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A prática recreativa de esportes, como aquele futebol semanal com os amigos, precisa ser acompanhada de visitas regulares ao médico, mesmo que você tenha menos de 30 anos e nenhum sinal de doença cardíaca. Este é o recado dos cardiologistas para quem estiver preocupado após a notícia da morte do filho do ídolo do futebol brasileiro Cafu.

Danilo Feliciano de Moraes, 30, faleceu na noite de quarta-feira, depois de passar mal enquanto jogava uma partida entre amigos na casa do pai, em Alphaville, condomínio na região metropolitana de São Paulo. As circunstâncias específicas da morte de Danilo não são conhecidas, mas se sabe que ele já teria enfrentado um infarto há alguns anos.

O cardiologista Fernando Costa, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, diz que a pré existência de uma doença cardíaca não impede necessariamente a prática desportiva por uma pessoa jovem. Mas o mais importante a ser observado é que a ausência de qualquer sinal de problemas também não serve como desculpa para que não se ter cuidados regulares com o coração.

"Pode ter tido um infarto e jogar? Pode. Pode ter uma arritmia e jogar? Pode", diz Costa, ressaltando que é necessário o ok de um médico, exames específicos e, eventualmente, tratamento.

"Não tem nada, nenhum sintoma, nenhuma anomalia aparente nos exames? Mesmo assim, o ideal é fazer avaliação todos os anos. Se você tem um carro e faz revisão obrigatória, por que não fazer com você mesmo?"

Consulta e eletrocardiograma devem ser anuais

O cardiologista lembra que a sensação de super poderes que os jovens normalmente têm costuma atrapalhar a prevenção de problemas cardíacos.

A detecção de anomalias no funcionamento do coração pode ser feita com a visita ao médico, que vai ascultar coração e pulmão com cuidado, medir a pressão adequadamente e fazer uma avaliação física geral.

Depois, um exame simples de eletrocardiograma mostrará se o coração está mesmo funcionando como deveria.


Se tudo estiver bem nos exames, a pelada de fim de semana está liberada. Mas é preciso repetir os exames anualmente, para evitar qualquer tipo de surpresa.

O cardiologista chama a atenção para o fato de que a porcentagem de pessoas com doenças cardíacas não é alta, mas estas doenças podem ser letais. "Quem tem uma doença escondida, tem a fatalidade ao seu lado", alerta Costa.

Prática irregular de esportes

A prática de esporte sempre força o coração, em qualquer situação. Por isso, se existe uma anomalia qualquer, aquela atividade se torna um risco.

"Só joga no fim de semana? Esta situação ainda é pior. Quem pratica atividade física sem regularidade está mais exposto", diz o médico.

A regularidade da atividade física serve para blindar o coração. Assim como para prevenir um estiramento muscular se faz alongamento antes de entrar em campo, o coração precisa estar "aquecido". Só que não adianta fazer isso minutos antes do jogo.

"A recomendação é sempre a mesma: 40 minutos de caminhada diários são o mínimo a se fazer", ressalta Costa.

Para os mais jovens, que costumam ser mais "abusados", o cardiologista lembra: "É possível que o esporte seja só recreação."

Mas sempre com cuidados.

 

R7

 

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriu que o vírus Zika, além de se replicar no cérebro de pessoas adultas, também causa prejuízos de memória e problemas motores. O estudo foi publicado hoje (5), em Londres, no Nature Communications.

O estudo foi iniciado na época do surto de Zika no país, nos anos de 2015 e 2016. “[Na época] aumentou o número de casos e, junto com a microcefalia, que foi o que chamou mais a atenção, começaram a aparecer complicações em pacientes adultos”, disse uma das coordenadoras da pesquisa, a neurocientista Claudia Figueiredo.

zikaApesar de a doença ser autolimitada, com sintomas leves, muitos pacientes apresentavam quadro mais grave: alguns entravam em coma ou tinham internações por períodos mais longos. “Então, surgiu a nossa pergunta: os pesquisadores têm mostrado que o vírus se replica em células progenitoras, que são aquelas do feto, do nervo central. Será que esse vírus não infecta também o neurônio maduro? Foi aí que começou a nossa abordagem”, relatou Claudia.

Neurônio maduro

Os pesquisadores da UFRJ usaram tecidos de acesso, ou seja, tecidos sem doença, de pacientes adultos que haviam se submetido a cirurgias do cérebro, mas não tinham Zika. Eles fizeram cultura em laboratório e colocaram o vírus Zika nesse tecido, que tem neurônio maduro. Observaram então que o vírus infectava aquelas células, principalmente os neurônios desse tecido, e se replicava nesse tecido. Ou seja, produzia novas partículas virais.

Nesse meio tempo, surgiram achados clínicos de que em alguns pacientes se detectava o vírus no sistema nervoso central, no líquor, que é o líquido que envolve o cérebro. Os pesquisadores da UFRJ decidiram então ver que tipo de efeito aconteceria se infectassem o cérebro de um animal adulto com esse vírus. “A gente fez a administração do vírus dentro do cérebro do camundongo adulto e observou várias coisas”, disse Cláudia.

Replicação

Constatou-se então que o vírus se replicava no cérebro do animal adulto e tinha preferência por áreas relacionadas com a memória e o controle motor. “E era justamente isso que estava alterado nos pacientes quando eles tinham o vírus em quadros mais complicados. Não só o vírus se replicou, mas ele [camundongo] ficou com prejuízo de memória e prejuízo motor”. Isso pode acontecer com pessoas adultas também, confirmou a coordenadora do estudo. “Quando o vírus infecta, em algumas pessoas, não se sabe por quê, o vírus chega ao sistema nervoso central, em outras não, depende de vários fatores, e pode causar esse tipo de dano”.

A neurocientista destacou que o prejuízo de memória ocorreu não apenas na fase adulta da infecção. Os cientistas perceberam que os sintomas permanecem mesmo após a infecção ter sido controlada nos camundongos. O vírus se replicou e teve um pico de replicação de vários dias. “Só que até 30 dias depois que o vírus já está com quantidade baixa no cérebro, o animal ainda continua com prejuízo de memória. O prejuízo de memória persiste”. A pesquisadora esclareceu que 30 dias na vida de um animal equivalem a dois, três ou quatro anos na vida de um humano. “É muito tempo”.

A pesquisa alerta que talvez seja necessário avaliar a memória dos pacientes infectados após alguns anos. O estudo também concluiu que o vírus induz uma informação importante no cérebro: que esses períodos de memória estão associados a quadros inflamatórios muito intensos. Os pesquisadores usaram um anti-inflamatório e viram que esse tratamento melhora o prejuízo de memória, levando o paciente a recuperar a função prejudicada. Os cientistas acreditam que a descoberta pode contribuir para a elaboração de políticas públicas para tratamento de complicações neurológicas por Zika em pacientes adultos.

Doenças neuropsiquiátricas

A pesquisa agora deverá estudar outras alterações, isto é, se os pacientes que saem de um quadro de infecção de Zika ficam mais suscetíveis a outras doenças neuropsiquiátricas. Para isso, estão submetendo um animal que já se recuperou e melhorou do prejuízo de memória, para ver se ele fica mais suscetível, por exemplo, a eventos de estresse que podem levar a um quadro depressivo. Claudia Figueiredo afirmou que a continuidade dos estudos depende de novos apoios financeiros. A Faperj, por exemplo, já ampliou a Rede Zika por mais um ano.

Os pesquisadores querem avaliar ainda o efeito de outras arboviroses, isto é, os vírus transmitidos por mosquitos, entre os quais a Chikungunya, sobre esse tipo de alteração, principalmente na questão da dor. “Que tipo de dor induz. Se é um quadro similar à artrite, se há um componente neurológico nessa dor, algum componente central”, informou a pesquisadora.

A pesquisa contou com financiamento da Rede de Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Além de Claudia Figueiredo, também coordenou a pesquisa, Sergio Ferreira, do Instituto de Bioquímica da UFRJ. A virolgista Andrea Da Poian, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ colaborou.

 

Agência Brasil

Foto: divulgação

caxumbaO número de casos de sarampo avança no país. E agora, começam a aparecer também os casos de caxumba. Mas existe ligação entre as duas doenças? A resposta é sim!

Quem explica é a infectologista Rosana Richtmann. "A vacina que protege contra as duas doenças é a tríplice viral (que também protege contra o vírus da rubéola). Se as pessoas não se protegem, os vírus voltam a circular".

Todas as pessoas devem tomar duas doses da vacina tríplice viral durante a vida. Ela faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e pode ser tomada em qualquer posto de saúde gratuitamente.

O que é a caxumba?

A caxumba é uma doença provocada por um vírus da família paramyxovirus caracterizada principalmente pelo inchaço das glândulas que produzem saliva que ficam nas laterais do pescoço, abaixo da mandíbula.

Os sintomas são mais intensos nos adultos que nas crianças. Os mais característicos são: inchaço e dor nas laterais do pescoço, logo abaixo do maxilar. Outros sintomas também podem aparecer, como náusea, vômito, pancreatite, rigidez na nuca e dor de cabeça. O diagnóstico é basicamente clínico.

A transmissão ocorre pelo contato direto com as secreções das vias áreas da pessoa infectada, a partir de dois dias antes até nove dias depois do aparecimento dos sintomas.

A caxumba não tem tratamento. A pessoa deve ficar em repouso enquanto durar a infecção e se alimentar bem. A pessoa pode ter caxumba mais de uma vez na vida.

 

G1/Bem Estar

 

Pesquisa feita por um grupo internacional de pesquisadores identificou um composto capaz de interromper o ciclo de vida do parasita causador da malária no corpo humano, impedindo a transmissão da doença para o mosquito vetor. Os resultados do estudo abrem caminho para que um novo medicamento contra a doença seja desenvolvido. O trabalho teve a participação de brasileiros, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp).

A molécula denominada TCMDC-135051, sintetizada pela empresa farmacêutica GSK, conseguiu inibir uma proteína essencial para o ciclo de vida de três espécies de parasitas causadores da malária, sendo duas delas em circulação no Brasil. Mesmo o mais agressivo dos parasitas – Plasmodium falciparum – mostrou-se sensível ao composto. 

"[De acordo com dados do ano passado] - foram documentados mais de 190 mil casos de pessoas infectadas pela malária no Brasil, a grande maioria na região amazônica. O número de pessoas infectadas é bastante grande. A indústria farmacêutica mundial tem pouco interesse nesse tipo de doença porque os países são pobres e as doenças não são crônicas”, disse Paulo Godoi, que realizou o trabalho de pesquisa no Centro de Química Medicinal (CQMED), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“A indústria tem muito interesse por doenças crônicas, nas quais o paciente tem que continuar tomando a medicação por muitos anos” acrescentou. A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles. O paciente com malária não é capaz de transmitir a doença diretamente para outra pessoa – é preciso que haja a participação do mosquito.

A ação do composto testado na pesquisa afeta o parasita em diferentes estágios de desenvolvimento, o que o torna mais eficiente. A substância tem eficácia na fase assexuada do parasita, quando ele se prolifera dentro da célula humana e provoca os sintomas, quanto na fase sexuada, quando pode ser transmitido de volta para o inseto vetor e completa o seu ciclo, podendo infectar outras pessoas.

Os testes foram realizados com cultura de células in vitro e em animais. “In vitro mostrou a inibição da enzima, que o parasita morria dentro da célula, e in vivo mostrou a eliminação do parasita circulante no camundongo”, disse Godoi. O resultado in vivomostrou ainda a eliminação do parasita na corrente sanguínea após cinco dias de infecção.

O pesquisador explicou que há uma diferença importante entre a ação desse novo composto e dos medicamentos que já estão no mercado. “Essa molécula nova é bastante específica para eliminar o parasita sem, provavelmente, interferir em outras proteínas do corpo. Isso já é uma boa indicação de que efeitos colaterais no ser humano, se ocorrerem, devem ser pequenos”, disse.

“A gente testou concentrações bem altas do composto contra a proteína humana e não viu qualquer tipo de interação entre as duas. Então, isso é uma boa indicação”, acrescentou. Para ser considerada segura, uma molécula candidata a se tornar um medicamento não pode ter interferência com proteínas humanas.

Além da falta de interesse da indústria farmacêutica, outra barreira para a erradicação da malária é que o parasita tem adquirido resistência aos medicamentos existentes. “Dado o número de casos no Brasil e em outras partes do mundo, acho que é interessante sim a gente trabalhar com uma droga nova, também porque as drogas atuais não estão mais funcionando muito bem, os organismos [dos parasitas] estão se tornando mais resistentes a essas drogas e, por isso, fica mais difícil tratar as pessoas que forem infectadas”.

O grupo de pesquisadores que realizou os testes integra a rede do Structural Genomics Consortium (SGC) – consórcio internacional de universidades, governos e indústrias farmacêuticas para acelerar o desenvolvimento de novos medicamentos.

 

Agência Brasil