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Há muito tempo o stress é associado ao aparecimento de cabelos brancos. Reza a lenda que quando Maria Antonieta foi capturada durante a Revolução Francesa, seu cabelo ficou branco da noite para o dia. Na história mais recente, o ex-senador americano John McCain, que morreu em 2018, perdeu a cor dos cabelos após sofrer ferimentos graves como prisioneiro durante a Guerra do Vietnã. No entanto, eram apenas histórias. Não havia evidências científicas que comprovassem essa associação. Até agora.

Em um estudo publicado nesta quarta-feira (22) na revista científica Nature, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (Crid) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), descobriram que o nervo envolvido na resposta de luta ou fuga, desencadeada em momentos de stress, causa danos permanentes às células-tronco responsáveis por produzir melanina nos folículos pilosos (estrutura que produz os cabelos e pelos). Esse fenômeno causa a perda precoce de coloração dos cabelos de forma permanente.

A descoberta ressalta os efeitos causados ​​por uma resposta evolutiva protetora, relatam os pesquisadores .”O sistema nervoso simpático é responsável pela ativação da reação de ‘lutar ou fugir’ quando estamos em situações de perigo. É essa reação que aumenta o batimento cardíaco e a respiração quando tomamos um susto, por exemplo. E ela é muito importante para a nossa sobrevivência. Mas, surpreendentemente, descobrimos que ela também é responsável pelo aparecimento precoce do cabelo branco”, diz à VEJA Thiago Mattar Cunha, diz à VEJA Thiago Mattar Cunha, pesquisador do Crid, centro criado com financiamento da Fapesp, e um dos autores do estudo.

Durante um estudo sobre dor, realizado no Crid, os pesquisadores perceberam que camundongos que tinham a pelagem completamente preta ficavam com os pelos brancos após quatro semanas recebendo resiniferatoxina, uma substância que ativa um receptor expresso por fibras nervosas sensoriais e induz dor intensa. “Após alguns experimentos, descobrimos que essa reação era realmente causada pelo stress desencadeado pelo excesso de dor. Mas os mecanismos pelos quais o stress deixa os pelos brancos permaneciam desconhecidos”, conta Cunha.


Então, durante um período como professor visitante em Harvard, ele e outros colegas se juntaram à pesquisadora Ya-Chieh Hsu, que investiga processos que controlam a diferenciação de células-tronco da pele. Chegar a descoberta do porque o stress acelera o aparecimento dos fios brancos não foi tarefa simples. O stress leva à ativação de vários mecanismos e sistemas biológicos no corpo, então era necessário descobrir o sistema responsável pela associação entre o problema e a cor dos cabelos. A primeira hipótese testada avaliava o stress como causador de um ataque imunológico às células produtoras de pigmentos.

No entanto, quando os roedores foram geneticamente modificados para não terem células imunológicas, eles ainda ficaram com os cabelos brancos após momentos de stress. Logo, essa hipótese foi descartada e os pesquisadores testaram a segunda possibilidade: a ação do cortisol, o hormônio do stress. “O stress sempre eleva os níveis do hormônio cortisol no corpo, então pensamos que o cortisol poderia desempenhar um papel.”, disse Ya-Chieh. Mais uma vez, encontraram um beco sem saída. “Quando removemos a glândula adrenal dos camundongos para que eles não produzissem hormônios semelhantes ao cortisol, seus cabelos ainda ficavam grisalhos sob estresse”.

O papel das células-tronco
Após eliminar sistematicamente diferentes possibilidades, os pesquisadores chegaram ao sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de luta ou fuga do corpo. Os nervos desse sistema se ramificam nos folículos pilosos e, em momentos de stress, liberam noradrenalina. O neurotransmissor ativa excessivamente as células-tronco regeneradoras de pigmentos, responsáveis por se converterem, ao longo da nossa vida, em células que produzem a melanina que dá cor aos fios.

Essa superativação faz com que as reservas de células-tronco nos folículos se esgotem rapidamente e ele perde a capacidade de produzir melanina, deixando os fios brancos prematuramente. “O bulbo capilar tem enervações do sistema nervoso simpático. Na base desse bulbo estão várias células-tronco melanocíticas, células indiferenciadas que se auto reproduzem e dão origem às células produtoras de melanina, o principal pigmento pela cor da pele e do cabelo. Normalmente, essas células diminuem no decorrer da idade e os cabelos vão ficando brancos. O que vimos nesse estudo é que o stress acelera a diferenciação e, consequentemente, o esgotamento dessa reserva de células”, explica Cunha.
De acordo com Cunha, qualquer tipo de stress foi capaz de causar essa reação nos cabelos, mas o stress causado por uma dor forte e prolongada, por exemplo, provoca esse efeito de forma mais rápida e intensa. “Quando começamos a estudar isso, eu esperava que o stress fosse ruim para o corpo – mas o impacto prejudicial do stress que descobrimos estava além do que eu imaginava. Depois de apenas alguns dias, todas as células-tronco regeneradoras de pigmentos foram perdidas. Depois que eles se foram, você não pode mais regenerar o pigmento. O dano é permanente.”, disse Bing Zhang, líder do estudo.

Possibilidade terapêutica
Em relação a um possível tratamento para evitar o “embranquecimento” dos fios devido ao stress, os pesquisadores conseguiram descobrir uma proteína que está diretamente envolvida no processo e inibi-la pode impedir o aparecimento dos cabelos brancos. Pelo menos, quando isso é causado pelo stress.

“Procuramos genes cuja expressão fosse mais alterada após a indução do estresse, e um chamou nossa atenção: o gene que codifica uma proteína chamada CDK.”, disse Cunha. Quando os pesquisadores repetiram o procedimento de indução da dor e trataram os camundongos com um inibidor da CDK, eles descobriram que a diferenciação de células-tronco de melanócitos era impedida, assim como a perda de cor da pele.

“Esta descoberta mostra que o CDK participa do processo e pode, portanto, ser um alvo terapêutico. Mas ainda é cedo para saber se um dia isso se tornará um alvo na prática clínica. […] Seria necessário verificar se um inibidor da CDK tem efeitos colaterais e, se sim, se eles seriam superados pelo benefício estético”, disse Cunha. Até lá, é melhor tentar relaxar.


Próximos passos
Segundo os pesquisadores, a descoberta do mecanismo de ação pelo qual o stress acelera o aparecimento de cabelos brancos pode ajudar a elucidar efeitos mais amplos do stress no organismo. “Ao entender exatamente como o stress afeta as células-tronco que regeneram o pigmento, lançamos as bases para entender como ele afeta outros tecidos e órgãos do corpo. […] Esse é o primeiro passo crítico para um eventual tratamento que pode interromper ou reverter o impacto prejudicial do stress.”, afirma Ya-Chieh.

O próximo passo da equipe do Crid é estudar a relação do stress agudo com o sistema imunológico.

 

Veja

A principal causa do nódulo pulmonar é a infecção pulmonar, embora deva ser descartada sempre que não for um processo de carcinogênese.

Um nódulo pulmonar é uma massa que aparece no pulmão que pode medir entre cinco e trinta milímetros. É uma patologia cada vez mais frequente, estimada em cerca de 0,2% da população. No entanto, quase 60% desses nódulos são benignos.

As causas desta doença são variadas, de uma infecção a um processo tumoral. A maioria deles é encontrada acidentalmente ao realizar uma tomografia computadorizada – tomografia axial computadorizada – ou um raio-x.

Entretanto, é importante diagnosticar essa situação o mais cedo possível para evitar complicações e descartar que seja algo mais sério. Portanto, neste artigo, explicamos tudo o que você precisa saber sobre o nódulo pulmonar e quais sintomas ele produz.

Quais são as causas de um nódulo pulmonar?
Como já mencionamos, um nódulo pulmonar é uma massa que aparece no pulmão. Portanto, suas causas podem ser muito variadas. Na maioria das vezes esses nódulos são secundários a uma infecção, seja por bactérias, fungos ou parasitas.


Entre as causas infecciosas, deve-se notar que os nódulos pulmonares são comuns em pessoas afetadas pela tuberculose. Embora a incidência esteja diminuindo, ainda é uma infecção com relativa frequência.

Causa neoplásica
Atualmente, a primeira coisa a se descartar antes de um nódulo pulmonar é que seja um processo carcinogênico. Isso ocorre porque o câncer de pulmão é um dos mais frequentes devido, entre outras coisas, ao tabagismo.

Nestes casos, o nódulo geralmente apresenta uma aparência irregular na radiografia, com bordas mal definidas. Seu tamanho geralmente também é menor que os benignos e, além disso, está associado a certos fatores de risco, como:

Ser fumante.
Ter mais de 35 anos.
Ter tido algum tipo de câncer anteriormente.
Que o nódulo pulmonar tenha crescido rapidamente nos últimos meses.


No entanto, é importante saber que nem todos os nódulos pulmonares neoplásicos são malignos. Existem também certos tumores benignos, embora a verdade seja que eles são muito menos frequentes que os anteriores.


Outras causas do nódulo pulmonar
Existem outras doenças que podem resultar neste distúrbio pulmonar. Por exemplo, existem certos processos autoimunes, como a granulomatose de Wegener ou o nódulo reumatoide. Ambos são incomuns.

Da mesma forma, em algumas pessoas o nódulo pulmonar pode aparecer devido a trauma, uma doença metabólica chamada amiloidose ou após a gênese de um cisto brônquico.

Como é diagnosticado o nódulo pulmonar?
Para diagnosticar o nódulo pulmonar e conhecer sua causa, é essencial primeiro fazer um bom histórico médico dessa pessoa. É importante saber se houve tuberculose ou exposição a certas infecções ou pessoas infectadas.

Também é importante saber se é fumante ou não. Numerosos estudos demonstraram que grande parte dos nódulos cancerígenos estão relacionados ao tabaco.

Feito isso, é necessário realizar determinados testes de imagem para localizar o nódulo. Além disso, as imagens nos permitem observar certas características, como forma e tamanho, que são importantes para diferenciar um benigno de um possivelmente maligno.

 

melhorcomsaude

infartoUma mensagem que circula nas redes sociais orienta o que, supostamente, devemos fazer diante de um infarto. O R7 entrevistou o cardiologista Sergio Timerman, coordenador de Treinamento de Emergências Cardiovasculares da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), para saber quais informações na mensagem são verdadeiras. “Essas correntes fazem mal à saúde”, enfatiza.

A mensagem diz: De repente, você começa a experimentar dor severa em seu peito que começa a arrastar para dentro de seu braço e até dentro de sua mandíbula.

Verdadeiro. A mensagem descreve como um sintoma do infarto uma dor forte que se inicia no peito e vai para os braços e mandíbula. Timerman afirma que esse é o sintoma na maior parte dos casos. Além disso, algumas pessoas podem sentir dor nas costas e na região do estômago.

O médico afirma que outras pessoas podem ter o infarto sem sentir nenhum sintoma, principalmente diabéticos.

A mensagem diz: Uma vez que muitas pessoas estão sozinhas quando sofrem um ataque cardíaco sem ajuda, a pessoa cujo coração está batendo indevidamente e quem começa a se sentir fraca, tem apenas cerca de 10 segundos antes de perder a consciência.

Falso. O cardiologista explica que nem todos os infartos acarretam em uma parada cardíaca — entre 25% e 30% dos infartos podem levar a um quadro de parada cardíaca, quando ocorre a perda de consciência.

A parada cardíaca surge de maneira súbita e inesperada. Por este motivo, não existe nada que a própria pessoa possa fazer, e cabe a quem estiver perto prestar socorro.

Porém, o médico alerta que diante de um infarto, o tempo até os socorros médicos serem prestados é fundamental para que o paciente não tenha sequelas.

“Quando temos um infarto, a artéria que conduz sangue até o coração é obstruída e uma parte do órgão para de receber oxigênio. Quanto antes desobstruirmos, menor a chance de sequela”, afirma.

Além de morte, a principal sequela deixada por um infarto é a insuficiência cardíaca. Segundo Timerman, a partir de 3 horas do início da dor as sequelas começam a ser mais severas.

Hoje existem duas maneiras de fazer a desobstrução, sendo que uma pode ser feita dentro de ambulâncias, que é a utilização de remédios trombolíticos. O segundo uma angioplastia, procedimento minimamente invasivo feito no hospital.

A mensagem diz: Uma respiração profunda deve ser tomada antes de cada tosse e a tosse deve ser profunda e prolongada, como quando produzem escarro no fundo do tórax. Uma respiração e uma tosse devem ser repetidas a cada dois segundos sem parar, até que a ajuda chegue, ou até o coração se sentir batendo normalmente novamente.

Falso. O médico afirma que caso o paciente suspeite de infarto ele deve pedir ajuda o mais rápido possível, para alguém próximo ou ligar para o serviço de socorro (192 ou 193). Caso esteja dirigindo, ele orienta que estacione o carro imediatamente.

A prática descrita no texto é utilizada dentro de ambiente hospitalar para outras finalidades, como diagnosticar e tratar arritmia. Durante um infarto, além de não ter efeito prático, pode agravar o quadro, induzindo uma arritmia ou tontura.

A mensagem diz: Um cardiologista diz que se todos os que recebem este correio e enviá-lo gentilmente para 10 pessoas, você pode apostar que economizaremos pelo menos uma vida.

Falso em partes. A mensagem diz para que o destinatário a encaminhe para dez pessoas dizendo que isso pouparia ao menos uma vida, dando a entender que 1 em cada 10 pessoas terá um infarto.

Os dados não são precisos, mas é importante salientar que, em 2018, cerca de 310 mil pessoas morreram de doenças cardiovasculares no Brasil, isso equivale a 958 mortes por dia.

É a primeira causa de morte no país, ficando à frente de câncer, doenças respiratórias e fontes externas como acidentes no trânsito e mortes por arma de fogo.

 

R7

Foto:  Freepik

Considerada uma doença rara e de alta letalidade, a febre hemorrágica ressurgiu no Brasil após 20 anos sem registro de novos casos.

Um homem morreu no estado de São Paulo, no último dia 11, menos de duas semanas após apresentar os primeiros sintomas.

Segundo o Ministério da Saúde, a vítima "passou por três diferentes hospitais, nos municípios de Eldorado, Pariquera-Açu e São Paulo, sendo o último o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo".

Ainda de acordo com a pasta,"foram realizados exames para identificação de doenças, como febre amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika. Contudo, os resultados foram negativos para essas doenças. Foram realizados exames complementares no Laboratório de Técnicas Especiais do Hospital Albert Einstein que identificou o arenavírus, causador da febre hemorrágica brasileira".

A infecção por arenavírus se dá por meio da inalação ou ingestão de partículas de urina, fezes ou saliva de roedores silvestres infectados. Os ratos domésticos (hamsters) e urbanos (camundongos e ratazanas) não transmitem esses vírus.

Esse tipo de arenavírus brasileiro foi catalogado nos anos de 1990 e leva o nome de Sabiá, bairro da cidade de Cotia (SP) onde foi descoberto.

Os arenavírus são uma família viral antiga e conhecida por provocar doenças semelhantes nas Américas e na África. Países como Argentina e Bolívia costumam ter maior incidência de casos.

"A transmissão dos arenavírus de pessoa a pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado ou em ambientes hospitalares, quando não utilizados equipamentos de proteção, por meio de contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções ou excreções", ressalta o Ministério da Saúde.

Entretanto, o presidente da SBV (Sociedade Brasileira de Virologia), Maurício Lacerda Nogueira, explica que existem apenas quatro casos na história da literatura de transmissão de arenavírus entre humanos.

 

Os sintomas da febre hemorrágica podem levar entre uma e três semanas para aparecerem. Inicialmente, a pessoa infectada pode apresentar febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas pelo corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz.

Conforme a doença evolui, há risco de comprometimento neurológico, com sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e convulsão.

Uma vez internada, a pessoa precisará ser isolada para evitar a transmissão aos profissionais do hospital e aos membros da família, segundo o Manual Merck de Diagnóstico e Tratamento.

"O isolamento é precaução, principalmente para as equipes médicas e de enfermagem. Nessas febres hemorrágicas, como ebola e arenavírus africanos, há muita transmissão para os médicos", ressalta Nogueira.

O tratamento é feito com ingestão de líquidos e eletrólitos, se necessário. Também pode ser usado um antiviral (ribavirina), que não cura a infecção, mas reduz a taxa de mortalidade.

O presidente da SBV afirma ainda que o Brasil pode ter uma sub-notificação de casos de febre hemorrágica, já que a rede pública não possui laboratórios capazes de confirmar esse tipo de infecção.

"A febre hemorrágica brasileira é grave. Mas a gente tem que lembrar que não importa a infecção, sempre os casos leves e moderados são mais frequentes do que os graves. O que me preocupa é que provavelmente tenha havido mais casos nesses 20 anos. Ele [paciente] caiu em um grupo qualificado em que foi possível fazer os exames em um laboratório do Einstein. Foi um achado."

Segundo Nogueira, não há motivo para que as pessoas fiquem preocupadas. Ele ressalta, no entanto, que é preciso haver investimento público em laboratórios para se ter a real dimensão dessa doença.

 

R7