Quase todas as mulheres ao longo da vida terão algum episódio de odor vaginal anormal. O ginecologista Augusto Brandão explica que "qualquer descontrole na flora vaginal pode gerar um aumento do número de bactérias" que provocam um cheiro desagradável.
Uma das substâncias produzidas por esses micro-organismos é o ácido láctico. "Isso responde por mais da metade dos casos, mas não exime a mulher de procurar um especialista", afirma.
Segundo o médico, doenças sexualmente transmissíveis, as DSTs (a principal é a tricomoníase), e até mesmo câncer de colo uterino podem provocar maus odores. Por isso, a importância de um diagnóstico.
O médico acrescenta que alguns hábitos podem levar ao desequilíbrio de bactérias na vagina, incluindo vestir calças apertadas, roupas íntimas sintéticas, excesso de banhos e uso de sabonetes íntimos ou absorvente interno.
"Usar uma calça de academia durante uma hora de exercícios físicos não tem problema, mas não se deve usar esse tipo de calça o dia todo", observa o especialista, que também pontua o clima quente brasileiro como fator que contribui negativamente nesses casos.
As principais recomendações para evitar odores estranhos na região íntima, ressalta o ginecologista, são:
• Não higienizar a região íntima em excesso.
• Preferir calcinhas de algodão.
• Não usar calças apertadas.
• Tentar dormir sem calcinha.
Uma vez que o médico identifique que o odor anormal não tem como causa uma doença específica, o tratamento é simples e relativamente rápido.
Brandão afirma que a cura inclui mudanças de hábitos, mas pode também serem receitados cremes ou antibióticos para ajudar a regular a quantidade de bactérias na vagina.
A pasta enviará 1,6 milhão de doses a mais para os estados. O objetivo é intensificar a vacinação desse público-alvo, que é mais suscetível a casos graves e óbitos. A medida é uma resposta imediata do ministério devido ao aumento de casos da doença.
“Nós estamos preocupados com essa faixa etária porque em surtos anteriores foram as crianças menores de um ano que evoluíram para casos mais graves e óbitos. Por isso, é preciso que todas as crianças na faixa prioritária sejam imunizadas contra o vírus do sarampo, considerando a possibilidade de trânsito de pessoas doentes para regiões afetadas e não afetadas”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
De acordo com o ministério, o país registrou nos últimos 90 dias, entre 19 de maio a 10 de agosto deste ano, 1.680 casos confirmados de sarampo, em 11 estados: São Paulo (1.662), Rio de Janeiro (6), Pernambuco (4), Bahia (1), Paraná (1), Goiás (1), Maranhão (1), Rio Grande do Norte (1), Espírito Santo (1), Sergipe (1) e Piauí (1). O coeficiente de incidência da doença foi de 0,80 por 100.000 habitantes.
Além de vacinar as crianças na faixa etária prioritária, o ministério, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, também orienta estados e municípios a realizarem o bloqueio vacinal. Ou seja, em situação de surto ativo do sarampo, quando identificado um caso da doença em alguma localidade, é preciso vacinar todas as pessoas que tiveram ou tem contato com aquele caso suspeito em até 72 horas.
Utilizado para evitar a gravidez, o DIU, sigla para dispositivo intra-uterino, pode causar complicações e até levar à sepse, conforme explica o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O DIU é um dispositivo derivado de material plástico, com cerca de 3 mm em forma de T, colocado por um ginecologista na cavidade uterina da mulher para evitar a gravidez.
"A presença do DIU dentro do útero pode agir como facilitador de infecção, que é capaz de subir do útero para as trompas e ovários, chamada de doença inflamatória pélvica, além de evoluir para peritonite, infecção abdominal. Daí pode cair na corrente sanguínea e virar uma sepse", explica.
"Outra questão é que os mecanismos de defesa do corpo caminham pelo sistema sanguíneo. Se uma bactéria conseguir colonizar o DIU, ele ficará protegido do sistema imune porque a cavidade uterina, na verdade, é uma abertura externa do corpo e não interna. Tem uma ligação com o colo do útero e com a vagina, que tem comunicação externa", completa.
Os cuidados durante a aplicação do dispositivo são fundamentais para prevenir infecções. O médico explica que o aplicador utilizado para posicionar o DIU na cavidade uterina pode levar bactérias da vagina, caso haja uma infecção no local, ao atravessar o canal do colo do útero. "Fungos, como os que causam a candidíase, não sobrevivem no útero, apenas as bactérias", ressalta.
Diferenças entre DIU com ou sem hormônio
Atualmente existe DIU com ou sem hormônio. Os dispositivos sem hormônio são de cobre (contêm cobre, na verdade) ou liga de prata. Segundo Pupo, o DIU sem hormônio age como uma barreira física para prevenir a gravidez. Portanto, a mulher continua produzindo óvulos e menstruando todo mês.
"No caso do DIU de liga de prata, o material tem uma ação que mata os espermatozóides e diminui o risco de infecções, em relação ao de cobre. O problema dos DIUs sem hormônio é que, por estarem dentro da cavidade uterina, podem aumentar o volume de sangue e o número de dias da menstruação. Em algumas mulheres, podem causar cólica", afirma.
Já o DIU com hormônio utiliza um derivado da progesterona chamado levonorgestrel que causa atrofia do endométrio, camada interna do útero, reduizindo o fluxo menstrual em 80% das mulheres, segundo o ginecologista. "Em um prazo de seis meses, pode interromper o fluxo, pois essa camada fica tão fina que, na época da menstruação, não descama", explica.
Ele destaca que esse tipo de DIU ainda provoca o espessamento do muco do colo do útero, bloqueando a passagem de bactérias e, assim diminuindo o risco de infecções.
Dispositivo após o parto
Embora seja permitida a colocação de DIU logo após o parto pela Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), o médico não recomenda. Para ele, o ideal é esperar pelo menos três meses.
"Após o parto natural, o colo do útero fica aberto por 40 dias. Se a mulher entrou em trabalho de parto antes da cesárea, também. Além disso, há o sangramento, chamado de lóquio, que facilita que as bactérias adentrem o útero", diz.
"Há quadros graves de infecção em mulheres porque colocaram o DIU após o parto", completa.
Sintomas de infecção
O primeiro sintoma de uma infecção causada por bactérias que colonizaram o DIU é cólica constante fora do ciclo menstrual. De acordo com o ginecologista, essa cólica se intensifica durente o ciclo e piora após a menstruação.
"Junto a esse sintoma há presença de corrimento de cor acinzentada e pode haver febre. O quadro pode evoluir para dor abdominal e no baixo ventre que vai se localizando do lado direito ou do esquerdo, de acordo com a trompa infectada, além de piorar com a relação sexual", afirma. O tratamento é feito à base de antibiotico.
Para prevenir complicações com o uso do DIU, Pupo orienta visitar o ginecologista a cada 6 meses, ter atenção com a higiene pessoal, manter relações sexuais com preservativo e, ao sinal de qualquer dor, consultar um médico.
Como saber exatamente se entrei ou não na menopausa? A ausência da menstruação por um ano, entre 48 e 50 anos, indica que você entrou na menopausa, o final da vida reprodutiva, segundo o ginecologista Cesar Fernandes, presidente da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia). Ele ressalta que essa ausência costuma vir acompanhada de outros sintomas, sendo o principal as ondas de calor, chamadas de fogacho. Caso ainda reste dúvida se entrou ou não na menopausa, a orientação é passar por uma consulta ginecológica.
Menopausa causa secura nos olhos? Pode causar, de acordo com o ginecologista. A menopausa é marcada pela interrupção da produção do estrógeno pelos ovários. A falta desse hormônio repercute em todo o corpo, inclusive da produção lacrimal, causando secura nas mucosas
O início da menopausa tem a ver com o início da menstruação? Por exemplo, quem começou a menstruar cedo irá entrar na menopausa cedo? Não há qualquer correlação, explica Fernandes. O que determina quando ocorrerá a menopausa é a quantidade de óvulos que uma mulher produz durante a vida, o que é definido geneticamente. Vale lembrar que a mulher já nasce com o número de óvulos que será disponibilizado ao longo de sua vida reprodutiva .
Com a menopausa pode vir também a depressão? Sim, segundo o presidente da Febrasgo, principalmente nos primeiros anos da menopausa. Ele explica que a falta do estrógeno repercute em todo organismo, inclusive no cérebro, na produção de neuro-hormônios como a adrenalina e a serotonina, mediadores químicos relacionados com a depressão. Mas ele ressalta que o surgimento da depressão nessa fase depende de predisposição genética. "Só a falta do estrógeno em si não determina isso", diz.
Na menopausa, a mulher pára de produzir estrógeno ou esse hormônio ganha outra função? Fernandes afirma que o organismo pára de produzir o hormônio. "Quem produz o estrógeno são os ovários. Existe uma produção extra-ovariana, mas é ínfima e insuficiente para manter a quantidade do hormônio necessária para manter suas funções", explica.
Na menopausa, a mulher pára de produzir estrógeno ou esse hormônio ganha outra função? Fernandes afirma que o organismo pára de produzir o hormônio. "Quem produz o estrógeno são os ovários. Existe uma produção extra-ovariana, mas é ínfima e insuficiente para manter a quantidade do hormônio necessária para manter suas funções", explica.
Há um aumento da chance de câncer de mama depois da menopausa, mesmo sem reposição de hormônio? O risco de câncer de mama aumenta com a idade, de acordo com Fernandes. "O risco é etário, independentemente da complementação hormonal", afirma.
Como lidar com a secura vaginal da menopausa? O que é possível fazer para não ter dor na relação sexual e nos exames ginecológicos? O médico explica que, primeiramente, é preciso que a mulher passe por uma consulta ginecológica para avaliação da mucosa vaginal, que irá confirmar se a dor está realmente relacionada à falta de hidratação ou se trata-se de um outro problema. O tratamento, segundo ele, pode ser por medicação oral ou local, sendo a local mais eficiente, que consiste no uso de um hidratante à base de estrógeno entre 3 e 6 meses.
A menopausa diminui o desejo sexual? Segundo o presidente da Febrasgo, sim. Ele afirma que a falta de estrógeno compromete o desejo, além de causar dificuldade para ter relações sexuais, devido ao ressecamento vaginal, que provoca dor. A reposição hormonal, de acordo com o médico, ajuda a minimizar os sintomas da menopausa, mas ele ressalta que "não vão resolver o problema se o relacionamento afetivo não tiver qualidade".
O que ninguém conta sobre a menopausa? Na opinião de Cesar Fernandes, as mulheres têm uma impressão equivocada da menopausa. "As mulheres não gostam nem de receber o diagnóstico. Vêem como uma sentença, o fim da vida. Mas não é. A menopausa ocorre em torno dos 50 anos e a expectativa de vida das mulheres excede os 80. É possível viver após a menopausa com qualidade de vida, de uma forma gratificante, se ela se tratar", afirma.