A BioNTech informou, nesta segunda-feira (29), que começou a trabalhar em uma vacina para combater a Ômicron, a nova variante do coronavírus detectada na África do Sul. Ainda não está claro se a empresa terá que retrabalhar a vacina que desenvolveu em parceria com a Pfizer contra a Covid-19.
O desenvolvimento de uma vacina adaptada faz parte do procedimento-padrão da empresa para novas variantes, afirmou a BioNTech, que produz imunizantes com a Pfizer, em comunicado.
"Os primeiros passos para desenvolver uma potencial nova vacina se sobrepõem à pesquisa exigida para avaliar se uma nova dose será necessária", acrescentou a empres
A variante Ômicron carrega um risco global muito alto de surtos, alertou hoje a OMS (Organização Mundial da Saúde) conforme mais países relataram casos, o que levou ao fechamento de fronteiras.
A BioNTech disse, na sexta-feira (26), que espera mais dados de laboratório nas próximas duas semanas para ajudar a determinar se há necessidade de uma vacina específica contra a Ômicron. Sua rival Moderna informou que está trabalhando em uma reformulação de sua vacina contra a Covid-19 para futuras doses de reforço.
Até esta segunda-feira (29), foram aplicadas em todo o estado 4.540.740 sendo 2.463.797 de primeira dose, 1.874.798 de segunda dose, 49.642 com dose única e 152.503 de terceira dose (dose de reforço). A informação está disponível no site http://www.saude.pi.gov.br/.
O Piauí tem, de acordo com os dados divulgados pela FioCruz, 240.376 pessoas que já poderiam, mas ainda não retornaram aos postos de saúde para completar o esquema vacinal contra a Covid-19. O secretário de Saúde, Florentino Neto, alerta que a principal medida para conter o avanço da Covid-19 é a imunização completa, que garante uma maior proteção contra a doença. “Embora tenhamos a sensação de que a pandemia está arrefecendo, ainda estamos em um patamar alto de casos. Não podemos baixar a guarda e precisamos incentivar medidas restritivas. Só com isso vamos frear a transmissibilidade e esse ambiente favorável ao vírus e suas variantes”, ressaltou o gestor.
O secretário reforçou a continuidade do uso de máscaras nos ambientes, tendo em vista que alguns Países liberaram o uso precocemente e tiveram que voltar atrás da decisão. “Temos que ter muita cautela nesse momento com o aparecimento da variante ômicron, que tem colocado em alerta as autoridades de saúde do mundo inteiro”, diz.
Apesar da redução nos óbitos, o Piauí já soma 7.185 mortes e 331.371 de casos confirmados. “Estamos em um momento mais confortável em relação a janeiro deste ano, mas que carece de atenção e ampliação cada vez maior do número de vacinados”, diz Florentino. “Por isso, estamos estimulando a participação dos agentes comunitários para fazer uma busca ativa, de porta em porta, para localizar as pessoas que estão com a segunda dose em atraso”.
Florentino Neto elogiou as estratégias adotadas por alguns municípios como Campo Grande do Piauí e Ribeiro Gonçalves, que adotaram o carro da vacina itinerante para chamar vacinar a população. “É fundamental diversificar estratégias a partir do conhecimento do município", afirmou o gestor.
Pesquisadores da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) fizeram um alerta, em agosto deste ano, para o consumo inadvertido e indevido do antiparasitário ivermectina. O medicamento faz parte do chamado "kit Covid", sem que ofereça nenhum benefício no tratamento ou prevenção da infecção pelo coronavírus.
Em um artigo, os pesquisadores integrantes do NEF (Núcleo de Estudos em Farmacoterapia) analisaram casos de sarna humana (escabiose) resistente à ivermectina, droga usada para essa doença. “O nosso artigo lança a hipótese de que poderíamos ter problemas com surtos de escabiose resistente, por conta do uso irracional da ivermectina. O surto está configurado, pois está havendo um aumento rápido de casos de lesões de pele com coceira e outros sintomas”, afirma a professora Sabrina Neves, uma das autoras do trabalho, em comunicado divulgado na sexta-feira (26).
Ela se refere a um surto com mais de 250 casos de erupções cutâneas e coceira de origem desconhecida que estão sendo investigados em Pernambuco.
“Ainda não há diagnóstico da doença que está causando o surto. Algumas hipóteses da etiologia [origem] estão sendo testadas; entre elas está a escabiose levantada pelo artigo.”
Os autores salientam que o consumo de ivermectina aumentou em quase dez vezes durante a pandemia.
“O uso irracional de medicamentos é um problema de saúde pública, porém, no caso de antibióticos, antiparasitários e antifúngicos, esse problema ganha proporções maiores. Quando utilizamos de forma irracional/incorreta medicamentos, como a ivermectina, corremos o risco de induzir a resistência do parasita ao medicamento que deveria tratar a doença causada por ele", conclui Sabrina.
A mais famosa das vitaminas, sempre lembrada na hora da gripe e do resfriado, pode ter uma participação coadjuvante positiva no tratamento de depressão e ansiedade. Estudos publicados nas últimas duas décadas apontam para uma relação vantajosa na suplementação de vitamina C (ácido ascórbico) durante o tratamento desses transtornos psiquiátricos.
Inicialmente, cabe salientar que ansiedade e depressão são doenças multifatoriais cujas origens não estão associadas à falta de nenhum nutriente e precisam de acompanhamento médico, tanto para diagnóstico quanto para tratamento. Portanto, o papel do ácido ascórbico nesses transtornos é descrito apenas como uma alternativa terapêutica — associada aos medicamentos convencionais — a ser considerada por médicos em conversa com seus pacientes.
Pesquisadores já identificaram um componente importante do ácido ascórbico na redução dos níveis de cortisol, o "hormônio do estresse", no organismo.
O estresse é uma resposta natural do nosso corpo a fatores ambientais compreendidos como ameaça e perigo. Ele causa aceleração dos batimentos cardíacos, irritabilidade, alterações do sono, do apetite e gastrointestinais, entre outras. Costuma passar naturalmente por estar associado a momentos específicos. dos níveis de cortisol, o "hormônio do estresse", no organismo.
O estresse é uma resposta natural do nosso corpo a fatores ambientais compreendidos como ameaça e perigo. Ele causa aceleração dos batimentos cardíacos, irritabilidade, alterações do sono, do apetite e gastrointestinais, entre outras. Costuma passar naturalmente por estar associado a momentos específicos.
Já a ansiedade é um estado de estresse quase que permanente — inclusive com sintomas semelhantes — mesmo que não haja fatores desencadeadores. O indivíduo que sofre desse transtorno costuma ter preocupação excessiva, além de batimentos cardíacos acelerados, tonturas, dor de cabeça etc.
Em relação à depressão, é comum que pacientes depressivos experimentem um período de estresse crônico.
Seja qual for o quadro psiquiátrico, altos níveis de cortisol por longos períodos causam alguns danos ao organismo, explica o médico psiquiatra Guido Boabaid May, do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.
"O cortisol é essencial para o nosso funcionamento. Ele aumenta a nossa resistência à dor, interfere positivamente na metabolização de gordura, carboidrato e proteína. Mas quando é produzido em excesso, em situações de estresse, aumenta o risco de termos depressão, ansiedade, facilita o ganho de peso, doenças cardiovasculares, diminui nossas funções cognitivas, como concentração e raciocínio, aumenta a fadiga e a irritabilidade, diminui a libido, piora a qualidade de sono, pode alterar o ciclo menstrual[...]"
A depressão, acrescenta o médico, envolve outras questões, mas também o aumento dos níveis de cortisol por um tempo prolongado.
"Um estresse contínuo, além do aumento de cortisol, pode afetar a modulação química do cérebro e, aí sim, desencadear sintomas depressivos, que são mais intensos e contínuos. A depressão é causada primeiramente por uma alteração na modulação neuroquímica do cérebro — dos neurotransmissores serotonina, dopamina, noradrenalina, em associação com o aumento da produção de cortisol."
Além de reduzir os níveis de cortisol, a vitamina C tem outras funções, acrescenta o médico nutrólogo Daniel Magnoni, presidente do Imem (Instituto de Metabolismo e Nutrição).
"A vitamina C estabiliza funções cognitivas; então, estabiliza a irritabilidade celular de modo geral, arritmia cardíaca, contração muscular espontânea, e também estaria relacionada de certa forma com a 'irritabilidade' do sistema nervoso central."
Os níveis de ácido ascórbico são de duas a quatro vezes maiores no líquido cefalorraquidiano do que no plasma sanguíneo, o que sugere sua alta concentração no sistema nervoso central.
Foi partindo da premissa de que a vitamina C é uma aliada do sistema nervoso central que cientistas obtiveram resultados animadores em estudos. Depressão Em um trabalho científico divulgado no ano passado, pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) destacam que "a deficiência de vitamina C está amplamente associada a doenças relacionadas ao estresse".
"Embora a eficácia dessa vitamina nos transtornos do espectro da ansiedade seja menos estabelecida, vários estudos mostraram que a suplementação de ácido ascórbico produz efeito antidepressivo e melhora o humor", afirma artigo publicado no Jornal de Bioquímica Nutricional.
Em 2014, pesquisadores da Líbia investigaram o efeito combinado da vitamina C com antidepressivos em indivíduos que já estavam em tratamento.
Apesar de ter sido analisado um grupo pequeno, de 22 pacientes, eles observaram melhora significativa entre aqueles que haviam tomado a vitamina C, em comparação com os que tomaram apenas o antidepressivo.
Um grupo de cientistas iranianos constatou melhoras nos escores de depressão em trabalhadores de uma refinaria de petróleo que tomaram 250 mg de vitamina C duas vezes ao dia, por 60 dias, na comparação com os que tomaram placebo. Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Biochemistry and Nutrition em 2013.
Em outro trabalho científico, pesquisadores da McGill University, em Montreal, no Canadá, analisaram 52 homens e mulheres hospitalizados, com idade média de 64 anos, que receberam 500 mg de vitamina C duas vezes ao dia, por oito dias.
Eles concluíram que a suplementação reduziu em 71% os sintomas de humor e 51% os de estresse psicológico, em artigo publicado em 2014 no The American Journal of Clinical Nutrition.
"O efeito adjuvante do ácido ascórbico em combinação com antidepressivos tem grande potencial para ser incluído nos protocolos de manejo da depressão clínica, especialmente para pacientes refratários", acrescentam os pesquisadores da UFSC. Ansiedade
Há menos estudos envolvendo a relação da vitamina C na diminuição da ansiedade do que os que existem sobre a depressão. Mesmo assim, um trabalho conduzido por pesquisadores brasileiros em 2015, com 42 estudantes do ensino médio, mostrou benefícios.
Foram comparados dois grupos: um recebeu 500 mg de vitamina C por dia e o outro tomou placebo.
Após 14 dias da suplementação, eles avaliaram o nível de ansiedade dos jovens utilizando o Inventário de Ansiedade de Beck.
"Os resultados mostraram que a vitamina C reduziu os níveis de ansiedade e levou a uma concentração mais elevada de vitamina C no plasma em comparação com o placebo. As frequências cardíacas médias também foram significativamente diferentes entre o grupo de vitamina C e o grupo de controle com placebo", ressaltam os autores.
Os pesquisadores da UFSC reforçam em seu artigo que "o ácido ascórbico também participa indiretamente como um antioxidante, regenerando a vitamina E e contribuindo para a homeostase oxidante/antioxidante da membrana plasmática".
Sabe-se que o estresse oxidativo pode contribuir para a fisiopatologia dos transtornos de ansiedade.