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A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, nesta segunda-feira (7), aos fabricantes de vacinas contra a covid-19 que disponibilizem metade de sua produção de doses este ano para o dispositivo internacional Covax.

Enquanto os países mais ricos acumulam vacinas rapidamente, o Covax, que fornece doses aos países pobres, quer garantir uma distribuição justa entre aqueles que podem pagar e aqueles que não podem, mas ainda não funciona a todo vapor.

E isso quando a Índia, de onde o Covax recebe doses, bloqueou as exportações da vacina fabricada pelo Instituto Serum para combater a epidemia em seu território.

Até 4 de junho, o Covax havia fornecido mais de 80 milhões de doses para 129 países e territórios. Menos do que o esperado.

Diante dessa situação, a OMS pediu mais uma vez aos países ricos, que já vacinaram parte de sua população, que compartilhem as vacinas. Mas a organização também pediu às empresas farmacêuticas que mostrassem solidariedade.

“Peço a todos os fabricantes que deem ao Covax o direito à primeira rejeição (ou seja, propor as doses como prioridade) sobre novos volumes de vacinas ou se comprometer a disponibilizar 50% de seus volumes para o Covax este ano, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva.

"A vacinação desigual é uma ameaça para todas as nações, não apenas para aquelas com menos vacinas", afirmou.

O Covax foi criado pela Vaccine Alliance (Gavi), a OMS e a Coalizão para inovações de preparação para epidemias (Cepi).

AFP

pfizerPesquisa realizada em Israel concluiu que, após um intervalo de 13 a 24 dias, a primeira dose da vacina da Pfizer reduz em 51% as chances de uma infecção por covid-19 e em 54% as chances de casos sintomáticos da doença. Os resultados do estudo foram publicados nesta segunda-feira (7) no Jama (Journal of the American Medical Association).

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o nível mínimo aceitável de eficácia para uso emergencial de uma vacina contra a covid-19 é de 50%. A vacina da Pfizer seria considerada suficiente para proteger a população a partir da primeira aplicação. Estudos realizados anteriormente comprovaram que esse imunizante tem eficácia de 91% após as duas doses.

Os pesquisadores acompanharam 503.875 pessoas em Israel, com idade igual ou maior do que 16 anos, que receberam a primeira dose da vacina da Pfizer entre 19 de dezembro de 2020 e 15 de janeiro deste ano.

Durante o estudo, foram identificados 3.098 casos de infecção por covid-19, sendo que 2.484 ocorreram durante os 12 primeiros dias depois da vacinação e 614 infecções entre o 13º e o 24º dia após a aplicação da primeira dose.

Os dados foram coletados das bases de dados do Serviços de Saúde de Maccabi (MHS) que tem o cadastro de 2,6 milhões de membros, cerca de um quarto da população de Israel. O conjunto de dados incluiu dados demográficos extensos, medidas antropométricas, diagnósticos clínicos e hospitalares, medicamentos utilizados e dados laboratoriais abrangentes de um único laboratório central.

R7

Foto: REUTERS/DADO RUVIC

butanvcApós pressão dos governadores pela aprovação da ButanVac, vacina contra a covid-19 produzida no Brasil pelo Butantan, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nota, neste domingo (6), afirmando que ainda aguarda documentos do instituto paulista para que a análise do imunizante seja concluída.

No fim da semana passada, o governador do Piauí e coordenador do Fórum dos Governadores do Brasil, Wellington Dias, enviou carta à agência reguladora pedindo agilidade na aprovação para a realização dos testes das fases 1, 2 e 3 pelo Butantan.

Em depoimento à CPI da Covid em 27 de maio, o presidente do instituto, Dimas Covas, afirmou que há previsão de disponibilizar ao menos 40 milhões de doses da ButanVac até o fim do ano.

"Estamos produzindo 6 milhões, vamos produzir 18 milhões até julho em risco, produzir a vacina e deixar a vacina aguardando os resultados do estudo clínico. Sendo aprovada, nós já vamos estar com a vacina pronta, pra fornecer ao Brasil", disse. Como estratégia para pressionar a Anvisa a liberar os testes do fármaco, Wellington Dias frisou que a vacina confere autonomia ao país para avançar na imunização da população, mas a distribuição e o uso dependem da autorização da reguladora.

"O prazo para os testes é de aproximadamente 90 dias. Portanto, chance real de em setembro, com empenho da Anvisa, ter a liberação da vacina Butanvac para o povo brasileiro e outros países", declarou o governador do Piauí na semana passada.

Na nota publicada em seu site neste domingo, o órgão federal destacou que o processo para liberação dos estudos clínicos encontra-se em fase de "exigência". "Isso quer dizer que os especialistas da Anvisa aguardam que o Instituto Butantan complete a apresentação da documentação necessária para que a análise científica seja concluída", diz o texto.

Ainda conforme a agência sanitária, o Butantan se comprometeu a entregar as informações faltantes até esta segunda-feira (7). Os dados se referem à análise de qualidade da vacina. "A entrega da documentação a agência é condição essencial para permitir a finalização da análise. Sem a entrega das informações não é possível a conclusão do processo", argumenta.

A Anvisa destacou ainda que o instituto deu entrada no processo de autorização para testagem da vacina há exatos 72 dias e, desde então, houve "intensas trocas de informações oficiais".

"O Instituto Butantan deu entrada junto à Anvisa, na data de 26/03/2021, do Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) da vacina BUTANVAC. A avaliação foi então iniciada", diz a agência. "Transcorridos 72 dias até a data de hoje, 06/06/2021, e após intensas trocas de informações oficiais em que foram detalhadas as informações complementares necessárias, a Anvisa dispôs de 24 dias para trabalhar na efetiva análise, e passou os outros 48 dias aguardando o cumprimento das exigências e a complementação das informações do Instituto Butantan."

R7

Foto: Reuters

 

Pesquisadores da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) de Pernambuco e integrantes da Rede Genômica da Fundação desenvolveram um estudo e observaram que os anticorpos gerados na primeira onda da pandemia no Brasil não neutralizam de forma eficiente a variante amazônica, chamada agora de Gama.

As mutações verificadas no SARS-CoV-2 são, até agora, ligadas à proteína Spike, parte do vírus responsável por entrar na célula humana. De acordo com os pesquisadores, essas alterações estruturais diminuem a capacidade de anticorpos gerados após infecção, ou até mesmo após primeira dose da vacinação, de se ligarem à proteína S e neutralizar a capacidade do vírus de causar infecção. O ensaio também verificou casos de reinfecção pela Gama em pacientes recuperados de infecções anteriores, mesmo ainda produzindo anticorpos. De acordo com Roberto Lins, coordenador do estudo, esse escape tem ligação com a evolução da pandemia. “Isto indica que o escape da neutralização por anticorpos já é uma realidade que influencia os rumos da pandemia”, explicou Lins no artigo publicado.

Diante dos resultados obtidos pela Fiocruz e que foram publicados na científica Chemical Communications, a imunidade comunitária só conseguirá ser atingida no país com a vacinação completa da maioria da população. Já que pessoas infectadas estão vulneráveis às mutações na proteína S.

R7