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Por trás de comportamentos agressivos frequentes de algumas pessoas pode haver um problema psicológico. O que muitas vezes é confundido com um temperamento 'esquentado', em alguns casos é chamado na medicina de TEI (transtorno explosivo intermitente).

É uma condição comum e que pode ter explicação no passado, incluindo a forma como a pessoa foi criada, explica a psicóloga Liliana Seger, coordenadora do Programa para o Transtorno Explosivo Intermitente do PRO-AMITI (Programa do Ambulatório dos Transtornos do Impulso), ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

"O transtorno explosivo intermitente tem a característica de que a pessoa está bem, tem um humor estável, ou seja, não é uma pessoa irritadiça, e explode com uma magnitude desproporcional frente a situações que outra pessoa reagiria de uma forma mais calma."

Liliana ressalta ainda que é comum que crianças que viveram em um ambiente familiar agressivo desenvolvam o TEI, "tanto por questões hereditárias [genética] quanto por questões aprendidas".

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, "indivíduos com história de trauma físico e emocional durante as primeiras duas décadas de vida estão em risco aumentado para transtorno explosivo intermitente".

Para ser enquadrado nesse tipo de transtorno, o indivíduo precisa ter entre dois e três episódios durante ao menos três meses ou três grandes episódios de explosão durante um ano (como, por exemplo, agressões ou quebrar objetos).

"É um transtorno do impulso. Todos nós temos impulso, mas temos controle, a racionalidade fala mais alto. No transtorno explosivo impulsivo, a pessoa não tem controle desse impulso em um determinado momento. Apesar disso, 99% deles se arrependem depois", afirma a psicóloga.


O manual considera ainda que "as explosões de agressividade recorrentes não são premeditadas (são impulsivas e/ou decorrentes de raiva) e não têm por finalidade atingir algum objetivo tangível (p. ex., dinheiro, poder, intimidação)".

Além disso, esses episódios costumam causar "sofrimento acentuado ao indivíduo ou prejuízo no funcionamento profissional ou interpessoal ou estão associadas a consequências financeiras ou legais", com prisões e processos judiciais.

A psicóloga Liliana Seger ressalta que, muitas vezes, o descontrole do impulso faz com que as pessoas durante esses ataques de raiva não se preocupem em saber com quem estão falando. "Brigam até mesmo com policiais".

A partir dos seis anos de idade os especialistas já conseguem diagnosticar o TEI. Os comportamentos agressivos impulsivos recorrentes aparecem com mais frequência entre o fim da infância ou na adolescência e raramente se inicia após os 40 anos.

O diagnóstico envolve também identificar se os ataques de raiva não são decorrentes do uso de substâncias, como álcool, drogas ou medicamentos, de outras condições psicológicas (depressão, transtorno bipolar, transtorno psicótico, transtorno borderline) ou condições médicas (traumatismo craniano e doença de Alzheimer).

O tratamento envolve terapia cognitiva comportamental e, em alguns casos, o uso de medicamento antidepressivo. Em São Paulo, o PRO-AMITI atende gratuitamente pacientes com TEI. No entanto, há uma fila de espera.

As sessões são feitas em terapia de grupo com 15 pacientes, mas também pode ser feita de forma individual. Liliana afirma que em 15 sessões, a pessoa "já consegue um controle bastante importante sobre a raiva".

 

R7

O Bem Estar no Encontro desta quinta-feira (24) falou sobre o derrame na pleura. Em agosto, o vocalista do grupo Sorriso Maroto, Bruno Cardoso, foi diagnosticado com o problema e passou por procedimentos médicos. Mas o que é a pleura, afinal?

A pleura é uma membrana que reveste o pulmão e a caixa torácica. A função da pleura é tirar o atrito na hora da expansão e esvaziamento do pulmão quando respiramos. O derrame é o acúmulo excessivo de líquido no espaço entre as membranas que recobrem o pulmão.

O pneumologista Roberto Stirbulov explica que o derrame pleural não é uma doença, ele é uma consequência. Existem vários fatores que culminam nesse derrame.

Os sintomas são bastante variados e a pessoa pode sentir dor aguda no peito, tosse, falta de ar ou não sentir nada.

O que fazer? Primeiro, precisa ver se há necessidade de puncionar ou não. Depois da punção e do resultado, o especialista decide se precisa fazer biópsia. Às vezes o corpo elimina o líquido, em outros casos é necessário drenar e existem situações em que é necessário fazer cirurgia, como foi o caso do vocalista do Sorriso Maroto.

 

G1/Bem Estar

dentesO estresse sempre esteve presente na vida da publicitária Mariana Vieira, de 35 anos. Por mais de uma década, desde que terminou os estudos, ela trabalhava muito e isso nunca foi um problema, mas um dente quebrado fez com que ela refletisse sobre isso.

"Recentemente, eu fui ao dentista porque um dente meu lascou. Achei que fosse apenas fazer uma restauração e ir embora".

A constatação feita pelo dentista foi além da necessidade de uma restauração. "Ele disse que eu tinha um desgaste avançado nos dentes e que esse tinha sido o motivo de ter quebrado um deles; disse que eu estava com bruxismo e precisava tratar."

O bruxismo se caracteriza por ranger os dentes (acordado ou enquanto dorme) e é um dos distúrbios temporomandibulares, que podem afetar articulações, ligamentos, tendões ou músculos que ligam o crânio à mandíbula.

Mariana foi orientada a fazer uma placa de acrílico para evitar que o desgaste fosse maior. Entretanto, foi alertada de que a causa não era odontológica e poderia ser emocional.

"O dentista perguntou como era a minha rotina. Falei que o trabalho é estressante, dificilmente consigo relaxar. [...] Entendi que minha sobrecarga estava causando isso."

A psicóloga e professora Liliana Seger, autora do livro Psicologia & Odontologia - Uma abordagem integradora, estuda o tema desde 1998. Na visão dela, pessoas ansiosas ou estressadas estão mais sujeitas a desenvolver problemas de ATM (articulação temporomandibular).

"Quando você fica ansioso, automaticamente trava o seu maxilar e tensiona. Isso faz com que você tenha um perfil muito específico para disfunção de ATM."

Se não tratadas, essas disfunções podem provocar perda dos dentes e dores intensas, não apenas nos dentes.

"Tem paciente que o bruxismo é tão forte que quebra restaurações, perde dentes, faz a coroa, quebrar, chega a fraturar a raiz. Até implante pode ser danificado", observa a cirurgiã-dentista Sandra Regina Naccarato Ribeiro, especialista em bruxismo.

Sandra acrescenta que a perda óssea provocada nesses casos tende a desencadear hipersensibilidade, já que qualquer estímulo vai chegar ao nervo com a perda da proteção da raiz do dente.

A dentista explica que o bruxismo noturno é o mais difícil de ser controlado, pois a placa de acrílico apenas avita o atrito, mas não alivia a tensão muscular.

"A placa tem um papel importante, principalmente para não ter um desgaste dentário, mas não evita o hábito [de ranger]. Para paciente que tem dor, talvez a placa nem funcione."

O acompanhamento com profissionais como psicólogos e psiquiatras é fundamental para tratar a maior parte dos casos de bruxismo. "O psicólogo vai fazer com que a pessoa aprenda a lidar com esses gatilhos [de estrese e ansiedade]", afirma Liliana.

A psicóloga ressalta que o tratamento "é breve". "A pessoa vai aprender lidar com as situações de modo que ela não somatize mais."

O uso de medicamentos ansiolíticos, além de não ser indicado em longo prazo, não vai fazer com que o bruxismo vá embora, pondera a psicóloga.

Nos últimos anos, tem-se usado toxina botulínica — cujo principal nome comercial é o Botox — como forma de aliviar a tensão muscular e, consequentemente, o bruxismo.

A cirurgiã-dentista diz que no curto prazo a toxina tem efeitos positivos no curto prazo, mas por ser uma terapia relativamente nova, não se sabe sobre eventuais benefícios ou malefícios no longo prazo.

As injeções precisam ser refeitas entre quatro e seis meses, ao custo aproximado de R$ 1.000 cada sessão, e também não representam cura.

A cirurgiã-dentista ressalta que tratar a ansiedade e e o estresse, reeducar hábitos diurnos e usar uma placa ou um aparelho na hora de dormir são medidas que tendem a reduzir significativamente o bruxismo.

Como identificar
O Manual Merck de Tratamento e Diagnóstico lista alguns dos sintomas dos distúrbios temporomandibulares:

• Cefaleias
• Dor nos músculos da mandíbula ao mastigar alimentos
• Um clique ou travamento da mandíbula
• Dor próximo à articulação
• Dor ou rigidez no pescoço que se irradia para os braços
• Tontura
• Dores de ouvido ou congestão nos ouvidos
• Problemas para dormir
• Dificuldade em abrir a boca amplamente

 

R7

Foto: Freepik

remdpressaoA maioria dos pacientes diagnosticados com pressão alta são orientados por seus médicos a tomar a medicação pela manhã. No entanto, um novo estudo indica que os medicamentos para hipertensão funcionam melhor quando tomado antes de dormir. De acordo com a pesquisa, publicada no periódico European Heart Journal, pessoas que ingerem o remédio no período da noite apresentam menor risco de sofre acidente vascular cerebral (49%), ataque cardíaco (44%), insuficiência cardíaca (42%) ou precisar de cirurgia ponte de safena (40%).

“O mesmo medicamento anti-hipertensivo, a mesma molécula, na mesma dose, ingerida em dois momentos diferentes, tem farmacocinética e farmacodinâmica totalmente distintas e, portanto, se comportam como se fossem duas medicações completamente diferentes”, explicou Ramón Hermida, da Universidade de Vigo, na Espanha, a The Guardian.

Isso significa que esse efeito discordante está relacionado ao relógio interno do corpo, já que os processos realizados pelo organismo podem variar de acordo com o horário e, portanto, a medicação atuaria de maneira distinta dependendo do período em que é ingerida.

Essa diferença também pode ser explicada pelo sistema hormonal que regula a pressão arterial: ele atinge o pico de atividade durante o sono. Dessa forma, os medicamentos que interagem com esse sistema apresentam efeito maior quando ingeridos imediatamente antes de dormir.
Por que tomar de manhã?


Segundo especialistas, a medicação costuma ser recomendada para o período da manhã por dois motivos principais: o primeiro seria porque é mais fácil para as pessoas se lembrarem de tomar seus remédios pela manhã; já o segundo está relacionado ao fato de que os anti-hipertensivos costumam ter efeito diurético, ou seja, aumentam a vontade de fazer xixi.

“As pessoas provavelmente não querem tomar uma pílula que as faça levantar e fazer xixi no meio da noite”, comentou John A. Osborne, diretor de cardiologia da State of the Heart Cardiology, nos Estados Unidos, à CNN.

Ele destacou, no entanto, que para aqueles que receberem a recomendação médica para alterar o horário da medicação, não precisam ser preocupar com a vontade de ir ao banheiro no meio da noite. “Depois de algumas semanas, isso se torna progressivamente menos problemático, especialmente porque você está ciente dos benefícios”, disse.


Melhor desempenho à noite
A nova descoberta foi feita depois que os pesquisadores analisaram os dados de 19.084 pessoas na Espanha. A equipe dividiu os participantes em dois grupos: aqueles que ingeriam o medicamento à noite e os que tomavam pela manhã. Eles foram acompanhados durante uma média de seis anos, e a pressão arterial era monitorada pelo menos uma vez por ano. Ao final do estudo, os cientistas registraram 1.752 eventos cardiovasculares.

Após descartar outros fatores de riscos para essas doenças, a equipe chegou a conclusão de que tomar a medicação no período noturno pode proteger os pacientes de riscos de problemas cardiovasculares, reduzindo o risco em até 66%. “Esse efeito tão profundo nos eventos cardiovasculares é surpreendente”, comentou Stephen MacMahon, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, a The Guardian.

Para alguns especialistas, esse resultado deve alterar a maneira como os médicos prescrevem os medicamentos para hipertensão. “Acredito que veremos os médicos mudarem seu posicionamento em breve. A hipertensão é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares, muito maior que o colesterol e tudo o que nos permite tratá-la de maneira mais eficaz é relevante”, concluiu Barbara Roberts, da Brown University, nos Estados Unidos, à CNN.

 

Veja

Foto: Thinkstock/VEJA/VEJA