As primeiras doses da CoronaVac, vacina produzida no laboratório chinês Sinovac, chegaram ao Brasil na manhã desta quinta-feira (19), no Aeroporto de Guarulhos.
O avião, da empresa Turkish Airlines, transportou 120 mil doses da vacina trazidas para o país.
O carregamento veio diretamente da China, armazenado a uma temperatura de 8 graus negativos. Após inspeção da vigilância sanitária, será levado ao Instituto Butantan, segundo informações da Record TV.
Imunizante contra a covid-19 parceria entre o governo do estado de São Paulo e o laboratório chinês Sinovac, a vacina ainda não poderá ser usada, já que ainda não tem a permissão da Anvisa.
Interrupção e retomada na produção No último dia 9 de novembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu os estudos com a Coronavac, devido a uma ocorrência de "evento adverso grave" ocorrido em 29 de outubro.
Dois dias depois, após reunião entre técnicos da agência em Brasília, a Anvisa decidiu liberar a retomada dos testes com a vacina. O motivo da interrupção havia sido a morte de um dos voluntários a tomarem a vacina. Entretanto, posteriormente foi noticiada a informação de que a morte do homem se deu por suicídio.
A Anvisa, numa entrevista coletiva, afirmou que não havia recebido todas as informações do Instituto Butantan e não tinha conhecimento de que o possível problema com a vacina seria um suicídio, informação que não foi divulgada inicialmente a pedido da família do voluntário.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na terça-feira (17), medidas que devem acelerar o registro de vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
Uma norma publicada nesta quarta (18) no Diário Oficial da União autoriza que empresas interessadas em registrar uma vacina enviem dados técnicos sobre os testes de forma contínua. Com a medida, as empresas não vão precisar ter todos os documentos reunidos para apresentá-los de uma vez só à Anvisa, como normalmente ocorre.
A proposta que previa essa possibilidade já havia sido divulgada pela agência no dia 29 de setembro. Dois dias depois, em 1º de outubro, a Anvisa anunciou que começaria a análise dos testes da vacina de Oxford, desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, sob o processo de submissão contínua.
Os diretores da agência também dispensaram, com a adoção da medida, a análise de impacto regulatório e a consulta pública, "devido ao grau de urgência e gravidade" da pandemia.
As medidas só valem para vacinas contra a Covid-19 e não se aplicam a nenhum outro medicamento ou vacina. Os imunizantes também precisam estar em fase 3 de ensaios clínicos – como os quatro que estão sendo testados no Brasil: a de Oxford, a da Pfizer, a da Sinovac e a da Johnson.
Outro pré-requisito para enviar os dados de forma contínua é que a empresa interessada tenha um Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) protocolado na Anvisa. O dossiê é um conjunto de documentos que dão informações detalhadas sobre a vacina e sobre os estudos clínicos de fases 1, 2, e 3.
Como funciona a 'submissão contínua': Normalmente, para o registro de um medicamento ou vacina, as agências exigem todos os estudos e informações sobre a segurança, eficácia e conteúdo de uma vez só. Como o mundo passa por uma pandemia, a submissão contínua permite que os técnicos da Anvisa comecem a analisar o que está pronto – resultados de estudos iniciais e outros dados, como os referentes ao prazo de validade e às condições de armazenamento adequadas, por exemplo.
Os documentos são, então, enviados ao longo do tempo à agência. Todos os dados deverão ser analisados, com a diferença de que o processo começa antes e em etapas.
Chegada de doses Na terça-feira (17), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista à "Rádio Jornal", de Pernambuco, que as primeiras doses da vacina do laboratório chinês Sinovac, a "CoronaVac", chegariam no Brasil na quinta-feira (19). Na semana passada, Doria havia dito que as doses chegariam na sexta (20).
A Anvisa chegou a suspender, também na semana passada, os testes da CoronaVac, depois da morte de um voluntário. Dois dias depois, entretanto, autorizou a retomada dos ensaios. (Entenda a suspensão).
Os anúncios sobre a regulamentação das vacinas e a entrega das doses vêm em um momento em que o Brasil tem alta na média móvel de mortes por Covid-19. Os casos e as mortes pela doença tiveram as maiores tendências de alta desde maio.
Também na terça (17), o relatório semanal divulgado pelo Imperial College de Londres apontou que a taxa de transmissão da Covid-19 no país está em 1,10, o maior índice desde agosto.
Na semana anterior, o número havia ficado em 0,68, o menor desde o início da pandemia. O período, entretanto, foi o mesmo em que houve um apagão de dados no Ministério da Saúde, que afetou a divulgação de dados sobre casos e mortes por Covid-19.
Nos testes de uma vacina – normalmente divididos em fase 1, 2, e 3 – os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que inclui os diagnósticos de enfisema pulmonar e bronquite crônica, como o próprio nome diz, obstrui as vias aéreas, o que dificulta a respiração. O hábito de fumar é a principal razão para o problema, que a partir desse ano será a terceira causa de morte em todo o mundo, de acordo com estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo o pneumologista Flávio Arbex, doutor em pneumologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e professor dessa disciplina na Uniara (Universidade de Araraquara), 90% dos casos de DPOC no Brasil são causados pelo tabagismo. Mas também existem fatores ambientais e genéticos envolvidos.
Ele afirma que pessoas acima dos 40 anos são as mais atingidas pela doença. "É muito comum a pessoa que fuma ter aquele pigarro típico e pensar que não é nada, mas pode ser um sinal de DPOC", destaca.
Os sintomas ainda incluem falta de ar ao fazer esforços, tosse com secreções - que piora pela manhã - , chiado no peito e as chamadas exacerbações, quando esses sinais se apresentam de maneira mais forte.
"Com a evolução da doença, a pessoa vai se limitando cada vez mais e deixando de fazer as coisas por conta da falta de ar. Até chegar ao ponto em que ela nem sai mais de casa", observa o especialista.
Arbex chama atenção para o fato de que muitos indivíduos têm a doença, mas não sabem, como mostrou o Projeto Latino-Americano de Investigação em Obstrução Pulmonar (PLATINO). O estudo envolveu 1000 habitantes da cidade de São Paulo: 15% tinham DPOC e, dentre eles, 87% não sabiam.
O costume de subestimar possíveis sintomas e a não realização da espirometria, exame que serve para identificar a doença são as razões apontadas pelo pneumologista para essa situação.
"O subdiagnóstico é um problema. Ele [exame] é menos pedido do que deveria", analisa. "Hoje mesmo eu fiz o diagnóstico em um paciente de 77 anos que cansa para tomar banho. Ele nunca tinha feito uma espirometria", exemplifica.
A análise permite medir a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira. "Eu peço para a pessoa encher o peito de ar e expirar. Se a pessoa tem dificuldade de colocar o ar para fora, ela possui uma doença pulmonar obstrutiva", descreve.
Sobre a projeção feita pela OMS de que a DPOC se tornará a terceira causa de morte a partir deste ano, Arbex explica que isso deve acontecer porque o surgimento dos sintomas é demorado e as consequências da doença são vivenciadas a longo prazo.
"Essa é uma doença prolongada. Você pode conviver com ela por 10, 20, 30 anos. Estamos pegando as sequelas de quem começou a fumar lá atrás, como foi o caso de muitas mulheres na década de 80", esclarece.
O tratamento é feito com medicamentos que melhoram a falta de ar, reabilitação pulmonar e oxigenioterapia a depender da gravidade da doença. "Mas o principal é parar de fumar", enfatiza Arbex. Ele acrescenta que pacientes com DPOC devem manter em dia as vacinas contra o vírus influenza e a bactéria conhecida como pneumococo, pois pneumonia e gripe contribuem para a piora do quadro clínico.
O mundo chegou a 54.771.888 casos de covid-19 nesta terça-feira (17), após a confirmação de 456.751 contágios nas últimas 24 horas, segundo os dados repassados pelas autoridades de diversos países à Organização Mundial da Saúde (OMS).
A atualização dos dados indica que 6.871 novas mortes foram registradas, o que eleva para 1.324.249 o total de óbitos causados pela doença provocada pelo novo coronavírus.
Por regiões, a América é a mais afetada e acumula 23.371.968 casos, quase a metade (10.933.918) correspondente aos Estados Unidos. O Brasil, segundo colocado na região e terceiro no mundo, tem 5.863.093 casos confirmados pela organização.
Os EUA reportaram mais de um milhão de casos de covid-19 na última semana. Em comparação semanal, a Índia foi o segundo país com mais novos casos, 282 mil, chegando a 8.874.290.
Por aumento semanal de casos, a Itália foi o terceiro lugar, com 245 mil, enquanto o Brasil ficou na quarta posição, com quase 199 mil novos contágios.