O Piauí chegou a 93 óbitos pela Covid-19. Sendo mais duas mortes nesta quinta-feira (21), todos do sexo feminino, sendo uma de 37 anos de Teresina, que tinha obesidade e outra de 70 anos de Parnaíba, sem comorbidades.
No total, foram contabilizados 222 novos casos de Covid-19 em um período de 24 horas, de acordo com o Informe Epidemiológico. São 114 mulheres e 108 homens infectados pelo novo coronavírus, com idades entre 1 ano e 99 anos.
De acordo com o boletim desta quinta, a cidade de Capitão Gervásio registrou o primeiro caso da doença. Agora, são 128 municípios com casos do novo coronavírus.
O Piauí possui 3.074 casos de Covid-19 e 93 óbitos.
O estado inflamatório que a infecção pelo novo coronavírus provoca no organismo coloca pessoas com problemas cardiovasculares no grupo de risco da covid-19, o que significa que elas estão mais suscetíveis a ter complicações por causa da doença.
Mas não só isso: esse processo, por si só, também aumenta o risco de desenvolver doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, o que ajudaria a explicar por que o AVC (Acidente Vascular Cerebral) pode ser a primeira manifestação da covid-19, segundo a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede brasil AVC e vice-presidente da Organização Mundial de AVC.
Essa inflamação estimula a formação de pequenos coágulos "que podem levar ao AVC, infarto e tromboses venosas", afirma.
A especialista destaca que existem casos de pessoas saudáveis que tiveram AVC e, depois, receberam o diagnóstico de covid-19. Esse fato, inclusive, gerou uma mudança no protocolo de atendimento de hospitais de Nova York, por exemplo, onde pacientes que têm sintomas de AVC fazem testes para a covid-19.
"Por esse motivo, a gente queria mudar [o protocolo] aqui no Brasil, mas não conseguimos por vários motivos, inclusive de logística", explica a médica.
Um estudo realizado na China e publicado na revista científica JAMA Neurology, da Associação Médica Americana, trouxe, pela primeira vez, evidências de que a covid-19 provoca alterações neurológicas, dentre elas o AVC.
Cabe ressaltar, no entanto, que a pesquisa analisou um grupo restrito de 214 pacientes com diagnóstico confirmado e que estavam em hospitais de referência para a doença na cidade de Wuhan, na China, onde se originou a pandemia.
Pessoas deixam de ir ao hospital na pandemia O medo de contágio pelo novo coronavírus também gerou outro impasse: o número de pessoas que procuram atendimento médico por causa de doenças cardiovasculares diminuiu 50% no país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
PublicidadeFechar anúncio "Nós vemos pacientes chegando 2, 3 dias depois [nos hospitais] porque têm medo de sair, ir para a emergência e se contaminar", relata Sheila.
A especialista ressalta que não há motivo para ter medo de contágio pelo novo coronavírus, pois a assistência aos pacientes com problemas cardíacos e feita em alas separadas dos que são diagnosticados com covid-19.
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Essa situação é grave porque o tempo é crucial para evitar sequelas e mortes de pacientes que sofreram AVC ou infarto. "Quando entope a circulação, imediatamente aquela região [do corpo] fica sem sangue e, com o passar do tempo, toda a área irrigada por aquele vaso morre", explica a neurologista.
"Cada minuto que a circulação fica fechada, o órgão está sofrendo e morrendo, no caso do AVC isso acontece com o cérebro", completa.
O ideal é que um paciente vítima de AVC seja tratado nos primeiros 90 minutos após o início dos sintomas, de acordo com a médica. Já no caso de infarto, as consequências são mais graves depois de 3 horas.
A recomedação para quem tiver sintomas é chamar ajuda imediatamente por meio do 192, número do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O novo protocolo do Ministério da Saúde sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19, divulgado na quarta-feira (20), conta com as assinaturas de sete técnicos do órgão, entre eles o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira. O documento prevê, entre outras coisas, o uso do medicamento para pacientes com sintomas leves, bem como crianças, gestantes e mulheres que tiveram filhos recentemente.
Após questionamento da imprensa, a pasta encaminhou uma nota, nesta quinta-feira (21), afirmando que o "tema vinha sendo discutido no âmbito do Ministério da Saúde por seu corpo técnico. Para deixar clara a participação e o envolvimento de todos as secretarias, os titulares das pastas assinaram o documento ainda na quarta", diz o comunicado oficial.
Além do secretário de Vigilância em Saúde, o protocolo conta ainda com as participações de Mayra Isabel Correia Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Cleusa Rodrigues da Silveira Bernardo, secretária substituta de Atenção Especializada à Saúde; Robson Santos da Silva, secretário Especial de Saúde Indígena; Daniela de Carvalho Ribeiro, secretária substituta de Atenção Primária à Saúde; Vania Cristina Canuto Santos, secretária substituta de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde; e Antônio Elcio Franco Filho, secretário-executivo substituto.
O documento, que foi apresentado durante coletiva, ontem, no Palácio do Planalto, em Brasília, estabelece um conjunto de orientações para o "manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da covid-19". Segundo o governo federal, o objetivo da medida é ampliar o acesso dos pacientes a tratamentos nas estruturas disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O Ministério da Saúde, no entanto, alerta que ainda não há “ensaios clínicos” que comprovem o benefício “inequívoco” dos medicamentos e, por isso, fica “a critério do médico a prescrição”, diante da necessária autorização do paciente.
A diabetes é considerada um dos principais fatores de risco para a covid-19, segundo especialistas. Além disso, uma pesquisa da NHS (sistema de saúde pública do Reino Unido) identificou que pacientes que sejam diabéticos do tipo 1 tem maior chance de óbito se comparados aos do tipo 2.
Segundo o levantamento, publicado no jornal The Guardian, nesta quarta-feira (20), pacientes infectados pelo novo coronavírus que tenham diabetes tipo 1, a forma autoimune da doença, têm até 3,5 vezes mais chance de morrerem em decorrência da covid-19 do que pessoas que não tenham esse fator extra.
O tipo 2 da doença é o mais comum no mundo, afetando 9 em cada 10 diabéticos, e está ligado ao sobrepeso ou à obesidade. Segunda a pesquisa, esses paciente têm duas vezes mais chances de morrer ao serem infectados pelo novo coronavírus
De acordo com da NHS, uma em cada três mortes causadas pelo coronavírus em hospitais ingleses tem associação com a diabetes. Apesar desse dado, a idade é o maior fator de risco para pacientes com qualquer forma de diabetes.
Pessoas abaixo dos 40 anos tem um risco muito pequeno, se comparado àqueles que já passaram desta idade ou que já chegaram à terceira idade.
O professor emérito de doenças infecciosas da Faculdade de medicina de Brighton e Sussex, Jon Cohen, disse ao Guardian que infecções bacterianas são mais comuns e severas em diabéticos, mas que geralmente não se pensava que poderia se aplicar aos vírus. O médico explica também que qualquer infecção pode causar problemas com o controle de insulina, o que contribui para a mortalidade aumentada em pacientes com o tipo 1.
“Diabéticos não tem maior risco de pegar o novo coronavírus, mas tem um risco maior de ficar gravemente doentes, caso peguem", afirma o médico.