity", no entanto, viu que 1 em 20 indivíduos obesos não possuem doenças associadas à obesidade.

"Esses estudos consideram que quando o obeso não tem uma doença metabólica associada é porque ele está numa condição pré-clínica, como se fosse desenvolver a doença depois" -- Maria Fernanda Barca, endocrinologista em São Paulo.

A pesquisa que discute as anteriores foi publicada por pesquisadores da Universidade de York, no Reino Unido. Jennifer Kuk, professora da instituição, acredita que o estudo pode mudar a forma como se pensa a obesidade e a saúde.

No grupo de 54.089 homens e mulheres analisados, pesquisadores observaram quantas pessoas morreram ao longo do tempo. Indivíduos foram divididos em dois grupos: um com apenas obesidade e outro com outra disfunção associada.

No total, em torno de 5.000 mortes aconteceram. Eles demonstraram que uma pessoa sem condição metabólica associada tem a mesma chance de morrer que uma pessoa magra saudável.

Qualidade de vida de obesos

A endocrinologista Maria Fernanda Barca afirma que viu o estudo antes dele ser publicado em um congresso europeu e diz que há uma grande discussão envolvida: a obesidade tem um impacto grande na qualidade de vida, há alterações na capacidade física, na pele, os indivíduos em geral são mais deprimidos.

O estudo da "Clinical Obesity", diz ela, analisou o impacto de doenças metabólicas somente. Maria Fernanda sinaliza, no entanto, para a importância de investigações futuras sobre o tema.

"Essa investigação é importante porque há dificuldade em perder peso. E as diretrizes, no entanto, indicam a perda de peso para todo mundo."

"Claro que a obesidade afeta a qualidade de vida de obesos e eles se beneficiariam da perda de peso pela parte física, como no impacto sobre as articulações. Mas a parte metabólica precisa ser melhor investigada em pesquisas futuras" -- Maria Fernanda Barca (endocrinologista).

Cientistas classificaram obesos a partir do IMC (35 kg/m²) e também compararam essa obesidade com base no IMC com à chamada "obesidade central ou abdominal" -- essa última mais fortemente associada com doenças metabólicas.

"O estudo não mostrou diferença entre um e outro. E não está claro o porquê isso aconteceu, uma vez que a gordura abdominal está ligada à síndrome metabólica e à hipertrigliceridemia [alto índice de tiglicérides (gordura) no sangue]", diz Fernanda Barca.

 

G1

maconhaO governo do Piauí entrou com um protocolo junto à Polícia Federal, em que pede autorização para iniciar o plantio do Cannabis Sativa, a maconha, para fins medicinais e produzir o canabidiol. O Piauí pode se tornar o primeiro estado brasileiro a cultivar a planta.  A substância corresponde a 40% do extrato da Cannabis e, segundo estudos desenvolvidos nos Estados Unidos, pode ser eficaz no tratamento de algumas doenças neurológicas.

Aqui no Piauí, as pesquisas sobre o uso do canabidiol são conduzidas pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi), em parceria com a Universidade Federal do Piauí (Ufpi) e o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir). Para fomentar os estudos, o Governo destinou o montante de R$ 1 milhão. O medicamento deverá ser produzido pelo laboratório de farmácia da Ufpi e o teste de qualidade será conduzido pela Uespi. Já o Ceir deve ficar responsável pela aplicação nos pacientes e acompanhamento dos resultados, foi o que informou o Governo do Estado por meio de sua assessoria.

As discussões sobre a produção de canabidiol no Piauí são feitas desde o começo deste ano, quando o Governo assinou um decreto autorizando a abertura para as pesquisas da natureza. Em 2016, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a prescrição de medicamentos a base de canabidiol.  Dois anos antes, em 2014, o Conselho Federal de Medicina já havia autorizado o uso da substância extraída da maconha no tratamento de crianças e adolescentes que sofriam com epilepsia e convulsões, e que apresentassem resistências aos tratamentos convencionais.

Atualmente, a importação da substância para tratamentos médicos é autorizada pela Anvisa, no entanto o paciente precisa ter em mãos a consulta médica e a prescrição e ser cadastrado na junto à agência. Só então a Anvisa analisa o pedido e autoriza a importação, que é feita pelo próprio órgão após fiscalização.

 

Com informações do portalodia

Foto: divulgação

Acredito que todos os geriatras já tenham lido a respeito dos efeitos terapêuticos (positivos ou negativos) da relação do médico com o paciente idoso. Infelizmente, aqueles em situação vulnerável, do ponto de vista social e econômico, e que mais necessitam desse apoio, são os que se veem às voltas com um sistema público de saúde deteriorado – mas mesmo os que dispõem de recursos nem sempre conseguem construir um relacionamento de qualidade. A velhice traz perdas em várias frentes: o ambiente de trabalho deixa de ser uma referência e um local para fazer amizades; o papel de destaque na família passa para uma nova geração; cônjuges e amigos se vão. Essa é uma porta para a depressão, que vai se somar a doenças crônicas que devem ser controladas para garantir a independência da pessoa. Diante de tantos desafios, o relacionamento com o médico se torna, como foi comprovado em inúmeros estudos, importante fonte de apoio e encorajamento, o que vai muito além do tratamento convencional de enfermidades.

Uma boa comunicação é o primeiro passo para essa relação funcionar, mas estudos mostram que isso não se resume a dar um diagnóstico, descrever o tratamento e prescrever a medicação. Na verdade, quando se trata de um indivíduo com doença crônica, é fundamental que ele seja parte ativa do processo, mas como garantir sua adesão se não há um laço de empatia e confiança com o profissional de saúde? Um estilo formal e distante certamente não ajuda, assim como o tom paternalista de tratar o idoso como uma criança. Com o aumento da expectativa de vida da população, teremos um contigente crescente de “novos velhos” que demandarão um outro padrão de relacionamento, cujo foco será o próprio paciente. Parece óbvio, mas não é: pesquisas realizadas nos EUA indicaram que os médicos davam menos informações a afrodescendentes; e que, no caso de um diagnóstico de câncer, os mais jovens recebiam dados precisos, enquanto os mais velhos ouviam explicações vagas e genéricas.

Seu médico é receptivo ao que você diz? A sua fala é ouvida com atenção e levada em consideração? Outra pesquisa norte-americana mostrou que, em média, os médicos interrompiam seus pacientes 23 segundos depois de eles terem começado a falar. Não são apenas os aspectos físicos, mas também os psicológicos e emocionais que devem ser discutidos no consultório, porque são informações pertinentes e com relação direta com o tratamento. E o que dizer das explícitas demonstrações de contrariedade quando os pacientes pesquisam na internet? Alguns chegam a considerar um insulto que a pessoa recorra ao “doutor Google”, mas não deveriam reagir dessa forma. Quem navega em busca de respostas está ansioso e precisa de um ambiente acolhedor para tirar dúvidas e aplacar temores. Aliás, esta pode ser uma boa oportunidade para mostrar que sites são confiáveis e quais devem ser descartados.

 

G1