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saude1652013Após pedirem mais recursos ao Governo Federal para enfrentar a seca, os secretários de Saúde do Nordeste se encontraram nesta quinta-feira, 16, em Recife, para abordar outro problema: a judicialização da saúde. O evento, realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Secretaria da Saúde de Pernambuco, reuniu ainda promotores de justiça de vários estados.

 

Os gestores deram exemplos dos efeitos da judicialização em seus estados. O Piauí, apesar de ser o que menos arca no Nordeste com despesas desse tipo, só no primeiro trimestre, já gastou pelo Tesouro Estadual, R$ 3,7 milhões. Foram 169 demandas judiciais de janeiro a março. Até o fim de 2013, a previsão é que a Sesapi desembolse R$ 16 milhões. Isso acontece quando os entes governamentais são obrigados a fornecer medicamentos que não estão na tabela do Ministério da Saúde ou a executar procedimentos médicos.

 

De acordo com o secretário Ernani Maia, os gastos do Piauí só não são semelhantes a outros da região, como os da Paraíba, por exemplo, que desembolsa em média R$ 39 milhões por ano, devido a uma reestruturação da Assistência Farmacêutica do estado e da criação do Núcleo de Apoio Técnico ao Magistrado (Natam).

 

“A criação do Núcleo criou um diálogo entre as instituições que, de uma certa forma, inibiu mais os efeitos da judicialização. Mesmo assim é uma conta muito alta que se paga. Todo esse recurso poderia ser investido em outras áreas. Claro, que não podemos deixar de atender a população, por isso essa reunião com todos os gestores do Nordeste para tentar resolver ou amenizar o problema”, afirma o secretário, que sugeriu aos colegas que criem em seus estados núcleos semelhantes.

 

O Natam engloba instituições como o Tribunal de Justiça, Fundação Municipal de Saúde (FMS), Conselhos Regionais de Medicina, Odontologia, Farmácia e Nutrição, além dos Institutos de Assistência e Previdência do Estado do Piauí (Iapep) e do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Teresina (IPMT), que, juntos, devem fornecer subsídios técnicos aos magistrados, nas ações que tenham por objeto compelir o Estado do Piauí ou município de Teresina ao fornecimento de medicamentos, próteses, insumos para a saúde, exames, diagnósticos, tratamentos médicos e insumos nutricionais.

 

Ao final da reunião foi elaborada a “Carta de Recife”, que sugere, entre vários pontos, a proposta de formação de consórcio público de saúde entre os estados nordestinos para enfrentar o problema. O documento será entregue ao Ministério da Saúde e a presidência do Conass.

 

Essa foi a terceira vez em menos de dois meses que os secretários se reuniram. O tema foi aprofundado em evento na área de assistência farmacêutica das secretarias estaduais de Saúde, no fim de abril, em João Pessoa. O assunto começou a ser discutido em Fortaleza, durante a primeira reunião dos secretários em que foi aprovada a Carta do Nordeste, que cobra aumento de 12% no valor dos tetos financeiros estaduais, para recomposição dos orçamentos da saúde, impactados pela redução do Produto Interno Bruto (PIB) da região, em consequência da seca. Natal será a próxima cidade a sediar o encontro.

 

Governodoestado

mauro-estrela-2-tileO piauiense Mauro Augusto Estrêla Araújo, 25 anos, foi destaque em um site nacional especializado em vida saudável com sua história de determinação. Sem cirurgia, ele afirma ter perdido mais de 75kg, passando de mais de 160kg para os 93kg atuais.

 

 

A mudança radical começou há dois anos. Estrêla conta que sempre foi uma criança gordinha, mas que fazia muita atividade física. Na pré-adolescência, ele deixou de se exercitar e passou a comer muito. Aos 12 anos, já estava com cem quilos.

 

 

Ele revela que aos 22 anos, com 1,84 metro e mais de 160 kg, decidiu que não iria engordar mais. “Foquei na alimentação e diminuí as quantidades de comida. Passei a perder peso e fiquei superestimulado. Em oito meses perdi 25 quilos, apenas mudando os hábitos alimentares”, revelou ao site Tips4life.

 

Com aproximadamente 140 quilos, começou uma nova etapa: emagrecer com atividade física. “Comecei a caminhar, entrei na natação e intensifiquei a alimentação (correta). Estudava muito sobre os alimentos e seus benefícios. Quando atingi 120 quilos, entrei na musculação para tonificar os músculos e perder mais peso ainda. Eu estava correndo, nadando, treinando, dançando. Fazia atividade funcional e os quilos foram indo embora”, descreveu.

 

Ele afirma que não houve dificuldades neste processo. “Foi um processo muito natural, onde eu foquei e busquei informações sobre os alimentos. Você sabe que um fast food lhe faz super mal e um prato de salada com carne magra lhe faz super hiper ultra bem. Qual a dificuldade em entender isso?”, descreve.

 

Entretanto, Estrêla admite que seu organismo “gritava por comida” nos fins da tarde, por isso nesse horário, fugia de casa para pedalar, correr, nadar ou fazer alguma outra atividade física.

 

Ele afirma que a inspiração foram os próprios resultados. “Eu traçava metas, tinha um objetivo a ser alcançado, tirava força dessa situação. Usava calça 62 apertada. Fui diminuindo até chegar ao 42. Esse processo demorou menos de dois anos, foram meses de muito aprendizado”, declarou.

 

Atualmente, Estrêla faz treinos de musculação, aeróbico e funcional cinco vezes por semana e pedala ou corre nos feriados e fins de semana. Outro cuidado que ele afirma ter é não cometer excessos em alimentos não saudáveis. “Hoje meu exagero é com alimentos saudáveis. Abro a geladeira e vejo um queijo branco. Aí pego um blanquet, boto um damasco, uma fatia de pão integral, o restinho da salada de grãos do almoço.... exagero com alimentos saudáveis. Tenho várias receitas que não levam açúcar, trigo, gordura. Então adoro ir para a cozinha e fazer um pé na jaca saudável. Já não sinto falta de chocolates e tantas outras porcarias. Simplesmente consegui esquecer os bad foods”.

 

Os resultados dessa força de vontade são comemorados. “Posso falar? Sou outro ser! Eu me alunava diante da minha gordura. Existe o Mauro com 160kg e o Mauro com 65kg a menos. Minha rotina é completamente diferente, meu condicionamento físico é outro. Me supero a cada dia com atividades físicas e a autoestima está nas alturas!”, finaliza.

 

Cidadeverde

dietadojejum1652013Comer de três em três horas, em porções equilibradas, já nem é mais conselho de nutricionista – é quase como um senso comum. Com tanta informação disponível sobre educação alimentar, parece inacreditável que uma dieta que propõem justamente o contrário – a privação total da alimentação – esteja caindo nas graças de milhares de pessoas nos Estados Unidos e no Reino Unido.

 

Popularizada por meio do best seller The Fast Diet, do jornalista Michael Mosley, a “intermittent fasting”, também conhecida por aqui como “dieta do jejum intermitente”, a novidade vem arrepiando os cabelos dos especialistas da área.

 

Mosley propõe um plano alimentar batizado de “5:2”, que significa comer normalmente por cinco dias e, na sequência, comer apenas um-quarto da quantidade diária de calorias por dois dias consecutivos. “Funciona com 500 calorias para mulheres e 600 para os homens”, diz ele, em seu site.

 

Ele escreveu o livro baseado na própria experiência. Depois de receber um puxão de orelha do seu médico, por estar acima do peso e com os níveis de colesterol desregulados, decidiu pesquisar diversos métodos e optou pelo jejum. No seu site, ele afirma que viu a saúde melhorar e o ponteiro da balança diminuir, afirmando que perdeu mais de 9 quilos ao longo de 2012.

 

Ouvidas pelo Terra, as nutricionistas Vivian Ragasso, do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitacao e Medicina do Esporte, e Vivian Zollar, da Qualy Food, ambas de São Paulo, são enfáticas em afirmar que a dieta não traz resultados efetivos. Segundo elas, o peso vai embora, mas a restrição pode causar males à saúde e bagunçar o metabolismo. Além disso, como ninguém consegue passar a vida em jejum, a tendência é os quilos perdidos acabarem voltando. Saiba mais como isso funciona.

 

Gordura x músculo

De acordo com Ragasso, a dieta do jejum não traz benefício nenhum. “Não funciona porque você não chega a perder gordura. Você até vai ver alguns quilos a menos na balança, mas isso porque está eliminando água e massa muscular”.

 

 

Em entrevista ao jornal The Huffington Post, Mosley rebate este paradigma. Ele afirma que reduziu a sua taxa de gordura corporal de 28% para 20% e diz ainda que alguns estudos comprovam a perda de gordura a partir do método.

 

Zollar concorda que é possível sim reduzir a gordura com jejum, mas isso não sobrepõe o prejuízo causado pela perda muscular. “Não existe lógica nessa dieta porque uma hora o corpo vai tentar recuperar o que perdeu. O fato de ele ter testado a dieta não significa nada, porque é preciso saber se isso tem evidência científica e se as pesquisas feitas seguiram os mesmos critérios”.

 

Corpo em estado de alerta

Ragasso afirma que, em situações de emergência, o corpo trabalha com reservas. Basicamente, existem as células de gordura e as musculares, que são fisicamente ativas e comandam o metabolismo. “O nosso músculo é renovado diariamente, porque comemos proteínas e as gastamos. Se você perde músculo e água, o seu metabolismo fica lento”, explica.

 

Nessa escassez de recursos, a gordura é a última reserva que o corpo vai buscar. “A gordura fica armazenada de uma forma muito protegida dentro do corpo, e ela só sai quando você parar de comer gordura, não quando parar de comer. Depois de um tempo em jejum, o corpo vai entender que está passando por um estado de privação de energia, então passará a armazenar”.

 

Ela explica que é difícil mensurar quantos quilos uma pessoa pode perder com este tipo de restrição, porque tudo depende do estado de saúde e das informações nutricionais de cada pessoa, mas em média pode chegar até 5 kg semanais.

 

Principais riscos

Ambas as profissionais ressaltam como ponto negativo da dieta o incentivo a um hábito alimentar insustentável que, a longo prazo, deixa de ser mantido. “Quando o corpo não recebe alimento, ele precisa estocar, então, tenta economizar no gasto o mínimo possível de energia. Então a dieta pode ter o efeito contrário”, acrescenta Zollar.

 

Os principais problemas associados ao método são a redução do metabolismo, e, a longo prazo, até mesmo o desenvolvimento de problemas renais e das diabetes, devido à explosão da liberação de glicose na volta à alimentação após um longo período de jejum. Alteração de humor, irritabilidade, dores de cabeça e desmaios também são problemas recorrentes.​

 

Zollar não recomenda a dieta em nenhum caso, com destaque especial para crianças e adolescentes, que ainda estão em desenvolvimento, ou hipertensos, diabéticos e portadores de problemas renais.

 

Saúde é o que interessa

“Infelizmente, no Brasil a preocupação com o corpo fala mais alto do que a preocupação com a saúde”, dispara Zollar, com relação às dietas da moda que tendem a pegar por aqui. “Se você quer perder peso, é preciso procurar um profissional que acompanhe e se for o caso peça até um check-up para verificar as suas condições”, recomenda.

 

Ragasso também descarta as fórmulas mágicas e segue recomendando a mais tradicional, porém eficaz. “Comer a cada três horas, fazer pelo menos duas refeições completas, com proteína magra, carboidrato e legumes, além de um café da manhã com a porção de cálcio adequada. Inclua proteína nestes intervalos, e uma boa alternativa também são as frutas secas, castanhas, coisas que são fáceis de carregar. Beba muita água. É possível ter momentos de prazer, sem passar fome, com uma alimentação equilibrada”, pontua.

 

Terra

Desenvolvido no Brasil e nos Estados Unidos, um novo teste para diagnosticar a hanseníase, conhecida anteriormente como lepra, traz esperança na luta contra a doença no mundo todo.

 

Fabricado pelo laboratório Orangelife, no Rio de Janeiro, o teste pode detectar a doença em dez minutos e vai custar menos de US$ 1 - "menos que um sorvete", segundo o presidente do laboratório, Marco Collovati.

 

 

O Ministério da Saúde planeja usar o teste em dois Estados do Nordeste no segundo semestre, em uma fase piloto antes de adotá-lo no restante do país.

 

Segundo Collovati, a vantagem do teste, além do baixo custo, é que "ele é fácil de transportar e de armazenar e pode ser aplicado por agentes de saúde com treinamento muito básico".

 

Precisão

A hanseníase é uma doença bacteriana que hoje tem cura, mas diagnosticar a infecção precoce, antes dela avançar, é um desafio - principalmente em regiões mais pobres e remotas. A doença pode causar lesões permanentes na pele e nos olhos e deformidades nos membros. Quanto mais tempo se leva para fazer o diagnóstico, mais graves são as sequelas. Depois da Índia, o Brasil tem o segundo maior número de pacientes com hanseníase no mundo, com cerca de 30 mil novas infecções a cada ano.

 

O exame reconhece a presença de anticorpos no sangue que reagem contra proteínas existentes nas bactérias, indicando um resultado positivo ou negativo para a doença.

 

Collovati diz que a precisão é de cerca de 90% - em cerca de 10% dos casos, os pacientes não produzem anticorpos suficientes para serem detectados.

 

A doença é transmitida pela respiração, pela tosse e microgotas de saliva, mas somente quando há contato prolongado com uma pessoa infectada - por isso é comum a transmissão entre pessoas da mesma família.

 

"A hanseníase é uma doença simples de se tratar, desde que seja diagnosticada precocemente. Caso contrário, ela é tratada, mas o paciente permanece com as deformações para sempre", diz Collovati.

 

"O teste é muito importante para acabar com o estigma que cerca essa doença há três mil anos."

 

BBC Brasil