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antidepresA venda de medicamentos antidepressivos e estabilizadores de humor quase dobrou no Brasil nos últimos cinco anos.

De acordo com levantamento realizado pela IQVIA, empresa norte-americana de auditoria e pesquisa de mercado farmacêutico, entre julho de 2013 e junho de 2014, o número de vendas de tais medicamentos era de quase 47 milhões de comprimidos, enquanto entre julho de 2017 e junho de 2018 a venda foi de quase 71 milhões. Estes dados não incluem vendas para hospitais, clínicas ou compras realizadas pelo governo.

Segundo dados de 2017 da OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão afeta quase 6% dos brasileiros, o equivalente a mais de 11 milhões de pessoas no país. Mas, segundo o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, diretor tesoureiro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), esse aumento de vendas não se dá apenas pelo aumento de casos mas pelo mau diagnóstico realizado pelos médicos.

"Houve um aumento de casos, inclusive pelo aumento de população, mas a incidência é a mesma. Muita gente se conscientizou da gravidade dos problemas para a saúde mental e as diretrizes evoluíram bastante. E o que, antes, era considerado sintomas de estresse, por exemplo, hoje tem um diagnóstico mais certeiro. Mas nem todos os diagnósticos estão corretos. Muitos profissionais receitam esses medicamentos para tratar sintomas, mas não uma doença. Vários desses sintomas poderiam ser tratados com mudança de hábitos ou com terapia, por exemplo", afirma o psiquiatra Rodrigo Leite, coordenador dos ambulatórios do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP).

Segundo Silva, médicos de outras especialidades podem fazer a prescrição, mas não é o procedimento mais adequado. Leite completa que o problema de especialistas de outras áreas e até mesmo psiquiatras receitarem esse tipo de medicamento é não ponderar a necessidade da droga e usar como ferramenta acertiva, para não acontecer uma superprescrição. Outra questão é a falta de conexão entre médico e paciente, de maneira que o profissional conheça todo o contexto da vida e saúde mental da pessoa, atendendo apenas a demanda da queixa. e não a de uma patologia. "Preocupado em atender à queixa do paciente, o médico, muitas vezes, não sabe o que ofertar, como a terapia, mudança de hábitos ou até buscar ajuda de psiquiatra e faz um diagnóstico que não se encaixa para aquela pessoa", afirma.

Outra questão que Leite observa é que, tanto profissionais psiquiátricos, quanto os de outras especialidades podem fazer, inconscientemente, a sugestão de sintomas por meio das perguntas, como: "você é muito ansioso(a)?" ou "você se sente triste com frequência?". Isso inclina a pessoa a responder exatamente esses indícios, que podem ser psicossomáticos.

Leite afirma que um dos maiores problemas para o diagnóstico de doenças psiquiátricas é a falta de exames para diagnosticar um transtorno, que é determinada apenas por avaliação clínica. Assim, há uma banalização na prescrição de medicamentos psicotrópicos, que podem ser receitados para pessoas que não têm a necessidade de usá-los.

De acordo com Leite, também já foi observado que, no mundo inteiro, diante de crises econômicas ou crises sociais, as pessoas passam a tomar mais medicamentos psiquiátricos. "Quando houve o atentado de 11 de setembro [de 2001], as pessoas ficaram muito abaladas e houve um aumento de consumo desses medicamentos para aliviar sintomas como o estresse e a ansiedade, pois as pessoas passaram a procurar mais os médicos para aliviar esses sentimentos", declara.

A amplitude do uso desses medicamentos para outros problemas também ajudou a aumentar as taxas de vendas. Leite afirma que essas medicações não são específicas, não sendo exclusivas para tratar apenas a depressão ou transtornos de humor. "Alguns antidepressivos, por causar sono, são indicados para problemas de insônia ou para tratar ansiedade, por exemplo", relata.

Outro problema avaliado pelos médicos é o "mercado negro de medicamentos", que incluem medicamentos contrabandeados, falsificados, e até mesmo a venda sem receitas, o que aumenta o número de vendas de maneira indiscriminada.

O uso dessas medicações varia em cada caso, desde período de uso, que pode ser por tempo determinado ou durante toda a vida, e a quantidade a ser ingerida, deve ser receitado e acompanhado por um especialista. Assim como qualquer medicamento, os remédios psiquiátricos podem ter efeitos colaterais, como aumento de peso, aumento de colesterol e glicemia. O uso inadequado de tais medicações pode trazer riscos à saúde e à vida da pessoa.

 

r7

Reuters

alimentoMuitas pessoas preferem consumir o peito de peru em vez de outros embutidos como presunto ou mortadela por achar que é uma opção mais saudável, mais light ou fit. “Prefiro peito de peru ao presunto normal porque é bem mais leve e, pelo que leio, tem menos sódio e menos gordura. Na hora de comprar, também prefiro produtos integrais pois contem mais fibras, que vão ajudar na digestão. Como eu já tenho colesterol alto, sou pré-diabética e tenho hipertensão, tenho que ter muito cuidado com a alimentação”, conta Silvéstria Ferreira (59), auxiliar de enfermagem.

É comum que produtos ultraprocessados como o peito de peru e a bolacha integral sejam classificados como saudáveis. Isso é resultado do forte trabalho da mídia que nem sempre passa mensagens verdadeiras.

No geral, produtos com acréscimo de conservantes, estabilizantes, corantes, edulcorantes e aromatizantes, e também com excesso de gordura vegetal hidrogenada, açúcar e sódio, não são saudáveis, pois podem trazer consequências negativas para a saúde. O alerta é do manual Alimentação Cardioprotetora, do Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital do Coração (HCor).

Alimentos que parecem saudáveis mas contém aditivos químicos

Na avaliação de Mariana Claudino, nutricionista da ACT Promoção da Saúde, membro da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, o consumo de alimentos ultraprocessados deve ser evitado tanto por indivíduos em risco cardiovascular quanto por indivíduos saudáveis. Esses alimentos contém um número elevado de ingredientes e, sobretudo, ingredientes com nomes poucos familiares como os aditivos químicos. “Carnes processadas como presunto, salsicha, salame e o próprio peito de peru contém os conservantes nitrito e nitrato de sódio. Quando há um grande consumo dessas substâncias, pode-se aumentar a formação de nitrosaminas, compostos químicos que causam reações tóxicas no organismo e podem favorecer o surgimento de câncer”, explica a especialista.

Segundo ela, o consumo indiscriminado de aditivos químicos também pode provocar o surgimento de outras doenças. “Há estudos que relacionam o consumo de aditivos com o câncer, com doenças de Parkinson e de Alzheimer, além de resistência insulínica e hipertensão”, completa. Confira dicas de alimentação para proteger a saúde do coração na Cartilha - Alimentação Cardioprotetora.

peitoperu

Dos 13 ingredientes descritos no peito de peru apenas cinco não são artificiais – e mesmo assim estes cinco já passaram por muitos processamentos e estão longe de estar em sua forma in natura ou mais nutritiva. Ao avaliar os ingredientes do peito de peru, Mariana alerta para os perigos associados ao consumo excessivo de glutamato monossódico. “Além de danificar as células, o excesso de glutamato monossódico está relacionado ao aumento da pressão arterial, resistência à insulina, obesidade, depressão, enxaquecas crônicas e lesões oculares.”

Já a bolacha, apesar de ser nomeada como integral, contém aditivos químicos, açúcares e gordura. A nutricionista alerta para o fato de o ingrediente farinha de trigo aparecer em primeiro lugar, antes mesmo da farinha de trigo integral – o que não justificaria ser nomeada como integral. “ Além disso, o produto contém açúcar e açúcar invertido, que é uma espécie de xarope produzido a partir do açúcar, e emulsificantes, que favorecem o aumento do colesterol e a dislipidemia”, ressalta a especialista.

Sal, açúcar e gorduras

O consumo excessivo de ingredientes como sal, açúcar e gorduras pode provocar efeitos desconhecidos na saúde, especialmente de indivíduos com fatores de risco cardiovascular. Mas, se usados com moderação em preparações culinárias baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados, podem tornar mais saborosa a alimentação sem que fique nutricionalmente desbalanceada.

Confira 9 alimentos que parecem saudáveis, mas não são:

Embutidos (como presunto e peito de peru)

Biscoitos e/ou bolachas integrais

Barra de cereal

Sopa instantânea

Pão de forma light

Suco de caixinha

Chocolate diet

Pipoca para micro-ondas

Farinha láctea

 

MS

Por que andar descalço faz bem para os pés das crianças? “Ele andava e desequilibrava muito. Ele tem o pé plano. Andar descalço fez a diferença, a curvinha começou a aparecer no pé dele”, conta a mãe do Benjamin, Larissa Lopes Araújo.

O pé plano – famoso pé chato – é uma característica da infância. “A importância dos pais trazerem para a gente é diferenciar. Porque existe o pé plano simples que a gente orienta correr, brincar em solo irregular, areia, grama. Isso ajuda a desenvolver a musculatura e a formar o arco plantar”, explica o ortopedista pediátrico Leonardo Cury.

Andar descalço pode trazer benefícios para o futuro. A pessoa pode ter menos dores no joelho, no quadril e nos pés, por exemplo.

O pé da criança é diferente do pé do adulto. Ela ainda não tem estruturas anatômicas maduras. Até os 4 ou 5 anos o pé é frouxo, laceado. É com essa idade que o pé deixa de ser chato e começa a formar o cavo plantar (curva do pé).

Pé do adulto

O pé do adulto pode apresentar alterações do alinhamento que são consideradas normais. É preciso ficar alerta quando elas causam dor ou limitação para fazer atividades. O pé pode ser:

Pronado – pé plano/chato, sem a curva, por isso tem a pisada mais para dentro.

Supinado – pé com arco alto, por isso tem a pisada mais para fora. De acordo com a fisioterapeuta Camila Pagluic, esse tipo de pé pode causar lesão da fáscia plantar, lesão do tendão do calcâneo e lesão do primeiro dedo.

Cada tipo de pé pede um exercício diferente. No pronado é importante fortalecer os músculos da panturrilha e músculos intrínsecos dos pés. Dependendo do caso, é preciso fortalecer também o quadril. Também é importante alongar a panturrilha e o tendão de calcâneo. Já no pé supinado é importante fazer exercício para perda de mobilidade no tornozelo, alongamentos estáticos e dinâmicos, uso de esparadrapo na articulação do tornozelo durante a marcha e o agachamento.

 

G1

O número de mortes por sepse, mais conhecida como infecção generalizada, em hospitais públicos é mais que o dobro do que em hospitais privados. Isso é o que mostra um novo estudo realizado pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). Nesta quinta-feira (13), é comemorado o Dia Mundial da Sepse.

sepse

Segundo a pesquisa, a sepse mata 42,2% dos pacientes de prontos-socorros em instituições públicas, contra 17,7% em instituições privadas. O levantamento foi feito em 74 instituições de todo o país, sendo 28 públicas e 46 privadas, envolvendo 350 pacientes.

O médico Luciano Azevedo, presidente do ILAS e professor da Faculdade de Medicina da USP, afirma que o risco de morte por sepse está relacionado ao tempo de permanência do paciente no pronto-socorro à espera de internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“O que aumenta o risco de morte por sepse é permanecer no pronto-socorro quando o paciente deveria estar na UTI. Isso porque no PS, ele não recebe o cuidado adequado. Além da falta de cuidados que uma UTI proporciona, há um número menor de profissionais por paciente. Esse é o cenário que a gente encontra na maioria dos hospitais públicos do país. Por exemplo, uma mesma enfermeira cuida de 30 pacientes o que dificulta que ela lave as mãos entre um paciente e outro, aumentando o risco de contaminação cruzada”, afirma ele, que também é médico pesquisador do Hospital Sírio-Libanês.

Dentro de um ambiente hospitalar, a sepse pode ser desenvolvida no contexto de medidas invasivas como uso de sonda urinária por período prolongado, cateter e pneumonia associada à ventilação mecânica. Segundo o médico, todos os ambientes hospitalares - enfermaria, pronto-socorro e UTI - contêm o mesmo nível de contaminação por bactéria. "Isso ainda não foi quantificado".

De acordo com a pesquisa, em instituições públicas, pacientes permaneceram no pronto-socorro até a alta ou morte em 38,5% das ocasiões e a mortalidade desses pacientes que permaneceram no PS foi de 61,8% enquanto apenas 6,2% dos pacientes em hospitais particulares permaneceram no PS até a alta hospitalar.

A transferência para UTI nas primeiras 24 horas foi três vezes mais frequente em instituições privadas do que em instituições públicas – 42% privadas e 14,8% públicas.

Já a permanência em pronto-socorro de pacientes relacionados a “decisões nos cuidados no fim da vida” (tratamentos paliativos para doenças incuráveis) foi quase três vezes mais frequente em instituições públicas - 16,9% públicas e 6,2%, privadas.

“Essa discrepância de mortalidade por sepse entre hospital público e privado é causada, além das questões estruturais dos hospitais, pela dificuldade de acesso ao sistema público, ou seja, a pessoa tem que ir diversas vezes ao hospital, não havendo investigação adequada da doença, e ainda pelo desconhecimento do público sobre a sepse”, completa.

Ele explica que, devido aos sintomas inespecíficos, sendo os principais febre, mal-estar e fraqueza e, em quadros mais graves, sensação de desmaio (resultado da pressão baixa), falta de ar e falta de vontade de urinar, devido ao comprometimento do sistema pulmonar e dos rins, pode ser confundida, por leigos, com gripe.

“Estudos apontam que só 14% da população tinha ouvido falar sobre a sepse, enquanto 98% tinha conhecimento sobre o infarto. Então, quando uma pessoa percebe sintomas de infarto, vai rapidamente para o hospital. Já a sepse pode ser subestimada. Pesquisas ainda mostram que, quanto mais baixo o nível de instrução, menor o conhecimento sobre a sepse”, diz.

A pesquisa também comprovou que o uso de antibióticos reduziu a mortalidade por sepse. De acordo com Azevedo, o ideal é que o medicamento seja administrado nas três primeiras horas do diagnóstico da doença, mesmo antes da identificação do agente infeccioso. Quanto mais cedo, maior a chance de sucesso. “A sepse é sensível ao antibiótico de maneira geral, mas o sistema imunológico tem que ser competente para combater a infecção. Quando ele não é eficaz, só o antibiótico não funciona”, explica.

Todos estão sujeitos à sepse, no entanto há grupos mais vulneráveis, como crianças abaixo de 1 ano que ainda estão com o sistema imunológico em formação e pessoas com o sistema imunológico comprometido como idosos acima de 65 anos, pessoas com câncer em tratamento com quimioterapia, com HIV ou com doenças crônicas não controladas.

“Nesses grupos, a evolução da sepse é mais rápida e o risco de morte, maior. A prevenção no idoso e na criança pode ser feita por meio de vacinação contra a gripe e pneumonia, que evitam os fatores de risco que causam infecção”, afirma Azevedo.

Brasil tem alta mortalidade por sepse

O Brasil apresenta uma das maiores taxas de mortalidade por sepse no mundo. São 670 mil casos por ano, sendo que 50% resultam em morte, de acordo com a ILAS. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 31 milhões de casos são diagnosticados por ano, sendo 6 milhões deles fatais.

No ano passado, a órgão reconheceu a sepse como um problema de saúde mundial, instando países-membros, entre eles, o Brasil, a desenvolver melhorias de prevenção, diagnóstico e tratamento.

Sepse é o termo usado desde 1992 para designar a septicemia ou infecção generalizada. Conforme o conhecimento sobre a síndrome foi aumentando, sua definição foi alterada.

Até 2016, sepse era definida como uma resposta inflamatória do organismo a uma infecção. A partir daí, passou a ser uma resposta desregulada do sistema imunológico a uma infecção que promove disfunção orgânica, levando ao risco de morte.

De acordo com a ILAS, a sepse é a principal causa de morte em UTIs. Mas vale ressaltar que a sepse não é exclusiva de ambientes hospitalares. O médico explica que mais da metade dos pacientes com sepse desenvolveram a síndrome a partir da chamada infecção comunitária –  bactérias do dia-a-dia – como infecção urinária e abdominal e pneumonia.

 

R7

Pixabay