As campanhas de vacinação contra a gripe (Influenza) e o sarampo começam nesta terça-feira, 5 de abril. Na primeira etapa da imunização que previne a gripe, o público-alvo serão os trabalhadores da saúde. Nas próximas semanas, a campanha se estende para os demais grupos prioritários.
Diferente da vacinação contra a Covid-19, que está disponível para todas as pessoas acima dos cinco anos de idade, a campanha contra a gripe tem foco nas pessoas que correm maior risco de desenvolver casos graves e ir a óbito quando infectadas com o vírus Influenza, como os idosos, pessoas com comorbidades (doenças crônicas) e crianças menores de 5 anos, ou aquelas mais expostas (trabalhadores da saúde e professores, por exemplo).
A vacinação contra o sarampo terá como público-alvo, nesta primeira etapa, a partir de 5 de abril, os trabalhadores da saúde. Em seguida, a estratégia deverá abrir a imunização para as crianças entre 6 meses a menores de 5 anos e idosos.
Vacina da gripe trivalente
A vacina Influenza trivalente, utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é produzida pelo Instituto Butantan. A formulação é constantemente atualizada para que a dose seja efetiva na proteção contra as novas cepas do vírus (neste ano, H1N1, H3N2 e tipo B).
Homens na faixa dos 60 anos têm mais risco de infartar ou sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) se precisam dormir em ambientes quentes durante o verão. Essa é a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, e publicado recentemente na revista científica BMJ Open.
O grupo de cientistas analisou mortes ocorridas entre 2001 e 2015 na Inglaterra e no País de Gales, onde as ondas de calor são frequentes e intensas durante os meses de junho e julho (verão no Hemisfério Norte). Também foram acrescentados dados do condado de King, no estado americano de Washington, região que tem características similares às das outras localidades do estudo.
Todas as três regiões tinham baixa prevalência de aparelhos de ar condicionado nas residências.
Durante o período analisado, houve 39.912 mortes por doenças cardiovasculares na Inglaterra e no País de Gales, quase 70% delas de homens. No condado de King, onde foram estudados somente dados de indivíduos do sexo masculino, foram registrados 488 óbitos por infarto ou AVC no período. Ao se debruçarem sobre os dados, os autores do estudo constataram que, a cada 1°C a mais na temperatura média do verão, aumentou em 3,1% o risco de mortalidade por doença cardiovascular entre homens de 60 a 64 anos, mas não de homens de outras faixas etárias nem de mulheres.
Já no condado de King, a mesma elevação de temperatura fez aumentar em 4,8% o risco de homens com 65 anos ou menos morrerem do coração ou de derrame.
"Ao longo do período de 15 anos observado, as taxas de DCV [doença cardiovascular] em geral diminuíram substancialmente em ambas as regiões anualmente e notavelmente durante os meses de verão, em linha com a maior aceitação da população de terapias preventivas primárias e secundárias eficazes ao longo do tempo", salientam os autores em comunicado.
Todavia, eles chamam atenção para o risco residual "considerável" que persistiu na Inglaterra e no País de Gales, países que têm experimentado ondas de calor mais intensas no verão.
Por ser um estudo observacional, os autores ressaltam que há limitações para estabelecer a causalidade das mortes, já que não são levados em conta outros fatores associados.
“Considerando a crescente probabilidade de verões extremos no oeste dos EUA e no Reino Unido, nossos resultados convidam a iniciativas preventivas de saúde pela população e novas políticas urbanas destinadas a reduzir o risco futuro de eventos cardiovasculares”, concluem os pesquisadores.
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) trabalham no desenvolvimento de uma vacina terapêutica que se mostrou, em camundongos, capaz de eliminar tumores associados ao papilomavírus humano (HPV), o principal agente causador do câncer do colo do útero. O estudo, divulgado no International Journal of Biological Sciences, mostrou que, quando associado à quimioterapia baseada em cisplatina, o imunizante induziu uma resposta capaz de eliminar tumores em estágio avançado de desenvolvimento, sem causar danos ao fígado e aos rins nem induzir perda de peso em animais, ou seja, sem toxicidade.
Os pesquisadores fazem agora a prova de conceito clínica em humanos. A investigação é conduzida em dois laboratórios do ICB-USP, coordenados pelos professores José Alexandre Marzagão Barbuto e Luís Carlos de Souza Ferreira. Conta com a participação de pesquisadores da ImunoTera Soluções Terapêuticas e o apoio da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP. O grupo recebeu financiamento da Fapesp por meio de sete projetos. Prova de conceito
O trabalho foi desenvolvido ao longo dos últimos anos em um modelo experimental de roedores. Atualmente, uma prova de conceito clínica está sendo conduzida no HC com pacientes diagnosticadas com neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de alto grau, um estágio anterior ao câncer do colo do útero.
“Conseguimos fazer a prova de conceito em camundongos e agora estamos validando os resultados em humanos, acompanhando um grupo pequeno de pacientes por um período de seis meses a um ano. A publicação dos novos resultados deverá ser feita em meados de 2023 e, então, partiremos para testes clínicos mais abrangentes, visando avaliar a segurança e a eficácia do imunizante. Os resultados iniciais são muito animadores”, conta Bruna Porchia, pós-doutoranda no ICB-USP e primeira autora do artigo.
A aplicação do imunizante em humanos é feita de forma indireta. Uma amostra de sangue é retirada da paciente e, em laboratório, as células dendríticas (que fazem parte do sistema imune) são isoladas e ativadas in vitro com o imunizante.
Ao retornarem à paciente por meio de uma injeção, as células dendríticas "ensinam" o sistema imune a reconhecer e eliminar as células tumorais ou neoplásicas (precursoras dos tumores) presentes no colo uterino.
Devido ao longo caminho regulatório que deve ser percorrido até que o imunizante seja aplicado em larga escala nas pacientes, o método indireto possibilitou a realização da prova de conceito clínica e a validação dos resultados alcançados nas duas últimas décadas de pesquisa.
Tecnologia pioneira
O imunizante é feito com base em uma proteína recombinante que possibilita a ativação do sistema imune. “Trata-se de uma vacina capaz de induzir uma resposta altamente específica a um alvo terapêutico e que, ao contrário de métodos como a quimioterapia e a radioterapia, não afeta células saudáveis do organismo. Com isso, é possível eliminar as neoplasias do colo uterino com baixa toxicidade”, afirma a pesquisadora.
Os testes já realizados sugerem que a tecnologia pode ser aplicada no combate a outras doenças crônicas ou infecciosas. “As possibilidades são muitas. Podemos desenvolver, por exemplo, vacinas para câncer de mama, câncer de próstata, tuberculose, hepatite, Covid-19, zika e HIV”, destaca a pesquisadora.
Aplicado em duas doses, o imunizante poderá tratar tumores em estágios iniciais, pois é nesse momento que se consegue melhor resposta do organismo.
“Quando um câncer evolui, criam-se mecanismos de evasão que muitas vezes superam a capacidade do sistema imune de eliminá-lo. Nesse caso, a associação da vacina com outras terapias pode trazer bons resultados”, completa.
Com evidências científicas e práticas, o método é recomendado desde recém-nascidos até idosos
A Osteopatia é uma prática medicinal alternativa que utiliza técnicas de mobilização e manipulação das articulações e dos tecidos moles para avaliar, diagnosticar e tratar o paciente. O método promete ajudar o corpo a se curar sozinho, indo muito além dos sintomas. Nos Estados Unidos, só médicos estão habilitados a trabalhar com osteopatia. Na Europa, é uma profissão à parte. Aqui no Brasil é uma especialidade da fisioterapia.
“A Osteopatia busca a origem das dores, das desordens que geram patologias. A gente trabalha com uma visão mais integrativa acreditando que toda queixa acontece porque existe um desequilíbrio no corpo que pode se originar de qualquer sistema, nervoso, ósseo, hormonal, muscular, entre outros”, explica a fisioterapeuta Heide Silva que quase desistia da sonhada profissão quando resolveu se especializar em Osteopatia.
A baiana se encantou pela terapia criada pelo americano Andrew Taylor Still, baseada na teoria de que o corpo é capaz de criar seus próprios recursos para manter-se em equilíbrio. “Estava em um sentimento de frustração total, vendo pacientes se tratando há anos e se queixando das mesmas coisas. Eu me reencontrei na minha profissão”, afirma.
Com evidências científicas e práticas, a osteopatia é recomendada desde recém-nascidos até idosos. Podem buscar tratamento osteopático pacientes que sofrem de dores e desconfortos na lombar, região cervical, nas articulações, como pés, joelhos, quadris, ombros, cotovelos, hérnias de disco, dores irradiadas e inespecíficas, bruxismo, tonturas ou vertigens, refluxos gastroesofágicos, alterações e intestinais e até desconfortos menstruais, entre outras indicações. “Osteopatia serve para tudo porque é um tratamento que busca fazer com que o corpo trabalhe em homeostase, ou seja, que seja capaz de se autoequilibrar”, defende Heide.
A educadora física Karla Paixão, 29 anos, sentiu dores no trapézio ano passado. Como é estudante de Fisioterapia resolveu experimentar a Osteopatia. “O que achei mais incrível é que, na consulta, a osteopata nem tocou no lugar da dor. E eu saí de lá me sentindo ótima. A sessão resolveu muito além da minha queixa”. O tratamento foi direcionado para a região do útero. Karla sofria com cólicas. Dor de cabeça era também frequente no dia anterior à chegada do fluxo menstrual. “Depois do tratamento, percebi que nunca mais senti cólica. Agora a menstruação não é mais um período de sofrimento para mim”, comemora.
Cólica, irritabilidade, ansiedade, fome em excesso ou falta de apetite, cefaleia, dores osteomusculares são algumas das queixas mais comuns em mulheres no período menstrual. Somam-se aos inconvenientes sintomas que podem acompanhar a menstruação, mitos envolvendo o ciclo reprodutivo feminino, como o que menstruar é ultrapassado, que os ciclos menstruais precisam ser dolorosos e que a mulher nasceu para sofrer.
Na visão da fisioterapeuta, interromper o fluxo menstrual não é o caminho mais saudável. “Desligar a menstruação é simplesmente desligar a nossa produção de hormônios e entrar em menopausa química que, mesmo de forma reversível, nos traz sintomas e alterações metabólicas características de uma mulher que não tem mais ovários funcionantes”, destaca lembrando que todos os sintomas do período menstrual respondem positivamente ou negativamente ao estilo de vida que a mulher sustenta.
O processo ginecológico não ocorre somente no útero e ovários, mas também em outros sistemas do corpo, seja no crânio, vísceras, vascular, postural, musculoesquelético, associados às crenças e informações ao longo da vida, referências da geração passada, hábitos de vida, alimentação... “Nosso útero é o centro de criação: poder único que só pertence a nós mulheres. Quem acredita que menstruar é ultrapassado e que mulher sofre por ter útero, deixa de descobrir a causa dessa queixa e assim ter condição de resolvê-la”, defende.
“As mulheres precisam aprender que o que acontece fisiologicamente todos os meses no corpo delas não é para gerar sofrimento. Menstruar tem serventia”, defende Heide Silva. Foi por sofrer na pele, na fase da adolescência, fortes sintomas associados ao período menstrual que Heide buscou novas respostas. Redescobriu a paixão pela Fisioterapia com a visão da Osteopatia.
Além de compartilhar conhecimentos no Instagram, Heide acaba de criar um programa de mentoria para o público feminino. Através do grupo GiraSister, sete jovens estão tendo acesso a conteúdos gratuitos que as ajudam a entender e valorizar seu ciclo reprodutivo. Novas turmas serão abertas em breve. “Menstruamos por que precisamos ovular para produzir hormônios e precisamos produzir hormônios para ter saúde. É ovulando que a mulher consegue produzir hormônios naturalmente e assim manter o equilíbrio hormonal e metabólico. Ou seja, manter a saúde”, conclui.
Sobre a Osteopatia
O tratamento osteopático enfatiza a integridade estrutural e funcional do corpo, bem como a tendência intrínseca de autocura do organismo. A principal diferença entre um fisioterapeuta clássico e um osteopata é a forma de raciocinar, buscando entender a origem da doença, focando no indivíduo e não no diagnóstico. Quando o profissional tem essa visão integral, técnicas e manobras osteopáticas a todo o conhecimento adquirido na faculdade, consegue melhores resultados clínicos. No Brasil, a formação é permitida apenas para fisioterapeutas formados.