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Somente em 2019, o sarampo matou mais de 207 mil pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que realizaram uma pesquisa conjunta. O que mais assusta é que o número de mortes causadas pela doença aumentou em 50% nos últimos três anos. Dados da Iniciativa do Sarampo e Rubéola, implementada pela agência da ONU e parceiros, revela que o total de mortes aumentou pela metade ao atingir 869.770 entre 2016 e 2019. A pesquisa divulgada nesta quinta-feira (12), em Genebra, na Suíça, sugere que a alta dos casos ocorreu em todas as regiões do mundo.


"A reversão na luta contra o sarampo ocorre após 'um progresso global constante' entre 2010 e 2016", afirma a ONU, em sua página oficial. O estudo compara ainda o mínimo histórico de notificações do ano passado com o de 2016. De acordo com especialistas, a falta de vacinação de crianças com as duas doses foi o principal fator do aumento de novos casos e de mortes. O sarampo se espalha quando pessoas não imunizadas contaminam outras também sem vacina ou com a imunização incompleta.

Em 2020, embora o total de casos notificados ainda seja menor que em 2019, ocorreram interrupções na vacinação e os esforços para mitigar e minimizar os surtos foram suspensos. Somente em novembro, mais de 94 milhões de pessoas correm risco de perder vacinas devido à suspensão das campanhas contra o sarampo em 26 países. Muitos deles enfrentam surtos contínuos.

Segundo a pesquisa, em nível global, a cobertura universal da primeira dose estagnou há mais de uma década em níveis entre 84% e 85%. Já a cobertura da segunda dose tem aumentado de forma constante, mas ainda está em torno de 71%. Para controlar o sarampo e prevenir surtos e mortes, as taxas de cobertura de vacinação com as duas doses devem chegar a 95% e ser mantidas em níveis nacional e subnacional.

SARAMPO X BRASIL

O documento menciona o Brasil como um dos oito exemplos positivos de nações que, mesmo durante a pandemia de covid, retomou as campanhas planejadas de imunização. Juntamente com o Brasil estão: República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Etiópia, Nepal, Nigéria, Filipinas e Somália.

No entanto, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em outubro deste ano, mesmo com uma nova campanha, nenhuma das metas de vacinação havia sido atingida. O objetivo era imunizar 11,2 milhões de crianças e 90 milhões de adultos. Até 29 de outubro, só 44% das crianças de 1 a 5 anos foram imunizadas contra a poliomielite. Entre a população de 20 a 49 anos, a cobertura não passou de 13% para a vacina contra o sarampo.

Este mês, a OMS e o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, emitiram um apelo de emergência para prevenir e responder a surtos de sarampo e pólio, recomendando que os países afetados e em risco garantam que as vacinas estejam disponíveis e administradas com segurança. No Brasil, os estados que não atingiram a meta poderão continuar oferecendo a vacina contra a poliomielite durante todo o ano. Para saber se a doses continuarão disponíveis, os pais devem consultar os postos de saúde da cidade.
PALAVRA DE ESPECIALISTA

"Isso era esperado. Com a queda global de coberturas vacinais em todo o mundo, a primeira doença a dar as caras é o sarampo. Além de não estar eliminado, isto é, tem casos em vários países, o sarampo é uma doença de alta transmissibilidade. Um caso é capaz de gerar outros dezesseis entre os não imunizados. Por isso, é tão importante termos altas coberturas vacinais, pois a taxa de reprodutividade é muita alta com o sarampo, então isso dificulta muito o controle da doença", explica o infectologista Renato Kfouri.

"Sarampo é uma grande preocupação, pois a maioria dos óbitos acontece em países pobres, associado a problemas como desnutrição. Portanto, é inadmissível e lamentável hoje termos tantas mortes por sarampo tendo uma vacina barata, segura e gratuita. As pessoas estão fungindo das unidades de saúde com medo da covid, no entanto, um novo estudo mostrou que o risco de não estar vacinado, pegar doenças como sarampo e ir a óbito é 84 vezes maior do que morrer de covid. Então, é um grande equívoco deixar de vacinar por causa da pandemia, especialmente as crianças", completou e especialista.

SOBRE O SARAMPO

O sarampo é uma doença viral que só pode ser evitada por meio da vacina. Ele havia sido considerado erradicado do Brasil em 2016. Porém, menos de dois anos depois, foram notificados surtos da doença nos estados de Roraima e Amazonas. A transmissão do vírus se dá por meio de tosse, espirros, fala ou respiração. Manchas avermelhadas na pele, tosse, coriza e dor no corpo costumam ser alguns dos sintomas.

 

revistacrescer

 

No dia em que se celebra o Dia Mundial de Combate à Pneumonia, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) alerta para a importância da prevenção da doença, que segue sendo a principal causa de morte em crianças de até 5 anos de idade.

Segundo a entidade, embora a taxa de mortalidade da pneumonia tenha tido uma redução de 25,5% entre 1990 e 2015, a quantidade de internações e o alto custo do tratamento ainda são desafios para a saúde pública e a sociedade como um todo.

“Entre janeiro e agosto deste ano, 417.924 pacientes foram hospitalizados por causa de pneumonia no Brasil, totalizando gastos totais de mais de R$ 378 milhões com serviços hospitalares. No mesmo período do ano passado, foram 430.077 internações, de acordo com informações do Datasus”, disse a SBPT.

Dados do DataUnicef, ligado ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), também alertam para os riscos da doença que é a maior causa de morte por doença infecciosa de adultos e crianças, sendo responsável pela morte mais de 802 mil crianças com até cinco anos, em 2018, em todo o mundo. A entidade chama atenção para o fato de que, no mundo, a cada 39 segundos morre uma criança vítima de pneumonia.

A doença

A pneumonia é uma doença inflamatória aguda que acomete os pulmões e pode ser provocada por bactérias, vírus, fungos ou pela inalação de produtos tóxicos. O Streptococcus pneumoniae é o agente causador em 60% dos casos. As principais manifestações clínicas da doença são tosse com produção de expectoração; dor torácica, que piora com os movimentos respiratórios; mal-estar geral; falta de ar e febre.

Além disso, quadros de resfriado comum e gripe podem se agravar e contribuir para o desenvolvimento da pneumonia causada por bactérias.

A integrante da Comissão Científica de Infecções Respiratórias da SBPT pneumologista Rosemeire Maurici da Silva lembra que a qualquer sinal desses sintomas a pessoa deve procurar um médico.

“Devemos ficar atentos para os sinais e sintomas e procurar auxílio médico precocemente, principalmente no caso de pacientes que apresentam maior risco de complicações e de morte, como crianças e idosos, além de portadores de outras doenças crônicas ou situações em que ocorre deficiência do sistema imunológico”, disse Rosemeire.

Recomendações

As principais recomendações da SBPT para prevenir a pneumonia são lavar as mãos com frequência; não fumar; não usar bebidas alcoólicas; evitar aglomerações e se vacinar. No Brasil, a vacinação contra a doença é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita.

Algumas das populações prioritárias para a vacinação são os adultos com idade igual ou superior a 60 anos, portadores de doenças crônicas, indivíduos em situação de imunossupressão, gestantes, residentes em lares de idosos, profissionais da saúde, cuidadores de crianças, indígenas, população carcerária, tabagistas e portadores de asma.

Além da pneumonia, o SUS garante o acesso gratuito a 19 vacinas, que protegem contra mais de 40 doenças, entre elas doenças infecciosas como a poliomielite, meningite, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola, hepatites virais, gripe, tuberculose, febre amarela, entre outras.

Covid-19

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) também é um fator a mais de preocupação. O Ministério da Saúde (MS) ressalta a necessidade de se trabalhar para aumentar o acesso ao oxigênio medicinal.

“O oxigênio sempre foi um remédio essencial e a covid-19 está mostrando ao mundo o quanto ele é importante”, disse o ministério.

De acordo com o Ministério da Saúde, em todo o mundo a covid-19 pode provocar um aumento das mortes por pneumonia por "todas as causas" em mais de 75%.

“Estima-se que as interrupções do atendimento nos serviços de saúde, por conta da pandemia, possam causar até 2,3 milhões mortes infantis adicionais - 35% delas por pneumonia e sepse neonatal”, alerta o ministério.

Agência Brasil

bebeUm bebê nasceu com anticorpos para a covid-19 na Espanha no final de outubro. A mãe teve o diagnóstico positivo para o coronavírus ao dar entrada no hospital e fazer o exame RT-PCR. O mesmo aconteceu com o recém-nascido. Mas, 48 horas depois, o exame foi repetido e deu negativo. Já o teste sorológico, que detecta anticorpos, deu positivo. A possibilidade mais cogitada é que as moléculas de defesa detectadas foram transmitidas da mãe para a criança.

"A gente sabe que todas as crianças recebem passivamente os anticorpos da mãe. Acredito que não foi anticorpo propriamente produzido pelo bebê", afirma a infectopediatra Andrea Mansinho, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.


Por sua vez, o pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, levanta a hipótese de que o bebê tenha sido infectado pelo coronavírus dentro do útero e desenvolvido anticorpos contra o invasor.

Andrea não descarta essa alternativa, mas destaca que as moléculas produzidas pelo recém-nascido dificilmente são identificadas em exames. "Com certeza tem mais anticorpos da mãe do que do bebê, ele tem mais dificuldade de produzir anticorpos em um nível detectável, porque seu sistema de defesa ainda é muito frágil", pondera.


A médica explica que tanto os anticorpos quanto a infecção pelo coronavírus podem ter sido transmitidos pela placenta, orgão que tem como função nutrir o feto. "Tudo que circula no sangue [da grávida] vai chegar na placenta, que tem um fluxo sanguíneo muito alto, e ser recebido pelo bebê, por meio do cordão umbilical", detalha.

Ela acrescenta que a amamentação também é uma via para a passagem de anticorpos. "Depois que nasce, ele pode ganhar mais anticorpos pelo leite materno, e isso é muito benéfico. Nos primeiros 6 meses, a criança tem uma grande quantidade de anticorpos vindos da mãe, que parmanecem por até um ano no organismo", esclarece.

Por outro lado, tanto Andrea como Ejzenbaum enfatizam que não existem evidências científicas sobre a transmissão do coronavírus pelo leite materno. "Então, a recomendação é que a mãe, mesmo estando infectada, amamente, mas use máscara e higienize as mãos antes de pegar o bebê", conclui a infectopediatra da BP.

 

R7

Foto: Pixabay

Enquanto se prepara para produzir a vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trabalha em projetos próprios de imunizantes que podem chegar a testes em humanos em 2021. Caso esses experimentos tenham resultados positivos ao longo do ano que vem, a expectativa é que uma dessas vacinas esteja disponível em 2022.

As duas iniciativas em desenvolvimento são do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e usam plataformas tecnológicas pioneiras. Segundo o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Sotiris Missailidis, ambas estão em testes pré-clínicos, em laboratório, e devem passar por uma nova etapa de testes em animais conhecida como "estudo de desafio".

As vacinas já foram aprovadas na fase de imunogenicidade e toxicidade em animais, o que significa que produziram resposta imune sem prejudicar a saúde das cobaias. No próximo passo, os pesquisadores vão conferir como cobaias vacinadas responderão à exposição ao SARS-CoV-2. Por envolver o vírus em condições de causar infecção, o teste aguardava disponibilidade de laboratório um biossegurança elevada (NB3) e está programado para ocorrer ainda neste mês.

"Essas duas abordagens que a gente está utilizando não competem com as linhas de produção que vamos usar para a AstraZeneca. Então, potencialmente, poderíamos oferecer as duas ao mesmo tempo, o que oferece uma soberania nacional", avalia Missailidis. Ele explica que Bio-Manguinhos vai escolher qual das duas propostas de vacina é mais promissora para seguir para os testes clínicos no ano que vem.

O vice-diretor de Bio-Manguinhos destaca que é importante prosseguir com a pesquisa, independentemente do sucesso dos testes da vacina AstraZeneca/Oxford, cuja oferta total em 2021 deve chegar a 210 milhões de doses, em um esquema de vacinação que, a princípio, prevê duas doses por pessoa. Todas essas projeções ainda dependem da confirmação da segurança e da eficácia da vacina, com os resultados dos testes clínicos de Fase 3 e o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

"Entendo que temos garantido um quantitativo significativo [de doses], mas ainda não se sabe a eficácia das vacinas que estão na frente. Ainda não se sabe se uma vacinação vai ser suficiente ou se vamos ter que nos vacinar todo ano, como acontece com a vacina do Influenza. Ter uma vacina própria, com que você pode garantir o mercado nacional, com a mesma eficácia de vacinas de grande farmacêuticas, é muito importante para as instituições públicas, para a saúde e para a ciência brasileira", afirma o pesquisador. Segundo Missailidis, o Brasil poderia, então, exportar uma vacina própria para ajudar no combate à pandemia internacionalmente.

Novas tecnologias

Uma das propostas de vacina em desenvolvimento aproveitou a produção de proteínas S e N do SARS-CoV-2 que Bio-Manguinhos já conduzia para a produção de testes diagnósticos de covid-19. Classificada como vacina de subunidade, a tecnologia usada prevê a injeção dessas proteínas no corpo humano, para que suas defesas as reconheçam e se preparem para quando o coronavírus de fato inicie uma invasão. A proteína S é a que forma a coroa de espinhos que dão nome ao coronavírus, e a proteína N compõe o núcleo do vírus.

A segunda proposta desenvolvida na Fiocruz é uma vacina sintética, que utiliza peptídeos das proteínas S e N produzidos em laboratório por sínteses químicas e acoplados a nanopartículas. Esses peptídeos foram identificados por meio de modelo computacional e ativam tanto a produção de anticorpos quanto a imunidade celular, em que o organismo elimina as células infectadas e impede o desenvolvimento dos sintomas. 

Uma dessas propostas deve chegar a testes clínicos de Fase 1, em humanos, já no início de 2021, e a agilidade de tais testes, especialmente na Fase 3, vai depender também de fatores externos, como a circulação do vírus. Caso o número de novas infecções caia, o tempo da pesquisa pode precisar se estender, já que os testes de Fase 3 dependem de que os milhares de voluntários se exponham ao vírus no seu dia a dia para testar a eficácia da vacina.

Além das vacinas inteiramente desenvolvidas em Bio-Manguinhos, há ainda dois projetos já em curso com parcerias de outros institutos de pesquisa: uma vacina sintética com a Universidade Oxford e uma vacina proteica recombinante com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) da Fiocruz.

Modernização

As dezenas de vacinas de covid-19 que já alcançaram os testes clínicos devem chegar ao mercado com plataformas tecnológicas inéditas, como as vacinas sintéticas, as de vetor viral e as de RNA.

No caso dos trabalhos em Bio-Manguinhos, Missailidis destaca que as pesquisas em curso podem levar à modernização de outros imunizantes disponíveis no país, como vacinas que usam tecnologias de vírus vivo atenuado e, por isso, têm maiores restrições de público. "Essas plataformas são tecnologias novas. Havia um investimento mundial nessas novas tecnologias antes da pandemia, exatamente para preparar a humanidade para dar uma resposta mais rápida do que era a forma tradicional. Depois da consolidação dessas tecnologias, é claro que isso vai mudar um pouco a nossa visão de vacinologia, dependendo do custo dessas vacinas e da segurança."

 

Agência Brasil