• prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg
  • WhatsApp_Image_2025-06-06_at_12.28.35_2.jpeg

Em carta publicada no "The New England Journal of Medicine", uma equipe especializada de 17 cientistas alerta para a chance de a Covid-19, doença do Sars CoV-2, desencadear o aparecimento de diabetes em pessoas saudáveis, além de causar complicações graves em pacientes que já tinham a doença.

O grupo internacional do projeto "CoviDiab Registry" chama a atenção para as evidências que começaram a surgir desde o início da pandemia e precisam de uma investigação para confirmação científica. Os pesquisadores se reuniram para tentar entender as relações entre a diabetes e a Covid-19 e, assim, pensar em formas eficientes de tratamento e monitoramento.

Por que diabéticos estão entre grupos mais vulneráveis ao coronavírus?
"Existe uma relação bidirecional entre a Covid-19 e a diabetes. Por um lado, a diabetes está associada a um risco maior de desenvolver a Covid-19 grave. Por outro, foi observada em pacientes com Covid-19 uma diabetes desenvolvida recentemente e também complicações metabólicas graves decorrentes de uma versão pré-existente da doença, incluindo a cetoacidose diabética e a hiperglicemia hiperosmolar, que necessitam de doses excepcionalmente altas de insulina", diz a carta.

De acordo com as observações clínicas, 20% a 30% dos pacientes que morreram devido ao novo coronavírus eram diabéticos. Uma das evidências encontradas até o momento está relacionada à forma como o Sars CoV-2 ataca os tecidos do corpo humano.


O receptor ACE2, uma das portas de entrada nas células, está localizado nos pulmões e vias respiratórias, mas também é encontrado em órgãos envolvidos na regulação da glicose: pâncreas, intestino delgado, tecido adiposo, fígado e rins. Os cientistas acreditam que a chegada do Sars CoV-2 a esses tecidos poderia causar disfunções no metabolismo, causando a diabetes. Sabe-se também, por outras infecções virais, que elas podem causar o aparecimento do diabetes tipo 1.

"Com o curto período de contato humano com esse novo coronavírus, ainda não está claro exatamente como ele age no metabolismo da glicose. Não sabemos se a manifestação aguda da diabetes nesses pacientes representa o tipo 1 clássico, o tipo 2 ou possivelmente uma nova forma de diabetes", disse Francesco Rubino, professor de cirurgia metabólica no King's College London e pesquisador no projeto CoviDiab Registry.

Paul Zimmet, professor na Universidade Monash, em Melbourne, presidente honorário da Federação Internacional de Diabetes e pesquisador do CoviDiab Registry, explica que "ainda não sabemos a magnitude do novo diabetes na Covid-19 e se ele vai persistir ou vai se resolver após a infecção".

"Estamos solicitando à comunidade médica internacional que compartilhe rapidamente as observações clínicas relevantes que possam ajudar a responder essas perguntas", pediu Zimmet.

 

G1

O último boletim da saúde de Floriano-PI confirma que a cidade já tem 100 casos do novo coronavírus. Os números foram divulgados no boletim diário e na noite desse domingo. No boletim do dia 12, sexta-feira, eram 98 casos.

Já são quatro óbitos na cidade. Veja.

boletim14062020

Da redação

Uma pesquisa do laboratório norte-americano Moderna para uma vacina contra a Covid-19 conseguiu evidências de que não aumenta o risco de doença mais séria e que uma dose pode fornecer proteção contra o novo coronavírus, segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira (12).
Estudos anteriores sobre uma vacina para Sars – causada por vírus semelhante ao que provoca a Covid-19 – sugerem que vacinas contra este tipo de vírus podem causar o efeito indesejado de causar complicações mais graves quando a pessoa vacinada é exposta ao patógeno, especialmente em indivíduos que não produzem uma resposta imunológica forte adequada.

Cientistas têm considerado este risco como principal obstáculo para que vacinas possam ser testas com segurança em milhares de pessoas saudáveis.

Embora os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID) e pela Moderna sejam encorajadores, os dados obtidos a partir de camundongos não são garantia sobre o que acontece em humanos após a aplicação.

A vacina está atualmente sendo testada em voluntários saudáveis. A Moderna disse nesta quinta-feira (11) que planeja que o estágio final de testes envolva 30 mil pessoas em julho.
Na pesquisa cujos dados foram divulgados nesta sexta-feira, camundongos de seis semanas de idade receberam uma ou duas doses de uma variedade de tipos da vacina da Moderna, incluindo doses consideradas não muito fortes para disparar uma resposta imunológica. Os pesquisadores expuseram os ratos ao vírus na sequência.

Análises posteriores que buscavam por sinais de aumento da força da doença sugeriram que respostas imunológicas "subprotetoras" não causam o que é conhecido como doença respiratória agravada associada à vacina.

"Doses subprotetoras não sujeitaram os ratos a imunopatologia agravada após a exposição", disse Barney Graham e colegas do Centro de Pesquisa de Vacinas do NIAID na pesquisa publicada no site bioRxiv.


Outros testes também indicaram que a vacina induziu potentes respostas neutralizantes imunológicas, o tipo de resposta necessária para impedir o coronavírus de infectar as células.

A vacina também parece ter protegido contra infecção pelo novo coronavírus nos pulmões e focinhos dos animais sem evidência de efeitos tóxicos, escreveu a equipe.

Os cientistas afirmam ainda que os camundongos que receberam apenas uma dose da vacina antes de serem expostos ao vírus sete semanas depois ficaram "completamente protegidos contra replicação viral no pulmão", sugerindo que uma única aplicação impediu o vírus de fazer cópias de si mesmo nos pulmões.

"À primeira vista, parece promissora na indução de proteção neutralizante de anticorpos em ratos", escreveu Peter Hotez, pesquisador de vacinas da Baylor College of Medicine, em e-mail. Ele não teve oportunidade de ver a pesquisa em detalhes.

 

Reuters

 

O comprometimento dos vasos sanguíneos, graças a danos nas células que os revestem, é encontrado em dezenas de estudos feitos sobre o novo coronavírus como um padrão em pacientes que morreram. Os pesquisadores consideram a hipótese como uma descoberta que explica porque há vítimas em uma chamada “segunda fase fatal”, cerca de uma semana depois da hospitalização.

À renomada revista Science, Peter Carmeliet, biólogo vascular do instituto de pesquisa belga VIB e coautor de um estudo divulgado em maio na Nature Reviews Immunology, o que explica a vítimas tardias é “o dano direto e indireto às células endoteliais, principalmente nos pulmões”. Quando o vírus ataca essas células, provoca uma infecção que faz com que os vasos quebrem e o sangue coagule. Isso provoca uma inflamação em todo o corpo e alimenta a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA, na sigla em inglês).


Normalmente, as células endoteliais ajudam a regular a pressão sanguínea, prevenir a inflamação e inibir a coagulação. Carmeliet e outros pesquisadores encontraram em seus estudos que os danos causados pela Covid-19 desencadeiam vazamentos nos vasos, o que pode inundar os pulmões de líquido caso a infecção seja neste local, e expõem a membrana abaixo destas células.


A membrana exposta desencadeia uma coagulação descontrolada e a resposta imunológica acaba combatendo o fogo com… combustível, trazendo mais fatores de coagulação e plaquetas, que ajudam a formar esses coágulos. As reações em cadeia culminam em uma fase final e destrutiva de inflamação. As citocinas, que deveriam combater os invasores, acaba gerando a temida “tempestade de citocinas” no caso da Covid-19, uma inflamação que causa um choque nos pacientes e pode levar à morte.


Os estudos entendem que essa sucessão de fatos é lógica e ajuda a explicar porque há vítimas graças a essa “segunda fase fatal” da doença. Também poderia identificar como a doença afeta alguns pacientes com outras comorbidades, como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares, que já têm as células endoteliais comprometidas.

Eles acreditam que medicamentos já utilizados para tratar essas condições podem ajudar a impedir que outros pacientes tenham complicações graves pela Covid-19. Niam Mangalmurti, intensivista pulmonar do hospital da Universidade da Pensilvânia ouvido pela Science, alerta que cada paciente pode responder aos tratamentos de formas diferentes, dependendo da saúde das células endoteliais de cada um.

 

Veja saude