A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe entra em nova etapa segunda-feira (22) em todo o país. A primeira fase, que teve início em 10 de abril, vacinou crianças, gestantes e puérperas. A partir da próxima segunda-feira (29), o Ministério da Saúde abrirá ao restante do público-alvo.
A partir desta segunda, também podem receber a vacina trabalhadores da saúde, povos indígenas, idosos, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.
De acordo com o ministério, 41,8 mil postos de vacinação estão à disposição da população. Além disso, 196,5 mil profissionais estão envolvidos, com a utilização de 21,5 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.
A influenza é uma doença sazonal, mais comum no inverno, que causa epidemias anuais, sendo que há anos com maior ou menor intensidade de circulação desse tipo de vírus e, consequentemente, maior ou menor número de casos e mortes.
No Brasil, devido a diferenças climáticas e geográficas, podem ocorrer diferentes intensidades de sazonalidade da influenza e em diferentes períodos nas unidades federadas. No caso específico do Amazonas, a circulação, de acordo com o ministério, segue o período sazonal da doença potencializado pelas chuvas e enchentes e consequente aglomeração de pessoas.
Até o fim de março, antes do lançamento da campanha, foram registrados 255 casos de influenza em todo o país, com 55 mortes. Até o momento, o subtipo predominante no país é influenza A H1N1, com 162 casos e 41 óbitos. O Amazonas foi o estado com mais casos registrados: 118 casos e 33 mortes. Por isso, a campanha foi antecipada no estado.
Agência Brasil
Foto: Erasmo Salomao/Divulgação Ministério da Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da gerência de Vigilância em Saúde, solicita o empenho dos municípios para finalizar a campanha antirrábica 2018, com prazo final até este mês de abril de 2019. Segundo dados do sistema até o momento o Piauí tem 76 municípios sem nenhum dado inserido no Sisraiva, 83 atingiram 80% ou mais da cobertura vacinal e 65 menos de 80%.
“Pedimos aos municípios que fizeram ou ainda estão concluindo a campanha, que coloquem esses dados no sistema para acompanhamento e avaliação das metas a serem cumpridas. A raiva tem ocorrido dentro do estado, principalmente em saguis e morcegos, por isso precisamos imunizar os cães e gatos”, explica Francisco de Assis Barros, coordenador de vigilância ambiental.
O coordenador explica que é um risco para saúde humana, já que esses animais, cães e gatos, podem ter contato com esses animais silvestres e trazer essa doença para o meio urbano.
Lista dos municípios que não realizam a campanha antirrábica 2018 ou não inseriram os dados no sistema.
Bom Princípio, Buriti dos Lopes, Caxingó, Cocal, Luis Correia, Parnaíba, Cabeceiras, Esperantina, Joaquim Pires, Joca Marques, Madeiro, Matias Olimpio, Morro do Chapéu, Nossa Senhora dos Remédios, Lagoa de São Francisco, Beneditinos, Curralinhos, Demerval Lobão, Miguel Alves, Nazária, União, Buriti dos Montes, Campo Maior, Castelo do Piauí, Cocal de Telha, Jatobá, Novo Santo Antônio, Amarante, Angical, Arraial, Hugo Napoleão, Jardim do Mulato, Miguel Leão, Santo Antônio dos Milagres, Elesbão Veloso, Lagoa do Sítio, Novo Oriente, Santo Inácio, São José do Peixe, São Miguel do Fidalgo, Aroeiras do Itaim, Picos, Santa Cruz, São João da Canabrava, São José do Piauí, São Luis, Sussupara, Elizeu Martins, Flores, Floriano, Guadalupe, Nazaré, Brejo, Canto do Buriti, Capitão Gervásio Oliveira, Paes Landim, Pajeú, Pedro Laurentino, Caracol, Dirceu Arcoverde, Jurema, São Lourenço, Currais, Cristalândia, Curimatá, Gilbués, Júlio Borges, Morro Cabeça do Tempo, Riacho Frio, Bertolínia, Fronteiras, Marcolândia, São Julião, Acauã, Betânia e Curral Novo.
Uma pesquisa sobre dermatite atópica de moderada a grave, divulgada nesta terça-feira (16), confirmou um dos maiores impactos a doença: a discriminação.
Realizado pelo Instituto Ipsos a pedido da Sanofi, empresa farmacêutica, em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o levantamento revelou que 35% dos pacientes já sofreram algum tipo de preconceito, sendo quase metade (49%) no transporte coletivo, 44% no ambiente de trabalho e 34% na escola ou faculdade.
A dermatite atópica é uma doença não contagiosa. Ela se manifesta por meio de lesões avermelhadas na pele que provocam muita coceira, e pode atingir outros órgãos, como esôfago e pulmões. A dermatite atópica é uma doença não contagiosa. Ela se manifesta por meio de lesões avermelhadas na pele que provocam muita coceira, e pode atingir outros órgãos, como esôfago e pulmões. Trata-se de uma doença hereditária e autominune, na qual um desequilíbrio no sistema imunológico gera uma resposta inflamatória exagerada. O contato com um agente alérgico, como mofo, pólen, ácaro ou alimento, inicia esse processo inflamatório na pele.
“Muitas pessoas tentam esconder as lesões provocadas pela dermatite atópica, têm medo de serem rejeitadas ou isoladas socialmente, sentem-se culpadas por se coçarem com frequência e relatam problemas com a vida sexual ou afetiva”, afirma a dermatologista Ana Mósca, coordenadora da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
Foram analisados 199 pacientes com dermatite atópica moderada a grave entre julho e agosto do ano passado em 11 cidades brasileiras: Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia.
Na pesquisa, 12% dos pacientes afirmaram "já ter perdido a vontade de viver em decorrência da doença", o que corresponde a 1 em cada 10 entrevistados. Ainda 12% revelou recorrer ao cigarro (56%) e à bebida alcoólica (25%) como "fuga da doença".
Diagnóstico correto é dificuldade
O levantamento ainda mostrou outra dificuldade enfrentada pelos portadores da dermatite atópica que é obter o diagnóstico correto. Os pacientes revelaram que chegam a passar por três diferentes especialidades médicas até receberem o diagnóstico e que o processo pode levar até um ano.
Cerca de 33% dos pacientes afirmaram ter recebido diagnósticos prévios equivocados, sendo 48% para alergia e 15% para psoríase. A pesquisa também evidencia como os sintomas interferem no dia a dia das pessoas com a doença. Elas faltam ao trabalho cerca de 21 dias por ano, o que corresponde a um mês de trabalho.
O problema impacta os pacientes por 90 dias por ano, em média. Além disso, todos relataram que tiveram ao menos uma crise nos últimos 5 anos e 24% que têm crises mensais, sendo a coceira o sintoma que mais incomoda.
"Imagine não poder dormir com tranquilidade, ter dificuldade para escolher uma roupa que fique confortável, ser julgado por conta das lesões na pele e, em muitos casos, ter que se ausentar do trabalho ou dos estudos. Essa é uma realidade constante para o paciente com dermatite atópica moderada a grave”, afirma a reumatologista Suely Goldflus, líder médica de área terapêutica da Sanofi.
Doença pode causar infecção
Cerca de 6% dos pacientes já tiveram que ser internados por causa da doença. o período de internação é de 9 dias, e média e, em 33% dos casos, o motivo é infecção.
Em relação ao tratamento, 64% disseram usar hidratantes de forma contínua, sendo 85% dos casos prescritos por médicos. De acordo com a dermatologista, a hidratação é fundamental. "Mesmo que faça uso de outras medicações, a hidratação é indicada para manter a barreira protetora da pele íntegra”, explica.
Ainda sobre tratamento, 1 em cada 7 pacientes usaram corticoides por cerca de um ano ou mais e 52% não costumam acompanhar a dermatite atópica com um especialista.
Um terço dos brasileiros acredita que o câncer é causado por traumas psicológicos, apesar dos avanços em relação ao conhecimento doença. O dado faz parte de uma pesquisa do Instituto Oncoguia realizada pelo Ibope e apresentada durante o 9º Fórum Nacional Oncoguia, realizado nos dias 16 e 17 de abril, em Brasília.
"Não existem dados científicos que demostrem que aspectos emocionais causem câncer. Muitos pacientes chegam ao consultório e perguntam: será que meu câncer está relacionado com a separação que sofri no ano passado com a demissão, porque todo mundo sempre tem algum fator estressante nos últimos seis meses para lembrar. Mas outros milhões de pessoas também tiveram fatores estressantes e não desenvolveram a doença. Portanto, não é o estresse que causa o câncer", explica o oncologista Rafael Kaliks, diretor-científico voluntário do Oncoguia.
"O que causa o câncer são alterações genéticas nas células que podem ocorrer por causa de cigarro, por exemplo, e outras causas, ou ao acaso", completa.
O levantamento mostra que, apesar de 100% dos entrevistados saberem o que é o câncer, há um desconhecimento sobre suas causas. A maioria tem consciência da associação do câncer com o cigarro - apenas 8% não sabia disso -, mas a maioria (70%) não conhece a relação do câncer com a obesidade.
"A maioria das pessoas não conhece a correlação entre câncer e obesidade, mas é importante que saibam que a alimentação adequada pode levar à doença", diz Kaliks.
A pesquisa mostra que os brasileiros têm uma percepção negativa sobre o câncer. Para um terço, o câncer ainda é “uma sentença de morte”, e receber a notícia de que se tem a doença “significa sofrer e ter muita dor”.
"Existe uma parcela da população que acredita que o tratamento contra os tumores avançou pouco nas últimas décadas. Precisamos mudar esses conceitos, essa forma de olhar para o câncer somente atrapalha a prevenção e o apoio a quem esta enfrentando a doença”, afirma explica Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.
Maioria tem parente com a doença
A maioria dos brasileiros (81%) já teve contato com o câncer e possui um parente com a doença (60%). “O câncer é prevalente entre os brasileiros, mas ainda não é uma prioridade para o país”, afirma Luciana.
"Tornar o câncer uma prioridade no Brasil vai além de oferecer o melhor tratamento. Inclui também a oferta de um cuidado integrativo e humano, que olha para o paciente em sua totalidade, o que implica oferecer cuidados psicológicos, nutricionais, esportivos, enfim, multidisciplinares”, completa.
Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que a qualidade de vida é o aspecto mais afetado pelo câncer, que abrange impactos físicos e emocionais.
Os pontos mais impactantes para o paciente, na opinião dos familiares, foram a questões emocionais (51%) e físicas (19%).
Câncer também afeta vida financeira
Um terço ainda ressaltou que a vida financeira do paciente é afetada pela doença. “Como um paciente vai conseguir enfrentar e superar o câncer se estiver deprimido e sem dinheiro? Sim, temos que olhar pra isso com urgência”, diz Luciana.
Mais da metade dos entrevistados acreditam que não é possível diagnosticar rapidamente um tumor devido à falta de acesso a exames (55%), da dificuldade de marcar consulta (52%), por não encontrar um médico para examinar sintomas (42%) ou por não conseguir fazer uma biópsia rapidamente (30%).
"Em relação ao tratamento, 73% não acham possível iniciá-lo em até 60 dias no país, apesar de hoje existir uma lei que determina que a terapia deveria começar até dois meses após o diagnóstico", afirma.
Para os entrevistados, a demora no tratamento está relacionada a filas de espera (78%), falta de vagas para cirurgia (46%), falta de vagas para quimioterapia e radioterapia (25%), acesso a especialistas (24%) e acesso a medicamentos (17%).