andarCientistas americanos e ingleses descobriram que a velocidade em que uma pessoa anda no dia a dia pode acelerar no processo do envelhecimento. Quem caminha em ritmo lento, além de aparentar mais velho, tem o organismo afetado: pulmões, e o sistema imunológico tendem a não trabalhar de modo a contento. O estudo foi publicado no periódico JAMA Network Open.

“Este estudo descobriu que caminhar de modo mais lento é um sinal de problema décadas antes da velhice”, disse Terrie. E Moffitt, principal autora da pesquisa, à BBC. Os médicos costumam medir a velocidade de caminhada para verificar a saúde em geral, especialmente em pessoas acima dos 65 anos, pois os resultados ajudam a avaliar força muscular, equilíbrio, qualidade da visão e força pulmonar e da coluna.

Ainda não se sabe exatamente o porquê, mas uma das suspeitas é em relação à própria atividade física. Quem anda mais devagar tende a fazer menos movimentos com o corpo.

Trabalhos anteriores já haviam mostrado que pessoas que andam mais rápido tendem a viver mais, pois reduz o risco de morte por qualquer causa em até 24%. Outros trabalhos revelaram que quem anda devagar está mais propenso a desenvolver demência.

Lentidão no andar

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e da King’s College London, na Inglaterra, acompanharam 904 participantes da Nova Zelândia desde a década de 1970. Muitos dos participantes começaram a ser avaliados a partir dos 3 anos de idade e continuaram sendo acompanhados até os 45.


Todos eles realizaram testes de função cerebral durante a infância e responderam a avaliações cognitivas a cada dois anos. Também foram avaliados os resultados de teste de QI (que ajuda a medir a inteligência do indivíduo), incluindo velocidade de processamento, memória de trabalho, raciocínio perceptivo e compreensão verbal. A equipe também mediu a velocidade de caminhada de cada participante e realizou exames físicos, incluindo ressonância magnética do cérebro, níveis de colesterol, aptidão cardiorrespiratória e quantidade de glóbulos brancos – biomarcadores que ajudam a medir o envelhecimento.

Os resultados mostraram que os participantes que andavam mais devagar apresentaram volume cerebral menor e pareciam mais velhos do que sua idade biológica. Em exames físicos, eles também tiveram resultados piores em comparação com aqueles que andavam mais rápido. “Os médicos sabem que pessoas com marcha mais lenta aos 70 ou 80 anos tendem a morrer mais cedo. Mas ficamos surpresos de ver esses resultados em pessoas na casa dos 40”, disse Terrie ao Medical News Today.

Pesquisas anteriores indicam que andar mais rápido beneficia a saúde cardiovascular, reduzindo o risco de doenças do coração. Ou seja, quem anda devagar pode não ter essa proteção e está mais exposto a problemas de saúde.


Velocidade ideal
A análise mostrou que o andar mais lento atinge um média de velocidade de 1,2 metro por segundo (m/s). Já quem anda mais rápido tende a atingir a velocidade média de 1,75 metro por segundo.

Pessoas que andam devagar também apresentaram resultado de QI 12 pontos mais baixo em relação a quem caminha mais rápido.

 

Veja

Foto: Duke University/BBC/Reprodução

 

cigeletronicNos Estados Unidos, 26 pessoas morreram e 1299 pessoas já foram diagnosticadas por doenças relacionadas ao uso do cigarro eletrônico, desde agosto. No Brasil, a venda desse tipo de cigarro é proibida, mas muita gente usa sem saber dos riscos que está correndo.

O doutor Clystenes Soares Silva, pneumologista, tirou algumas dúvidas durante o Bem Estar desta segunda-feira (14). Uma delas é se dá para dizer que tem casos desse surto no Brasil também. O médico explicou que não, já que não dá para saber se o cigarro eletrônico comercializado no Brasil ou parecido com os dos EUA porque não temos a venda controlada.

No Brasil, a venda de cigarro eletrônico é proibida, mas muitas pessoas usam sem ter ideia dos riscos que podem estar correndo. — Foto: Christopher Pike/Reuters
A Anvisa solicitou a 252 instituições de saúde que enviem alertas sobre relatos de problemas relacionados ao uso de cigarros eletrônicos.

Algumas substâncias que estão no cigarro eletrônico podem estar causando esse surto. Elas são as substâncias aromáticas, nicotina, glicerol, propileno e THC.

Os sintomas da doença são: uma reação pulmonar grave associada a uma reação do aparelho digestivo, que ainda não se sabe o motivo exato. Além dos sintomas pulmonares, as pessoas têm náusea, vômito e diarreia. No processo agudo inflamatório pulmonar, os pacientes têm insuficiência respiratória e podem vir a óbito.

O que o cigarro eletrônico causa no corpo das pessoas?

A bronquiolite obliterante é caracterizada por um processo de inflamação e fibrose em vias aéreas. Essa inflamação obstrui as vias aéreas mais pequenas dos pulmões - os bronquíolos. Os sintomas incluem febre, tosse seca, falta de ar, respiração sibilante e fadiga. Estes sintomas se agravam ao longo de semanas ou meses.
Fica o alerta: os especialistas ainda não sabem o que está causando o surto da doença, mas na dúvida, melhor não correr o risco e não usar o cigarro eletrônico!

 

G1

Foto: Christopher Pike/Reuters

obesidNo Brasil, mais da metade da população tem excesso de peso e mais de 41 milhões de pessoas sofrem com a obesidade. Segundo o endocrinologista João Salles, a obesidade é a segunda causa de morte evitável, perdendo só para o cigarro.

Além disso, a doença é um fator de risco importante para o câncer de mama e para outras doenças, como hipertensão arterial, diabetes, AVC e infarto.

A obesidade é uma doença multifatorial e precisa ser tratada em vários aspectos, principalmente o emocional. O preconceito, o estigma social, é um grande problema para o obeso por causa do julgamento. A compulsão alimentar e a obesidade são doenças que podem (ou não) estar associadas.

Fatores que levam à obesidade:

Consumir mais do que se gasta;
Sedentarismo;
Alimentos calóricos disponíveis e em grande quantidade;
Genética;
Mecanismos metabólicos: quando a gente emagrece, a fome aumenta e o gasto energético diminui;
Sono ruim;
Remédios.
Mas como emagrecer? O primeiro passo é procurar um profissional de saúde e não ter vergonha de falar das dificuldades para emagrecer. O médico precisa prescrever uma estratégia de emagrecimento de acordo com o caso. O tratamento pode ser mudança na alimentação, exercício físico e em alguns casos uso de medicamentos e cirurgia. As chamadas receitas milagrosas não dão certo e podem causar prejuízos para a saúde.

 

G1

Pesquisadores brasileiros identificaram pela primeira vez uma molécula que pode reduzir a agressividade de tumores embrionários do sistema nervoso central, responsáveis por uma espécie de câncer mais comum em crianças.

moleculas

A bióloga da Universidade de São Paulo (USP) Carolini Kaid é uma das responsáveis pela descoberta da molécula chamada microRNA-367, que foi publicada em agosto pela revista europeia "Molecular Oncology".

"O que eu descobri é uma maneira de inibir a agressividade do tumor", disse Kaid. "Quando a gente tratou o inibidor dessa molécula, alguns camundongos não geraram tumor; e os que geraram, foram tumores benigno, pequenos, que poderiam ser tratados com quimio ou radioterapia."

A bióloga explicou que os resultados foram "impressionantes" nas cobaias que receberam células de crianças com câncer. Ela defendeu que este processo pode ser rapidamente aplicado em hospitais para direcionar o tratamento de câncer pediátrico.

Entretanto, antes de começar os estudos clínicos, os pesquisadores explicam que são necessários testes sobre a toxicidade desta molécula em sua versão sintética. Além disso, precisam entender melhor como ela é metabolizada e quanto tempo pode permanecer no organismo.

Investimento público

A pesquisadora destacou que a descoberta aconteceu após seis anos de dedicação exclusiva a este projeto, e que só foi possível seguir por conta da oferta de bolsas de mestrado e doutorado, que são o salário dos cientistas.

"Se não tivesse a bolsa eu teria que parar o estudo no meio do caminho, e talvez essa tecnologia nunca chegaria pra favorecer pacientes na clínica", disse Kaid sobre o cenário atual de redução nos investimentos para a ciência.

A cientista Mayana Zatz, chefe do centro responsável pela descoberta, defendeu a importância do investimento contínuo na ciência.

"A gente descobriu um tratamento pra câncer brasileiro, isso vai ser acessível aos pacientes num custo infinitamente menor se a gente tiver que importar", disse. "É isso que o governo tem que olhar: investir hoje pra colher daqui a quatro, cinco anos. Mas isso não pode parar."

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Ciência e Tecnologia para perguntar sobre os investimentos em pesquisa no Brasil. Leia o que respondeu a pasta em nota:

"Diante das restrições orçamentárias o Ministério tem dado prioridade ao pagamento das bolsas do Cnpq e atuado junto ao Ministério da Economia e ao Congresso para aumentar os recursos."

 

Por Graziela Azevedo, Bruno Azevedo e Walter Barroso, TV Globo

Foto: Reprodução/Molecular Oncology